Derek Donnis: Entre Mistérios escrita por Wolfkytoki


Capítulo 13
Assassino, OK


Notas iniciais do capítulo

Um capítulo com bastante ação!



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Hilly

Eu estava um pouco triste. Afinal, era segunda-feira, e uma semana já havia passado desde a morte do zelador. As aulas tinham voltado. Os policiais não conseguiram descobrir nada. O caso foi esquecido por eles, mas disseram que resolveriam depois. Não tinha muita certeza. Eles nunca voltavam atrás.

Eu estava pensando sobre as lições de casa que eu ainda não tinha feito quando cheguei na escola. Cara, as piores eram de Filosofia. A professora adorava nos encher de tarefa, além de ser extremamente rigorosa.

Quando entrei pelo portão principal, avistei Derek. Ao vê-lo, me lembrei de quinta-feira. Nós fomos buscar minha bolsa e ele o celular. Mas eu acho que ele não tinha achado e saiu correndo desesperado fora do colégio. Achei bem estranho, então decidi perguntar.

–Oi, Dear. Então... O que deu em você na quinta-feira?

Ele me olhou com olhos confusos.

–Oi... Quinta? Do que está falando?

Franzi o cenho. Não sabia se ele estava fingindo ou se realmente não sabia sobre o que eu estava falando. Resolvi especificar para ele.

–Quando você saiu correndo dizendo que não tinha achado o celular.

–Ah, sim!- ele deu um leve tapa na cara, como se tivesse voltado a pensar- Então, eu fui procurar o celular mas não achei. Passei por alguns policiais que estavam investigando o local, e você já deve imaginar que eles não gostaram nada de me ver por lá.

Assenti com a cabeça. Sim, os policiais não queriam ninguém os interrompendo no local do crime.

–Bom, quando eu disse que não tinha achado o celular, o policial... Bem... ficou bem zangado comigo e ameaçou atirar em mim. Fiquei preocupado e disse que já estava de saída. Mas fiquei com medo do cara...

–Nossa. O tira ameaçou te dar um tiro por procurar o celular?

–Sim...

Eu o encarei, séria, por um tempo. Uau, os policiais não estavam de brincadeira. Agora eu entendia porque Dear estava com tanta pressa assim de sair de lá.

–Pelo visto, os tiras realmente não querem ninguém atrapalhando.

–Certamente.

Ao bater o sinal, entramos nas salas em silêncio. Aquilo foi chocante. Derek recebeu uma ameaça de morte por um policial, o que não era muito comum um tira fazer com um inocente. Mas assim que a aula começou, parei de pensar no assunto.

Derek

Era hoje. Eu havia esperado uma semana para começar minha busca. Não podia mais me arriscar com aqueles malditos tiras no local. Ainda lembrava do cheiro do assassino. Também consegui rastrear seus passos fora da escola. Depois da aula, quando todos fossem embora, eu iria até o pátio, perto da sala do zelador, para começar minha busca. Só esperava que o vampiro não tivesse ido muito longe depois da morte.

Ao entrar na escola, Hilly tinha me procurado, sobre quinta. Como sempre, menti sobre o policial me ameaçar de me dar um tiro. Não tive outra opção. Parecia radical, mas foi isso que me veio na cabeça. Não podia dizer que estava me transformando em um lobo. Ah, já estava acostumado a mentir. Não gosto de fazer isso com ela, mas era necessário.

Fiquei inquieto nas aulas. Estava ansioso para obter algumas respostas. Assim que as aulas finalmente acabaram, eu saí apressado do colégio. Eu iria para casa e esperar umas duas horas, até que todos tivessem saído da escola. Depois, retornaria. Mas fui parado no meio da rua: Hilly estava me seguindo. Me virei para falar com ela.

–Hilly.

–Dear!

Ela se aproximou.

–Então, sobre o trabalho de história de hoje... Podemos fazer na minha casa?

–Mas... Agora?

–Sim. Você pode almoçar em casa, aí fazemos o trabalho para já adiantar com as outras lições.

Hesitei. Parecia bom, mas não ia dar. Pensei imediatamente em alguma desculpa.

–Ah... Infelizmente, não vai dar. Vou ter que... levar meu irmão mais novo para o médico. Desculpe.

Ela desfez seu sorriso.

–Ah... Tudo bem. Quem sabe na próxima.

Odiava vê-la triste. Me sentia culpado dessa vez. Porém, só me virei e voltei para casa.

Depois de duas horas exatas, voltei ao colégio. Estava vazio. Arrombei a porta trancada com minha força lupina. Cara, como eu adoro ser uma criatura mística. Entrei e fui direto para o pátio. Cheirei o ar à minha volta. Ainda tinham resquícios do cheiro do assassino. Confiando no meu faro apurado, segui o cheiro. Passei por uns arbustos, até chegar na cerca que rodeava o colégio. Pulei-a e continuei minha investigação.

Andei por alguns quarteirões, chegando em um bairro mais nobre da cidade. Estava à cinco minutos do colégio. O cheiro de vampiro se intensificava à medida que eu chegava perto de uma rua baixa. Desci pela rua até chegar perto de uma casa. Era como as outras do bairro. Quando parei em frente à misteriosa casa, senti um cheiro estranho. Ele se misturava ao cheiro forte de vampiro.

Bati à porta. Não esperava que ele me atendesse; ele poderia sentir o cheiro de lobisomem fora da casa. Portanto, uma figura esguia atendeu a porta. Era um vampiro, com certeza.

Ele me olhou.

–Bom dia. Em que posso ajudá-lo?

Meus instintos diziam que era ele o assassino. Para ter certeza, decidi testá-lo. Eu trouxera uma estaca de madeira comigo. Sim, aqueles mitos sobre estacas eram verdadeiros. Vampiros podem ser mortos com estacas enfiadas no coração ou por balas de prata.

Rapidamente, peguei a estaca de madeira de meu bolso e a mostrei para o vampiro. Na mesma hora, ele arregalou os olhos e deu um passo para trás, tentando fechar a porta. Mas eu consegui entrar na casa. Virei-me e fechei a porta, trancando-a. Depois, ainda segurando a estaca, encarei o vampiro.

–O que diabos você está pensando em fazer, lobo?!- Ele berrou.

Me aproximei dele, fazendo-o recuar.

–Ei sei que você esteve na escola Kelles Point. Por quê matou o suposto zelador de lá?

Ele me olhou como se eu estivesse falando em chinês.

–Mas... O quê?

Insatisfeito, peguei a estaca e a enfiei na perna do vampiro. Berrando, ele a arrancou e se afastou de mim, correndo para a cozinha, deixando um rastro de sangue no chão. O cheiro era horrível. Fui atrás dele, e consegui encurralá-lo num canto perto de uma geladeira. Peguei novamente a estaca coberta de sangue e a apontei novamente para o vampiro.

–Deixe-me tentar de novo. Por que matou o zelador daquela escola?

O vampiro sangrava muito, mas não abaixou a guarda para mim. Ele estava desesperado, olhando para os lados, procurando por uma saída. Depois de uns minutos, decidi apelar. Ele já estava me irritando. Agarrei a gola da camisa dele e o pressionei na parede. Ele mostrou as presas para mim.

–É melhor você começar a falar ou vou enfiar essa estaca no seu coração.

O vampiro aquietou-se. Quando segurei a estaca em sua direção, mirando no coração, ele deu um berro.

–AHH! Espera!

Retesei o braço. Finalmente ele decidiu cooperar comigo.

–Tudo bem... Aquele zelador era um vampiro que trabalhava pro Jeffrey há alguns anos. Mas ele tinha decidido... não cooperar conosco, e eu tive que matá-lo.

O encarei nos olhos. Dava para ver o medo neles. Apertei com mais força o corpo dele na parede.

–Ele decidiu não cooperar com o quê? E você trabalhava para Jeffrey?

O vampiro engoliu em seco.

–Hã... Eu.. Bom, o ex-diretor dos humanos tinha alguns vampiros amigos que trabalhavam com ele. O zelador também era um amigo, mas ele recusou-se a continuar com nossa missão.

Ele não estava contando tudo o que sabia. Claramente, escondia algumas informações. Eu o joguei no chão e mostrei minhas presas de lobo.

–Desembuche! Não está falando tudo o que sabe.

O vampiro, no chão, me encarou com olhos vermelhos em pânico

–O-os amigos de Jeffrey estavam desenvolvendo uma poção secreta... Mas o Conselho não poderia saber. Porém o zelador decidiu contar aos Juízes, e eu fui obrigado a impedi-lo de fazer isso.

Fiquei confuso.

–Poção? Que poção?

O vampiro jogou-me um frasco com um líquido azul nele. Enquanto eu observava o frasco, me distraí. Não percebi o vampiro levantar-se e me agarrar por trás. Deixei cair a estaca no chão, mas ainda segurando o frasco, dei uma cabeçada nele. Ele recuou, e para finalizar, dei-lhe uma joelhada. O vampiro caiu de cara no chão.

Quando fui pegar a estaca novamente, o vampiro me surpreendeu agarrando minha perna- ele era muito rápido para alguém ferido- e jogando-me no chão. Rapidamente, dei-lhe um soco, mas ele desviou e arranhou minha perna, rasgando um pouco o tecido jeans e fazendo sair sangue. Peguei a estaca antes que ele fizesse mais alguma coisa, e enfiei-a no coração. Ele caiu morto.

Levantei-me com dificuldade. Bom, esse já fora. Guardei o frasco e limpei o local. Sobre o corpo, decidi deixá-lo ali. Os humanos nunca saberiam de nada mesmo. Olhei minha perna. Tinha um corte feio do calcanhar até parte da batata da perna. Doía bastante, mas nada insuportável. Lobos se curam rapidamente.

Peguei umas ataduras que tinham na cozinha e enrolei-as na perna. Então, deixei o local e voltei para casa. Eu mostraria o frasco para o Conselho. Agora, eu tinha mais algumas pistas, porém estava um pouco longe da solução. Como estava cansado, decidi descansar e encerrar o dia por ali mesmo.


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Notas finais do capítulo

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