Capítulo X – Sorry (Sinto Muito...)

 

 

- O quê faz uma garota tão linda como você ficar sozinha aqui fora?

A princípio, Sakura se assustou com a surpresa repentina. “Desde quando ele estava ali?!” pensou.

Percebendo o pequeno susto que dera na rosada, o ruivo fez questão de se apresentar.

- Não queria te assustar. Desculpe! – sorriu. – É que fiquei te observando durante a maior parte da festa e de repente você sumiu. Meu nome é Akasuna no Sasori

Realmente,  ela sentiu-se uma barata tonta. Estava tão triste com as últimas vinte e quatro horas, que nem notou que estava sendo observada. 

- Você não me assustou, apenas estava distraída... – sorriu encabulada. – Prazer, sou...

- Uchiha Sakura! – interrompeu-a. – Vi você conversando com os meus pais e depois que saiu, eu mesmo fui lá e perguntei seu nome.

“Ele é rápido...” pensou.

- Não precisa ficar assustada... Apenas sei seu nome, só isso!

Só agora, Sakura percebeu que estava com os olhos arregalados. Nunca viu uma pessoa com tanta... atitude!

- Estou surpresa, só isso! – respondeu com uma expressão menos “assustada”.  – Mas é um prazer conhecê-lo.- sorriu.

 

***

 

Enquanto isso, Sasuke perambulava pelo salão da festa com Karin atrás de si.

- Chega, Karin! – exclamou o Uchiha mais nervoso que o normal. – Por que não vai com a sua tia e me deixa em paz?! Que droga!

- Eu quero ficar com você... – respondeu manhosa.

- Karin, sua tia Amaya está te chamando! – anunciou Itachi.  

O moreno percebeu que o irmão estava a ponto de explodir com a ruiva e um escândalo no meio de uma festa de negócios não era a melhor coisa para acontecer. Percebendo que esta não se moveu sequer um centímetro, Itachi completou:

- Acho melhor você se apressar!

Karin fez um delicado gesto de agradecimento e virou-se por alguns instantes para olhar Sasuke, que já estava de costas para ela. Depois que a ruiva se distanciou, Itachi aproximou-se do irmão mais novo. 

- Qual o problema, irmãozinho? Você anda bem irritado!

- Experimente ficar com Karin no seu pé! – retrucou.

Itachi riu do comentário. 

- Realmente é um trabalho árduo! – respondeu em tom divertido. – Parece que Sakura é a única que está se divertindo nessa festa...

- O quê? – perguntou incrédulo.

- Ela está tendo uma conversa animada com o Sasori... Lembra dele?! Ela está lá e parece estar se dando bem com ele!

Sasuke grunhiu um “Hunf...” e saiu de perto de Itachi, antes de mostrar qualquer ponta de ciúmes. Óbvio que aquilo era ciúmes, mas Sasuke era orgulhoso demais para confessar. 

- Quero ver com meus próprios olhos... – murmurou para si mesmo.

 

***

 

Diante daquele desastre de festa, Sasori  parecia realmente divertir Sakura. Ele era agradável, gentil, educado, simpático, além de ter uma beleza incomum. 

- Eu gostei de você, Sakura-chan! Você é uma pessoa muito agradável! – comentou o ruivo depois de longos minutos de conversa.

 - Também gostei de você, Sasori! – sorriu sem graça. – Estou me divertindo muito com você...

E realmente estava se divertindo, mesmo estando um pouco assustada pela aproximação repentina dele. Descobriu que Sasori era um amigo muito próximo de Itachi, porém seu irmão nunca tinha falado dele. 

- Bom, sei que é meio cedo para essas coisas... – murmurou Sasori tirando Sakura dos pensamentos. Ela o fitou curiosa. -  Mas poderia dar seu telefone?

“Ele realmente é rápido...” pensou.

- T-tudo bem...

Sakura passou seu celular  e Sasori o anotou no seu aparelho. Ainda trocaram algumas palavras, quando percebeu os olhos do rapaz, desviarem-se para alguém ou algo atrás dela.

- Sasuke-san... – cumprimentou-o. – Quanto tempo!

Ela gelou no mesmo instante que ouviu o nome dele, mas não fez questão de virar-se... Também não foi necessário. Logo, pôde sentir seu perfume e notou que Sasuke já estava posicionado ao lado dela.

- É. – grunhiu entre os dentes. Depois voltou-se para Sakura e percebeu que a rosada  continuava olhando para Sasori. – Preciso falar com você...

Will you listen to my story?
It'll just be a minute
Você vai ouvir minha história?
Só vai levar um minuto

 

- Sobre? – perguntou seca. 

- Assuntos de família! Pode sair, Sasori? – perguntou de forma grosseira.

Ele assentiu e antes de se retirar, deu um beijo no rosto de Sakura, fazendo-a corar dos pés a cabeça. para Sasuke, não passava de um atrevido que se aproveitou da ausência de algum Uchiha para atacar a sua Sakura.

Aqueles pensamentos fizeram Sasuke cerrar os punhos. 

- Não devia confiar nele... – indagou o moreno, depois de verificar que estavam a sós.

- Em quem deveria confiar, Sasuke? Em você?! – respondeu ríspida. Sasuke pôde notar nitidamente a mágoa nas palavras dela.  

- Sei que está chateada por tudo o que aconteceu e sobre a Karin...

 

How can I explain?
Whatever happened here
Never meant to hurt you
How can I cause you so much pain?
Como eu posso explicar?
Qualquer coisa que tenha havido aqui
Nunca significou que eu quisesse te machucar
Como eu posso causar tanta dor?

Sakura sequer se deu ao trabalho de olhá-lo nos olhos. Sabia que se o fizesse, não suportaria e talvez diria coisas, que provavelmente, se arrependeria.

- Karin? O que aconteceu com a Karin?

- Não se faça de desentendida... – disse irritado. - Eu sei que você viu o beijo!

 

When I say I'm sorry
Will you believe me?
Quando eu disser que sinto muito
Você acreditará?

Sakura ia se retirar, quando sentiu Sasuke puxá-la pelo braço.

- Eu não terminei de falar com você!

- Mas eu já, Sasuke! – exclamou fitando-o pela primeira vez depois do beijo. Antes que Sakura pudesse dizer qualquer coisa, viu Karin se aproximando, chamando por Sasuke. Ele continuou parado, fitando-a. - Ela está te chamando...  – comentou em tom irônico.

Listen to my story
Say you won't leave me
Escute a minha história
Diga que não me deixará

 

- Não me imp..

- Sasuke-kun! – Karin chamou-o mais perto deles e agarrou-se em um dos braços do moreno. – Seu pai está chamando você e disse que é importante!

Sem responder, Sasuke desvencilhou-se dos braços da ruiva e fitou Sakura mais uma vez. Logo em seguida, saiu em disparada ao salão de festas, deixando Karin e Sakura sozinhas.

- Sabe... – Karin murmurou  passando por Sakura. – Não sei como você pode fazer parte de uma  família tão influente em Konoha como os Uchihas.

- Não sei o que quer dizer, Karin!

Karin no mesmo instante pegou o pulso de Sakura com força e a encarou.

- Sei que não é uma Uchiha legítima. Minha tia me contou que você não passa da filha de uma empregada da casa...  – Karin viu a expressão da rosada se contorcer. - Não se esqueça que você é apenas um fardo para eles, queridinha. Uma pobre órfã que Fugaku acolheu em sua própria casa e é uma pena que ele não tenha te colocado no seu devido lugar...

Como ela ousava a dizer aquelas coisas para ela? Não sabia por que, mas aquelas palavras atingiram-na de uma forma estranha. Sentiu seu coração disparar e sua boca ficar seca.

- Parece que não sou que não sei meu lugar, não é? – respondeu Sakura com sua voz o mais forte possível.

Karin fitou-a mais uma vez com cara de deboche e arrumou os óculos.

- Não sei o quê está tentando insinuar, coisinha...  Mas espero que fique longe do Sasuke. Como pode ver, ele não é para o seu bico! Você viu como ele e eu nos damos bem, viu eu o beijando, portanto, é bom para de ficar trocando olhares com ele. Além disso, Sasuke pensa o mesmo que eu! – riu. – Sasuke também te acha um fardo...

Sakura fitou a ruiva a sua frente, inconformada. Não tinha encontrado palavras para responder, por mais que quisesse fazê-lo. Sentiu uma pontada forte na nuca e fechou os olhos devido a dor.

- Até mais, empregadinha... – murmurou Karin antes de voltar novamente para onde Sasuke estava.

A rosada tentou abrir os olhos, mas novamente, outra pontada na nuca a fez fechá-los de novo. Nunca sentira uma coisa tão ruim como naquele momento. Sentiu sua boca secar  e uma gota de suor lhe escorrer pelo rosto.

- Sakura, você está bem?

Ela não teve coragem de abrir os olhos, mas reconheceu o dono daquela voz...

- Será que pode me fazer um favor, Sasori? Pode chamar meu irmão mais velho?

- Claro. – respondeu um pouco assustado. - Fique aqui! Eu já volto!

Sakura pôde ouvir os passos dele distanciando-se pouco a pouco.

 

***

 

Sasuke e Itachi estavam um pouco distantes de Fugaku que, conversava com alguns empresários que ambos os irmãos não conheciam. Ora ou outra, eram cumprimentados por alguns conhecidos de seu pai, mas nada além disso.

Quando Sasuke viu Sasori aproximar-se de onde ele e o irmão estavam, cerrou os dentes e virou para de costas para eles. O ruivo nunca lhe fizera nada, mas como ele se atrevia a ficar jogando charme para ela?

- Itachi, sua irmã não parece bem.

- Do que está falando? – perguntou o Uchiha maior atônito. – Onde ela está?

Na mesma hora que ouviu o ruivo falar sobre Sakura, virou-se para os dois.

- O que aconteceu? – perguntou ríspido.

 

When I say I'm sorry
Can you forgive me?
When I say I'll always be there
Will you believe?
Quando eu disser que sinto muito
Você pode me perdoar?
Quando eu disser que sempre estarei lá
Você acreditará?

- Eu não sei! – respondeu mal educado. – Fui falar com ela e Sakura estava péssima.. ela me  pediu que o chamasse Itachi. Acho melhor você ir logo.

Os três saíram em disparada ao jardim de onde Sasori havia vindo. Já nas escadarias, viram-na recostada na mureta e de cabeça baixa.

Itachi e Sasuke correram ao encontro dela e quando se aproximaram, viram-na pálida e de olhos fechados.

- Sakura-chan... O que você tem? – perguntou aproximando-se dela.

- Itachi, me leva para casa, por favor. Eu não quero ficar aqui... – suplicou-o num fio de voz.

Os dois se entreolharam, estranhando a atitude dela.

- Você bebeu alguma coisa, Sakura? – perguntou Sasuke preocupado. Em resposta, ela apenas meneou que não com a cabeça.

- Vou avisar o pai e já volto! – anunciou Itachi. – Sasuke, fique aqui com ela! – ordenou.

Sasuke apenas concordou e aproximou-se dela, segurando-a pelos ombros. O moreno podia sentir a respiração dela descompensada e sentiu-se culpado. Será que ele foi o causador de tudo isso?

“Kuso!”

 

(Will you believe me?)
(você acreditará em mim?)

 

Nem queria pensar nessa hipótese. Caso o fizesse, se sentiria mais mal do que já estava.

Novamente, desviou os olhos para o rosto pálido de Sakura e sentiu um aperto no coração.

- O que você está sentindo, Sakura? – perguntou-a, colocando uma mecha de cabelo atrás da orelha.

- Não toca em mim... – murmurou.

Nesse momento, Sasori que estava apenas observando a cena, sem dizer uma só palavra comentou:

- Fique calma, Sakura-chan. Itachi está vindo...

Pouco mais de cinco minutos, Sasori avista Itachi vindo a passos rápidos.

- Avisei o papai, Sakura-chan. Ele ficou preocupado, mas não pode sair dessa festa até o encerramento...

- Tudo bem... – murmurou com a voz falhada.

Itachi ajudou Sakura a se levantar e seguiu direto para o carro. Colocou a rosada recostada no bando detrás do veículo e depois, fechou a porta. Assim que sentou-se no banco do motorista, viu o irmão mais novo olhando preocupado para Sakura.

- Sasuke, vá com ela no banco detrás...

Era tudo o que Sasuke queria ouvir. Imediatamente, ele abriu a porta e em segundos, estava sentado ao lado dela.

- Eu... não quero!

- Você não tem o que querer! – respondeu Itachi nervoso dando partida no carro. – Não seja teimosa, Sakura!

Itachi andava um pouco mais devagar que o normal, apesar de querer chegar logo em casa, sabia que Sakura não estava bem.

Sakura não soube exatamente quando adormeceu, mas em um momento, olhava para os prédios e casas passando pelo vidro da janela e no outro, acabou dormindo.

 

***

 

- Acho que ela dormiu... – murmurou Sasuke constatando que ela estava relaxada.

Itachi olhou pelo retrovisor e assentiu.

- Acho melhor colocá-la deitada, Sasuke. Assim eu posso andar mais rápido...

 

All the words that I come up with
They're like gasoline on flames
There's no excuse, no explanation
Believe me, if I could undo what I did wrong
I'd give away all that I own

Todas as palavras que eu disse
São como gasolina em chamas
Não há desculpa, não há explicação
Acredite, se eu pudesse desfazer o que fiz de errado
Eu abandonaria tudo que possuo

Com cuidado, Sasuke deitou-a no banco detrás e colocou a cabeça sobre o seu colo. A idéia de ele ser o culpado por tudo aquilo não saia da idéia do Uchiha. Tudo o que ele menos queria ela vê-la sofrer.

- Isso é estranho...

Sasuke foi tirado de seus pensamentos pela voz de Itachi.

- O quê?

- A Sakura estar assim... – comentou. – Aconteceu alguma coisa para ela estar desse jeito. E se quer saber, isso tem o dedo da Karin!

- Hum...

- Não se faça de desentendido, Sasuke. Você e eu vimos como aquela garota olhou para ela. E além disso, você viu os comentários maldosos que Karin fazia? Essa garota é uma cobra!

- Como se eu não soubesse... – resmungou.

 

***

 

Quando Sakura abriu os olhos notou que estava em seu quarto. Não sabia exatamente quando e nem como chegou lá, mas por sorte, a dor de cabeça havia passado.

Acostumando-se com a pouca claridade do abajur, notou Fugaku jogado na poltrona que ficava em um dos cantos do quarto. Ele não estava dormindo, apenas pensativo.

- Pai... – murmurou.

- Graças a Kami, Sakura! – Fugaku levantou-se no mesmo instante e foi em direção a cama onde ela estava deitada. – O que aconteceu com você na festa? Bebeu alguma coisa?

- Não. Eu apenas senti uma dor de cabeça forte... – sorriu sem graça. – Não queria estragar tudo. Desculpa!

- Hum... Ok! Vou pedir para que tragam alguma coisa para você comer!

- Eu não tenho fome, pai. Além disso, já é tarde! Pode ir descansar... Estou bem! É sério!

- Tem certeza?

- Tenho!

Mesmo relutante, Fugaku despediu-se da filha com um pequeno beijo na testa e em seguida, saiu do quarto, fechando a porta atrás de si.

Assim que se viu sozinha, colocou-se a pensar. Fugaku era o pai que ela nunca teve... sempre deu tudo o que precisava, nunca fez diferença entre ela e os verdadeiros irmãos Uchihas. Ela teve muita sorte por ele ter a acolhido justamente quando perdeu sua mãe e em nenhum momento, viu seu “pai” queixando-se de nada.

“ Mas então por que Karin disse todas aquelas coisas?” pensou.

“Puro ciúmes...” concluiu.

Era a única explicação plausível para aquilo tudo. Karin sentia inveja dela e a convivência naquela casa se tornaria ainda mais difícil.

 

***

 

Sakura definitivamente não conseguia dormir. Por mais que sua falta de coragem implorasse para continuar deitada, sabia que precisava de um bom copo de leite para poder dormir. Desde criança era assim, bastava um copo e ela ia diretamente para o mundo dos sonhos.

Desceu silenciosamente as escadas da mansão. Tudo estava apagado, afinal passava das três horas da manhã e todos estavam dormindo.

Quando seus olhos se acostumaram com a escuridão, pôde ver a porta da cozinha aberta e a luz acesa. Provavelmente algum dos empregados havia esquecido e não era nenhum sacrifício para ela ir até lá e apagar.

Quando colocou o pé na porta do cômodo viu a pessoa que menos queria ver naquele dia. Os olhares se cruzaram e ela foi a primeira a desviar os olhos dos dele.

 

When I say I'm sorry
Will you believe me?
Listen to my story
Say you won't leave me
When I say I'm sorry
Can you forgive me?
When I say I'll always be there
Will you believe?
Quando eu disser que sinto muito
Você acreditará?
Escute a minha história
Diga que não me deixará
Quando eu disser que sinto muito
Você pode me perdoar?
Quando eu disser que sempre estarei lá
Você acreditará, você acreditará em mim?

- Devia estar deitada... – comentou Sasuke sentado à mesa. Ele estava apenas com uma calça de moletom e uma regata branca. Pelo jeito, ela não era a única que não tinha conseguido dormir.

Ela nada respondeu, apenas seguiu até a geladeira e a abriu. Retirou a pequena caixa de leite e em seguida, foi até o armário para pegar um copo.

- Não vai falar nada? – perguntou-a já com uma certa irritação.

A mão dela apertou com força o copo. Como queria gritar e brigar com ele, mas não o faria. Rapidamente tomou o leite, esquecendo-se completamente que deveria esquentá-lo antes, mas só de pensar o tempo que levaria para esquentar e o tempo que ela passaria com Sasuke naquela cozinha, fez seu estômago revirar.

 

If I told you I've been cleaning my soul
And if I promise you I'll regain control
Will you open your door?
And let me in?
Take me for who I am
And not for who I've been

Se eu dissesse que estou limpando minha alma
E se eu prometesse que eu retomaria o controle
Você abriria a porta
E me deixaria entrar?
Me tome por quem sou
e não por quem tenho sido

Sakura só teve tempo de colocar o copo em cima da pia e no instante seguinte, sentiu ser puxada para a dispensa. Viu a porta ser fechada e  Sasuke virar-se para ela.

- Vou repetir mais uma vez, por que você não fala nada!?

- Não tenho nada para falar. – respondeu entre os dentes. – Às vezes é melhor se calar, do que usar palavras para magoar as pessoas.

 

When I say I'm sorry
Will you believe me?
Listen to my story
Say you won't leave me
Quando eu disser que sinto muito
Você acreditará?
Escute a minha história
Diga que não me deixará

- Em momento nenhum eu quis te magoar! – retrucou.

- Eu percebi! – ironizou. – Você pode me dar licença!?

- Eu não queria ter dito aquilo...

 

When I say I'm sorry
Can you forgive me?
When I say I'll always be there
Will you believe?
Quando eu disser que sinto muito
Você pode me perdoar?
Quando eu disser que sempre estarei lá
Você acreditará, você acreditará em mim?

- Mas disse! – respondeu irritada. – Se você pensa que vai me magoar ainda mais, está enganado...

- Sakura... – ele puxou-a pelo pulso e viu o rosto dela se contorcer. Quando olhou para o pulso dela, viu uma pequena marca roxa. – Quem fez isso?

Ela olhou para o próprio punho e não lembrava-se de ter batido. Somente Karin pegou naquele pulso, mas não foi forte o suficiente para deixar aquele hematoma.

- Ninguém... Devo ter batido em algum lugar. Não mude de assunto, me deixa passar!

 

When I say I'm sorry
(When I say I'm sorry)
Quando eu disser que sinto muito

- Sakura, me desculpa! – murmurou.

- Você vai ter que fazer muito mais que isso para eu te desculpar!

 Ele a fitou por longos instantes. Sabia que assim como ele, Sakura estava confusa e muito magoada, mas ele gostava dela... e aquele sentimento era uma coisa impossível de se ignorar.

Assim como naquela noite de sexta para sábado, ele aproximou-se dela pouco a pouco.

- Sasuke... – balbuciou.

When I say I'm sorry
(When I say I'm sorry)
Quando eu disser que sinto muito

Sakura sabia o que viria a seguir e era isso que a preocupava. Não queria se magoar ainda mais, mas seu corpo não respondia as ordens de sair dali o quanto antes.

Ela o viu aproximar-se ainda mais e sentiu o toque da mão gélida dele sobre o seu rosto. Não teve como impedir  que um arrepio lhe percorresse a espinha.

- Me larga! – exclamou irritada. – Você não percebe a droga que está fazendo?

- Sakura...

- Qual é o seu problema? Acha que vai ser assim, Sasuke... Hoje você me beija e amanhã me diz que estava bêbado?! Acha certo fazer isso comigo? – balbuciou.

 

When I say I'm sorry
Can you forgive me?
Quando eu disser que sinto muito
Você pode me perdoar?

 

- Eu não bebi hoje... e nem ontem! – murmurou fitando-a. – Tudo o que eu fiz nas últimas vinte e quatro horas foi porque eu quis, e não me arrependo!

- Mas...

- A última coisa que eu quero é te magoar...

Sakura engoliu em seco aquelas palavras. Nunca viu tamanha sinceridade naqueles olhos, que desde que chegou,  não brilhavam tanto quanto antes.

 

When I say I'll always be there
Will you believe?

Quando eu disser que sempre estarei lá
Você acreditará em mim?

- Me desculpa? – ele disse com os lábios próximos do dela.

- Você me acha um fardo? – balbuciou quase sem ar.

- O quê? – perguntou se afastando. – Quem t...

- Responda! – ordenou.

- Quem dera se todo o fardo que eu tivesse  que carregar fosse como você... – respondeu sorrindo de canto. Em seguida, sentiu Sasuke pressionar os lábios contra os seus.

Por mais que quisesse resistir, ela não conseguiu. Sabia que aquilo era errado, mas tinha a certeza que estava apaixonada por ele.

 

 

... Continua...

Daughtry - Sorry