Evermore escrita por ApplePie


Capítulo 13
Capítulo 11 - Desde quando Elvis é gordo e é...Uma mulher?!


Notas iniciais do capítulo

Então aqui está esse capítulo, finalmente eu decidi escolher daonde aquelas criaturas vieram. Eu escolhi Pensilvânia, porque eu curto esse nome, kkk me lembra de Transilvânia que é a "terra" dos seres sobrenaturais e de mistérios. Então eu escolhi uma cidade desse local chamada Harrisburg. Se quiserem vejam fotos, parece ser um ótimo lugar. Nesse capítulo só duas pessoas vão narrar,
I hope you enjoy,
Kissus



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Everlyn Clockwork

Will estava agindo estranho, mais estranho do que ele já era. E então quando eu decidi largá-lo sozinho com sua retardadisse e parafusos soltos, ele me puxou e me beijou.

Minha mente estava em branco. A única coisa que eu escutava era o meu coração disparado e o estranho zunido na minha orelha. Eu não fazia ideia do que eu estava sentindo, mas não era uma sensação ruim. Muito pelo contrário.

Acho que a única pessoa com quem tive algo mais próximo de uma intimidade tão grande foi um amigo nosso que trabalhava com os meninos, porém nosso “namorinho” acabou durando menos que 8 semanas porque o garoto era na verdade um canalha ridículo e estúpido que me fez ter uma das minhas piores lembranças da minha vida.

Ou seja, eu estava acabando de relembrar uma parte da minha vida que eu odiava enquanto “beijava” William Kenwitch.

“Beijava” porque eu estava mais para uma estátua enquanto ele colocava sua boca na minha. Eu simplesmente não sabia o que fazer. E eu não sabia o que estava sentindo. E odiava o fato de eu estar beijando alguém que eu não tenho certeza sobre meus sentimentos e odiava o fato dele estar me beijando apenas por me beijar. Por achar que eu sou uma daquelas garotas fáceis com quem ele sempre sai.

Então quando ele pediu passagem pela minha boca eu o empurrei. Eu deveria estar um pimentão, pois podia sentir o sangue dominando meu rosto e eu me dei conta que eu estava tremendo. Então eu vi seu sorrisinho malicioso pra cima de mim e eu tive de me segurar para não bater nele. A ideia era muito tentadora. Então virei as costas e sai correndo. Então eu senti de novo ele me puxando. Achei que ia me beijar novamente, mas não. Foi algo pior.

— Não precisa ficar assim, Little Rainbow, eu só queria fazer você experimentar algo que seu amigo-romano iria fazer se fosse um pouco mais homem. Achei que você queria isso, afinal não é todo dia que uma garota é dispensada antes de um beijo.

Suas palavras me atingiram como um soco. Nem como um tapa foi, foi mais um soco mesmo.

— Foi uma brincadeira vai, apenas esqueça isso.

Uma brincadeira. Algo que me fez ficar em conflito comigo mesma. Algo que me trouxe recordações nada agradáveis. Algo que eu achei que nunca esqueceria.

Para ele, era tudo uma brincadeirinha.

Então eu fiz algo que nunca tinha feito. Soquei alguém. Assim, soquinhos de brincadeira, eu sempre troquei com os meninos, e sempre brinquei de mortal kombat “real” com as crianças no orfanato. Mas nunca levantei a mão para alguém para realmente machucá-la.

Até agora.

Sinta-se honrado, William.

Eu o empurrei e saí correndo em direção à porta. Fiquei alguns minutos respirando fundo. Apenas rezando para nada daquilo ser real. Mas é claro que era real. Afinal, se fosse um sonho tudo teria acabado. Mas eu ainda estava na merda, então era real.

Fiquei alguns minutos dizendo para mim que tudo iria ficar bem, bastava eu fingir que nada daquilo tinha acontecido. Foi então que meus pensamentos se dispersaram quando eu vi Liz andando em minha direção.

Ela viu minha expressão de confusão/raiva/tristeza e me olhou preocupada.

— Os meninos estavam te procurando. O que aconteceu?

Ela realmente era legal. Acho que uma das únicas pessoas da galáxia que eu deixaria namorar Tristan. Ela gostava de quase tudo que eu gostava e ela tinha esse jeito meio maternal dela comigo que eu gostava bastante.

Acabei contando para ela (deixando é claro à parte os meus confusos sentimentos). Ela ficou furiosa com Will, pelo o que ele disse, mas me acalmou falando que pessoas que fazem isso esquecem facilmente, então eu não precisaria ficar envergonhada de encontrar com Will de novo, e que eu deveria apenas esquecer isso também.

Quando íamos entrar, os meninos saíram, mas tinha alguém com eles. Achei que estava vendo alucinações, Luan estava bem na minha frente, conversando com os meninos.

Ele parou, percebendo a minha presença e a de Liz. Ele deu um sorriso enorme.

— Hey, Everlyn, como vai a minha baixinha favorita?

Eu saí correndo como uma criança que acabou de ver o Papai Noel e o abracei forte. Eu vi pelo canto do olho, Will virar a cara. Ignorei ele e virei para conversar com Luan.

Ele falou que estava morando na Irlanda, e que era professor de história numa faculdade. Achei isso o máximo, afinal Lu tinha tudo para ser um ótimo professor. Era um bom ouvinte, quando falava era direto então não iriam fazer os alunos dormirem na aula e era muito bonito.

Esse último ponto acabou me chamando a atenção sobre como ele tinha mudado. Seus olhos eram bonitos e acinzentados. Seu cabelo preto era liso e bagunçado. Sua pele era pálida, mas não tanto quanto a minha. E seus lábios eram meio finos.

Continuamos conversando até que Ed perguntou o que ele fazia por aqui. Ele parou de falar e olhou para o céu, como se estivesse pensando se nos contava algo, ou não.

Ele olhou para nós e eu pude ver tristeza em seus olhos.

— Andei falando com Tawaret esses dias. Eu ligo para ela às vezes, foi assim que eu descobri como encontrá-los.

Esperamos ele continuar.

— E numa dessas ligações ela me disse... Que ela tem apenas mais três semanas no Sunlight. Depois dessas três semanas, eles irão despejá-la de lá e todos os órfãos também.

William Kenwitch

Essa cara, Luan, a princípio parecia ser um cara legal, até Little Rainbow começar a abraçá-lo e dar beijos em sua bochecha.

Sério, qual é o problema que ela tem comigo? (quero dizer, antes de eu tê-la machucado). Ela era fofa com TODO MUNDO MENOS COMIGO! Virei a cara, para não vê-la cheia de intimidades com ele.

Quando ela se separou dele, fui procurar seus olhos, e eu os encontrei. Mas tinha um problema: eles estavam cheios de ódio e dor. Ela me olhou com desprezo e virou a cara. Eu merecia isso, afinal quem mandou eu beijá-la? Ela me odeia, mas pelo menos ela não vai ficar insegura comigo. Antes ódio do que apatia.

Foi então quando Grayson disse que iriam fechar o orfanato de Ever. Os três amigos ficaram chocados e em silêncio. Tristan então quebrou esse momento quieto.

— E nós podemos fazer alguma coisa?

Luan deu um meio sorriso.

— Não só podemos como faremos. O que vocês acham de voltarmos para Harrisburg?

Everlyn Clockwork

No dia seguinte, nós quatro explicamos nossa situação para o diretor de nossas respectivas áreas e conseguimos convencê-los de nos darem 1 semana de dispensa para resolvermos esse assunto do orfanato.

Fizemos tudo correndo, mas deu certo. Aí você se pergunta? Quatro? SIM, A PESTE CHAMADA WILLIAM TAMBÉM QUIS IR. Sabe, acho que fui uma serial-killer na minha vida passada para receber tamanho castigo.

Arrumei minha mala com o essencial (o que era muito) e saímos direto para o aeroporto. Adivinha quem sentou ao meu lado no avião? A PESTE. Eu o ignorei totalmente e fiquei conversando com o Ed.

Foram longas dez horas de viagem que para mim passaram mais rápido pelo fato de eu ter ficado ouvindo música e lendo “O circo da noite”, depois eu que eu terminei de lê-lo eu comecei a escrever poesias (sim, eu sou meio abrangente, eu gosto de rock e explosões, mas também gosto de música clássica e poesias).

Quando eu estava quase terminando a poesia, uma voz incomodante se dirigiu a mim.

— Quem diria que Little Rainbow sabe escrever tão bem.

Corei, não sabia que ele estava lendo o que eu estava escrevendo.

— Não sei o que isso te diz respeito, William.

E ficamos em silêncio, estava me incomodando e parecia que a ele também, então ele voltou a falar.

— O que vocês vão fazer quando chegarem lá no orfanato?

— Não sei, Lu deve ter um plano.

— Aé porque ele parece ser exatamente...

— Não fale de Lu, pare de falar mal das pessoas como se você fosse a melhor pessoa do mundo, William, nós dois sabemos que você não é.

Então eu olhei para seus olhos e vi dor neles. Uma pontada de culpa atingiu meu peito, mas era culpa dele certo? Ninguém mandou ele brincar com meus sentimentos daquele jeito.

Ficamos em silêncio o resto do caminho. Eu ouvindo minha música, e ele lendo um livro. Quando eu o vi lendo, vi que ele estava lendo “Orgulho e Preconceito”. Um homem como Will lendo Jane Austen?? O que que deu nele?

Você lê Jane Austen?

— Algum problema com isso?

— Não, é só que não te faz o tipo.

Ele sorriu torto como estivesse ficado feliz de eu estar falando com ele.

— E o que faz o meu tipo?

— Não sei, algum livro que fale sobre como manipular as pessoas, ou como machucá-las psicologicamente, sabe? Ou então algum livro de tiranos que viviam apenas do prazer de mulheres e comes e bebes até se cansar matando todos os inocentes.

Ele definitivamente ficou chocado com aquilo. Bem, eu meio que mandei uma indireta... Tá legal, era bem uma direta. Como ele não falou mais nada, eu retornei a minha escrita.

William Kenwitch

Não havia percebido que tinha machucado Everlyn tanto, até aquele momento. Parecia que alguém estava me esfaqueando e gritando comigo, falando que eu tinha acabado de ferir a última pessoa que eu queria ferir. Eu queria deixá-la com raiva suficiente para ela esquecer a vergonha, mas não para ela me odiar e me desprezar tanto e se sentir ferida e usada.

Bela, gênio, o que mais você sabe fazer?

Eu precisava falar com ela, e eu o faria mais tarde, quando estivéssemos a sós.

Chegamos a Harrisburg à noite e já fomos direto para o orfanato.

Eu estava cansado, mas não disse nada, afinal eles também deveriam estar.

Quando chegamos, percebi que era um orfanato bonitinho. Era bem cuidado, parecia uma escolinha, com uma pintura de cor erva-doce, com um jardim bem cuidado, e dava para ver uns brinquedos de playground vindos do fundo.

Eles nem tocaram a campainha. Já foram entrando. Bem, era meio que a casa deles mesmo.

Foi quando apareceu um ser na minha frente.

Parecia um Elvis, afinal usava uma roupa branca e tinha o cabelo preto tão desajeitado que parecia um topete e... Pera, aquilo era uma mulher!

— Oi Tawaret, estamos aqui por você — disse Luan.

Eu ainda fiquei em choque. Todos estavam falando com essa tal de Tawaret e ela estava quase chorando de felicidade, e eu estava paralisado.

Depois que saí do meu estado de transe, eu me apresentei.

— Nossa Everlyn, não sabia que você já tinha namorado, você não me conta mais nada.

Eu quase corei e vi que Ever arregalou os olhos e corou levemente. Então quase gritamos juntos.

— Eu não namoro com ele.

— Eu não namoro com ela.

Se bem que eu gostaria. Pera! O que foi que eu disse? Ignorem-me, por favor, eu ando meio confuso e sentimental. Eles começaram a falar sobre os dias deles no orfanato e foi quando eu percebi que não sabia quase nada sobre eles.

Então eu me sentei, tomando uma xícara de chá que Elvis/Tawaret me ofereceu, pronto para ouvir uma imensa quantidade de histórias da Little Rainbow... Aé, e dos rapazes também.


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Notas finais do capítulo

Ok, eu sei que deve parecer estranho esse lado TÃO sentimental do Will, mas foi mais para mostrar mesmo que ele é totalmente diferente de como é por fora e para mostrar que (por motivos que vocês vão ver no decorrer da história) ele se "desligou" de todos e de seus sentimentos, mas agora ele está em conflito porque eles estão totalmente "ligados" à Ever. Eu vou provavelmente postar o próximo capítulo amanhã. Provavelmente vai ser narrado por Tristan,
Byebye



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