Não sabia se chorava, ria ou dava uns tapas na cara da morena ao meu lado. Que mentira! Ou não... Cala essa boca! Merlin! Como eu odiava ter essas conversas com a minha consciência. Ninguém nunca ficou tanto tempo calado encarando a outra pessoa como eu estava fazendo agora... Eu acho. Merlin! Se aquilo fosse verdade eu mataria Elena Capella, não com um Avada Kedavra, e sim com uma tortura trouxa mais conhecida como esquartejamento.

–Lily, fala alguma coisa. Por favor! –Ela disse, lagrimas molhavam seu rosto delicado, os olhos cor de mel inchados. – Por favor, Lily, eu te imploro! Só fala alguma coisa.

–Por quê? –Eu disse, com os punhos cerrados e uma enorme vontade de chorar, de pular no colo da minha mãe e chorar até morrer de desidratação. –Por que Amanda? Ela é meio sangue! Não é uma sangue ruim como eu! E foi obra das trevas... TEM QUE TER O DEDO DE VOCÊ-SABE-QUEM AÍ!

–Eu não sei porque nem onde... Só tenho flashbacks do momento. Eu me lembro do Lucius Malfoy falando alguma coisa, e eu fui em direção a ela e depois eu só me lembro de Amanda sangrando, muito mesmo, e da minha varinha levantada na direção dela.

“Ela estava chorando quando eu recuperei a consciência, ela... Ela disse que eu era uma assassina, mas ela estava ali, falando comigo. Foi quando eu percebi que a morte não era dela, mas da filha dela, ela só morreu porque... Eu... Eu sinto muito, Lily. Eu não queria, eu acho que foi influencia do Imperio que Malfoy provavelmente lançou em mim!”

Apertei com força minha mão, as unhas curtas cravadas na palma, fazendo o sangue sair de forma desagradável e ardida. Queria estapeá-la, mas parecia que ela estava falando a verdade, então eu não tinha razão para fazer nada. Queria sair correndo, puxando-a pelos cabelos e enfiar um Veritasedum pela garganta fina da morena para ver o que era fato e ficção.

–Meu Deus... –Eu disse, fechando com força os olhos até ver formas geométricas e estrelinhas. –Meu Deus...

–Lily! Por favor! Eu não sei no que acreditar, mas eu acho que posso trabalhar infiltrada... Eu posso! Por favor, me deixa fazer isso, escondida.

Olhei a corvina, incrédula. Mentirosa, safada, filha da mãe... Mas era a verdade, ela estava arrependida. Mas merecia morrer. Então não ia ser minha culpa se eu a deixasse ser morta pelos Comensais, e ela seria morta! Bônus para mim. Levantei-me e sai, com a mandíbula rangida, chegando a doer, franzi o cenho ao olhar para cima e ver o céu, esperando ver Amanda sorrindo para mim do paraíso. Mas eu não olhei para trás.

***

Não olhei para Elena de novo e não iria olhar tão cedo. James parecia preocupado, ele cm certeza suspeitava de algo, porém Amolfadinhas brincava com a comida ao meu lado, tentando me entreter e ao mesmo tempo me fazer comer (pelo menos um pouco, como Rabicho dizia) mas eu não ia conseguir, não sem vomitar tudo no prato da ex peguete do artilheiro na minha frente.

–Eu vou para o Salão Comunal, boa noite, marotos. –Eu disse, me levantando sem comer.

–Eu vou com você. - James disse, já se levantando.

–Não! –Eu protestei. –Eu quero ficar sozinha.

–O problema é seu, eu quero ir com você, então eu vou! –Ele falou, alto o suficiente para chamar atenção de alguns para nós. Eu revirei os olhos e fui embora, com o garoto me seguindo.

Chegamos ao Salão Comunal mais rápido do que o comum, já que cortamos caminho. Ao chegar lá eu me joguei na poltrona vazia. Estava tão cansada.

–Não vai se matar de estudar hoje, Evans? –Um garoto do sétimo ano disse, ele tinha lindos olhos azuis e o cabelo escuro despenteado. Will, eu acredito, era o nome dele. Era muito bonito, mas não tão bonito quanto o apanhador ao meu lado.

–Hoje não! Graças ao bom Merlin, os exames acabam amanhã e eu já estudei para DCAT. –Disse e pisquei, fazendo James se mexer desconfortável ao meu lado. Me levantei, triste e um pouco feliz, pela terceira vez naquele dia –Boa noite, meus caros.

–Espera! –James gritou. Eu o olhei assustada, mas ele apenas indicou com a cabeça a porta do dormitório masculino, onde eu sabia que podia entrar. Soltei o ar que estava prendendo sem saber, achei que alguém tivesse morrido ou alguma coisa assim.

***

–O que foi? –Eu disse, depois que ele fechou a porta atrás de mim. O moreno levou um longo tempo para responder e um tempo mais longo ainda para me olhar nos olhos.

–Eu acho que estou apaixonado por você. Amo como você faz com que eu me sinta. Como se tudo fosse possível, tipo... Como se a vida valesse a pena. Um, dois e três, Evans. Eu te amo. –Ele disse, embolado, mas eu o entendi.

–Esse é um momento horrível para dizer isso. –Eu falei, e, claramente soube dizer por sua expressão, essa não era a resposta que ele esperava. –Minha melhor amiga e a filha dela foram assassinadas por... Foram assassinadas. Meus pais estão apodrecendo debaixo da terra. Eu estou sozinha! PÉSSIMO MOMENTO PARA ME DIZER ALGO QUE EU QUERO COMPARTILHAR, MAS EU NÃO POSSO, JÁ QUE TODOS QUE EU GOSTARIA DE CONTAR ESTÃO MORTOS! E VOCÊ! SEU GRANDE IMBECIL! –Eu estava berrando, minhas palavras batendo em James e voltando para mim. –Ah, James... ME BEIJA!

O garoto não demorou dois segundos para me agarrar, passando as mãos pelas minhas pernas e me levantando. Eu demorei menos ainda para isolar a blusa dele em um canto distante do cômodo. Ele me jogou na cama, literalmente, beijando cada parte descoberta do meu corpo. Ele também tirou minha blusa branca, mas a gravata ficou presa em um dos botões. Ele riu de um jeito fofo e eu o acompanhei no ato. Ele deitou do meu lado, com as pernas para fora da cama. A blusa continuava na minha cara, sem sair nem entrar.

–James... Você devia tirar a minha blusa agora, sabe. –Eu disse, com a cara coberta.

–Eu sei, acho... –Ele falou, meio risonho e sabia que o sorriso dele era enorme.- Você quer... Transar comigo? Tipo, de verdade?

–Sim. –Eu disse, ainda desconfortável com a blusa prendendo minha respiração. Eu também amava James Potter e eu confiava nele o suficiente para fazer o que eu desejava a tanto tempo com ele.