Acordei calmamente, até que comecei a ouvir alguns barulhos estranhos na sala, fiquei muitooo assustada, meu irmão não estava no quarto, será se algum bandido pegou ele como refém e está na sala com ele. Oh My God e agora, eu desço ou fico aqui? Decidi descer, aliás somos imortais, quem pode com um imortal? Coloquei minha pantufa do sansão (coelho de pelúcia da mônica), e fui atrás de algo no guarda-roupa de Sam para atacar o bandido, tudo que encontrei foi um martelo do Thor, isso mesmo, ele não gosta de esportes, peguei o martelo bem firme, tentei fazer uns movimentos rápidos com ele e percebi que seria bem difícil usar ele, era muito pesado, então de pezinho de bailarina eu desci os degraus da escada, com o máximo de cuidado. De repente vi uma cena bem pior do que se fosse bandidos...

Estava meu irmão, Pietro (o idiota da sala) e um menino estranho acho que Gabriel o nome dele, não tinha certeza, eles comiam cheetos com os pés na mesinha de centro, bebendo coca-cola e jogando vídeo-game, foi uma das cenas mais aterrorizantes que já vi. E do nada todos estavam me encarando como se eu tivesse problema mental, mas eu confesso que parecia mesmo que eu tinha um problema, estava de pijama, descabelada, com pantufa e um martelo na mão. Eu me jogaria num hospício, meu irmão só virou viu que era eu, e continuou jogando.

– A eu acho que vocês já conhecem Sophie? - ele disse.

– A claro conhecemos sim... A eu amei a pantufa! - disse Pietro.

Eu derrubei o martelo no chão e subi correndo as escadas quase caindo no terceiro degrau, tranquei a porta e fui tentar parecer apresentável, tomei um banho, deixei meu cabelo solto para secar (odeio usar secador), coloquei um short jeans velho meio desbotado e uma blusinha de alça meio caída roxa. Me olhei no espelho para ter certeza de como estava, resolvi que estava ótimo, ou pelo menos melhor do que o pijama, tentei passar despercebida pela sala e ir direto pro meu cantinho da casa, e adivinhem só? Deu certo (risada), deitei esparramada o chão e peguei o primeiro livro que achei, estava só querendo fugir dali. Até que alguém bate na porta.

– Olha só está aprendendo boas maneiras né Sam... - falei com uma risadinha no fundo. E quando o Pietro entrou eu congelei, meu sorriso sumiu, não sabia o que fazer.

– Oi, desculpas entrar assim, é que eu preciso ligar pra minha namorada mais não acho sinal. - o que? Esse idiota namora? Só pode ser a idiota da Isadora.

– Naquela janela tem sinal, não sabia que você tinha namorada. - falei apontando para uma das janelas.

– A é que faz pouco tempo, é a Isadora da nossa sala. Sabe quem é?

– Sei sim. - falei com um pouco de ciúmes, perai ciúmes de que? Esse menino é um idiota. - Vou dá licença para você. - falei já batendo a porta.

Voltei para a sala, os dois viciados em vídeo-game ainda estavam lá, olhei novamente para o cheetos e pensei melhor sobre aquilo, tava na cara que Sam tinha combinado com aqueles meninos, nós não compramos comida. Sentei no sofá do lado com meu livro e comecei a ler ele.

– Já fez lição de casa? - perguntou Sam para mim, sem tirar os olhos da Tv.

– Fiz sexta-feira, e sábado que vem eu queria ir comprar uns livros, podemos ir?

– Claro princesa, também to precisando sair um pouco.

– Caramba sua irmã gosta de comprar livros? A minha só gosta de maquiagem. - disse Gabriel rindo, ele parecia ser legal.

– É que não sou boa em passar essas coisas, quantos anos tem a sua irmã? - nesse momento chega Pietro, então Gabriel devolve para ele o console e se senta do meu lado para conversarmos.

– Ela te 12 anos só, e se acha a adulta. - ele disse dando uma gargalhada perfeita. Ficamos conversando a tarde toda. Até que os meninos tiveram que ir embora, mas ele pegou meu número de celular.

Achei até que estava demorando pra perguntas de Sam.

– O que você tanto conversou com o Gabriel?

– A nada de mais, ele é legal, e você podia ter me avisado que chamou seus amigos.

– Não são amigos, são apenas colegas, e não quero você muito perto de nenhum menino.

– A claro você pode até namorar com uma loira tingida e eu não posso nem conversar com um menino. - subi correndo para o meu quarto e tranquei a porta.

– Não pode mesmo mocinha. - Sam gritou lá de baixo.

Troquei de roupa, deitei na cama e fiquei pensando no meu dia, no dia seguinte tinha aula, e estava ansiosa já que tinha mais um amigo. Meu celular começou a vibrar, uma mensagem.

OI, acho que já deve está dormindo ou quase, boa noite linda, até amanhã na escola.

BJUS... Gabriel!

Mal consegui fechar os olhos após aquela mensagem, fiquei revirando até o dia seguinte, com uma sensação que nunca tinha sentido antes, um frio na barriga, ansiedade talvez.