Em Família... Com Muito Amor À Vida! escrita por Paula Freitas


Capítulo 7
Capítulo 7: Será que vai ter casamento?!


Notas iniciais do capítulo

Enfim, chegou o grande dia! Niko e Félix irão se casar... ou ainda não?!



Este capítulo também está disponível no +Fiction: plusfiction.com/book/473060/chapter/7

Sete meses passaram. Era setembro, início da primavera. Félix andava pela beira da praia, com a água morna batendo em seus pés com as ondas. A água também batia nos pezinhos de Fabrício que andava segurando nas mãos do pai, se divertindo cada vez que a água vinha ao seu encontro. Félix brincava e conversava com o filho pequeno como se ele o entendesse.

– Você gosta da praia Fabrício? Gosta não é? Pois o papai Félix vai fazer uma surpresa pra seu papai bem aqui! Eh eh, do jeito que seu pai é sensível, ele vai querer pular no mar de tanta emoção... Ai ai, daqui a pouco ele chega do restaurante e seu irmãozinho chega da escola! Já fui visitar seu avô hoje... Ele disse que não vem mesmo, não tem jeito... Mas tudo bem, deixa ele né Fabrício, pelo menos ele gosta da gente! Sabe Fabrício, vamos pra casa que eu quero te mostrar uma coisa antes de seu pai chegar...

Félix levou Fabrício de volta pra casa.

– Precisa de alguma coisa seu Félix? – Perguntou Adriana.

– Não Adriana, brigado! Eu já levei o Fabrício pra tomar banho de sol, ele adora caminhar na praia... Vou dar um banho nele porque ele está cheio de areia... Ah, se o Niko chegar, que ele disse que vinha mais cedo, me avisa antes de ele entrar no quarto viu!

– Tá bom, seu Félix!

Félix deu um banho em Fabrício e brincava com ele vestindo sua roupinha, quando decidiu lhe mostrar uma coisa. Correu ao escritório, colocou algo no bolso, e voltou para o quarto de Fabrício.

– Olha, meu filho, você vai me ajudar a escolher qual desses dois eu dou para seu pai! Fabrício, qual você acha mais bonito, hein?! Aponta pra um dos dois, Fabrício...

O pequeno estendeu os bracinhos para o pai e segurou uma das caixinhas que o pai lhe mostrava.

– Esse Fabrício, tem certeza? Tem razão... Vai combinar com os olhos dele! Você tem bom gosto igual ao papai Félix, não é?!

Félix escondeu rapidamente as caixinhas no bolso quando Adriana bateu na porta do quarto dizendo:

– Seu Félix, o seu Niko já chegou com o Jayminho!

Niko foi entrando.

– Oi! Chegamos... Adriana, cadê o Félix?

– Ah, ele tá no quarto do Fabrício, acabou de dar banho nele!

– Ah , tá... – Virando para Jayminho, Niko falou baixinho: - Meu filho, segura isto e guarda, esconde lá no seu quarto tá! Em um lugar onde o Félix não possa ver... – Disse entregando uma caixinha para Jayminho.

Félix já vinha descendo com Fabrício.

– Olha... O Fabrício acabou de tomar um banho gostoso, tá todo cheiroso agora feito o pai!

– Uhn, deixa eu ver... – Niko deu um cheiro em Fabrício dizendo: - Uhn, tá mesmo cheiroso, meu filho... – Depois se aproximou do pescoço de Félix e o cheirou também. – Uhn...

– Que foi carneirinho? Eu sei que não estou tão cheiroso agora, mas ainda não tomei banho tá! Levei o Fabrício pra passear na praia e fiquei te esperando...

Niko ficou com um sorrisinho safado.

– Esperando... Pra tomar banho? Já tô aqui...

Com aquela cara de cínico que só ele sabia fazer, Félix lhe respondeu:

– Aham... Quem te viu quem te vê carneirinho... Ousado!

Niko sorriu sabendo que Félix gostava quando ele tomava iniciativa, quando era mais ousado, como o próprio Félix falava. Niko lhe deu um tapinha na bunda e disse:

– Pois eu vou tomar banho agora... Se quiser tomar também...

Niko foi subindo quando Jayminho veio correndo avisar ao pai:

– Já guardei pai... – O menino parou quando viu Félix e ficou todo desconfiado quando olhou para Niko e ele estava fazendo sinal para ele ficar em silêncio.

Obviamente Félix notou o sinal que Niko fez para o menino e perguntou desconfiado:

– Já guardou o quê meu filho?!

Niko tomou a frente dizendo:

– Ah Félix, nada não... É só... O material escolar!

– Sei... – Félix olhava para o rosto de Niko com a certeza de que ele estava mentindo. Seu carneirinho não sabia mesmo mentir.

Niko subiu para o quarto e Félix deixou Fabrício com Adriana e foi perguntar a Jayminho:

– Meu filho, o que seu pai te mandou guardar hein?!

– É... Eu não posso te dizer papai Félix!

– Por quê?!

– Porque o papai Niko disse para não te contar... É um segredo meu e dele!

– Ah é?!

Félix subiu mais desconfiado para o quarto. Tirou a roupa e entrou no banheiro vestindo apenas sua boxer vermelha.

– Félix, que sexy! – Exclamou Niko ao ver seu amado entrando no Box.

Félix não disse uma palavra. Começou a beijar seu carneirinho, enrolando seus dedos em seus cachos loiros molhados. Puxava levemente seu cabelo.

– Aiii, Félix... – Falava o carneirinho com prazer, enquanto suas mãos percorriam o corpo do amado tentando achar o elástico daquela boxer vermelha.

– Ai Félix... – Gritou mais alto quando Félix puxou seus cabelos com mais força. – Vai com calma!

– Eu não estou muito calmo, carneirinho! Sabe por quê? Porque eu odeio segredinhos!

Eles se soltaram.

– M-mas Félix... Do que você está falando?!

– Sem gaguejar carneirinho! Que segredo é esse entre você e o Jayminho que eu não posso saber hein?!

Félix já estava de braços cruzados batendo o pé no chão. Niko gargalhou.

– Ai Félix, não acredito! Você tá se mordendo de curiosidade! Seu bobo!

– Não sou bobo carneirinho! – Mas Félix fez cara de bobo fazendo Niko sorrir.

– Félix, não grila com isso, é... é só uma surpresinha que eu preparei e o Jayminho é meu cúmplice!

– Ai, tá carneirinho, mas você sabe que eu não gosto de surpresas muito menos de segredinhos!

– Ah Félix, eu poderia dizer o mesmo! Lembra quando a gente foi visitar seu sobrinho? Você nunca quis me contar o que você foi falar a sós com sua mãe e mais... – Niko fez carinha de triste. - Já te vi falando misteriosamente ao telefone algumas vezes quando eu vinha chegando do restaurante! Eu só não já tive um ataque de ciúmes, Félix, porque eu nunca ouvi o que você tanto conversava, mas já te vi desligar o telefone todo contente!

Félix pôs as duas mãos no rosto do seu carneirinho.

– Niko... Eu te amo! Confia em mim tá! O que eu estou fazendo também é uma surpresa! Você vai amar! Quando eu fico contente é por você! Confia em mim?!

– Claro... Claro que eu confio Félix! Eu estou ansioso por que nosso casamento já esse mês! Depois nós vamos viajar! Eu estou treinando o chefe assistente desse restaurante pra ficar no meu lugar! E é tanta coisa...

– Eu que sei né, carneirinho! As contas vêm aos montes, para eu dar conta dos dois restaurantes e a festa...

– Que festa Félix?! A gente não vai fazer uma coisinha simples aqui no jardim?!

– Ah... Claro carneirinho! É bem simples, mas tem gastos... Fora outras coisinhas que eu planejei... Mas, esquece... Vem cá, carneirinho!

Félix tirou a boxer vermelha de uma vez, colando seu corpo no do seu carneirinho, embaixo do chuveiro, fazendo-o esquecer por alguns minutos aquela conversa. Mas, Félix já o conhecia muito bem para saber que Niko continuava apreensivo. Ele só se acalmaria depois do casamento e Félix mal podia esperar para acabar com esse mistério com a surpresa que estava há meses preparando.

Finalmente o grande dia chegou. Era a data em que fazia exatamente um ano que Félix e Niko haviam se mudado definitivamente para Angra.

O casamento seria ao pôr do sol.

Logo cedo de manhã, Niko andava de um lado pro outro no jardim.

– O que você tá fazendo carneirinho? Tá parecendo uma ovelha louca andando pra lá e pra cá assim!

– Félix... Sua mãe disse que vinha hoje de manhã com um decorador pra arrumar o jardim pro nosso casamento e até agora nada! Depois chegam os outros e não dá tempo pra nada... E o juiz Félix? O juiz de paz confirmou que vem mesmo às cinco da tarde? E se ele não chegar a tempo Félix...

– Ah ah ah... Mas será que eu emprestei a tesoura pra Dalila cortar o cabelo do Sansão pra você ficar tão nervoso assim?! Se acalma criatura! Surtou?! Que é isso?! Vai dar tudo certo... Mami e eu sabemos o que estamos fazendo, ok?!

Niko respirou profundamente tentando se acalmar.

– Ai Félix, tem razão, eu tô muito nervoso... É que, ainda não caiu a ficha que, essa noite, nós já seremos um casal!

– Um casal já somos, carneirinho! Agora só será oficial!

Félix deu um beijinho em seu carneirinho e quando este tentou colocar as mãos em volta de seu pescoço, Félix impediu dizendo:

– Nã nã ni nã não! É só isso que você vai ter de mim até depois do casamento! O resto é para a lua de mel!

Félix saiu sem dizer para Niko aonde ia. Niko adorou o que ele disse, mas continuava nervoso.

Já era quase hora do almoço quando Félix voltou.

– Félix, onde você estava que demorou tan... Pilar!!! – Exclamou Niko indo abraçar a sogra que havia (aparentemente) acabado de chegar com Maciel, Jhonatan e Ana.

– Oi Niko! O Félix foi nos encontrar e contou que você estava dando voltas de nervoso! Não se preocupe meu filho, guarde as emoções para mais tarde viu!

– Ai, eu vou tentar, Pilar!

– Como nesta casa não tem muitos quartos de hóspedes, eu e Maciel vamos ficar num hotel aqui perto e o Jhonatan e a namorada ficam aqui!

– Mas, Pilar, eu... Eu queria saber... Não vai ter nenhuma decoração no jardim, nem nada?!

Pilar e Félix se olharam rapidamente, e Félix piscou para ela.

– Já disse para não se preocupar Niko! Vai dar tudo certo, confie na sua sogra! Vamos Maciel...

Pilar saiu rapidamente para que Niko não pudesse fazer mais nenhuma pergunta.

Félix sabia que aquele mistério estava fazendo seu carneirinho subir pelas paredes, mas valeria a pena, quando ele visse o rostinho do seu amor feliz com a surpresa.

Já passava das três da tarde. Adriana corria para arrumar os meninos, enquanto Niko estava apreensivo no quarto.

– Se veste logo Niko! Que foi? Vai querer desistir agora é?!

– Ai Félix, por favor, jamais desistiria... É que...

– O que você tem?!

– Eu... Eu imaginei outra coisa! Imaginei nós dois num lugar bonito, uma paisagem bonita, muito verde, flores... Não que o jardim não seja bonito, mas...

– Carneirinho... Tudo vai ser assim... Agora que faltam poucas horas eu vou te contar... Nós não vamos nos casar no jardim!

Niko arregalou aqueles olhos verdes para Félix.

– Como assim?!

– Carneirinho... Mami já estava preparando tudo desde bem cedo! Não vamos nos casar no jardim, mas... Na praia!

– Na... Na praia?! Na praia Félix?! Que coisa linda!!!

Niko pulou nos braços de Félix, abraçando-o forte. Félix logo tratou de separá-los.

– Já chega Niko! Eu disse que o resto é pra lua de mel tá! Ah, inclusive, eu tenho muito mais surpresas pra você, mas, por enquanto, vou me arrumar em outro quarto, porque dizem que dá azar a gente se vê antes do casamento né?!

– Mas... Achei que isso fosse só com vestido de noiva Félix!

– Ah, tanto faz... Agora só vamos nos ver quando chegarmos lá no local... Ah, e as duas que vão nos acompanhar já estão vindo!

– Que duas?!

– A mami, que vai me acompanhar, e a Márcia, que vai acompanhar você!

– Ah é mesmo, a Márcia... – Niko abaixou os olhos por um instante.

– Que foi Niko? Você ficou triste de repente!

– Não, não tô triste não Félix, é que... Nós vamos acompanhados de suas duas mães, a Pilar e a Márcia que são maravilhosas, mas, gostaria que a minha estivesse aqui! Eu falei com ela sobre nosso casamento, mas ela e meu pai não vêm! Foi só isso... Senti saudades deles!

Félix deu um beijo na testa de Niko sorrindo, dizendo: - Se fosse você não choraria! Hoje é um dia muito especial, não só para nós dois!

Niko não entendeu muito, mas também não conseguia nem pensar direito naquele momento tão especial, tão esperado.

Quase quatro horas.

Niko desceu vestindo seu paletó todo branco, com uma camisa branca de tecido bem leve por baixo, completada por uma gravata com um leve brilho prata. Nos pés, um dress slipper nude. As roupas tinham que ser frescas para combinar com uma tarde na praia.

Já o esperavam Pilar e Márcia.

– Olha como está lindo! Mais lindo que nunca, Niko!

– Obrigado Pilar! E você Márcia, obrigado por vir!

– Imagina, carneirinho carneirão! Olha, o Félix escolheu bem mesmo hein?! Você é muito lindo! Então, vamos que eu vou te acompanhar só até a entrada...

– Como assim?! Por que só até a entrada?!

– Ora, por que, por que... Não interessa! Vamos que já tá ficando tarde!

Márcia puxou Niko e foi com ele no carro com Atílio.

Em seguida, Félix desceu as escadas.

– Meu filho, que emoção, como você está lindo!

– Eu sempre fui lindo, mami poderosa!

Félix estava com um terno slim branco, sapatos sociais off-white, uma camisa fina e leve como a de Niko, arrematada por uma gravata dourada.

– Ai mami, confesso que estou me sentindo um médico com essa roupa clara... Acho que era o sonho do papai me ver assim!

– Ah, meu querido, te ver como um médico, sim, era o sonho do seu pai, mas, te ver casando com outro homem... Acho que era o pesadelo!

– Ah, mãe... Pelo menos, ele me desejou felicidade! Não me trata mal quando vou visitá-lo e sabe que até tem demonstrado que gosta de mim, mesmo assim como eu sou!

– Acho que o César sempre te amou meu filho! Você também é filho dele, seja como for, você é filho dele e ele te ama! Mas, vamos porque o Niko e a Márcia já devem estar esperando e tem ainda aquela surpresa!

– Mal posso esperar pra ver a cara do carneirinho...

Foram. O carro de Atílio estava estacionado em um local estratégico perto da praia e Maciel estacionou o seu carro ao lado. Da janela do banco de trás, Félix e Niko se olharam. Mesmo vendo só o rosto um do outro, um já imaginava como o outro deveria estar maravilhoso para aquele momento. Maciel e Atílio desceram abrindo a porta de trás. Ajudaram Pilar e Márcia a saírem e logo em seguida, Félix e Niko saíram. Quase que simultaneamente, os dois saíram do carro e se olharam, e nunca haviam se visto com tanta magia como naquele instante. Os dois estavam incrivelmente lindos. Cada um segurou no braço de sua acompanhante e foram caminhando ao mesmo tempo. Niko não fazia ideia do que haviam preparado, e Félix tinha armado tudo, mas, como Pilar tinha ficado responsável pela decoração, nem ele sabia como estava o resultado final.

O sol já começava a colorir o mar de dourado, quando eles puderam ouvir a bela música instrumental de fundo que tocava ali perto.

– Prontos? – Perguntou Pilar. Ambos responderam que sim com a cabeça e ela e Márcia os viraram. Eles estavam de costas para o local e quando eles viraram, sorriram, maravilhados. O cenário era lindo, romântico, como Niko sonhava. Também era deslumbrante e chiquérrimo, como Félix queria. O sol começando a se pôr no horizonte, o mar ainda morno banhando as areias, pétalas abrindo um caminho em meio aos convidados para eles passarem, na entrada um portal enfeitado com flores... Era tudo lindo, era o maior sonho de amor dos dois se tornando realidade.

Eles se olharam. Félix não parava de sorrir. Niko não cabia em si de tanta felicidade. Seus olhos já brilhavam. Suspiraram profundamente e foram andando.

– Agora vamos entrar! – Falou Pilar. – Vamos Márcia! Nós vamos por dentro e eles por fora segurando nos nossos braços!

Assim fizeram. A música tocava ao fundo e podiam ver o juiz lá na frente os esperando. Ao chegarem ao portal, que era a entrada, onde começava o caminho de pétalas, Niko sentiu alguém segurar sua mão...


Não quer ver anúncios?

Com uma contribuição de R$29,90 você deixa de ver anúncios no Nyah e em seu sucessor, o +Fiction, durante 1 ano!

Seu apoio é fundamental. Torne-se um herói!


Notas finais do capítulo

E aí? Querem saber o que vai acontecer? Quem terá segurado a mão de Niko? Comentem!