Derek Donnis: Entre Mistérios escrita por Wolfkytoki


Capítulo 17
Hilly Entra no Time


Notas iniciais do capítulo

Pessoas, o que acham da fic? O que querem que eu melhore? Deixem nos comentários.



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Hilly

A casa de Dear não era muito grande: tinha um quarto, cozinha, banheiro e um pequeno porão. Ele me levou até seu quarto, próximo à cozinha. Seu quarto tinha uma cama, um armário, uma mesinha com um computador e várias folhas espalhadas pelo chão. Na parede, havia um quadro ilustrando uma matilha de lobos. Fazia sentindo.

Derek me olhou um pouco aflito.

–Hã... Desculpe por minha bagunça. É que... não esperava trazer uma humana para o meu quarto.

Dei uma risadinha forçada.

–Ha, claro...

Era claro que havia uma tensão no ar. Minha cabeça dava voltas, e a tontura não passava. Provavelmente era a confusão tomando conta de mim.

–Ei. Sei que tudo isso é estranho e que você deve estar muito confusa agora. Mas se eu puder ajudar em algo...

Ele lia minha mente. E se ele quisesse realmente ajudar, deveria apagar da minha memória tudo o que eu tinha ouvido e visto. Isso sim seria bom. Mas preferi não dizer nada. Ele sabia que eu não estava bem.

Derek, ao notar meu desconforto, reuniu alguns papéis do chão e colocou-os de lado, me convidando para sentar na cama dele. Hesitando um pouco, sentei-me devagar. Ele sentou-se ao meu lado.

–Bom... Acho que te devo explicações.- ele disse, batucando os dedos na cama.

–Sim. De onde Zack surgiu mesmo?

–Isso eu não sei. De verdade. Nunca vi um cara ser tão burro a ponto de se transformar na frente de um humano. Preciso investigar isso ainda...

–Espera, espera.- Eu o interrompi gesticulando fortemente com as mãos.

Ele piscou, surpreso.

–Como assim "investigar"? Você fala de forma tão misteriosa. Aliás, se você é um lobisomem ou sei lá o que, o que faz aqui? Na escola?

Derek retesou-se um pouco. Parecia nervoso.

–Bom... Creio que não possa contar tudo. Mas... Eu não moro nessa cidade. Pertenço a uma matilha, mas eu vim para cá para realizar uma missão.

Ergui uma sobrancelha para ele, irritada.

–Pare de me esconder coisas, Derek. Acho que vou pirar se não entender melhor essa situação. Pode deixar, não vou contar a ninguém sobre essas... coisas.

–Tudo bem. Vou abrir o jogo.

–É tudo o que quero.

Nós ficamos um tempo olhando para o outro, desconfortáveis. Derek se forçava a me contar tudo.

–Eu vim aqui para realizar uma investigação, Hilly. Trabalho para uma entidade... Das criaturas mágicas, como vampiros e lobos. Mas eu não podia revelar nosso segredo a ninguém. Estava tudo bem com isso, até você aparecer.

Não sabia se corava ou se continuava confusa. Mas continuei ouvindo, atenta.

–O zelador que morreu. Era um vampiro. Querem que eu descubra quem o matou, e rápido.

OK. O zelador era um vampiro. Só faltava minhas amigas serem uma fada ou qualquer outra coisa assim. Infelizmente, eu acreditava.

–Certo. E onde fica sua matilha?- Eu disse, apontando para o quadro.

–Fica numa outra cidade, bem distante. Você não conhece; fica em um lugar onde só as criaturas mágicas podem ver.

–E que lugar seria esse?

Derek suspirou. Não gostava do interrogatório. Muito menos eu, mas era preciso.

–Os humanos ficam no mundo mortal. Nós, criaturas, no mundo místico. É uma delimitação imaginária. Como se fosse uma névoa, bloqueando a visão dos humanos sobre nós. Essa barreira nos foi imposta há milênios.

Estava começando a me acostumar, mas nem tanto.

–Então, quer dizer que toda essa segurança da barreira não adiantou para conter que um lobisomem revelasse o segredo de forma tão simples, como Zack?

–É, as criaturas devem seguir regras, como os humanos. A regra número um é nunca, jamais, de forma alguma, revelar o segredo a humanos. Mas sempre tem um que quer rebelde. Esse cara será punido fortemente por nossa entidade. Isso, eu garanto.

–E que Entidade é essa?

Derek esfregou as mãos na cama. Estava nervoso.

–Chama-se Conselho Místico. Trabalho pra eles.

O clima estabilizou-se. A tensão diminuiu, mas ainda tinha medo dessa história toda.

–Então... E agora?

Derek tentou sorrir. Não deu certo, mas foi até que fofo. Seus olhos azuis estavam menos tenebrosos.

–Agora... Nada. Vou continuar meu serviço. Espero que Zack não retorne.

–Uhum.

Mas comecei a pensar um pouco...

–Espera. Só eu sei disso tudo?

Derek assentiu com a cabeça.

Isso queria dizer que ele não confiava em mim antes. Só me deu respostas por causa da bagunça de Zack. Mas, por outro lado, ele não poderia arruinar um segredo de mais de mil anos, não é?

–Derek. Não sei mas o que pensar a seu respeito, mas... Eu poderia ajudar em seu caso? Sei lá, acho que vai me fazer bem se eu entender melhor esse assunto.

Dear parou por um instante e me olhou com cara de desaprovação.

–Hilly... É perigoso. Não quero que você machuque. Além disso, o Conselho não ia gostar de saber que envolvi uma humana nisso tudo.

Machucar, é? Isso me lembrava de algo.

–Calma. Aquele dia que você estava mancando... Não caiu de bicicleta, né?

–Não. Me machuquei matando um vampiro, que aliás, era o assassino do zelador. É exatamente por isso que não quero que entre nisso.

Tinha várias coisas que agora faziam sentido. Derek teve que contar muitas mentiras para manter-se como humano entre as pessoas. Eu entendia isso.

E eu queria mesmo ajudar. Se eu o ajudasse, seria bom para mim e para ele. Poderia conhecer mais a respeito das estranhas criaturas.

Apoiei a mão no ombro dele.

–Dear. Por favor. Não vou me machucar. Você vai me proteger, não é?

Ele me olhou com aqueles lindos olhos azuis, que no momento estavam incertos. Tudo bem, toda essa história maluca estava me deixando confusa, mas eu queria continuar ao lado de Derek. Eu confio nele ainda.

–Eu te protejo com a minha vida se precisar, Hilly. Mas nem com a minha proteção você estará segura. Além do mais, eu seria punido pelo Conselho.

Realmente, eu poderia trazer problemas para Dear. Afinal, eu nem poderia saber disso tudo. Mas... Que tipo de caso era esse? Decidi saber mais.

–Você está trabalhando no quê, afinal de contas? Só veio aqui para descobrir sobre o zelador?

–Não. Me mandaram aqui porque mataram um membro importante do Conselho Místico, chamado Jeffrey. Tenho certeza que foram vampiros. Mas não foi só isso: picharam o muro da entidade dizendo que os outros membros seriam os próximos. Meu trabalho é descobrir quem está fazendo isso. É uma grande responsabilidade, mas não posso decepcioná-los.

Então, Derek estava resolvendo um caso extremamente importante na política dos seres mágicos sozinho? Isso me deixava um pouco inconformada. Além do mais, eu gostava de Dear, e queria fazer o máximo para ajudá-lo.

–Dear. Sei que sou só uma humana comparada a... Essas criaturas, mas eu quero mesmo ajudar você. Agora você tem mais uma pessoa que sabe dessa história, não está sozinho.

Dear olhou para o quadro na parede.

–Sempre trabalhei sozinho. Mas...

Eu o puxei para mim e o encarei com uma cara determinada. Eu estava pronta para apoiá-la e para enfrentar qualquer coisa que viesse, mesmo estando com medo. Acho que Derek entendeu isso, pois apenas sorriu e me beijou por um longo tempo.

–OK, você venceu. Mas agora você não pode desistir, hein? Conto com você.

Sorri maliciosamente.

–Eu acho que é você quem vai desistir da minha companhia.

Ambos sorrimos. O clima estava melhorando bastante. Então, Dear me puxou para seu peito e me deu vários beijos no pescoço, o que me surpreendeu um pouco. Até que ele pôs os lábios na minha nuca e disse delicadamente:

–Vou cuidar de você. Prometo.

Eu tinha certeza disso.


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Notas finais do capítulo

Haha, estou adorando escrever aqui xD



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