Evermore escrita por ApplePie


Capítulo 31
Capítulo 28 - A culpa é da comida japonesa


Notas iniciais do capítulo

Eu sei que eu tinha prometido postar ontem, mas eu tenho justificativas. Não sei se foi algo que eu comi ou se foi meio que um ataque de ansiedade, eu só sei que de quinta pra sexta eu passei vomitando e fiquei de cama, mas agora eu estou melhor, então pra vocês, um capítulo fresquinho (isso é um capítulo, Carol, não um pão...), ah não se esqueçam que esse capítulo terá o concerto entãoooo o link da música estará nas notas finais, avisarei na hora quando é melhor vocês escutarem,
I hope you enjoy it,
Kissus



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Tristan Frey

Everlyn estava enlouquecendo. Definitivamente, enlouquecendo. Ela estava totalmente focada no lance do concerto que se alguém a atrapalhasse provavelmente levaria um soco (isso aconteceu com Ed, não comigo, ainda bem). Ela ficava ouvindo só aquela música quando ela ia fazer alguma coisa que tinha que tirá-la do piano e ficava horas e horas tocando. Normalmente, pelo que eu vejo do Will e da Ever desde pequena, um pianista geralmente estuda umas três a quatro horas de piano. O que eu já achava louco, mas Ever estava estudando DEZ FUCKING HORAS por dia. As outas quatro ela trabalhava (ela tinha tirado duas horas de folga por um mês, desde que ela pagasse essas horas trabalhando mais no outro mês), as outras duas ela usava para fazer as necessidades de um ser humano comum como comer/tomar banho etc... E as outras oito horas eram divididas entre a faculdade e dormir, ou seja, ela só estava dormindo quatro horas por dia. Tinha dias que ela estava muito esgotada então eu ou Will a obrigávamos a ficar em casa, dormindo mais quatro horas.

Por um lado eu entendia esse desespero dela, ela nunca foi de gostar de fazer algo em público e ainda mais tendo apenas um mês de treino pelas costas pra um dos concertos mais complicados que provavelmente ela terá de enfrentar. Pelo menos ela não está no período de provas que ela precisa treinar músicas e apresentar para uma banca de três professores.

Edmund estava trabalhando duro para cantar porque ele realmente queria um papel importante. Faltava pouco para saírem os papéis de “Os miseráveis”, os de “Sweeney Todd” já lançaram, e pelo que eu soube, ele seria o antagonista da história que é um juiz rico, eu quase ri, e Ever definitivamente riu, porque no filme esse papel é representado pelo ator que fez Snape em Harry Potter, mas tudo bem.

Eu não podia reclamar deles, porque eu também não andava dormindo direito, no máximo seis horas por dia. Eu tinha MUITOS desenhos para fazer, mais as pesquisas sobre moda (afinal, eu não entendia nada disso, e mesmo não precisando tanto, porque era a parte de Lacey, eu queria saber um pouco para não ficar sempre dependendo dela). Sem contar os trabalhos no photoshop e manuais que eu tinha que entregar para os professores.

Will também estava trabalhando duro, ele quase não parava em casa, porque ele queria treinar num lugar longe de Ever, já que nossos quartos não são aqueles onde o som não se propaga então dá pra ouvir Ever tocando pela casa inteira o que atrapalharia ele. Então pelo que eu entendi, ele estava treinando na casa do seu pai, já que seu pai nem mora lá nem sua madrasta. Porém ele estava BEM mais calmo que Ever.

Liz percebendo a tensão que estava em nós quatro, decidiu fazer uma sexta-feira de comida japonesa. Ela ligou para um lugar que ela alegava que tinha uma ÓTIMA comida e pediu. Will chegou um pouco depois dela ter pedido, Ever desceu só quando Will foi buscá-la e Ed saiu para pegar a Lacey que também deveria estar estressada com o lance da nossa grife.

Todos chegaram e Liz e Lacey começaram a puxar assunto para nós relaxarmos, eu tentei ajudar e Ed não era uma pessoa da qual era difícil puxar assunto, Will também não, mas o único problema era, claro, Everlyn.

Edmund Dwight

Todos estavam conversando e eu fiquei feliz de descontrair um pouco, afinal, eu temia por perder minha voz esse mês que iam decidir os papéis.

— Pessoal, eu preciso anunciar algo — disse Lacey.

— O que? — perguntou Liz enquanto bebia suco de amora.

— Eu saí hoje para falar com algumas agências porque eu já tenho muitos modelos, graças à Tristan, e arrumei já as modelos que necessito. Então eu consegui marcar um desfile para o próximo mês!!

A sala explodiu de falatório. Liz e Ever estavam chocadas e felizes, eu corri para abraçar Lacey, essa era a minha Lacey, e Tristan estava muito feliz que seus esforços estavam dando resultado e Will começou a fazer comentários engraçados sobre como seria a vida dela daqui pra frente se tudo fosse um sucesso.

Depois de um tempo, eu percebi que Ever estava mais nervosa. Ela saiu para tomar algum ar e Will foi atrás dela.

William Kenwitch

Eu vi Little Rainbow saindo da sala e indo para o jardim, fui atrás dela, não tive muito tempo de falar com ela a sós. Acredito que ela estava tão nervosa quanto eu, afinal a apresentação seria no dia seguinte.

— Little Rainbow — falei suavemente — o que foi?

Ela respirou fundo, MUITO fundo.

— O que foi? Eu simplesmente NÃO sei mais o que fazer, eu não sei como passar por isso, William, eu não sei lidar com responsabilidades como você ou como Lacey, tudo “numa boa”.

Ela respirou fundo de novo.

— Calma, Ever, eu sei que você está nervosa, mas vai dar tudo certo, você é muito boa.

— Mas eu não sei se ser boa é bom o suficiente!

— Porque você está gritando? Eu estou do seu lado, posso te ouvir normal.

— EU NÃO SEI! EU TO COM FOME, PÕE A CULPA NA COMIDA JAPONESA QUE NÃO CHEGA!

Eu puxei ela e a beijei calmamente, no esforço de fazê-la ficar mais controlada. Depois que nos separamos, eu encostei minha testa na dela. E beijei suavemente suas bochechas.

— Você confia em mim? — perguntei.

Ela balançou a cabeça afirmativamente.

— Então, confie em mim quando eu te digo que tudo dará certo.

Quando chegamos, a comida japonesa também chegou e comemos como porcos desesperados, todos estavam com muita fome. Quando terminamos, ninguém foi embora. Ed e Lacey disseram que iam ficar assistindo filmes. Tristan foi dormir com Liz (me fale algo que não sei) e Ever disse que ia dormir também assim como eu.

Quando eu estava indo pro meu quarto, Little Rainbow segurou meu braço.

— Will, eu não ando dormindo bem, quer dormir comigo essa noite?

Eu fiquei chocado com a pergunta. Eu nunca pensei que ela iria me perguntar isso. Vendo minha reação ela ficou vermelha e começou a gaguejar.

— E-Eu não quero dizer no sentido que você provavelmente está pensando, seu pervertido — ela me deu um leve soco no ombro — eu quis dizer dormir como nós meio que fizemos no Caribe.

Eu sorri pra ela, não precisei responder. A resposta já estava clara. Me troquei e fui pro quarto da Ever. Quando entrei ela já estava se deitando na cama. Sorri novamente e fui em direção pro outro lado.

A puxei delicadamente para mim até ela ficar perto de mim. Ela encostou a cabeça em meu peito e colocou um dos braços na minha cintura. Foi uma das noites em que mais dormi sossegado na minha vida.

Everlyn Clockwork

Quando eu acordei, já sabia o que me esperava, mas por um motivo eu estava bem mais calma. E esse motivo provavelmente seria o Will. Quando eu acordei, ele ainda estava dormindo, fiquei algum tempo olhando o seu calmo rosto (não, não sou uma pervertida) e depois decidi levantar.

Fiz minha higiene matinal, e depois de secar meus cabelos molhados, eu desci para tomar café. Fiquei feliz que Liz e Tristan decidiram fazer um café-da-manhã especial por causa do concerto. Tinha cupcakes, café, diferentes pães e doces.

Ed entrou na cozinha um pouco depois parecendo um zumbi, Lacey logo atrás dele. Will demorou um pouco, mas também tomou café conosco.

Depois de me trocar (calça jeans, suéter e botas) eu e Will fomos para o ensaio final geral. Liz e Lacey disseram que iam escolher minha roupa e a trariam quando fosse a hora, afinal eu não iria voltar para casa.

Ed e Tristan ficaram de pegar na casa da mãe do Will a roupa dele.

Depois do ensaio geral, meu coração estava já palpitando. Eu fiz algumas grandes amizades na orquestra, era muito fácil se dar bem com todos eles. Principalmente com Igor.

Um pouco depois, Liz e Lacey chegaram com dez mil maletas e com um vestido numa capa de proteção preta. Quando ela retirou a capa para eu ver o vestido fiquei maravilhada.

Ele era de seda preto e era... Curto?!! COMO ASSIM?

— Por que diabos vocês me trouxeram um vestido curto?! Em concertos, você usa vestidos COMPRIDOS!!!! De gala!!

Eu vi Lacey atirando um olhar matador para Liz, ela embaraçada disse.

— Acho que eu me esqueci disso...

Era isso, eu ia pagar mico. E não vi Will em nenhum lugar. Ed surgiu do nada e correu para nos avisar que tínhamos uma hora e meia. Ele também trouxe meu relógio o que me acalmou. Tristan logo apareceu ligando para a irmã de Will para trazer um vestido de gala comprido para mim.

Enquanto isso Lacey foi fazendo minha maquiagem e Liz meu cabelo. Lydia chegou minutos depois quando eu estava quase pronta com um vestido.

Ele também era muito bonito e parecia ser muito confortável. Ele era lilás, de um tecido fino, tomara que caia, na cintura tinha uma fita só de brilhantes. A sandália era quase da mesma cor, mas nem aparecia porque o vestido era longo. Meu cabelo estava muito bem feito preso com uns brilhantes espalhados e minha maquiagem estava impecável, porém nada pesado.

Pouco tempo depois encontrei Will que me deu um beijo de boa sorte e foi se posicionar na orquestra como 2º violinista. Eu esperei as cortinas se abrirem e os aplausos começarem.

Tristan Frey

A família de Will era muito legal, mas isso não vem ao caso agora porque o concerto ia começar. Lacey estava ainda dando sermão pra Liz que esqueceu que o vestido tinha que ser longo, Ed estava guardando o relógio de Ever (porque não tinha como ela levar ele pro palco) e eu estava conversando com os parentes do Will.

As cortinas abriram, e Ever entrou depois como pianista. Todos estavam nervosos por eles e torcendo.

(Que comece a música! Obs: tentem ouvir até o terceiro minuto porque eu acho o começo muito legal, se você não quiser ouvir tudo).

A música começava com o piano, calmo ganhando força, até a orquestra entrar. Era uma música forte, um pouco melancólica porém linda. Eu e provavelmente todos lá ficamos presos com a habilidade de Ever. Era incrível. As notas pareciam fluir nas mãos dela. Como se tocar aquilo não fosse nada. A orquestra em total sincronia com o piano.

O piano era ouvido, mas parecia fazer parte da orquestra. Não parecia que era um solo, era tudo um só. Por um tempo eu fechei os olhos, pensando no que essa música me lembrava. Pensei em cores escuras com feixes de luzes como estrelas espalhados, porque a música era assim: triste, mas feliz, forte, mas não bruta, rápida, mas também meio lenta.

Everlyn estava tão concentrada que parecia estar em outro mundo, eu percebi porque seus olhos sempre ganham um brilho e parecem estar vendo algo distante, ela estava prestando atenção nas notas, mas também em outra coisa, e percebi que essa coisa era a música, parecia que ela podia ver a música como algo vivo, como se a partitura estivesse na sua cabeça (bem, tecnicamente estava porque ela tinha que decorar a música), como se a música fosse um universo único, em que só ela podia transmitir para todos.

O piano agora ganhava um pouco tempo de solo, onde as notas corriam como se estivessem brincando de pega-pega. O tempo parecia ter parado. Eu olhei para os lados e percebi que muitas pessoas choraram da beleza da música.

Eu fiquei pasmo com a habilidade de Will, eu sabia que ele era bom, mas seu violino parecia ter vida. Everlyn tocava tudo com a maior perfeição, parecia que eles tinham incorporado Rachmaninoff. O piano era ouvido muito bem, mas não fazia com que a orquestra ficasse em segundo plano. Tudo era um arranjo harmonioso e perfeito.

Quando tudo acabou, as pessoas se levantaram para aplaudir por pelo menos três minutos.


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Notas finais do capítulo

Link do concerto: http://www.youtube.com/watch?v=5CC47POt3mY
Esse link é de um anime chamado: "Nodame Cantabile", é MUITO LEGAL, vale a pena ver, é comédia romântica!!! É sobre estudantes de música. Eu tive que pegar esse link porque é um dos melhores que tem uma duração curta. O resto é tudo acima de 11min, ia ficar muito cansativo. Ah e no vídeo está escrito RachmaninoV, eu sinceramente não sei porque, deve ser como ele é chamado em alguns países, porque eu sempre ouvi/falei/vi RachmaninoFF.Acho que ambos estão certos. Gente, não sei se ficou meio chato o capítulo... Porque muita gente não curte música clássica e etc.. Ou não sei se gostaram da descrição do concerto pelo Tristan, então se acharam que ficou ruim, peço que me desculpem. Até o próximo capítulo que devo postar na segunda,
Byebye



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