Em Família... Com Muito Amor À Vida! escrita por Paula Freitas


Capítulo 8
Capítulo 8: Enfim, sós!


Notas iniciais do capítulo

Enfim, o último capítulo dessa fanfic emocionante...pra mim, porque gostei muito de fazê-la! Resumindo, parece que nossos personagens principais vão mesmo se casar... Mas, que surpresas os aguardam?!



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Uma mão quente, macia e delicada segurou a mão de Niko. Ele virou-se para ver quem o tinha interrompido naquele momento tão importante. Quando viu quem era, seus olhos, que já brilhavam, não suportaram conter as lágrimas.

Era uma mulher, mais ou menos, da idade de Márcia. Loira, bonita e simpática, que falou com uma voz doce:

– Posso levar meu filho a partir daqui?!

Niko se arrepiou. Não podia acreditar em quem estava vendo lá, no dia mais importante de sua vida.

– Ma-Mãe?! Mãe!

Sim. Era a mãe de Niko. Que se levantou e abraçou o filho que não via pessoalmente há tanto tempo. Há anos que Niko só se comunicava com a família pelo telefone ou pela internet. Niko a abraçou sem poder conter a emoção. Félix o olhava com um sorriso no rosto, com a sensação de dever cumprido. Era chegada, enfim, a hora da sua maior surpresa para seu amor.

Niko abraçou a mãe, tão emocionado, que não viu o homem simpático, de olhos verdes, que estava atrás dela. Quando Niko abriu os olhos, outra surpresa:

– Pai?! Você também veio?! Pai...

Niko também o abraçou forte. Ele, simplesmente, não acreditava no que estava acontecendo. Ele só havia sentido felicidade igual duas vezes na vida: quando descobriu que Fabrício era mesmo seu filho, e quando Félix disse que o amava pela primeira vez. Niko estava em prantos. Ele pediu a benção do pai.

– Deus te abençoe, meu filho! – Disse o pai fazendo o sinal da cruz nele, e dando-lhe um beijo na testa. Sua mãe segurou sua mão, dizendo:

– O Félix nos trouxe aqui! Há meses que ele falou conosco e nos ajudou a vir! Olha só quem veio também!

– Quem?

– Nós, irmão...

Uma mulher muito parecida com ele levantou-se da cadeira ao lado da do seu pai, e outras três atrás dela.

– Ah! Meu Deus, há quanto tempo que eu não vejo vocês!

Eram as irmãs de Niko. Ele abraçou cada uma delas. Félix havia as encontrado e levado todas. Após abraça-las, a mãe dele pegou em sua mão, dizendo:

– Pronto, meu filho. O seu marido está esperando! Foi ele que nos disse que nós não podíamos deixar de estar aqui hoje! Mas, hoje é seu dia! Vem que agora eu vou te levar!

Niko enxugou as lágrimas, respirou fundo e segurou no braço da mãe, na mesma posição que estava com Márcia antes. Márcia já havia ido se sentar com Atílio. Quando iam voltar a andar Niko olhou para Félix, sorrindo, transbordando de felicidade, balançando a cabeça para ele como se dissesse por pensamento: “meu amor, como você me faz uma surpresa dessas?!”.

Félix sorriu para ele e deu com os ombros como se respondesse ao seu pensamento: “ah, carneirinho, fiz porque te amo, eu sou assim!”.

Os dois eram feitos um pro outro. Comunicavam-se com o olhar. Quando um olhava nos olhos do outro, podia enxergar a alma do outro. Agora, estavam caminhando novamente, ao lado das mulheres que mais amavam na vida, suas mães, os levando para seu futuro, seu final feliz.

A música tocava. Pelo caminho, as pétalas levantavam com o vento morno do fim de tarde. O pôr do sol iluminava a todos com tons dourados.

Todos de pé. Poucos, apenas familiares e amigos mais próximos. Niko e Félix caminhavam lado a lado com suas mães, olhando para os rostos de todos aqueles amigos e familiares que os felicitavam.

Do seu lado, Félix podia ver Paloma e Bruno, Paulinha com Bernardo no colo, Rafael e Linda e seus pais Neide e Amadeu, seu tio. Também Márcia e Atílio, com Merijayne, e Carlito e Valdirene, com sua outra filha, além de Jhonatan e Ana. Também não podiam faltar Lutero e Bernarda, que sorria com ternura para o neto. Do outro lado, Niko andava olhando para os rostos de suas irmãs, seus amigos Sílvia e Guto, com sua filha, e Patrícia e Michel com o filho deles, além, claro, de Adriana com Jayminho e Fabrício.

Ao chegarem na mesa onde o juiz estava os esperando, Pilar deu um beijo no filho, indo sentar-se ao lado de Maciel que estava com César Júnior no colo. A mãe de Niko fez o mesmo, dando um beijo no filho e indo sentar-se ao lado do marido que já estava lá na frente.

O sol já estava pela metade no horizonte. Vênus já brilhava no céu que começava a escurecer. Niko, ainda com as mãos trêmulas, teve que respirar profundamente para conseguir assinar o documento que os uniria oficialmente. Depois, foi a vez de Félix, que demonstrou enfim, que também estava ansioso com tudo aquilo, quando pegou a caneta e esta lhe escapou da mão que estava suando e tremia de emoção.

Enfim, assinaram. Só faltava um detalhe para selarem aquele momento. Quando o juiz lhes disse: - Perante a lei, já estão casados! – Eles se olharam e deram o beijo de maior afeto e amor que já haviam dado. Apenas com os lábios, que se encostaram, levando suas cabeças a se mexerem em um ritmo suave como a música que tocava ao fundo, mas, conectados como numa coreografia. Foi rápido, porém, intenso, mágico. Sorriram um para o outro, e viraram para seus amigos e familiares, que os aplaudiam.

Agora, só os dois, de mãos dadas, faziam o caminho contrário no caminho de pétalas se dirigindo para a saída do portal, onde todos foram cumprimentá-los. A música mudou e agora sim, a festa era na praia. Como não podia faltar, Pilar pediu para Maciel abrir um champanhe dando uma taça para cada um. Félix e Niko brindaram sob as estrelas; já havia anoitecido. Entrelaçaram os braços e fizeram o brinde tradicional dos noivos, seguido por outro beijo rápido e apaixonado. A festa seguiu pela noite.

Já era tarde, as crianças foram levadas para a casa de praia para dormirem. Os casais com os filhos menores também tiveram que se retirar. Pouco a pouco todos foram indo, se despedindo, deixando apenas os recém-casados, a sós, na praia.

Andando descalços à beira-mar, pela madrugada, Félix e Niko curtiam a companhia um do outro e toda aquela felicidade.

– A noite está tão linda... A mais linda da minha vida! Vamos dar um mergulho Félix!

– Não carneirinho, a água deve estar gelada...

– Eu te esquento... – Disse, puxando seu marido para o mar.

Depois, com suas roupas molhadas, os dois deitados na areia, faziam juras de amor.

– Eu disse que nunca mais ia te deixar!

– E eu te disse que não podia mais viver sem você, carneirinho! Você mudou minha vida...

– Eu sei! E você mudou a minha...

Niko deu-lhe um beijo molhado e demorado. após recuperar o fôlego perdido pelo beijo, Félix disse:

– Ei, eu não disse que era pra guardar o resto para a lua de mel?!

– E essa não já é nossa noite de núpcias?!

– Uhn... Pode ser! Mas, a gente já mora na praia, pra quê passar a lua de mel aqui?!

– O que você está me escondendo dessa vez Félix?!

– Só mais uma surpresinha...

– O quê?!

– Se eu disser não é mais surpresa! Mas, posso dizer outra coisa!

– Dizer o quê?

– Enfim... Sós!

Félix não disse mais nada, o agarrou tirando sua camisa e jogando-a no mar. As gravatas já estavam longe; os sapatos também, há muito tempo já haviam se livrado deles; logo a camisa de Félix também foi levada pelas ondas... Eles se amaram na praia. Com aquela água salgada que as ondas levavam banhando seus corpos na areia.

Viram o sol nascer no mar. Abraçados, juntos, imaginando como, de agora em diante, seria sempre assim.

Voltaram para casa, com as roupas ainda úmidas e não mais tão brancas de tanta areia. Vestiam apenas as calças e os paletós abertos; os sapatos levavam nas mãos, apenas a gravata dourada de Félix voltou pendurada no pescoço de Niko; e as camisas haviam sido levadas pelas ondas assim como as promessas de amor dos dois. O mar era testemunha desse amor.

Após tomarem um banho, foram conversar com suas famílias que os esperavam. Niko, mais uma vez, ficou emocionado com a presença dos pais e das irmãs. Ele até conheceu um sobrinho que só tinha visto por foto. A mãe dele também estava radiante conhecendo os netos.

– Meu filho, o Jayme é um fofo, que menino educado! E esse Fabrício, é sua cara quando você tinha a idade dele!

– Sério, mãe?! Que lindo te ver brincando com eles!

O pai de Niko estava entrando com Jayminho que gritava para Niko:

– Papai Niko! Meu avô foi bater um pênalti, mas eu agarrei a bola!

– Ah meu filho, que bom! Pai, não sabe como eu estou feliz de te ver brincando com meu filho! Muito obrigado!

O pai, ainda tentando se recompor da brincadeira, disse:

– Se esse menino é meu neto, não faço mais que meu dever de avô! E eu gostei muito dos meus netos, meu filho!

Niko abraçou o pai emocionado, quando viu Félix olhando pra ele, com os olhos cheios de lágrimas, mas sorrindo.

Ele foi até seu amado, dizendo:

– Muito obrigado por trazê-los aqui, Félix!

– Eu... Fiquei te olhando com seu pai... Queria que com o meu tivesse sido assim... Mas... Pelo menos, ele demonstrou que me amava... Te pediu para me fazer feliz...

– E eu vou atender ao pedido dele, meu amor! Eu vou te fazer muito feliz!

Félix pegou em sua mão e a beijou.

– Eu também vou te fazer feliz! Lembra-se da surpresinha que eu te falei?...

...

Um mês depois...

...

– Félix! Me espera...

– Vem logo Niko! Sei que cansa, mas vale a pena!

– Ah, cheguei! É muita ladeira...

– É, é sim! Acontece que você está fora de forma!

– Félix... Eu emagreci, tô fazendo exercícios...

– Eu sei que você está em ótima forma, carneirinho! Tá até mais gostoso! Mas, vem que a vista daqui de cima compensa!

– Não acredito que estamos em Macchu Picchu!

– É... Não é maravilhoso?! Lembra quando você disse que sempre quis conhecer o Peru...

– Naquela ocasião, eu falei com segundas intenções Félix...

– Eu sei seu safado... Mas, me fala o quê você tá achando?!

– Esse mês tem sido o melhor da minha vida! Passear pelos pontos turísticos mais belos das Américas, com você Félix, é inesquecível!

– Foi corrido, mas deu pra aproveitar bem, né?!

– Oh, e como!

Félix o beijou fazendo Niko ficar vermelho e sem ar.

Abanando com as mãos, Niko falou:

– Ai, fiquei totalmente sem ar, Félix!

– É por causa do ar rarefeito daqui...

– Não... Foi por causa desse beijo!

– Já está perto de anoitecer Niko! Aqui a noite cai de repente, é melhor a gente voltar!

Mas, eles se distraíram observando as belezas do local, e a noite caiu tão de repente que não lhes deu tempo de voltar para o hotel.

– Aqui, Niko! Pega essa lanterna, agora vamos ter que encontrar um lugar para passar a noite!

– A lanterna não tá ligando Félix!

– Não acredito... Que ótimo! Perdidos em Macchu Picchu, nos últimos dias da lua de mel... É o apocalipse!

– Calma, meu amor... Cadê aquela lampião que a gente comprou naquela lojinha típica?

– Tá aqui, na mochila, mas você acha que isso funciona, Niko?

– Não custa a gente tentar!

Eles conseguiram acender o lampião.

– Olha Félix, a gente pode se abrigar ali dentro!

– Numa caverna...

– O que tem?! Aqui tem animais?

– Não, não... Tá, vamos pra caverna!

Eles não sabiam, mas estavam no mesmo lugar em que Paloma e Bruno já haviam ficado quando Paulinha foi sequestrada.

– Nossa, olha esse lugar Félix! Tem um ar de mistério, não é?!

– É, se você acha misterioso um monte de pedras...

– Félix, esse lugar é misterioso, é histórico, é mágico...

Félix observava aqueles olhos verdes iluminados pela chama do lampião. Aproximou-se do seu carneirinho, tirando a mochila das costas e o lampião de suas mãos.

– Tem razão, carneirinho... Esse lugar tem mesmo uma magia... Seus olhos parecem muito mais verdes aqui...

Niko olhou para ele como se estivesse hipnotizado por aqueles olhos de ébano.

– E você, está muito mais bonito à luz do fogo...

A partir daquele instante, a luz do fogo do lampião iluminava o fogo da paixão dos dois. À meia-luz, tudo que refletia nas paredes daquela caverna era a penumbra dos corpos nus. Realmente, aquele lugar tinha um mistério, uma magia que fazia os amantes entregarem-se às suas mais intensas sensações.

Apareceu os primeiros raios de sol da manhã. Os dois acordaram e, após recobrarem os sentidos, vestiram-se, pois o ar era frio. Apagaram o lampião e colocaram as mochilas nas costas. Saíram da caverna tentando se situar. Quando Félix lembrou que havia um mapa da região em sua mochila.

– Você não lembrou mesmo desse mapa ontem, Félix?!

– Não, carneirinho, que é? Tá pensando que eu me perdi de propósito com você, só para passarmos a noite nessa caverna?!

– Você seria capaz?!

– Uhn... Seria! Mas, desta vez eu não sou culpado, juro!

Andaram até reencontrarem a trilha certa. Algum tempo depois, estavam subindo ao local principal de Macchu Picchu.

– Sabe Niko... Da última vez que eu estive aqui, eu estava cheio de rancor, cheio de ódio da Paloma... Tentando se livrar dela e ser visto pelo meu pai... Contando-lhe mentiras... E, agora, pensar que voltei aqui, ao mesmo lugar, com você... Com você que me faz ser sincero, que me faz feliz, que me fez amar...

– Félix... Esqueça de uma vez por todas o passado! Aquele Félix não existe mais! Só existe esse homem bom na minha frente, o homem que eu amo!

– E eu amo a vida que você me proporcionou, carneirinho! Você me deu uma família, um lar, um destino com o qual jamais sonhei... Muito obrigado!

– Obrigado por entrar na minha vida Félix! Eu te amo... Amo a vida ao seu lado!

– Também te amo... Amo muito... Amo essa vida... Amo nossa vida... Amo... Amo a vida!


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Notas finais do capítulo

Espero que tenham gostado! Essa estória tinha que terminar aqui, se fosse alongá-la mais não ficaria muito boa, então, comentem! O que acharam desse final?! Fiz ouvindo alguns Love Songs e a música-tema deles, Proud, repetidamente! ;-)