Caminhos Cruzados - Davi e Megan escrita por Alexia Lacerda


Capítulo 25
Capítulo 25 - "Juntos nessa"


Notas iniciais do capítulo

Oi pessoal. Obrigada por tudo.



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Foi como um choque elétrico; um balde de água fria. Não era surpresa, nem decepção, sei lá, não conseguia definir em palavras. Teve vontade de perguntar se era real; se estava mesmo acontecendo. Ele enxergou os olhos da garota tomarem um brilho diferente, e foi o suficiente para impulsionar seu metabolismo. Não sabia ao certo é sensação de ganhar na loteria, mas acreditou que fosse muito parecido com o que sentiu. Curvou o canto dos lábios, aficionado com a resposta que acabara de receber, pois ele sabia que era arriscado, tanto para um quanto para o outro, e mesmo assim ambos se dispunham a seguir em frente, juntos. Os segundos que sucederam o "sim" foram de puro silêncio, já que os olharem diziam muito mais que todo e qualquer discurso.

— Você é um tipo de pessoa extremamente apaixonante.

E ela sorriu, novamente sendo responsável por seus embrulhões no estômago. Era como se por um simples movimento facial, ganhasse o poder de mexer com seus sentimentos. E isso era perigoso. Ah, como era. Poderia ser como seus antigos relacionamentos, que sempre acabavam com um pé na bunda. Em algum momento, ele colocaria tudo a perder. Sabia disso. E acabaria por ver a pessoa por quem é apaixonado, dando a mão para outro. E sofreria com isso. Ah, como sofreria. Mas de alguma forma, sentia que aquilo com Megan era muito superior a qualquer outro envolvimento passado.

— Obrigada...

— Você fica muito bem quando tá nervosa.

— Eu não tô nervosa!

— Teus dedos tão tremendo.

A garota olhou para as mãos, como quem temesse a verdade. Deu risada e reencontrou seu olhar, embaraçada. A voz saiu tão meiga que se tornava cômica.

— Ah... isso. Saiba que a culpa é toda sua.

— Minha?

— Tem mais alguém nessa sala?

— Não, graças a Deus.

O riso se tornou imediato, e ele a chamou para um abraço, sentindo mais de perto seu perfume. A pele macia da garota era quente, fazendo com que quase adormecesse ali, sem ter que se preocupar com mais nada, pois era maravilhoso tê-la nos braços. A proximidade de suas bocas era tanta, que nenhum dos dois mais aguentou ficar sem tocá-las.

— Você percebeu que agora eu sou teu namorado, né?

— Percebi... nós somos declaradamente um casal.

— E isso significa que você é minha propriedade.

A garota franziu a testa, prendendo seu olhar no dele. Não cansava de lembrar quão sacana ele era, e como isso ganhava espaço em seu charme. Suas palavras carregadas de sarcasmo e suas provocações frequentes faziam o mesmo em sua personalidade. Davi Reis era o homem mais irônico que conhecera, e o único capaz de fazê-la verdadeiramente feliz.

— Não me lembro de ter concordado com isso.

— É sempre bom ler as letras miúdas do contrato...

— Acho que tem alguém me passando a perna.

— Prove... aí nós conversamos.

— Até que eu consiga, sou tua? Tipo... toda tua?

— Toda minha... e vice-versa.

— Também significa que só temos um ao outro?

— Sim... é isso que namorados fazem, os de verdade.

— Me fale mais sobre isso.

— Namorados não traem, nem enganam, nem faltam com respeito.

— É um pensamento bom... acho que nós podemos viver assim.

Davi aplaudiu. Ele podia, pelo menos. Não nascera para viver sozinho. Não tinha vocação para solteiro. Gostava de ter alguém do seu lado, para enfrentar seus medos e realizar seu sonhos. Queria cair no mundo acompanhado, ter quem abraçar no escuro da noite, e ter o apoio nos momentos mais difíceis. Ele não pretendia desistir de Megan tão fácil assim. A não ser que fosse precisamente necessário.

— Então... parece que estamos juntos nessa.

A garota sorriu docilmente.

— É... parece que sim.

— Quer fazer a gente funcionar?

Megan assentira sem pensar duas vezes, e ele respondeu com gosto.

— Então vamos encarar isso.

— Tudo bem... mas me responde: e o reality.

— Não vou desistir dele. Se for pra ser, será.

— E essa frase... eu acho que também serve pra gente.

— Exatamente. Nós dois vamos tentar... mas se não der certo...

— Paciência...

— Isso... não há nada que se possa fazer...

Davi deu um beijo em sua testa, a tomando nos braços novamente. Já fazia tempo desde que se afastou grupo, e os dois só notaram isso bem ali, naquele abraço. Foi chocante, a princípio. Suspiraram como se voltassem ao mundo real, não esquecendo do que vivenciaram a pouco. Ela abriu um sorriso, não sabendo qual seria a próxima vez que se veriam, e por instante achou que os olhos se encheriam de água. Para seu azar, não sabia disfarçar muito bem.

— Cê não vai chorar, né? — ele tomou um susto.

— Nhé... eu choro por qualquer coisa...

— Pois é... é o que eu digo, igualzinha a minha mãe. Sabe que... deve ser por isso que gosto tanto de ti. — sorriu de volta, dando um passo para trás. — Bom... eu acho que devo me juntar ao grupo pelo museu. Daqui a pouco alguém vai perceber que tem algo errado... e eu não quero que ninguém estrague os momentos que batalhamos tantos pra ter. Ai ai... que vida difícil, só diga pra mim que não vai chorar por isso, por favor. — riu.

— Não vou...

— Muito bem. Agora posso ir mais tranquilo.

— É... arranje uma boa desculpa...

— Vou pensar em uma no caminho.

— Ótimo, você é uma pessoa inteligente... muito inteligente...

Davi não conteve o riso, vestindo o casaco que deixou em cima da escrivaninha. Se aproximou mais uma vez da garota e a beijou, rumando até a porta, com os passos hesitantes.

— Independente do que me espera essa noite... queria te contar que você já garantiu meu sorriso. Bem... eu vou indo. Se cuida na volta... amor...— e com um aceno, saiu pela porta, deixando Megan no silêncio daquela sala, apenas com o eco de sua última palavra.

***

Davi voltava apressado pelos corredores, tropeçando nos próprios pés. Uma certa adrenalina lhe subia pelo corpo e ele não desprendia o sorriso, como se as lembranças viessem a tona ao passar cada segundo. Desceu correndo pelas escadas, contornando as esquinas até encontrar os jovens espalhados, que viravam e mexiam nos artefatos expostos.

— Desculpa a demora. — disse, se aproximando e repetindo a ação dos outros. Pegou uma peça do HD de computador e começou a analisá-la, percebendo que ninguém realmente se importou com sua saída. Não podia negar a alegria dispersava.

— Que cara sinistro aquele. — Ernesto dissera, fazendo com que tomasse um susto tremendo. — Se quiser, pode copiar as anotações quando a gente chegar no chalé, fiz bem caprichado, só pra você.

— Que fofo da tua parte.

— Eu sei... mas agora, falando sério, porquê te levaram?

— Foi como o cara disse, tínhamos questões a resolver.

— Quais? Você fez alguma coisa?

— Naquela hora eu ainda não tinha feito nada.

— E depois fez?

— Fiz.

Ernesto estava tomado de curiosidade. Já esperava pelo pior, quando percebeu que Davi pensava muito a respeito. Se não incentivasse, provavelmente ele ficaria calado.

— O que você fez?

— Digamos que...

— Sim?

— ... eu esteja namorando o Origin Genesis.

— QUÊ?!


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Notas finais do capítulo

Adoro suas opiniões e comentários, lembrem-se disso. *-*