Evermore escrita por ApplePie


Capítulo 5
Capítulo 4 - Flappy Bi...Jogo do mal


Notas iniciais do capítulo

Mais um capítulo com o Will sedução. Logo logo ele vai entrar na narração...
I hope you enjoy,
Kissus



Este capítulo também está disponível no +Fiction: plusfiction.com/book/472302/chapter/5

Everlyn Clockwork

O Sir Batatinhas continuou a me encarar, depois que eu parei de gritar, eu me lembrei do acontecimento na loja do Finn eu pensei: fudeu, ele é o bandido. Então eu fiz o que qualquer menina da minha idade NÃO faria, ao invés de eu sair correndo, me trancar num quarto e ligar pra polícia, eu peguei meu guarda-chuva e avancei em cima dele.

Ele ficou chocado, eu comecei a acertá-lo com o objeto e ele começou a gritar.

— SUA LOUCA, O QUE DIABOS VOCÊ ESTÁ FAZENDO??

— SEU BANDIDO, FILHO DA MÃE, EU VOU ACABAR COM VOCÊ!

— Que diabos? Eu NÃO SOU um bandido!!

Foi então que tudo se encaixou. Ele tinha a minha idade porque talvez (sintam a ironia) ele era o garoto que ia morar conosco e eu estava o acertando com o guarda-chuva.

Acertando ele.

Com o guarda-chuva.

Eu parei de repente e ia me desculpar, já estava toda sem graça quando algo MAIS SEM GRAÇA AINDA aconteceu: minha toalha escorregou do meu corpo.

Ohh, beleza.

Acho que a única vez que eu me senti tão deseperada/envergonhada foi quando eu menstruei pela primeira vez.

Foi num dia que a Tawaret estava fora com as crianças mais novas, foi levá-las para um parque cheio de bichinhos. Eu e Ed tivemos que ficar porque estávamos doentes (não tem nada a ver com o fato de no dia anterior daquele, termos feito uma competição de quem comia mais gelo) e Tristan não queria ir sem a gente.

O problema é que nenhum dos três idiotas sabia o que se passava no corpo das mulheres. E então, do nada, enquanto estávamos no orfanato, sozinhos, uma quantidade enorme de sangue começou a escorrer pelas minhas pernas, afinal eu estava de camisola.

Eu comecei a entrar em desespero, Ed começou a chorar e Tristan a gritar. Nós achávamos que eu estava morrendo.

Tristan sacou o telefone e discou algum número.

— Alô? É do hospital? Eu preciso de uma ambulância agora!! Minha melhor amiga está tendo uma hemorragia pela abertura das pernas.

Nós só pudemos ouvir o número caído na caixa postal. Tu, tu, tu.

— Ligue para Tawaret — exclamou Edmund.

— Está bem, Ever acho melhor você se deitar, se ficar de pé acho que vai piorar o sangramento. Só espero que não seja uma hemorragia grande.

Minutos depois Tawaret estava no orfanato, contando a verdade para nós três. Ela tinha dito que estava com receio de nos ensinar essa parte da biologia porque éramos muito crianças (tínhamos quase treze anos).

E cá estou de novo numa situação totalmente desagradável. A diferença é que eu estava com um completo estranho!

Fiz o que qualquer garota sã faria. Eu o chutei pra fora do quarto e tranquei a porta. Troquei-me em menos de um minuto, e saí para explicar tudo, e me desculpar, e... Sei lá.

Quando coloquei o pé pra fora do quarto ele estava comendo suas batatinhas encostado na parede.

— Se acalmou, selvagem? — perguntou com um sorriso torto.

— Como é que é? — acho que a explicação vai ter que esperar...

— Bem, você primeiro me bate com o guarda-chuva e depois simplesmente me chuta pra fora do seu quarto.

—Talvez isso tenha a ver com o fato de você ter me visto nua. E eu só te acertei porque eu achei que você fosse um bandido.

— Aposto que se eu fosse um bandido eu iria adorar ser acertado por uma garota quase nua.

Antes que eu pudesse gritar com ele a porta da sala é aberta e Tristan e Ed entram na sala. Os dois perceberam a presença do garoto e foram cumprimentá-lo. Ed percebeu meu estado (despenteada e vermelha) e virou-se para mim.

— Porque você está tão vermelha, Snow? — Ed perguntou.

— Porque seu amigo não sabe o que significa campainha, entra na casa dos outros, mais precisamente no quarto de jovens que acabaram de tomar banho e me viu nua.

Os dois ficaram sem fala e se viraram para o garoto. Ed e Tristan são muito protetores, no mínimo queriam quebrar o nariz do garoto.

— Hey, pera aí, selvagem, você me acertou com um guarda-chuva e me chutou pra fora de um quarto. Pra sua informação, eu toquei sim a campainha e eu tinha avisado que eu iria chegar hoje.

Virei-me para Tristan e Ed.

— Acho que se esqueceram de compartilhar essa informação, rapazes.

Os dois desviaram os olhares para o teto ou para o chão.

— A propósito — disse o garoto se levantando — meu nome é William Kenwitch, mas pode me chamar de Will, selvagem.

— A propósito, meu nome não é selvagem.

— Então é o que, Snow White? — disse ele, debochando — pelo o que seu amigo falou...

— Meu nome é Everlyn Clockwork, mas pode me chamar de Everlyn Clockwork — disse com um sorriso torto — e o que meu melhor amigo me chama não tem nada a ver com você.

Minutos depois, ajudamos os meninos a tirar as compras do carro. Sentei-me no sofá para assistir “Harry Potter e o Príncipe Mestiço”, sempre chorei quando o Dumbledore morria.

Foi quando meus pensamentos foram apagados por um barulho de um jogo irritante.

— Flappy Bird? — perguntei — sério?

— Esse jogo é viciante — respondeu Will entretido no jogo.

— Esse jogo é do mal.

— Mas é legal.

Parei de falar para reparar nele pela primeira vez. Ele tinha um cabelo cacheado negro, que me lembrava o meu, mas sem as mechas coloridas (oh, sério, gênio?). Seus olhos também eram azuis, mas enquanto os meus eram azuis clarinhos, que, segundo os meninos, pareciam mudar para um cinza claro quando eu ficava furiosa, os dele eram azuis-safira. Muito bonitos. Muito irritantes.

— Admirando a vista? — perguntou Will com um sorrisinho ainda vidrado no jogo.

— Ah, por favor — respondi revirando os olhos.

De noite, quando eu estava lendo “Estudos sobre Veneno” eu ouvi um barulho de guitarra. Um barulho de um intruso que NÃO sabe tocar guitarra, mexendo na MINHA guitarra. E só havia UM intruso naquela casa.

Corri até o quinto quarto que ficou sendo usado para colocar as nossas tralhas, mais os meus instrumentos (no lugar do piano, um grande espaço vazio, só esperando por ele). Will estava lá mexendo na minha guitarra.

— Hey, nunca te ensinaram para não mexer no que não é seu?

— Ah, então é sua... — respondeu William.

Então ele deu uma risada engasgada de deboche e colocou a guitarra no lugar.

— Qual é a dessa risadinha de deboche? — perguntei com raiva.

— Nada, é só estranho alguém que quer fazer faculdade de música numa das melhores faculdades de arte de Londres e só saber tocar guitarra.

— Quem disse que eu só sei tocar guitarra? — perguntei com um sorriso torto.

— Aé? E o que mais você sabe tocar?

— Algo que não tem nada a ver com você, e também não veria problema se eu só soubesse tocar guitarra. Pelo menos eu sei tocar alguma coisa.

— Eu toco também.

— Aé? O que, exatamente? A campainha?? Espera...Nem isso você sabe tocar direito.

Will me fuzilou no olhar, mas não disse nada. Eu saí do cômodo e fui pro meu quarto.

Rá, toma essa, Sir Batatinhas.


Não quer ver anúncios?

Com uma contribuição de R$29,90 você deixa de ver anúncios no Nyah e em seu sucessor, o +Fiction, durante 1 ano!

Seu apoio é fundamental. Torne-se um herói!


Notas finais do capítulo

Cara, esse jogo Flappy Bird é muito DO MAL, mas eu não consigo parar de jogar, hahahaha. O livro que a Ever estava lendo é sensacional, eu recomendo "Estudos sobre Veneno" da Maria V. Snyder. "Isso é tudo pessoal!", tá, parei.
Byebye



Hey! Que tal deixar um comentário na história?
Por não receberem novos comentários em suas histórias, muitos autores desanimam e param de postar. Não deixe a história "Evermore" morrer!
Para comentar e incentivar o autor, cadastre-se ou entre em sua conta.