Destiny estava guardando a porta de acesso a casa e ia acertar Fletcher com seu pequeno machado afiado e sujo de vermelho, se um espasmo involuntário, e estranho, no braço não desviasse a lamina para outro lugar. O rapaz a encarou assombrado e ela também estava chocada com o que ia fazer. Ele entrou apressado na casa e entregou Marlene para Yan, que lhe deu uma das injeções anestésica, retirou a lamina e cuidou do sangramento.

–-Eles não querem nos matar. Estão apenas nos cansando... -disse Fletcher dando uma rápida pausa da agitação e depois seguiu para a mochila próxima de Philipe, ele tinha incumbido o garoto de trazê-la quando desceram do helicóptero.

–Acha que eles querem nos capturar?- disse Yan ainda dando atenção ao curativo de Lene.

E o moreno concordou e falou:

–Destiny você tem que me ajudar a chegar ao Totem.

–-E-eu?-ela tremeu.

–-Claro, os outros estão espalhados demais. Yan e Philipe estão com Clark e podem se proteger sozinho. Vamos?

A ruiva sentiu seu coração disparar e a voz, que a alertava para ficar longe da nave e de qualquer um de seus soldados, subitamente mudou sob a exigência do moreno decidido. E Savannah, pela primeira vez, se destacou em meio aos pensamentos de Destiny, soando como a voz mais confiante e disse que ela precisava ajudar o “bonitinho” para que ele não se ferisse gravemente e eles pudessem se ver novamente. Destiny, mesmo estranhando poder se comunicar assim com a outra parte, lançou a pergunta de como a opinião de Savannah havia mudado tão rapidamente e em reposta surgiu um silencio que nunca tinha ocorrido. Então a outra parte da ruiva pareceu sem paciência e disse então pode deixar comigo. E de repente Destiny ficou tonta e se apoiou em uma parede.

–-Você esta bem?- Fletcher parou em frente à porta olhando.

–-Melhor agora. -ela o encarou com um sorriso travesso. –Savannah esta aqui para te ajudar.

Então a ruiva colocou o machado no suporte no cinto e puxou a pistola de balas habilmente verificando a quantidade de balas.

–-Acho melhor ficar com o machado. -Fletcher tinha notado Destiny atirando e acreditava que ela era bem melhor com aquela arma.

A garota riu colocando um novo cartucho de munição em uma das pistolas.

–-Fletcher, querido, não pense que as terríveis habilidades de Destiny são as mesmas que as minhas. -Ela piscou para ele e levantou a pistola na direção dele atirando para fora.

Não muito longe ele viu um soldado cair.Depois ele só concordou e teve que confiar. Saíram atirando e viram uma dúzia de soldados evaporarem eliminados.

Kate continuava perto dos dois garotos, Alec e Aaron, mas nenhum deles conseguiu impedir que uma lâmina surgisse e lhe cortasse na cintura profundamente. Ela continuou com alguns golpes em seus oponentes, porem o corte logo manchou sua blusa e calça de sangue, e a área começava a se tornar dormente. Aaron escorregou levemente em algumas gotas vermelhas e então percebeu que Kate estava ferida e insistia em lutar, gritou para Alec que mal o ouviu e a dirigiu a força para dentro da casa para Yan e Philipe cuidarem antes que ela perdesse muito sangue.

Brian estava junto de Taz e usava apenas sua cimitarra, já que a bazuca demorava demais para ser recarregada, quando de repente a baixinha se abaixou bruscamente xingando um soldado qualquer. Uma flecha a acertou na canela e ficou encravada atravessando apenas a carne. E aquilo incomodava muito Taz que se desequilibrou tentando ficar apoiada em um pé e ajoelhou de vez.

–-Taz, você esta bem?- Brian ficou preocupado e temia que fosse algo mais fatal.

Ela o olhou séria e com uma expressão de desagrado pelo ferimento, mas respondeu de uma forma humanamente calma que sim.

Então Brian voltou-se para o soldado que surgiu em sua frente bloqueando uma espada dentada. As armas dos dois ficaram presas e Brian esforçava para se livrar rapidamente do oponente. Outro homem fardado apareceu e atacou Taz ainda ajoelhada no chão. Foi tão repentino que ela só teve tempo de levantar o braço com o bracelete na frente da espada esguia para se defender. Porém ao mesmo tempo, para piorar a situação dela,outro soldado ia golpeá-la com um bastão de ferro. Ela ia ser atingida por um dos dois soldados e Brian continuava enroscado com outro.

Brian ouviu o som do metal contra o bracelete de Taz e o grunhido dela para suportar o peso do golpe, e notou o segundo soldado se aproximando para atacá-la covardemente. Então impulsionou o mais forte que pode contra a espada de seu oponente, que não esperava por tamanha força, se desequilibrou e caiu levando a espada de Brian junto. No milésimo de segundo depois ele se dedicou a bloquear o bastão com o braço, mesmo sabendo, ou não, que o impacto poderia partir todos os ossos de seu antebraço sem ter concerto.

A pequena caída se assustou com o que veria quando percebeu o que Brian fez. Mas para surpresa dos dois, o braço de Brian Jalaska não era de carne e osso, estava recoberto de metal fosco e rígido e até o soldado do bastão o encarou surpreso. Taz rapidamente ignorou o que acontecia e foi aproveitar a distração, pegando a besta e atirando no soldado com a espada em sua frente. E Brian atacou o homem do bastão com um soco de ferro que nem o capacete que ele usava suportou.

Taz se levantou equilibrando em uma perna e com a ajuda de Brian. Depois o olhou e sorriu admirada com a habilidade do garoto e ele sorriu de volta,feliz de saber o resultado daquele tempão que ficou no hospital.

Então um som chamou a atenção dos dois que se viraram para o terceiro soldado segurando uma arma que parecia uma besta mais complexa e pequena, onde a munição eram dardos com algum liquido dentro. Não demorou ele disparou em direção a Brian, que era o mutante que ele queria. O tiro acertou o peito de Brian, o dardo caiu no chão com a ponta torta e o garoto sorriu gozador para o soldado. Agora não só o braço de Brian era ferro, as partes a mostra do corpo dele foram contaminadas pelo metal e ele avançou confiante e rapidamente para o oponente o desarmando e lutando. A briga deles não demorou muito e logo mais um soldado desaparecia aos pés de Brian.

Alec estava sozinho e três soldados o perturbavam. A luta se tornou injusta quando Aaron levou Kate e ele ficou sozinho. Para ele parecia que estar só chamava mais soldados e ele estava ficando cansado muito rapidamente.Alec observou rapidamente algumas vezes para além do homem com quem lutava, achou Diana e Cadius bem longe, eles tinham poucos inimigos próximos e eliminavam os últimos. Entre outros golpes e outro inimigo ele encontrou Lucas também sozinho como ele, mas o menino matinha a mesma disposição parecendo que nunca perderia um pingo de sua energia ou agilidade, por mais horas que passasse naquele ritmo de luta. Ele ia bem melhor que Alec, que tinha cortes na perna e nas costelas. Em uma disputa de força, a espada de Alec entra no movimento giratório da do inimigo e escapa de suas mãos sendo lançada para longe. Ele ficou desarmado e outro soldado o atacou abaixando a arma e dando um soco que ele não espetava tão cedo. Alec ficou desnorteado por um breve momento antes de revidar, sabendo que tinha que lutar para sair daquela armadilha. Mas outro soldado o segurou e ele foi rapidamente contido e socado algumas vezes. Só o soltam quando ele parou de tentar reagir e seus músculos se renderam completamente sem energia. Caindo no chão ele ainda observa o que acontece em volta, um dos três soldados próximos acena para o pessoal próximo da nave e depois o encara com um olhar satisfeito.

Um dos dois homens protegidos pelo escudo do Totem aparece a seguir, carregando seu estranho equipamento que parecia uma haste alta de dois metros com circulo de um metro e meio de diâmetro na ponta. Não era uma arma. Os soldados próximos de Alec se afastaram, ele tentou se levantar, mas parou ajoelhando sem forças, com dores e cuspindo sangue sem conseguir fazer mais que isso. O circulo é posto em volta de Alec, que fica confuso do que seria aquilo e encara quem manuseia o equipamento. O soldado se veste como todos os outros; roupa cinzenta e grossa, colete, capacete e uma mascara que mostra apenas os olhos,mas chama a atenção de Alec que este possua olhos extremamente azuis como o céu de dia. Então ele começa a se sentir enjoado e seu corpo inteiro formiga, até que ele sente um repuxo inesperado e rápido.

Fletcher corria nos espaços livres seguindo Destiny que abria caminho mirando suas pistolas e atirando perfeitamente impressionando-o com a ótima pontaria. Ele parou quando viu Alec ser capturado e desaparecer no centro do equipamento estranho dos Filhos da Lua sendo tele transportado para um lugar desconhecido. Sempre se perguntou como os O Estado levava suas cobaias das escolas, não caberiam tantas em um Totem, e ali estava a reposta: um mecanismo portátil de tele transporte. Mas Fletcher não podia se perturbar com aquilo naquele momento, tinha que desabilitar a nave e evitar que outros sejam levados ou feridos e a casa destruída. Ele voltou a correr, Destiny seguia sem ele em direção ao espaço gramado onde estavam Beatrice e Kan, pois era o objetivo que ele deu para a ruiva o ajudar a chegar.

–-Kan me ajude... –falou alto Fletcher para o loiro não muito longe. -preciso de um impulso. –ele apontou para uma janela no segundo andar da mansão e depois o Totem não muito longe do telhado.

Dukan entendeu e não precisou se mover muito de onde estava para estar pronto para dar a ajuda de Fletcher, que correu e pisou em suas mãos unidas e ele o jogou para cima com facilidade. O moreno se segurou em uma parte da janela, escalou e continuou subindo para o telhado da casa.

Kan ainda o observava subir quando se virou com um arrepio frio na nuca. Beatrice tinha sido acertada de raspão no pescoço por uma faca.Mas Destiny, que era Savannah, jogou seu machado que se cravou no peito soldado que lançou a faca. Kan puxou novamente as facas do cinto e se juntou as garotas. Assim que chegou não deixou de lançar um olhar para Bea.

–-É só um corte. -ela respondeu passando a mão no pescoço e deixando um rastro.

Ele cortou um soldado fatalmente e disse:

–-Eu sei, mas você perdeu o seu dragão.

Então Beatrice notou a falta da corrente no pescoço e de seu pingente de dragão com olhos de rubi. Porém os dois continuaram a enfrentar oponentes sem mais tempo para conversas.

–-Fletcher e Yan acreditam que eles querem nos captura, por isso não nos matam de uma vez.- disse a ruiva com voz alta próximo deles antes de se defender e atirar com a pistola grudada no capacete de um soldado.

–-Isso explica a quantidade de soldados e as armas brancas. Eles podem curar os ferimentos com essas armas. - falou Kan.

Quando tiveram um tempo sem inimigos para derrubar Dukan e as duas meninas olharam para cima e viram que Fletcher tinha chegado ao telhado e estava na beirada, sem nenhum problema com altura, pois a autoconfiança que ele tinha era suficiente par anular o medo de cair. Ele encarou os três lá em baixo por um momento.

Seu plano era simples: tocar no Totem; como fez na escola Leões S. e em outras. E então o maior problema deles naquela batalha estaria resolvido. Fletcher analisou a aeronave conhecida, notou que tinha uma parte plana conveniente perto e mediu a distancia entre o prédio e essa parte, conseguiria alcançá-la com um bom impulso.