Evermore escrita por ApplePie


Capítulo 4
Capítulo 3 - O Sir Batatinhas


Notas iniciais do capítulo

Esse capítulo é um pouco mais longo, eu vou tentar deixar todos os meus nessa faixa porque eu acho que é melhor,
I hope you enjoy,
Kissus



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Everlyn Clockwork

Tristan me falou, quando chegamos no hotel, que já tinha conversado com o verdadeiro proprietário da casa. Eu soube que um outro cara ia morar conosco. Ele fazia algumas aulas com Tristan, mas ainda não sabia qual curso iria prosseguir.

Não gostei muito da ideia, afinal éramos os três mosqueteiros, e não quatro, mas enfim, talvez ele seja um cara legal. Não soube mais nada, provavelmente os menos esqueceram de me contar, tipo quando ele ia chegar etc...

Esperamos até sexta-feira para nos “mudarmos”. Na casa, quatro quartos eram suítes (ainda bem, se não iria sair briga... Mais precisamente guerra entre mim e o Ed, porque Tristan sendo o cara legal que era provavelmente deixaria um de nós sem suíte antes de deixar o garoto novo sem suíte).

Meu quarto era imenso. Meu quarto parecia ter sido retirado de um filme da época vitoriana. Minha cama lembrava aquelas antigas, que tinha aquelas “armações” como uma cama de princesa. Comecei a rir desse pensamento. Com Ed me chamando de princess e eu morando nessa casa iria me sentir uma rainha Elizabeth da vida. Meu banheiro era consideravelmente grande também, não que eu me importasse, afinal não é lá que eu durmo (oh, jura, gênio??).

Assim que eu desfiz minhas malas, desci para comer alguma coisa. Abri um pacote de cookies e comecei a comer. Alguns minutos depois, ouvi passos vindos da escada. Tristan apareceu ajeitando o cabelo.

— Ever, eu preciso comprar alguns materiais de arte, afinal não tinha todos. Você quer vir comigo?

— Eu vou se você me levar depois naquela loja de música. Preciso encomendar um piano.

Concordamos e deixamos Ed na casa (ele demora para organizar suas coisas, demorou dias pra empacotar seus pertences no orfanato).

Tristan parou na loja de desenho. Eu sempre gostei de vê-lo desenhando. Era até que engraçado. A maneira como ele se dispersasse como se nada estivesse ao seu redor. Ele franzia um pouco sua testa, e quando fazia algum traço errado ele ficava parado observando como se quisesse gravar o erro para corrigi-lo.

Pegamos um carrinho e começamos a colocar um monte de coisa nele. Pincéis, tamanhos diferentes de folhas, lápis H,B, 2B e 4B. Pote de aquarela, tinta à óleo, tinta acrílica, solvente e mais algumas coisas.

Depois paramos em uma loja de música que eu sempre ia quando era pequena. Meu amor pela música era de família. Meu pai tocava violoncelo e minha mãe amava cantar e sabia tocar violão. Eu soube por uma das histórias que minha mãe me contava enquanto regávamos as plantas que meu avô tocava saxofone e minha avó tocava clarinete.

Já eu tocava guitarra e piano.

O piano eu sempre tocava desde pequena. Eu tinha começado a aprender com quatro anos e meio, quase um ano antes da morte de meus pais. A música me lembrava deles, então eu tinha parado de tocar, mas uma vez quando seria o aniversário de meu pai, eu senti uma tremenda vontade de tocar.

Então fui até uma loja onde conheci um velhinho muito fofo e comecei a tocar em sua loja que tinha um piano de cauda.

Desde então eu comecei a tocar na loja e, em troca de receber aulas de piano, eu ajudava o velhinho na loja. Ele ficou muito feliz de eu ter decidido estudar fora e que queria que eu enviasse fotos para ele e mandasse mensagens (sim, eu o ensinei a mexer no celular). Um ano e meio antes de eu ir para Londres, eu pedi para ele, já que eu tinha acabado com minhas aulas, para me deixar a trabalhar de verdade lá. Então arrumei dinheiro suficiente para comprar um piano, já que a herança ia ser usada quase toda para o material da faculdade e para a casa, sobrando um pouco para eu me virar nas primeiras semanas enquanto não arrumava um emprego.

E eu comecei a tocar guitarra com incentivos de Ed e Tristan que, assim como eu, amavam rock, principalmente os clássicos como The Beatles, Pink Floyd, Metallica ou outros mais recentes como System of Down e Skillet. Eu tinha treze anos quando Tawaret, junto aos meninos, compraram uma guitarra preta e branca simples, mas era minha primeira guitarra. Eu fiquei muito feliz, mas eles só se esqueceram do amplificador. Então eu, usando minha herança pela primeira vez, comprei um.

Entrei na loja de instrumentos. Me deparei com um monte de violinos. Eu sempre quis tocar, mas nunca tive chance de aprender (afinal o velhinho da loja só sabia piano, oboé e saxofone). Segui até o fundo da loja para falar com o vendedor.

— Bem-vindos, eu sou Finn — disse um jovem tatuado.

— Olá — disse — quero ver os seus pianos de causa.

Seguimos para a seção de pianos e teclados. Tinha um piano de cauda preto, um marrom escuro e outro preto, mas com uma aparência mais antiga. Os dois primeiros eram da Steinway Musical Instruments e o terceiro era da Yamaha.

— Vou levar esse — apontei pro primeiro. Eu sempre gostei da Steinway, mesmo que a Yamaha seja muito boa também.

— É pra já, cachinhos — ele disse enquanto me passava um formulário para eu preencher.

E foi quando a polícia entrou. Ah não, só porque eu tava simpatizando com o cara, não me diga, ele é um charlatão que se passou por um dono da loja.

Mas ele estava calmo, como se nada estivesse acontecendo. Eu fiquei olhando enquanto a polícia se aproximava.

— Boa tarde, senhores e senhorita — disse um policial que parecia ter saído de um desenho animado: gordo, de óculos escuro, com indícios de rosquinhas — eu sou Bob, preciso saber se vocês viram algum suspeito aqui passando. Um fora-da-lei está solto por aí e queremos capturá-lo o mais rápido possível.

— Me desculpe senhor policial, mas não vi nada hoje. Se acontecer algo, irei avisá-lo.

— Obrigado e tenham um bom dia — Bob disse saindo da loja.

Tá, então não era o tatuado o fugitivo, ainda bem, se não acho que eu ficaria com trauma de vendedores.

Foi então que começou a tocar Hero do Skillet e eu comecei a cantar baixinho, mas Finn ouviu e me deu um sorriso enorme.

— Hey, você curti Skillet. Que surpresa saber que alguém com essa aparência fofa e que toca piano clássico curti um rock.

Eu devolvi o sorriso.

— Na verdade, meus gostos são bem abrangentes, e eu também sei tocar guitarra então...

— Quando você tiver tempo, dá uma passada aqui que nós podemos tocar juntos. Eu toco só um pouco de guitarra, mas sei bastante quanto se trata de bateria e baixo.

Conversamos um pouco e ficou decidido que na outra semana eu iria passar lá para tocar com Finn.

— Você está quieto, Tristan, o que você está pensando?

— Eu preciso ir ao mercado e Ed precisa ir comigo porque eu nunca sei o que ele vai querer. Posso deixar você em casa?

— Claro, eu preciso mesmo descansar e tomar um banho.

Enquanto estávamos no carro ficamos falando sobre as músicas das rádios, zombando com as que nós não gostávamos e cantando alto as que adorávamos.

Assim que cheguei em casa, os meninos saíram pro mercado e eu fui tomar banho. Mas que belo e longo banho!! Enrolei-me na toalha e fui buscar uma roupa no guarda-roupa. Foi quando eu vi um vulto na porta. Não me assustei de primeira porque pensei que era Tristan ou Edmund. Foi quando eu vi que não e congelei.

O menino deveria ter a minha idade e estava com uma garrafa de Pringles. Ele percebeu que eu estava só de toalha e ficou me encarando.

— Nossa — ele disse com um sorriso torto — isso sim é recepção.

Fiquei olhando para o Sir Batatinhas e quando finalmente encontrei minha voz, eu comecei a gritar.


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Notas finais do capítulo

Eeeeee é isso aí, hahahaha, o capítulo acaba aqui, vou tentar postar amanhã o próximo. Hoje postei tantos porque estava inspirada, hahahaha,
Byebye



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