William Kenwitch

Tudo virou um pandemônio depois que saímos do concerto. Fotógrafos, pessoas aplaudindo, pessoas querendo conversar etc... Procurei pela multidão os meus amigos e Ever, mas não encontrei ninguém. Depois de um tempo, achei um ser baixinho de vestido lilás.

— Que loucura, não? — perguntei — você foi perfeita, Little Rainbow.

Ela se virou pra mim, e vi que tinha lágrimas nos olhos. Tinha um dos sorrisos mais brilhantes e tudo à minha volta pareceu ter se dizimado. Eu a puxei e a beijei apaixonadamente. Muitos ficaram surpresos, outros assoviaram e outros começaram a dar risada.

Logo em seguida, nossos amigos se acharam seguidos pela minha família. Vi que Sean tinha trazido uma garota com ele, parecia ser francesa. Não pude conter o sorriso malicioso quando ele me olhou. Ele apenas rolou os olhos e sorriu. Então um homem entrou no meio de nós dizendo que queria falar comigo e com Ever. Ela assentiu e eu também.

— Senhor William Kenwitch, eu gostaria de perguntar o que você pretende fazer depois que acabar a faculdade. Eu sou Gregory Witzmail e estou a procura de jovens talentosos como você e a senhorita Clockwork.

— Bem senhor, eu e Everlyn pretendemos seguir com a nossa carreira como musicistas, porém vamos terminar nossa faculdade aqui.

Ele assentiu e coçou o queixo.

— Eu vou deixar com vocês o meu cartão. Quando acabarem a faculdade eu gostaria que entrassem em contato. Eu com certeza terei o maior prazer de trabalhar com vocês.

Depois de nos despedirmos, minha mãe começou a encher o saco, falando que queria que nós saíssemos para comemorar. Todos concordaram. Fiquei sabendo que a garota com meu irmão era sua nova namorada chamada Marie e ela estava passando uns meses em Londres, mas depois iria voltar para Praga onde ela morava.

Everlyn Clockwork

O jantar aconteceu numa boa, eu estava extremamente cansada e pude perceber que Will também. Foi então que eu cai na real. Eu tinha que estudar duas peças de piano em uma semana e dois dias. Legal, agora posso me matar?

Suspirei e ignorei tudo. Eu não ia deixar alguns problemas de faculdade atrapalharem meu jantar. Bem, fomos num restaurante chique e rico porque todos estávamos vestidos MUITO formalmente e porque bem, a família do Will é rica.

Chegando em casa, a primeira coisa que fiz foi arrancar aquelas malditas sandálias e deitar no sofá. Eu ignorei totalmente os pedidos de Tristan e de Will para que eu fosse dormir. Eu notei a ausência do Ed e percebi que ele também já estava dormindo no outro sofá como eu.

Dei uma risadinha e me levantei para tirar a maquiagem. Meu cabelo estava meio estranho por causa do laquê, mas eu não ia tomar banho às 23:30h. No meu quarto, eu fiquei lendo o livro “Marina” porque eu simplesmente não conseguia dormir, o que não foi uma boa escolha de livro porque esse livro é de suspense, e não iria me ajudar a dormir.

Suspirei, deixei o livro de lado e mandei uma mensagem pelo facebook para Tawaret falando sobre como foi o concerto, e me lembrei que eu precisava escrever uma carta para Annie sobre isso, já que Annie não usa redes sociais.

No dia seguinte, minhas mãos estavam praticamente dormentes. O Will não tinha acordado ainda (Novidade? Eu acho que não) e Ed estava comendo cereal como um zumbi. Tristan estava jogado no sofá assistindo “Viagem ao centro da Terra”.

Eu não estava nenhum pouco afim de fazer algo grandioso pra eu comer, então simplesmente comi uma salada de frutas que tinha na geladeira, tomei café e comi torradinhas com requeijão.

Eu não ia conseguir treinar piano naquele estado.

— Hey Tris...

— Tristan.

— Enfim, quer sair comigo, eu preciso comprar uma touca nova e bem, Will está dormindo e Ed está parecendo um vegetal.

Ele riu e concordou. Peguei meu casaco e saí, estava um tempo nublado então eu precisava comprar minha touca logo. Fiquei conversando sobre os planos da nova grife com Tristan enquanto descia a rua da nossa casa.

Edmund Dwight

Eu nem percebi que Ever e Tristan tinham saído direito. Eu estava mal, eu definitivamente não deveria ter misturado aquele prato chique que eu não sei o que era, só sei que era bom, com suco de limão e depois ter tomado umas doses de tequila.

Suspirei e fui procurar algum remédio para dor de estômago. Will desceu as escadas todo descabelado e sonolento.

— E aí cara?

— E aí? Estou mal pra caramba.

— Também, com aquela suas doses de tequila depois da comida...

— Tá tá, eu sei, agora me deixa morrer de dor em paz.

Ele rolou os olhos.

— Onde está Ever e Tristan?

— Saíram, algo sobre comprar uma touca. Ela parecia bem cansada e você também. Vocês não tinham que ensaiar para uma prova?

Ele fez um gesto de pouco caso.

— Não é o teste final, graças aos deuses do olimpo, mas é um pequeno teste, são só duas peças.

— E no teste final são quantas?

— Três, mas os professores são bem mais rigorosos.

Foi então que Ever e Tristan aparecerem na entrada da casa segurando um cachorrinho.

— Quem é o bichinho? — perguntei.

Snow deu um sorrisinho.

— Eu achei ele que estava abandonado numa caixa e eu o trouxe para cá.

Ele era um cachorrinho muito fofo e branco. Ele tremia de frio, então Will correu para fazer uma caminha improvisada quentinha para ele.

Eu fiquei mexendo nele.

— Você vai ficar com ele — perguntei à Princess.

— Não, você vai.

Eu fiquei surpreso, eu sabia o quanto Ever adorava cachorros e brigava com Tawaret que não podíamos ter nenhum. Ela viu minha cara de espanto e começou a gargalhar.

— Eu falei pra você, seu ser solitário, que você deveria ter um bichinho de estimação.

E começamos a rir. Tristan perguntou qual seria o nome dele. Snow disse que eu deveria escolher. Eu percebi que ele tinha uma machinha preta perto da coxa esquerda dele. Parecia uma estrela...

— Star, esse vai ser o nome dele. Por causa da pintinha dele.

Tristan me olhou estranho, mas não me disse nada. Ever deu um sorriso e foi mostrar a touca que ela tinha comprado para o Will. Eu fiquei brincando com meu novo mascote.

— Bem-vindo à essa família de loucos, Star.