Porque você? – Lily Evans e James Potter escrita por Victoire Winter


Capítulo 32
Capítulo XXXI


Notas iniciais do capítulo

Desculpeeeeem a demora! Provas aqui e ali, sabe como é...



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Era como cair, cair e cair num buraco sem fundo e completamente escuro. Sempre que olhava para o lado, esperava ver os cabelos loiros de Amanda caindo nos ombros da mesma, esperava ver sua mão sob a barriga, onde sua filha crescia. Sua filha que agora jazia, não em sua barriga, mas ao tumulo em seu lado.

Levantei-me bruscamente, causando um terrível estalo nas costas. Já era de manhã e eu devia estar atrasada. Vou matar aula, afinal, por que não? Aqui em Hogwarts alguns vem matando mais do que apenas aulas.

Entrei no banheiro e tomei um banho, daqueles de 15 a 30 minutos. Quando sai, com a toalha enrolada no corpo, fechei meus olhos e inspirei por um longo momento, depois deixei a toalha cair.

–Ai. Meu. Bom. Merlin! –Ouvi uma voz masculina atrás de mim e senti um desespero instantâneo. Como um menino entrou no dormitório feminino? MEU DEUS! Não me virei, pois se me virasse, minha nudez e os olhos do garoto me avaliando seriam reais. –Já fechei meus olhos, pode se vestir em paz! –Ele disse, meio que rindo.

Ouvi o conselho do garoto. Aquele era James com certeza. O desespero foi de mal a pior, como se fosse possível. Coloquei um dos meus uniformes limpos, e fiquei o olhando. Os cabelos castanhos despenteados, as mãos de apanhador tampando os olhos e um pijama estampado de pomos de ouro. Não pude deixar de rir com a visão.

–Posso abrir?

–Pode, James.

–Visão do paraíso, apenas. –Ele disse, com o sorriso de Mona Lisa, e eu revirei os olhos. – Como se você vestida não fosse bom o suficiente.

–Gostou é? Que bom, pois foi a primeira e ultima vez que eu apareço sem roupa na sua frente. –Eu disse (e por Deus como eu estava errada).

–Vim ver se você ainda estava dormindo.

–Que horas são?

–São 17:50.

–MERLIN! Eu dormi quase um dia inteiro! -Entrei em pânico enquanto falava, embolei as palavras e fui até James, colocando as mãos em seus ombros e o sacudindo. Tinha maior consciência de minha fome já que o moreno cheirava a carne. –UM DIA!

–Lily, eu odeio te falar isso... Mas já é dia 25. Você dormiu quase três dias.

O olhei, boquiaberta. Droga! Não podia! Não... Não, não. Isso é uma brincadeira de péssimo gosto. Eu sabia que ia perder o funeral da loira, mas ir lá só depois que seu corpo já entrou em estado de decomposição é uma...

–TRAIÇÃO! –Eu gritei, ainda encarando James. –Eu sou uma traidora!

–O que diabos, Lily?

–Se Sirius morresse, - Eu disse, e pela expressão em sua cara, James não gostou de ouvir. –Você gostaria de faltar o funeral dele?

–Lil, essas coisas acontecessem.

–Sabe o que eu vou fazer? –Eu disse, em tom retorico.

–O que?

–Vou pular da torre de Astronomia. –Eu falei, séria. James deve ter achado que era piada pois baixou a guarda e riu, e eu passei por ele rapidamente.

–LILY! LILY!

Ignorei o apanhador. Quase todos estavam no jantar, então não tive que me incomodar com fingimento, ou falsidade, ou nada. Passei correndo pelo buraco da Mulher Gorda, com lagrimas se formando nos meus olhos. Esbarei em alguns alunos da Corvinal, que iam rindo para seu salão comunal, mas não me incomodei em me desculpar. Atrás de mim, os passos de James ecoavam no corredor que estava, agora, vazio.

–LIL! EU TIVE TREINO, ‘TÔ CANSADO, PARA! LILY EVANS!

–VÁ SE DANAR JAMES POTTER! VÁ SE DANAR!

Eu comecei a correr mais rápido, virei à direita, crente que daria de cara com Dumbledore ou Sev, mas não dei. Continuei correndo, James ainda berrando ofegante atrás de mim.

Ao chegar às escadas, subi-as correndo. Não fiz um discurso funerário, mas subi de costas. Tudo que já fiz, todos que já amei. Em vão. James chegou, segundos após meus pés se firmarem.

–LILY, NÃO!

E eu cai, no mesmo buraco escuro. Antes que o mundo ficasse preto, e a morte viesse me buscar, ouvi duas palavras. Aresto Momentum.

***

Acordei com os lindos olhos castanhos de James invadindo meu campo de vista. Estou no paraíso? Aparentemente falei alto, porque o garoto riu. Se ele riu, eu não estava morta, não é?

–O sr. Potter foi muito corajoso, srta. Evans. –A voz de Dumbledore disse. –Usou um Accio Vassoura e depois um Aresto Momentum para te impedir de cair. Muito corajoso, ele pulou, sabe. Já disse isso, mas... Mais 50 pontos para a Grifinória!

Me permiti sorrir. Não tinha fome, como esperava ter. Tinha um pouco de dor nas costas, mais ainda assim...

–Você é louca, Lily! –Mari praticamente gritou ao meu lado. A voz dela estava meio chorosa. Não havia reparado na morena ali. – L.O.U.C.A!

Sorri mais uma vez antes de cair no sono novamente. Consegui balbuciar algumas palavras. Obrigada... James... Eu te... Amo.

***

Estava sendo vigiada. Disso eu tinha certeza! Alguns professores morriam de medo que eu enfiasse a pena nos meus olhos nas aulas deles, eu sabia. Mesmo que os alunos não soubessem, o ar estava pesado ao meu redor. Todos me olhavam meio torto e com pena por causa de Amanda. EU ESTOU BEM! AGORA VAI TE CATAR! Eu sentia vontade de gritar sempre que alguém me lançava um desses olhares. James me acompanhava no ato.

O garoto não saiu do meu lado por um minuto. Não segurava minha mão nem nada, mas me olhava de 10 em 10 segundos para verificar se eu estava bem. Eu queria olha-lo, mas não queria que os outros suspeitassem mais. Aluado e Amolfadinhas também serviam de guarda costas, Aluado durante as rondas e treinos de Quadribol e Amolfadinhas quando não estava dormindo com alguma quintanista.

Outra pessoa que me olhava o tempo todo, como se quisesse me contar alguma coisa, era Elena. A corvina estava se isolando, como se fosse morrer e não quisesse machucar ninguém. Eu queria acreditar que ela estava bem, só passando por uma fase difícil, mas era complicado dado aos recentes eventos.

Não me espantei quando ela chegou para mim, uma semana depois da minha saída da enfermaria, me dizendo que tinha algo a me dizer. Dei para James a desculpa que nós íamos estudar, coisa que ele engoliu com dificuldade, já que as aulas acabavam em duas semanas. E eu não tinha casa para voltar, mas nisso vou pensar depois. Fomos ao pátio, quinze minutos antes do “toque de recolher”.

–O que foi, El? –Eu disse, com a voz doce. – É alguma coisa com Sirius? Eu posso falar com ele e vocês poderiam...

–Não Lily. É outra coisa. –Ela disse, os olhos cor de mel cheios d’água.

–O que é? –Eu disse. – Seja lá o que for, Elena, nós podemos resolver. –Peguei a mão dela, mas ela soltou de um modo brusco.

–Eu sei quem matou Amanda. Eu sei... Eu vi... Eu... –Ela começou a chorar, mesmo me importando com a segurança da corvina, queria vingar minha melhor amiga.

–Quem foi? –Eu disse, o mais calma possível. –Elena, me fala, por favor...

–Eu... –Ela repetiu, chorando mais ainda.

–VOCÊ O QUE, ELENA?

–EU A MATEI! Fui eu! EU A OLHEI NOS OLHOS E DISSE Sectusempra! Fui eu, Lily! Eu matei Amanda Eaton.


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Notas finais do capítulo

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