Derek Donnis: Entre Mistérios escrita por Wolfkytoki


Capítulo 14
Descoberta Romântica


Notas iniciais do capítulo

O amor está no ar...



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Hilly

Amanhecia. O Sol, tímido, aparecia no horizonte. Era uma bela manhã, uma vista que eu raramente via. Ainda eram quatro e meia da manhã. Eu não costumo acordar tão cedo assim, mas eu estava empolgada sem motivo algum. Isso acontecia algumas vezes.

Como ainda era cedo, fui desenhar um pouco. Já tenho uma certa afinidade com lápis e borracha, mas nada tão grandioso ou talentoso assim. É meu hobby preferido. Devo ter desenhado por uma hora, pois quando vi, eram cinco horas. Como eu só entro no colégio às seis, fiquei mais um tempo rascunhando. Algum tempo depois, fui me aprontar e ir para escola.

Ao entrar, Dear já me esperava. Ele estava sorridente com seus olhos brilhantes de sempre.

–Oi, Dear. - Eu disse, dando-lhe um beijo na bochecha.

Seu sorriso agora estava de orelha a orelha.

–Oi, Hilly. Cara, como adoro terça-feira.

–Por quê? Só tem aulas chatas...

–Sei lá, é melhor que segunda.

Pensei por um momento.

–É verdade.

Demos risada. Quando o sinal tocou, Dear se virou e começou a andar, mas ele mancava um pouco. Curiosa, chamei-o.

–Ei, Dear! O que houve com sua perna? Está mancando...

Ele parou no mesmo instante e se virou para mim. Olhou para sua própria perna direita, como se só visse que mancava naquela hora.

–Ah, não é nada. Eu... Estava andando de bicicleta para chegar em casa, mas eu caí na rua. Me machuquei um pouco, mas nada de mais.

Fui correndo até ele, para acompanhá-lo até a sala. Ele olhou para mim, rindo um pouco.

–Não precisa me ajudar, estou bem.

–Shhh. Vamos para sala.

Ele sorriu para mim. Entramos depois de todos os alunos. Dessa vez, sentei-me atrás de Derek. As patricinhas não se conformavam que Dear estava comigo, por isso agora estavam sentando ao seu lado. Eu só queria manter distância.

Uma delas passava batom rosa. Quando terminou, deu uma piscadela para Derek. Ele só piscou e voltou a atenção para o professor que estava entrando na sala. Assistimos à aula com tédio, e eu só pensava em sair logo de lá.

Derek

Terça estava sendo um ótimo dia. O Conselho tinha me chamado para visitá-los de noite, e dessa vez estava confiante. Tinha várias coisas interessantes para discutir com eles, além de ter descoberto algumas coisinhas importantes. Julius pensaria duas vezes antes de me reprimir novamente.

Meu ferimento na perna já estava melhorando: agora era uma cicatriz vermelha. Ainda doía, é claro, mas poderia ter sido pior. Aquele vampiro estava morto, e isso já era bom demais.

Depois das aulas, voltei para casa. Pensei sobre as mentiras que estava dando à Hilly. Elas começavam a me incomodar; afinal, eu sabia que não estava sendo verdadeiro com ela. Hilly pensava que eu era um humano normal. Sabia que não poderia dizer-lhe a verdade, mas mentir estava ficando cada vez mais difícil. Ela era a única humana que eu me preocupava.

Bom, o Conselho não permitiria que uma humana soubesse de tudo. Então, me obriguei a parar de pensar sobre isso. Para o próprio bem da Hilly, ela deveria continuar alienada de todas as questões místicas.

Mais tarde, fui ao Conselho. Minha autoconfiança estava desmoronando aos poucos. Tentei ser forte, mas ao ver Julius e os outros Juízes me encarando seriamente, tremi de nervosismo. Tentando ficar calmo, peguei a poção do vampiro e me juntei aos outros.

–Boa noite, Derek.- Disse Julius, como se não guardasse nenhum rancor.

–Boa noite, senhor. Dessa vez, descobri algumas coisas que os senhores irão gostar.

Mostrei-lhes o frasco que continha um líquido azul, explicando o que o vampiro tinha me dito. Julius pegou-a e cheirou o conteúdo. Franzindo o cenho, passou-a para seus colegas. Todos avaliaram e devolveram ao velho ancião vampiro.

–Isso é... uma poção rara. Faz uns cinquenta anos que não a vejo. Ela pode curar criaturas místicas e deixá-las cinco vezes mais fortes que o normal. Humanos podem morrer se tomarem isto. Chama-se Poção Triforce. Somente algumas poucas bruxas em todo o mundo conseguem produzi-la.

Julius levantou-se e começou a andar de um lado para o outro.

–Se uma rebelião tomasse essa poção e se voltasse contra o Conselho...- Ele calou-se.

Seus olhos ficaram vermelhos. Mas não era de raiva: provavelmente o vampiro sentia alguma outra emoção forte. Talvez fosse medo.

–Derek, foi o assassino do zelador que lhe deu isso?

Contei toda a história para os Juízes. Desde a morte do zelador até a morte do assassino. Julius coçou o queixo, pensativo.

–Jeffrey realmente era excêntrico. Não sabíamos com quem ele andava. Se alguma raça está fabricando essas poções para se voltar contra o Conselho... Estamos derrotados. Se os vampiros estiverem fazendo isso... Mas por quê alguém iria se rebelar contra nós?

Tinham algumas respostas para aquela pergunta, mas decidi ficar quieto. Os vampiros não gostavam muito da política do Conselho. Essa raça prefere não ter leis para seguir, mas nunca tentaram fazer nada. Lembrei-me que o vampiro que matei tinha dito que o zelador vampiro não queria continuar a "missão" com os amigos de Jeffrey. E se o zelador não quisesse mais desenvolver tal poção com os amigos do Jeffrey e tentasse contar aos Juízes sobre isso? Até que a ficha caiu.

–Foram os vampiros. Eles estão desenvolvendo essas poções para ficarem mais fortes e derrotarem o Conselho. Provavelmente querem controlar a política no mundo místico. Mas, se eles tomarem o poder, poderão fazer o que quiserem. E o que eles querem exatamente com isso?

Julius se virou para mim. Parecia contente, apesar de não estar sorrindo.

–Precisamos investigar. Mas o que isso têm a ver com a morte de Jeffrey? Quem o matou?

Essa ainda era a questão. Decidimos encerrar a reunião, e quando eu já estava de saída, Julius me parou.

–Muito bom, Derek. Você está progredindo.

–Obrigado, senhor.

Ele olhou para mim. Não estava zangado.

–Você está cheirando muito a humano ultimamente. Mas noto que você têm um cheiro específico...

–O que quer dizer?

–Derek, conheceu alguma humana na escola?

Hesitei. Ele não precisava saber da minha vida pessoal, mas achei melhor contar a verdade.

–Sim... Senhor. Ela se chama Hilly.

Ele suspirou.

–O amor... Ah, você nem sabe sobre o que estou falando, não é?

Fiquei quieto. Aquilo estava ficando estranho.

–Escute, esse cheiro específico de que falo é algo especial. Chama-se União. Você provavelmente sente um cheiro estranho nela também. Isso é porque vocês dois possuem um tipo de conexão. É bem raro, principalmente entre um lobisomem e uma humana. É algo forte e duradouro. Então, se eu fosse você, não trocaria essa humana por nada.

E ele voltou ao seu lugar na grande mesa. Fiquei paralisado. Então era isso! Agora eu entendia. Mas nunca pensei que Julius me diria algo desse tipo. De um jeito ou de outro, entendia porque não gostava de mentir para ela. Nós nos amávamos e tínhamos uma conexão especial. Mas sabia que nosso amor era proibido. Então, por quê Julius, um Juíz do Conselho, incentivava minha amizade com ela? Isso era cômico.

Voltei para casa feliz. Ainda tinha trabalho a fazer, mas minha mente só conseguia pensar em Hilly a noite inteira.


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