O Fogo do Ártico escrita por Sweet Cookie


Capítulo 5
O baile, a valsa e o sol da meia-noite


Notas iniciais do capítulo

Onnnnnnnnnnnnnnnnnnnnt!!!!!!!!!!!!!
Quero muito agradecer à:
Leyylachan
Por ter comentado e favoritado. Meus humildes e gigantes:
OBRIGADA!!!!!!!!

Agora capítulo novo e quentinho......



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Estava trajada com meu vestido longo azul claro de cetim e com joias com pingentes adornados por safiras azuis. Meu cabelo solto batia um pouco abaixo dos meus ombros, estando ondulado e livre.

Entrei no salão de bailes real, acompanhada por meus amigos. Ele estava lotado e uma música suave enchia o ambiente.

Por todos os lados haviam mesas enfeitadas maravilhosamente por vários tipos de comida. Graças ao Tratado de Paz temos alimentos cultivados no solo, como grãos, frutas, verduras...

Andamos mais para frente tentando achar o pequeno palco onde os membros da casa real ficam.

Mas no meio do caminho achei algo que com certeza acabaria com o baile. Acho bom ele também ter guardas, porque se ele falar mais de cinco palavras comigo, eu não me responsabilizo pelos meus atos...

— Que surpresa Katherine! – ele exclamou vindo em direção a mim.

— Não posso dizer o mesmo Bryan... – falei o fuzilando com o olhar.

Ele deu um passo para trás, provavelmente para impedir que eu me irrite e voe em cima dele. Até que ele não é tão ignorante no final das contas...

— Já achou os membros da realeza? – perguntou.

— Ainda não. – respondi vasculhando o salão com os olhos.

— Se quiser pode me acompanhar... – ele sugeriu ficando de lado e abrindo passagem.

— Vai ser um prazer! – exclamou Valery.

O QUE?! Como assim vai ser um prazer?! Aliás, ele já falou mais de cinco palavras comigo!

— Vamos Kate! – falou Natan me empurrando.

— Hã? – perguntei perdida até me orientar. – Sim, claro! – respondi começando a andar.

Seguimos em silêncio para a direção norte até chegarmos a um pequeno palco com cadeiras e tronos. Era como uma escadinha. Quanto maior a importância da pessoa maior a cadeira. No meio estavam os tronos do rei John e da rainha Hellena, então as cadeiras se repetiam como se houvesse um espelho entre o trono do rei e o da rainha: as cadeiras de outros reis que estivessem presentes, dos filhos dos reis, dos chefes da guarda real, dos embaixadores e, apenas à esquerda, uma cadeira para o guerreiro de Laypry.

Lá estavam o rei John, a rainha Hellena, Stephanie, a filha deles e princesa de Laypry, o rei Wesley, a rainha Evelyn, que são os pais do Bryan e também estava lá Mirela, a irmã dele.

— Majestades. – cumprimentei.

— Katherine! – exclamou Stephanie correndo até mim e me dando um abraço apertado. – Quanto tempo!

— É... Eu tenho andado meio ocupada com os treinos... – respondi retribuindo o abraço.

Como sempre ela estava linda. Seus cabelos loiros, quase brancos estavam cacheados, parte presa em um coque e outra parte solta caindo em seu ombro. Ela estava com um vestido verde-água escuro que realçava sua pele pálida e olhos negros que quase não deixavam a íris aparecer.

Uma música lenta começou a tocar e Bryan veio até mim.

— Quer dançar? – ele perguntou estendendo a mão para mim.

— É claro que ela quer! – exclamou Stephanie me empurrando para cima dele.

Sério! Ela me empurrou para cima dele! Literalmente!

Eu quase caí em cima do mesmo e levei nós dois direto para o chão! Mas ele me segurou pela cintura e me estabilizou.

Seguimos para uma parte do salão onde estavam vários casais dançando. Nessa hora! Exatamente nessa hora. A música mudou! Valsa!

A outra música era lenta e para ser dançada por casais, mas essa é mais, digamos, corpo a corpo... Tem mais interação entre o casal nela. E eu não estava nem um pouco a fim de dançar essa música com o Bryan!

Tarde demais! Quando me toquei já estava no meio do salão e ele ia me pegar para começar a dançar.

— Posso? – ele perguntou me deixando surpresa.

— Quando foi que você ficou tão educado? – perguntei automaticamente.

— Digamos que eu não queria ser rude com você, mas fui obrigado! – respondeu ficando de frente para mim. – Posso? – perguntou novamente.

— Pode. – respondi colocando minha mão esquerda no seu ombro direito.

Ele colocou sua mão direita na minha cintura e estendeu a mão esquerda, segurei-a e começamos a dar pequenos passos em circulo, quase sem sairmos do lugar.

Enquanto dançávamos olhei para ele e lembrei-me de suas palavras.

“Digamos que eu não queria ser rude com você, mas fui obrigado!”

— Como assim, você foi obrigado? – perguntei chamando sua atenção.

Ele suspirou e me encarou olhando fundo nos meus olhos, essa foi a primeira vez que parei pra reparar nos olhos dele. Eles eram verdes.

— Você acha que decidem tudo por você e que não tem liberdade aqui em Laypry? – perguntou me encarando.

— Em parte sim! – respondi sendo sincera.

— Então agradeça! Porque isso é um mar de rosas! – exclamou com decepção na voz.

Então ele é forçado a fazer as coisas sem poder, nem sequer, opinar. Mas... Ele é forçado a que?

— O que acontece com você? – perguntei confusa.

— Não posso dar um passo sequer por conta própria. Sinto muito pelo que aconteceu na sala do trono, mas o rei e a rainha me mandaram fazer aquilo.

— Quer dizer... Seus pais?

— Eles não merecem ser chamados assim!

— Por quê? – perguntei sem entender.

— São eles quem me obrigam a fazer as coisas.

— Mas por que os seus próprios pais fariam isso com você?

— Como eu disse, eles não são meus pais.

Seguiu-se um breve silêncio.

— Mas e sua irmã? – perguntei lembrando-me da garota dois anos mais nova que ele.

— O que tem ela? – perguntou confuso.

— Eles a forçam a alguma coisa?

— Não estão nem doidos de fazer isso! – falou exasperado.

— Por quê?

— Eu só os obedeço para proteger ela. É meu dever de irmão mais velho.

— Nunca pensei que você pudesse ser assim... – pensei alto me surpreendendo com o que falei.

— Mirela é a única salvação da minha família. – falou segurando minha mão esquerda e me rodopiando. Em seguida pude sentir o toque suave e respeitoso da sua mão na minha cintura enquanto eu falava:

— Mas e você?

— Enquanto o rei e a rainha me controlarem, serei tão ruim quanto eles e não poderei ser a salvação para ninguém. – afirmou com desgosto na voz.

— Como você pode proteger a sua irmã?

— Fizemos um acordo quando ela completou cinco anos. Eles queriam usá-la para atingir seus objetivos assim como faziam comigo, mas eu não deixei. Ameacei revelar seus segredos para todo o mundo, eles não aceitaram muito bem minha ameaça, porém admiraram minha revolta e prometeram não usá-la, mas com isso eu teria que servir para um propósito maior onde eu perderia completamente a minha liberdade, mas eu já não tinha nenhuma mesmo, que mal faria perder o que eu não tinha? Foi aí que surgiu a ideia do casamento com você.

— Então você também não quer esse casamento? – perguntei surpresa.

— Não. – respondeu cabisbaixo.

— Gostaria de se casar com alguém se não fossem nessas circunstâncias? – questionei.

— Sim. – falou simplesmente. Pouco depois voltou a me encarar e com os olhos lampejando com um brilho sonhador, completou: – Mas por amor!

A música acabou. Separamo-nos, fizemos o cumprimento final e seguimos de volta para o placo da casa real.

No meio do caminho fomos parados por uma Stephanie com um sorriso sapeca nos lábios.

— O que você fez dessa vez? – perguntei receosa.

— Gostaram da valsa? – perguntou tornando o sorriso ainda maior.

— Foi você?! – gritei incrédula.

— Vai dizer que não gostou... Tava o maior clima entre vocês! – ela falou como se fosse algo normal.

— Como você pode fazer isso sem nem ao menos perguntar?! – perguntei retoricamente; eu estava com raiva, e consequentemente, indo para cima dela.

— Calma! – exclamou Bryan me segurando pela cintura.

Não estava fazendo esforço por que ele sempre foi fresco demais e eu não queria escapar dele, ferindo assim, o seu ego. Mas quando vi que ele também não estava fazendo esforço nenhum para me segurar comecei a me debater e concentrar toda a minha força em fugir dele.

No final eu cansei e não tinha conseguido escapar dele!

— Tá bom! Parei! – falei desistindo e quase caindo ali mesmo no chão.

Ele me soltou e eu cambaleei para frente, dessa vez Stephanie foi quem me segurou.

— Vamos para o placo. – sugeri me soltando de Stephanie e me estabilizando.

Ela passou a andar um pouco mais rápido, nos deixando para trás.

— Ela é bem sapeca, né? – Bryan me perguntou.

— Você nem imagina o quanto... – respondi encarando a garota cumprimentando animadamente um dos convidados.

— Como ela vai conseguir governar todo esse povo sendo assim?

— Não sei...

— Ela sabe das guerras?

— Não.

— Se ela não sabe, como vai poder se concentrar em amadurecer e passar a ter pulso firme para esconder isso do povo?

— Se esse casamento funcionar não vai ser preciso ela ter pulso firme para esconder nada de ninguém...

— Peraí. Você...

— Por isso eu estou admirando seu jeito de ser. Está fazendo tudo isso para proteger alguém.

— Assim como você...

— Mas eu tenho que proteger meus amigos, a Stephanie e todo o povo de Laypry... E você só sua irmã!

— Tem uma coisa que eu não te contei...

— O que?

— Eu...

Ele foi interrompido por 12 badaladas do sino do castelo. Em Laypry essas badaladas indicam o inicio de cada nova estação. Mas no verão tem um significado a mais... O primeiro dia de verão em Laypry também é o primeiro dia em que o sol se torna visível, exatamente a meia-noite, e fica assim, o dia todo, durante três meses, mas ele só atinge seu ponto máximo no 22° dia.

E esse é o tempo que eu tenho para minha missão...

— Renascimento... – murmurou Bryan que estava ao meu lado observando o nascimento do sol no horizonte de Laypry pela varanda.

— O que? – perguntei confusa.

— Esse sol simboliza uma nova era para mim... Laypry passa nove meses no escuro e três na luz... Essa é a época mais bonita para o seu povo...

— Os antigos falam que simboliza a esperança...

— Também já ouviu as histórias dos antigos?

— Eu como guerreira guardo um ditado especial comigo. “A hora mais escura do dia é sempre aquela que vem antes do sol nascer...”.

— Lindo ditado!

— Ele sempre me mostrou que a parte mais sombria da guerra é aquela que vem antes da paz...

— Gosta de ser uma guerreira?

— Ser um guerreiro não é lá o trabalho mais seguro do mundo...

Ele riu da minha ironia. Deu uma risada leve e silenciosa, daquelas que só as pessoas de bom coração podem rir.

Só aí que eu tive a certeza:

Todos esses anos em que eu o odiava, eu é que estava sendo má. Por que ele não estava sendo ele mesmo, mas mesmo eu sendo rude e ignorante com ele sem motivo, ele não me queria mal... Na verdade só fazia tudo àquilo pra o meu bem...

Ele está tentando me proteger!

Mas do que?


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Notas finais do capítulo

E agora?
O que vocês acham do Bryan?
kkkkkkkkkkkkkkkk
Comentem pra eu saber!
Bjs Bia ^-^



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