Savannah não se opôs aos golpes de Taz, se desviou do primeiro apenas a irritando então atacou a pequena da mesma forma. E volta e meia a ruiva murmurava sobre Destiny fugir do que arrumava. A luta passou a ser equilibrada, a pequena sendo ágil e atingido a ruiva que por sua vez usava de estratégias para atingir Taz.

Na mansão Kate estava procurando seu filhote de gato que tinha desaparecido naquela manhã. Aaron tinha seus projetos com alguns automotores no galpão do subsolo e tinha voltado á mansão para pegar algumas ferramentas que podiam estar na garagem. Quando voltava encontrou Beatrice sozinha e aparentemente normal, pronta para pegar o elevador.

–-Aonde você vai?- perguntou ele ao vê-la, estava um pouco preocupado se ela tinha descoberto sobre o prisioneiro.

–-Comprar um sorvete. – ela o encarou indiferente. -O que você acha Aaron?! Dar um volta lá em baixo, bater em alguma coisa, dar uns tiros. Essa mansão esta muito chata.

–-Ãnn... - Ele não achava boa ideia, mas não tinha argumentos para impedir uma garota, muito menos Beatrice.

–-Ei, um de vocês não viu o meu gato?- Kate apareceu no tempo em que o elevador ainda não tinha chegado.

Aaron negou e olhando a morena ao seu lado disse rapidamente:

–- Talvez Beatrice possa ajudar a acha-lo?- ela o olhou sem entender. - Pode ser mais divertido do que ficar lá em baixo sozinha.

Ela suspirou, sabia que ficar sozinha não era bom, normalmente era nestes momentos que seus pensamentos arrumavam uma brecha para lembrar lá do ferimento que perder Kan tinha deixado. Então ela suspirou, concordou e seguiu atrás de Kate.

Assim que elas se foram Aaron resolver ir atrás de Diana ou Destiny, que deviam estar fazendo companhia à garota quando não estavam na sala de monitoramento com Cadius e Lucas ou com as irmãs. Depois de andar pela casa e não as encontrar em nenhum lugar, abordou Flecher e perguntou se ele viu Destiny ou Diana. O menino sem entender porque Aaron estava atrás das garotas respondeu:

–-Destiny deve estar treinando luta com Taz no salão. E acho que Diana esta na sala de monitoramento.

A expressão de Aaron mudou.

–-Você disse que Destiny está com Taz? Sozinhas treinando luta?

Flecher concordou curioso e sem saber o que estava errado. Então Aaron o chamou para seguirem rapidamente até o salão de Luta.

Quando os dois garotos entraram viram a cena da Ruiva imobilizando Taz e dizendo varias coisas sobre como a pequena não parecia uma garota e que ela não poderia chamar a atenção de Flecher só por ser quem ela é, masculina, desajeitada e ranzinza.

Aaron não perdeu muito tempo para levar a ruiva para fora do salão, que depois começou a gritar com ele para abrir a porta, uma coisa que ele estranhou, pois a Destiny sempre falava calmamente e gentilmente com todos.

Taz se levantou pronta para prosseguir com a luta e foi atrás da ruiva levada por Aaron. Mas Flecher ficou entre ela e a porta para impedi-la, mesmo assim ela não desistiu e avançou sem paciência alguma, quando ele tentou segura-la ela fez de tudo para se soltar. Pouco depois ela parou para responder as provocações que vinham através da porta, e uma discussão estava formada. No meio dessa confusão Flecher ouviu Aaron perguntar se ele conseguiria lidar com a pequena e ele respondeu alto quase sendo impedido pela voz alta de Taz que sim. Em seguida a voz de Savannah foi se afastando com seu discurso mudando aos poucos, se esquecendo da pequena e falando sobre conhecer aquele lugar.

–-Taz... – Flecher chamou e ela encarava a porta com atenção esperando algo. –Taz!

Ela olhou séria a garoto em sua frente. A pequena tinha no rosto alguns vermelhos e arranhados por varias partes do braço e pescoço. Então Flecher foi surpreendido por um soco, que ele suportou bem, mas não entendeu. A seguir viu a pequena reclamar com um gemido e segurando punho, as juntas de seus dedos já estavam doloridas depois de tantos golpes.

–Qual o seu problema garota!-disse ele a olhando irritado. -O que esta acontecendo para isso!

–-Você! Você é o problema. Está distraído demais com essa ruiva irritante, tomando chá e conversando com sorrisinhos, enquanto devia estar pensando em como chegar ao Estado e terminar isso de uma vez! Esta perdendo tempo! E eu te vi primeiro antes de qualquer uma dessas... -Eles se olharam por um tempo. -Que cara é essa?! Para de ficar me olhando!

–-Não era chá. -disse ele em tom mais baixo e calmo. -Era chocolate quente que ela fez para as irmãs e me ofereceu. E não estávamos falando de qualquer coisa, eu perguntei como estava Beatrice. – ele se aproximou serio os dois passos até Taz e disse mais firme: - E você sabe, mais do que ninguém nessa casa, que estou fazendo tudo o que posso para atacarmos o Estado. –ele observou ela desviar o olhar do dele logo acima, e acabou sorrindo ao notar o rubor no rosto dela. -Você esta com ciúmes, esta Taz?

–-Ciúmes daquela ruiva toda frufru e boazinha?! Que você fica olhando de longe só porque ela lembra sua irmã? Que esconde esse lado arrogante e irritante, que dá vontade de esmagar, picar e deixar o Estado levar? É claro Flecher! E sabe por quê?! - ela o olhou fixamente. -Porque gosto muito de você. Mesmo você tendo me avisado para evitar essas coisas, eu não consegui, achei que podia, mas... não posso.

E Taz negou com a cabeça o olhando, sabia que o trato que ela fez com ele para ficar na mansão, o ajudar e combater o Estado estava quebrado. Mas também não se sentia culpada, pois, mesmo ela querendo muitas vezes, não tinha controle do que sentia.

Flecher sorriu brevemente e a abraçou quase a apertando, também tinha o coração disparado dentro de si como o dela. Era uma situação estranha. Queria poder dizer a pequena que tudo que Destiny falou sobre o que ele pensava de Taz, estava errado, mas isso só aumentaria o problema.

–-É uma corajosa de me dizer isso. – suspirou e murmurou: - Você que esta me distraindo desde ontem... -Ele se separou, segurou o rosto da pequena e encostou a sua testa na dela, observando a expressão da garota que o olhava com olhos castanhos tão de perto. - E-eu não posso te corresponder e depois ter que ignorar tudo depois. Você sabe que meu objetivo é acabar com existência daquela nave, custe o que custar. É meu principal interesse. – e não deixar que mais alguém sofra por causa disso.

De repente um sinal luminoso se acendeu na sala de treinamento de luta e todas as outras voltando à atenção de todos para o que poderia estar acontecendo.

Na sala onde Vinte havia acabado de falar com Diana, o rugido da criatura presa no galpão ecoou vindo de todos os lados. E subitamente a expressão tranquila do prisioneiro mudou para uma indecisa.

Vinte se afastou do vidro esperando para ouvir o som novamente, não tinha certeza do que ouviu e amaldiçoou Flecher pelo apito que machucou seus ouvidos. Depois de alguns minutos ele encarou Diana analisando o que ela iria fazer com o sinal luminoso avisando de algo, mas ela também estava tensa tentando entender o que estava acontecendo. O rugido ressurgiu fazendo o soldado ficar imóvel para ouvir por completo, então ele faz um assobio baixo e quase sem som e esperou pacientemente uma resposta, que pouco depois veio como um rugido longo, até o ultimo folego da criatura.

Vinte encarou Diana com um sorriso que logo sumiu e sua expressão passou a demonstrar grande irritação. Bruscamente ele se aproximou do vidro e gritou para ela solta-lo. Diana apenas o olhou medo da súbita mudança de humor do prisioneiro e do que podia estar acontecendo com a criatura.

–Me solte daqui Diana! Agora!- ele gritou novamente e deu alguns socos no vidro para chamar a atenção dela.

A garota negou sem dizer nada e começou a ir para a porta. Vinte continuou irritado, e pirou ao vê-la lhe dar as costas, então começou a socar determinado o vidro, que depois de alguns golpes estalou em alguma parte chamado sua atenção para uma possível fuga. E ele continuou sem medir seus esforços para destruir a barreira.

Assustada e sem poder impedir o soldado, Diana correu atrás de ajuda pelos corredores até que encontrou Cadius, Lucas, Yan, Marlene, Aaron e Destiny correndo em sua direção. Diana parou esperando para receber a ajuda deles para impedir a fuga de Vinte.

–O que você esta fazendo aqui Diana? -perguntou Cadius, pois ele achava que ela não apareceu na sala de monitoramento porque estava com a irmã na mansão.

–O prisioneiro esta escapando! – não respondeu ela.

–O quê?- Disse Marlene parando junto de todos os outros, próximo da garota. -Justo agora?!

–Como assim? Não é por isso que vocês estão aqui?-disse Diana.

–Não. Esse sinal avisa que a criatura esta fugindo novamente. -Yan apontou as luzes amarelas e vermelhas piscando no alto das paredes. - Estamos indo tentar conte-la.