The number 20. escrita por Lana


Capítulo 11
Capítulo onze.


Notas iniciais do capítulo

Boa leitura!



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As coisas correram mais rápido do que ela esperava. Sentiu que sua primeira semana passou como um flash em que ela mal pôde discernir direito o que acontecia.

A entrevista no trabalho correra muito bem, como Julia dissera era apenas uma formalidade e ela fora contratada. O pai e Julia a levaram para jantar no dia em que fora definitivamente contratada, para comemorar, e Rosalie apreciara imensamente a companhia dos dois.

Não cansava de se surpreender com quão bem os dois pareciam juntos. A felicidade palpável do pai a dava grandes esperanças. Nas duas primeiras noites em Los Angeles ficara acordada até tarde com o pai, tomando vinho e conversando sobre a mudança, sobre a vida, os irmãos. O pai até tentara falar sobre Emmett, mas ela não dera importância ao assunto, fazendo o tópico mudar decisivamente.

Carlisle estranhara a falta de interesse da filha em falar do homem que antes parecia estar tão presente em sua vida, mas decidira não mencionar nada mais. Queria que ela fosse feliz ali, e o que quer que a tivesse levado a colocar uma pedra sobre o nome de Emmett, provavelmente ainda a estava incomodando. Assim, seguira adiante, tentando fazer daquela mudança algo que Rosalie fosse verdadeiramente aproveitar.

Ela começara a trabalhar na primeira segunda após sua chegada. Adorara a empresa de cara. O ambiente era informal e descontraído, as pessoas simpáticas e ela acreditou que aquele lugar poderia ser uma ótima injeção de ânimo em sua rotina. Gostava da sua área e estava ansiosa em ter algo para se dedicar.

O pai e Julia a levaram a alguns pontos famosos de Los Angeles que ela não conhecia nas horas vagas e ela aproveitou para tirar fotos e enviar aos irmãos falando sobre como estava gostando.

Após a primeira semana de trabalho, Rosalie deitou-se na cama que estava usando na casa do pai, exausta. Mal tivera realmente tempo sozinha e para descansar desde que se mudara. Sua mente vagou até Nate, o estranho do avião, e lembrou-se da enigmática despedida dele. Não conseguia imaginar do que ele estava falando.

Tentou forçar sua memória, tentando se lembrar de pessoas que conhecia com o nome Nate, mas nada vinha à mente. E o que diabos ele queria dizer com anel barato? Rosalie suspirou, revirando os olhos. Talvez ele tivesse a confundido com outra pessoa.

O número dele estava salvo na sua agenda com um grande convite para liga-lo, mas ela estava hesitante sobre aquilo. Queria se estabelecer primeiro, mal acabara de chegar ali e não sabia se estava com humor para já se jogar de cara em um caso romântico.

Sendo assim, decidiu focar e fazer planos. Na manhã seguinte, ela sairia para procurar um apartamento. Quando isso fosse decidido, poderia começar a resolver a questão de mobiliar. Provavelmente, mandaria buscar os seus móveis que estavam ainda no apartamento antigo. Alice tomaria conta disso para ela.

Decidiu também que junto à nova cidade e novo emprego, criaria novos hábitos naquela nova etapa de sua vida. Depois de procurar atividades nas quais poderia se empenhar, decidiu-se por yoga. Los Angeles sempre lhe pareceu o lugar de pessoas que faziam yoga, sempre andando pra lá e pra cá com seus tapetes coloridos e calças de exercício. E ela poderia realmente usufruir de alguma paz pra mente.

Exercício poderia, sem dúvidas, ser uma ótima coisa na qual investir sua energia. Não que ela precisasse disso agora tanto quanto antes. Superara a ideia de números, era verdade. Entendera que no fundo nada daquilo importava e não deveria ser levado em conta. Além do mais, quem sequer saberia seu número se ela mesma não contasse? E ela não precisava contar! Especialmente naquela cidade, podia ter tantos ex quanto quisesse, ninguém se importaria, nem mesmo ela!

Rosalie se abraçara inteiramente naquela mudança, pronta para levar a vida de maneira diferente. Pronta para se importar apenas com o que fosse vital e não com bobeiras absurdas como o número de homens com quem já dormira. Afinal, quem saberia o número deles também! E se ela não se importava, porque eles deveriam? E se eles se importavam, bem, o problema era inteiramente deles. Ela era jovem, divertida e tinha uma vida todinha pela frente, era o que constantemente lembrava a si mesma.

Viu o celular vibrar e atendeu a chamada de vídeo de Alice. A baixinha falara com ela todos os dias por mensagem e mal se aguentava para falar com a irmã mais velha. Rosalie a ouviu contar sobre como estava tudo lá: a mãe, a gravidez, o marido, o casamento, o andamento da decoração do quarto do bebê – tudo de uma vez numa enxurrada de frases. Sorriu, tendo certeza de que sentiria falta disso quando Alice de fato tivesse o neném e não mais tempo para gastar com ligações de vídeo. Depois de falar por muitos minutos, Alice começou a perguntar. Queria saber de tudo. Do emprego, das pessoas, da casa do pai, do pai e de Julia, de quando pretendia mudar-se para o próprio apartamento e do cara do avião. Rosalie mencionar superficialmente que conhecera alguém no avião e agora Alice estava interessada em todos os detalhes.

— Mas você nunca contou direito sobre. – ela reclamou. – Ele é gato?

— Sim, bastante.

— E te chamou pra sair?

— Não exatamente. Me pediu pra ligar pra ele quando eu me lembrasse dele. – Alice franziu as sobrancelhas.

— Como assim?

— Ele deu a entender que já nos conhecíamos. E que eu não me lembrava dele. Ele disse algo sobre um anel. – Alice a viu dar de ombros na tela do celular e fez uma careta confusa.

— Isso é estranho.

— Eu sei, certo? Tentei me lembrar dele, mas não consigo de jeito nenhum.

— Como ele se chama?

— Nate. – a loura respondeu. – Nathaniel.

— Não me parece familiar.

— Eu sei. – ela repetiu. – Não é problema, de toda forma. Acabei de chegar aqui, não preciso sair com ninguém agora.

— Além do mais você não precisa necessariamente se lembrar dele. – a irmã pontuou. – Tenho certeza que ele ficaria feliz de te lembrar. – ela disse em tom malicioso.

— Eu não sei se gostei do seu tom. – a loura franziu a sobrancelha enquanto via a expressão no rosto da irmã. – Está insinuando que eu dormi com ele e esqueci? – resmungou ultrajada.

— Eu não disse isso... Mas se você mencionou, talvez seja plausível. – Alice deu de ombros.

— Alice! – Rosalie bradou. – Você não tem mesmo nenhum respeito por mim. – revirou os olhos. A mais nova riu.

— É claro que tenho. Mas você tem que concordar que não tem o melhor dos históricos nessa categoria. – Rosalie gemeu baixinho e Alice riu novamente.

— Olha só, você me ofendeu e por isso vou parar de falar com você agora. – Alice fez uma careta. – Estou cansada, mal descansei desde que cheguei e mal vejo a hora de dormir. Amanhã vou sair e procurar apartamentos.

— Tudo bem. – Alice resmungou. – Falo com você depois.

— Beijo. – disse Rosalie com um aceno antes de desligar.

Naquela noite, ela dormiu com uma pedra e na manhã seguinte se sentia renovada. Saiu pela cidade, aproveitando para conhecer novos lugares que com esperança se tornariam sua nova cafeteria favorita, sua floricultura habitual e uma boa livraria. Olhou vários apartamentos e gostou de alguns deles. Encontrou uma aula de yoga perto da casa do pai e se matriculou, decidindo que aproveitaria a proximidade para visitar o pai quando saísse de lá. Queria realmente aproveitar a proximidade com o pai e Julia e usufruir de suas companhias.

Almoçou sozinha em um restaurante de comida mexicana que ficava em frente a uma praia e depois de lá voltou para casa. O resto do final de semana passaria muito rapidamente enquanto ela aproveitava todos os pequenos prazeres daquele lugar que agora chamava de lar.

Na semana seguinte, Rosalie estava no trabalho quando viu o celular apontar uma mensagem. Viu o nome de Alice e desbloqueou a tela a fim de ler o que era. Era na verdade uma imagem. Uma garotinha e um garotinho embaixo de uma árvore enorme. A garota tinha uma toalha branca retangular amarrada em volta do rosto e os dois estavam de braços cruzados. Olhando mais um tempo, Rosalie se reconheceu na foto. Era de um acampamento de verão que fizera quando tinha dez, talvez onze anos, não tinha certeza. O rosto na foto era familiar.

O celular apontou outra mensagem. Era novamente de Alice e em letras maiúsculas dizia apenas NATE!

Rosalie voltou a olhar a foto, surpresa ao perceber a semelhança de fato entre ele e o homem que vira quando chegara a Los Angeles. Mal pôde acreditar que era ele. Mal pôde acreditar que ele a reconhecera quando ela sequer lembrava daquilo! Fato que mudou depois da foto, quando ela prontamente resgatou da memória os dias passados na companhia de Nate. Eles tinham ficado muito amigos naquele acampamento. Quase no final, ele havia dado a ela um anel de plástico, do tipo que vinha com doces, e eles haviam se casado numa cerimônia muito pouco oficial comandada por uma amiga dela. Para selar o casamento, haviam trocado um beijo muito casto, o primeiro de Rosalie. Ela sorriu à lembrança, chocada por não se lembrar daquilo, por não ter compreendido instantaneamente quem ele era. Na foto, podia ver claramente o anel de plástico verde.

Rosalie quase riu abobalhada na própria mesa. Não sabia como ele a reconhecera tão facilmente e nem como ela fora tão cega, e honestamente, não pretendia ligar para ele logo, mas depois disso, como poderia não liga-lo? Aquele garotinho de cabelos louros como os seus tinha sido seu primeiro amor, afinal de contas. O único garoto que jamais a machucara e por quem ela tinha sido perdidamente apaixonada por cerca de quatro semanas.

Queria ligar para ele naquele exato momento! Respirou fundo, controlando a empolgação. Por Deus, estava no trabalho, precisava se concentrar. Ela riu pra si mesma novamente e balançou a cabeça, tentando focar no que estava a sua frente. Porém, a empolgação a acompanhou o tempo todo e o dia parece se arrastar enquanto ela olhava de pouco em pouco tempo as horas no visor do celular.

Quando por fim saiu da empresa, procurou o número de Nate no celular e esperou ansiosa enquanto ele tocava.

— Alo? – ela ouviu a voz grossa soar. Sorriu instantaneamente.

— Não era um anel barato, era o melhor anel possível! – foi a primeira coisa que conseguiu falar, o sorriso animado em sua voz. Ela o ouviu rir do outro lado.

— Então você se lembrou de mim. – ele comentou. – Estava convicto de que não se lembraria.

— Me desculpe. – ela riu um pouco. – Eu demorei um pouco para chegar lá, mas qual é, já fazem o que, quinze anos? Mais? – ela o ouviu sorrir.

— Por aí. – concordou.

— E para me redimir pela minha absoluta lentidão quando se trata de memórias antigas, eu estava me perguntando se você por acaso não gostaria de criar algumas novas? – ela ofereceu sorrindo. – Talvez na próxima sexta? – ele riu do outro lado.

— Eu adoraria.

— Ótimo! Nos falamos durante a semana pra marcar lugar e horário?

— Pode apostar. – ela sorriu.

— Tudo bem então. – ela respondeu. – Nos falamos.

Depois de se despedirem, Rosalie seguiu com um novo estado de espírito para casa do pai. No jantar, ao notarem o bom humor de Rosalie, sondaram o que acontecera e ela compartilhara os detalhes com bastante facilidade. Estava empolgada e queria compartilhar aquilo com alguém. O pai não tinha memória alguma de quem era aquele garoto, mas talvez também não houvesse ouvido falar dele tantos anos atrás.

Durante a semana, conversando com Alice, Rosalie descobriu que voltaria para sua cidade natal antes do que esperava. O aniversário da mãe seria dali a dois meses e ela faria uma festa e sua presença, é claro, era mandatória, assim como a de Edward. Assim, resolveu adiar a mudança para o próprio apartamento. Resolvera esperar até estar lá para que ela mesma lidasse com o trabalho de mandar suas coisas para Los Angeles, escolher o que deixar, esvaziar o apartamento e tomar todas as decisões necessárias.

No meio da semana, Nate a ligara para que pudessem acertar os detalhes do encontro. Decidiram ir a um restaurante em frente à praia – Rosalie estava adorando ter todo aquele azul e branco em seu horizonte e sempre que podia optava por ele – e Nate a buscaria em casa. Não queria admitir, mas depois de ficar plantada esperando por Emmett em um restaurante, não queria correr o risco de acontecer de novo. Não que ela achasse que ele fosse dar um bolo nela, mas não custava nada se assegurar.

Quando a noite enfim chegou, Rosalie não podia ficar mais satisfeita. Nate era encantador, não existia outra descrição. Ele estava sendo simpático, engraçado e se mostrara bastante viajado, falando sobre vários lugares por onde já havia passado. Ela estava adorando tê-lo por perto e agora que sabia quem era, o via sob uma ótica totalmente nova. Havia algo sobre ter o primeiro amor de uma garota na sua frente, como se algo ali a fizesse se tornar uma garota de dez anos novamente.

— Eu tenho que ser honesta. – ela disse antes de levar uma garfada a boca. Ele a observou, esperando que continuasse. – Eu só consegui me lembrar de você porque minha irmã me ajudou. Sei que isso totalmente desce o meu conceito, mas não acho justo ser desonesta tão cedo. – ele riu.

— É mesmo? Como ela fez isso?

— Ela achou uma foto do nosso casamento. – ela deu um risinho. – Ela ainda mora na minha cidade natal, e estava procurando umas fotografias antigas para a festa de aniversário da nossa mãe na casa dela e eu tinha comentado sobre você na semana anterior, então ela me mandou a foto e eu me lembrei de tudo.

— Isso é realmente doloroso. – ele tinha disse com uma expressão séria, mas sua voz era divertida. A loura sorriu.

— Eu não tenho ideia de como você me reconheceu de cara. – ela disse incrédula.

— Não foi à primeira vista. – ele confessou com um sorriso de lado. – Mas ao final do voo eu estava certo de que tinha que ser você. Eu fui colega do seu irmão por alguns anos quando éramos crianças e fomos amigos por um tempo, então não foi difícil fazer a ligação. – ele deu de ombros. – Além disso, tenho uma memória excelente. – ela riu.

— Eu não acredito que demorei tanto pra me lembrar. – ela revirou os olhos. – Mas estou realmente feliz por Alice ter me ajudado. É extremamente raro topar com o nosso primeiro amor por aí, veja lá jantar com ele. – disse em tom de brincadeira, sorrindo um pouco. Nate sorriu também.

— Primeiro amor, huh? – o sorriso se abriu mais. – Tome cuidado, – alertou – posso usar isso contra você depois.

Rosalie deu uma risada e tomou um gole longo do vinho antes de olhar para Nate por alguns segundo e por fim responder.

— Eu acho que é um risco que estou disposta a correr. – assegurou com um sorriso de lado.


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Notas finais do capítulo

Oi, gente! Como vocês estão?

Demorei um pouquinho, mas nada comparado ao habitual né? Hahaha eu fiquei um pouco sem inspiração pra escrever essa história, mas tenho escrito outras, então talvez eu poste uma one-shot por aí eventualmente... hahaha one-shots agora são minha paixão porque não existe a possibilidade de eu postar metade e sumir ahhahah
E aí, gostaram do capítulo? Ele foi mais curtinho que o habitual, mas honestamente sinto falta do Emm quando estou escrevendo, então fico pouco empolgada kkkkkk claramente ainda apaixonada pelo personagem desde 2010.

Bom, pretendo voltar logo, vou me esforçar mesmo haha se cuidem muito, saiam de máscara e se puderem, fiquem em casa!! Protejam-se!

Beijos grandes!



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