Filhos da Lua e a Ascensão dos Corajosos. escrita por Ytsay


Capítulo 60
Sobre a queda de um criador.


Notas iniciais do capítulo

17º Episodio da saga do inimigo.
Anteriormente: Dukan participou de uma disputa em que ficou por ultimo e sofreu as consequências desse jogo cansativo que exigiu atenção, resistência e raciocínio. Mas o dia dele ainda não acabou e mesmo quase esgotado foi mandado para Matiel. O velho não gostou de seu estado...
Agora vejamos o que esse fatos vão afetar no futuro dessa cobaia.

—Boa leitura.!



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No Estado:

O lugar estava silencioso, Matiel ainda preparava alguns instrumentos e Dukan já não resistia ou pensava em muita coisa, pois lhe injetaram uma formula que o mantia acordado, consciente, mas não tão animado. O velho mandava o tempo todo em seu assistente que mal respondia ou falava.

Os aprendizes eram os assistentes, jovens que estavam aprendendo tudo da futura profissão para qual foram escolhidos. Era uma forma de distribuir a geração e garantir que os conhecimentos dos antigos sejam transmitidos para o próximo que ocuparia o cargo.

–Vamos começar - disse o velho olhando Kan que encarava o teto. - Infelizmente Jess atrasou o que eu ia fazer, então teremos que ser mais direto...

Dukan havia sido precavidamente anestesiando no braço esquerdo inteiro, mas a solução para mantê-lo atento amenizava minimamente o efeito e ele sentia o toque da luva deles.

Matiel pegou o primeiro bisturi com o assistente ao seu lado e logo começou seu procedimento que buscaria analisar se o resultado da recuperação óssea seria equivalente aos testes anteriores, que eram mais superficiais. Primeiramente um corte transversal no antebraço seguindo as fibras do musculo. Após o sangramento ser contido o corte é mantido aberto por pequenos ganchos com peso e Matiel passa a aprofunda-lo com a lâmina do bisturi, evitando mais danos ao musculo, até que chegar onde queria, naquele elemento branco que sustentava a estrutura humana. Então o assistente entregou um mecanismo preso á um cabo no alto á Matiel, aparentemente pesado pela forma que o velho o testou nas mãos de dedos magros.

O mecanismo não tinha uma lamina na ponta, ou uma serra, e sim a ponta de um diamante fino que concentrava um laser branco e frio. Quando essa luz concentrada entrou em contado com o osso o feriu com mais facilidade que qualquer lamina afiada, mas era apenas um corte de alguns milímetros, que dependia da distancia entre o mecanismo e o alvo, ou seja quanto mais longe mais profundo era o corte. Por isso Matiel se concentrava para mirar certeiramente sem ir longe demais. Então subitamente...

–Vê se não estraga esse braço, Velho. - Jess falou dentro da sala do meio das sombras que costumava se esconder e surpreendeu todos os que estavam ali, mas Kan foi uma reação grogue, lenta e tardia. - Matiel! O que você fez?!

Kan não notou, mas o velho moveu o laser sem cuidado com o susto, e, como seus pensamentos já eram lentos pela idade, só percebeu o dano que causou depois. Não era algo bonito. Um corte desuniforme seguia sobre a pele antes á salva do antebraço de Dukan, um risco que se avermelhava e começava a despejava fartas gotas de sangue, o corte seguia pra baixo, para as pernas de Kan, cortando a malha, pele e musculo de sua coxa esquerda e seguia mais além para atingir a canela de sua perna direita, depois corria pela mesa como um rastro tostado e escuro, até seguir para o chão e sumir repentinamente, pois o assistente retirou o mecanismo da forte de energia antes que os estragos fossem maiores ao atingir um dos cilindros de vidro.

–Matiel ele esta perdendo a pressão – falou Jess, feliz de ter visto um motivo para tira-lo do Velho, mas tenso porque era um grave ferimento.

O velho começou a buscar a causa, enquanto ao mesmo tempo o assistente buscava as coisas para conter os sangramentos, até que Jess apontou o que estaria causando a fraqueza gradativa da pulsação de Kan, na perna do loiro havia uma cascata grossa e interrupta de sangue escuro que já tingia parte da mesa. E o comandante continuou apenas a observar o que Matiel faria.

E derepente o velho ficou agitado para conter o sangramento sob a supervisão tensa de seu assistente e de Jess, fazendo movimentos confusos e claramente inúteis, até que ele desmaiou.

–É serio isso? Ele resolver dar pane agora?- disse o comandante para o assistente que logo tentou ajudar o velho caído no chão, que levou um tempo para ser reanimado e ficar de pé.

O velho estava abalado e tentou falar ao seu assistente o que fazer. Mas Jess mandou o garoto parar enquanto encarava Kan que finalmente descansava, mas seu coração não batia, nem o sangue circulava.

–Você não conseguiu Matiel. Isso será relatado, provavelmente será suspenso ou imediatamente substituído. Não toque nele até que mande a doutora vir busca-lo. Entendeu?

–Não... Mas... Jess... Foi um acaso infeliz. E... ele pode se regenerar, talvez volte. Só precisamos dar um tempo e não tem necessidade de por isso em um relatório.

O comandante encarou o rosto apreensivo do velho, um sinal de sorriso surgiu no canto de sua boca e ele negou com a cabeça.

–Não será assim. -e ele saiu com os passos firmes para a porta, estava feliz de saber que Kan podia talvez voltar, mas tinha o fato que precisava para tê-lo para si, vivo ou morto. O velho o observou se afastar e depois olhou preocupado para seu assistente.

Horas depois, a doutora chamada por Jess, que era a mesma que fazia o registro das cobaias e se chamava Rose, levou o combatente abatido para sua sala e lá ela o investigou para dar a causa da morte. Os aparelhos que Rose usou não registraram o movimento muito mais que fraco do musculo mais importante do corpo, o coração, que se movia imperceptivelmente; Sua parada completa permitiu que o ferimento mais grave ganhasse coagulação e agora o sangue reiniciava muito lentamente sua corrida sem ser desperdiçado na artéria da perna. Mas a doutora notou outra coisa quando analisava os cortes, que os tecidos se uniam lentamente pela não circulação comum, mas se regenerando.

Momentos mais tarde Dukan estava em sua cela e acordou vagaroso e desorientado, sentiu seu corpo frio, mas limpo e inteiro. Os ferimentos estavam quase fechados com a ajuda de costuras feitas por Rose.

–Eu morri de novo? - perguntou ele para si mesmo, não acreditando e confuso, pois só se lembrava de que Jess surgiu de repente e então tudo ficou confuso com ele falando alto.

Dukan!– A menina gritou depois de tanto tempo depois que ele falou. –Nossa! Você tá bem? Ouvi de um garoto no refeitório que Matiel te picou! Achei que minha chance estava pedida! Não faça isso de novo!

–Eu não fiz nada...

A menina, distante vários metros daquela ala das celas de cobaias, caminhava sozinha dentro de um deposito etiquetando caixas plásticas entupidas com substancias estocadas. Ela suspirou com o alivio de ouvi-lo vivo.

Sei, sei. Só não faça de novo... Ah, tenho boas e más noticias. Qual quer ouvir?

–Qualquer uma...

–Nossa você esta animado, hein?

–Ah sim, quando se morre sangrando, depois de se quase ser levado só pelo cansaço, á animação vem de bônus... - era para ser tangível a ironia, mas ele falava um pouco lentamente demais para Nia dar crédito.

–De qualquer forma, vou dar a má para ver se depois você melhora. Jess Creend, comandante da divisão de testes físicos e mentais para beneficio de batalhas e soldado, mandou um relatório exagerado do que Matiel lhe causou para os Guias, e agora você é dele e da geneticista e conservadora de cobaias, Rose. Na verdade ela não tem muito que fazer com você, além de tentar usar seu poder para alguma coisa, vai basicamente continuar estudando o que Matiel conseguiu e você ficará com Jess.

Dukan suspirou desanimado e deixou seu corpo solto sobre a cama em que ainda estava deitado, pois só de pensar em passar todas as horas de um dia naquele lugar de testes de Jess, cercado de soldados o assistindo, não era animador.

–Calma Dukan, agora é vou dizer uma parte melhor. Em breve teremos a Lua Negra, a Lua nova, e também é quando temos uma comemoração da queda do criador da nave.

–Queda do criador?-perguntou Kan.

–Sim, quando o Estado foi revelado pelo seu país criador, e então fomos lá e destruímos tudo. A primeira batalha ganha antes das muitas outras contra os outros governos que se meteram com agente. Digo com o Estado... você me entendeu. Mas continuando, essa comemoração é importante para todo mundo da nave e grande parte dos funcionários do setor de pesquisa em cobaias ganhara folga; principalmente Jess, ele vai é ser obrigado á ir para a colônia, que é bem longe, distante o suficiente dos soldados e comandantes que ficarem, e esses ficarão mais relaxados e provavelmente discutindo de terem que trabalhar.

– Colônia?

Colônia, a área onde os habitantes comuns ficam. Uma sociedade completa para nos manter vivos, eles trabalham nas agriculturas e outros serviços necessários. É um lugar até que impressionado comparado com essa seção. A colônia ocupa pelo menos 2/3 da nave toda. E no que resta tem a seção de cobaias e testes, que dizem que ocupava um espaço ainda maior antes, e uma parte para os motores e controladores gerais... Do que eu estava falando mesmo?

Não sei... –respondeu Dukan quando ele fez um longo silencio. -Você disse de duas noticias...

–Ah, sim, lembrei. Neste dia podemos ter uma chance melhor de fugir. Espero que esteja preparado. E teremos apenas uma chance, pois se me descobrirem viro comida de criaturas e acho que não encontrara outro disposto a te ajudar. Tenho que ir agora.

–Espera. -Dukan pensou no que ela disse mais rapidamente e acabou se lembrando de uma coisa que queria saber. –O que você sabe sobre a cobaia 177?

Não sei quem é. Mas as cobaias com o numero 1 no inicio, são da seção de aprimoramento de racionalidade, é quase o oposto da seção de Jes. Eles trabalham a mente em vez do corpo e fazem teste que envolve exclusivamente a mente humana. Vou tentar saber mais sobre esse 177. Se eu tiver tempo.

Dukan estava andando pela cela, seu corpo havia melhorado, os músculos cortados estava recuperados, mas com leve formigamento, mas os cortes na canela que atingiu o osso o incomodava mais. Parecia que ele foi deixado em paz por aquele dia, o que seria justo depois da morte. E provavelmente Jess não gostaria de ter uma cobaia ainda defeituosa ou com limitações para seus testes. Ele foi alimentado algumas vezes com poucas horas de intervalo, pois a doutora Rose supôs que ele tivesse um gasto de energia grande para se restabelecer, e isso era verdade alimentar-se o ajudou a ficar mais atento e com energia.

As luzes se apagaram subitamente, o que significava mais um final de dia na nave, e ele se acomodou para aproveitar as horas calmas que teria.

– Sua pergunta era sobre o 147?

– O que?! - Kan e levantou bruscamente. - Não, é Um-sete-sete. Não um- quatro-sete. Dois sete.

A menina riu.

– Eu sabia. Ainda quer saber sobre ele?

Sim.

– OK. 177 é um garoto.

– Sei disso.

– Porém é um garoto um pouco estranho, mas isso não vem ao caso. Parece que ele já esta aqui á uns oito anos, segundo a data de seu registro.

– Oito anos?!

– É. Isso é impressionante mesmo. Ninguém sobrevive tanto tempo como cobaia. Acho que ele deve ser do agrado de algum cientista ou comandante de setor, eles podem evitar os testes mais perigosos para o 177. –Kan não comentou nada e ela continuou narrando o que descobriu. –Veio de algum lugar do continente europeu de uma escola destruída. Diz no registro que ele foi pego pelo Difusor e continuou vivo, o que chamou a atenção dos recolhedores, porque era apenas uma criança de oito anos e sobreviveu.

– Quer dizer que ele está metade da vida dele aqui? - Dukan calculou rápido e não evitou dizer.

– Acho que sim... Então, 177 não apresentou qualquer sinal de sua mutação depois, apesar de ter tido os sintomas da contaminação. Os cientistas fizeram longos testes e descobriram que ele, ou seu corpo, bloqueia o contágio de qualquer formula que busque causar uma anomalia ou maximizar uma capacidade. E ainda estão estudando, assim o mantem no setor de aprimoramento de raciocínio por ele não ser apto para outros, e por não quererem que ele sofra danos antes de pesquisarem tudo sobre ele. Isso é tudo que sei.

E nome dele, não tem em algum lugar?

Acho que com oito anos ele não falou muito. Escreveram “mudo” nesse campo da ficha. E duvido que se perguntem agora ele se lembraria... Mas, vou acabar por aqui, já é tarde e amanhã eu tenho um monte de coisa pra fazer e você também. Nos falamos á qualquer hora.

Depois disso teve apenas o silencio na cela escura de Dukan.

E a jovem Nia repousou-se sobre sua cama macia na moradia em que vivia no centro da colônia, um lugar próximo da coluna de elevadores de propulsão, que são restritos para a população comum e que leva apenas os trabalhadores da seção de testes e cobaias acima. Ás vezes essa seção é chamada de Instituto.


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Notas finais do capítulo

 É bom escrever de noite... Principalmente sendo obrigada a ignorar a existência de internet e desse site.  E isso gerou muita coisa sobre o Estado, tanto escrita nesse capitulo como para o próximo capitulo de Kan, que  acho que é hora de falar coisas uteis...
Nossa, nesse capitulo tem certo peso de coisas. Vou listar:
— Matei o Kan. (de novo. ¬¬’ A Beatrice vai me perseguir se descobrisse isso. Mas é divertido);
— Jess conseguiu Kan só pra ele. Segundo Nia;
— Nia revela o começo de seu plano e conta alguns fatos sobre o Estado.
— Ela informa que se pode identificar a seção da cobaia, apenas sabendo o primeiro numero dos três dígitos que recebem.
— E novamente Nia trás a historia da primeira pessoa que Kan conhece nessa nave, 177 que até nos registro não tem um nome...
É isso.

No próximo capitulo dos combatentes: Teremos mais um dia onde saberemos o que os outros estão fazendo enquanto Yan e Marlene saíram nessa manhã.  A sim, vamos fazer alguém dar uns tapas em alguém, só para descontrair, e Vinte volta a ser interrogado, além do final desse dia desses dois passeadores que já mencionei...
Espero que tenham gostado. Obrigada por ler!
(Parabéns Lola! A primeira pessoa desconhecida que eu dou parabéns pela internet e pelo Nyah. E é Leão com eu. XD. Bj e abraço! )



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