A Viagem nas Sombras + Audiolivro escrita por R G Assis


Capítulo 17
Reyna




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Audiolivro - Capítulo 17

XVII

Reyna

 

O bebê Anemone já dormia profundamente no colo de Reyna, quando esta o colocou em seu berço, Reyna ainda ficou um tempo olhando para ele, tão pequeno e frágil, ela o olhou e pensou em si mesma assim, pequena, frágil, precisando ser protegida, uma lágrima escapou por sua face e Reyna sentiu algo macio a secar, percebeu que era a mão de Mellie.

A ninfa das nuvens a olhou com ternura, Reyna queria se debulhar em lágrimas nos braços dela ali mesmo, nunca se sentira tão fraca e Mellie exalava uma presença materna reconfortante que acalmava Reyna.

“Não esconda as lágrimas criança, é bom chorar de vez em quando.”

Reyna fungou.

“Eu... sei.”

Não conseguindo se acalmar totalmente Reyna olhou para o bebê, buscando conforto.

“Você tem que acreditar que tudo dará certo, acreditar que você é capaz de conseguir, que você merece a felicidade.”

Pensando que Mellie estaca falando sobre a batalha que logo aconteceria no acampamento, Reyna respondeu.

“Eu sei, eu acredito que posso lidera-los para uma vitória, acredito que podemos salvar o acampamento, eu sei disso.”

“Bem, mas não era disso que eu estava falando.”

Reyna arregalou os olhos e olhou para trás, onde Millie indicava com a cabeça, viu Nico sentado com o cotovelo apoiado no joelho e a mão no queixo, ele tinha uma careta engraçada, como se estivesse pensando na resolução de uma equação matemática um tanto difícil, Reyna achou adorável, apesar de não saber da onde o sentimento tinha vindo.

Voltando-se para Mellie novamente, Reyna continuou.

“Mas eu não sei, não tenho certeza... eu sempre tenho certeza do que eu quero, mas agora... não sei. Ele me desestabiliza, eu perco o foco perto dele, não consigo entender isso... e às vezes eu quero simplesmente soca-lo quando ele dá aquele seu sorrisinho.”

Mellie riu com a declaração, Reyna ficou envergonhada.

“Isso é totalmente normal, querida, não se envergonhe. Só queria que soubesse que quando um bebê sátiro uni as mãos de duas pessoas, estas tem decididamente um futuro juntas, agora que futuro será esse, cabe a vocês decidir.”

Reyna fechou a cara, deixando a raiva passar através da tristeza. Era mais fácil sentir raiva.

“Não se preocupe, dê tempo ao tempo. Esta bem? Agora vocês devem ir descansar, espero revê-la em breve.”

“Eu também. Obrigada, por tudo.”

Mellie, sem dizer nada, abraçou Reyna tão carinhosamente e ternamente quanto uma mãe faria, Reyna deixou-se envolver pelo abraço, pela primeira vez em muito tempo, depois se afastou e andou até Nico, que não percebeu a sua presença, ele ainda estava pensativo.

Reyna parou bem na frente de Nico, que por um instante continuou em seu devaneio, depois que percebeu que Reyna estava parada a sua frente, levantou a cabeça a olhando, seus olhos pareciam cansados, mas tinha uma espécie de determinação palpável que emanava deles.

“Podemos ir?”

Reyna perguntou cautelosamente.

“Uh, ahh, claro.”

Nico se levantou, Mellie veio abraça-lo e sussurrou algo em seu ouvido, Nico estremeceu, Reyna tentou não pensar no que ela havia dito, depois os dois cumprimentaram o treinador Hedge.

“E então o que acharam? Igualzinho ao pai, heim?”

Os dois riram e juntos disseram.

“Com toda a certeza.”

Reyna e Nico se olharam, depois de receberem abraços de urso do treinador, eles saíram da pequena cabana em direção à praia. Reyna não queria estar sozinha com Nico, não queria falar com ele agora, precisava pensar. Mas logo viu uma patrulha e lembrou-se que não estariam sozinhos, havia soldados percorrendo toda a extensão do acampamento.

Nico andou em silêncio ao lado de Reyna, que percebeu o quão distante ele parecia estar, não fisicamente, mas parecia que Reyna tinha perdido toda aquela proximidade e cumplicidade que conquistara durante a viagem com Nico, percebeu o quão estranho ele parecia estar perto dela, o quão desconfortável ele estava, o quão desolado ele parecia.

A única coisa que Reyna queria naquele momento era consolar Nico, mas ela não podia fazê-lo, não podia se prender a alguém assim, ela não podia. Se aproximando dos chalés, Nico ia virando a direita, antes Reyna o chamou.

“Nico, onde, você vai dormir? Bem, Quíron me deixou dormir na casa grande, infelizmente, Octavian ficará lá também, nem os campistas de Hermes o suportaram.”

Nico conseguiu sorrir fracamente com isso, lembrando do escarcéu que Octavian havia feita após a reunião e ficar decidido que ele iria dormir num chalé amontoado de semideuses, bem no final Octavian venceu a discussão, pois ninguém queria ele por perto, Nico sentiu pena de Reyna.

“Bem, vou para o chalé de Hades, deixei uma cama lá, caso precisasse um dia.”

Ela sorriu forçado.

“Ok, boa noite então, te vejo amanhã.”

“Boa noite.”

Reyna o olhou por uma ultima vez e deu as costas sentindo que Nico ainda estava lá parado seguindo-a com o olhar pelo caminho até a casa grande.


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