Edmund Dwight

Eu estava muito bravo com a Ever. Ela trapaceou. Ela nunca foi de trapacear e mesmo assim, ela o fez. Não sei o que deu nela. Acho que ela anda muito tensa, por causa da faculdade e tudo, afinal, música não é algo que é fácil ainda mais se você precisa estudar no mínimo 4 horas de piano por dia.

E também tinha o problema do gesso. Afinal faltava ainda uma semana para ela retirá-lo. Eu e Will decidimos pôr nosso plano em prática quando ela estivesse sem gesso.

Isso seria hilário.

Ela ia provar de seu veneno. Nós iríamos fazer uma bebida tão horrível que ela não conseguiria engolir nada por horas.

Passou essa uma semana. Ever estava mais calma já que tinha retirado o gesso e (por ter trapaceado) ela podia tomar Coca-Cola.

Tristan disse que não ia ficar em casa, que ia se encontrar com a Eliza. Ela realmente era uma garota legal. Eu sempre torci para eles ficarem juntos. Ela era inteligente e adorava HQs e por mais que tinha suas frescuras com comida (Tristan me contou que ela comia quase nada) ela era uma garota bem bacana.

Era uma sexta-feira. Eu e Will íamos por nosso plano em prática de noite. Um pouco antes de Ever ir dormir para ela não perceber algo de errado na caneca, como a cor ou o cheiro por exemplo.

Eu e Will fomos ao mercado para comprar coisas.

Ovos, cebola, sardinha, vinagre, aromatizante de chocolate (para fingir), alho etc... Quero só ver. Ah, e compramos também conhaque para comemorarmos a nossa doce vingança.

Quando chegamos em casa, Ever já estava lá. Ela vestia uma camisa grande do Star Wars cinza com as letras em branco, e um shorts jeans escuro. Ela estava comendo cookies com leite frio. Ela sempre amou leite frio.

Mesmo no inverno, no Sunlight, ela pedia para Tawaret deixá-la tomar leite frio. Tawaret cansou de discutir depois de um tempo.

Nós dois fingimos não ter acontecido nada, como se nós não tivéssemos um plano maligno. Will subiu as escadas, falando que ia tomar um banho. Eu decidi jogar um pouco de videogame com Everlyn.

Ela olhava para mim como se quisesse dizer algo.

Não seria possível, será que ela já descobriu?

Fiquei em silêncio jogando com ela, Will desceu vestindo uma bermuda e uma regata, e disse algo sobre fazer um milk-shake de chocolate.

Sorri discretamente e disse que também queria. Ever também aceitou.

— Ed — Princess me chamou.

— Hm?

— Eu... Queria te dar isso.

E ela me estendeu os quinze dólares apostados. Como assim? Olhei confuso para ela, ela bufou.

— Eu estava muito nervosa por não tomar refrigerante, mas eu não me importo com os quinze dólares, só queria voltar a tomar minha Coca.

Nesse momento, Will voltou com as bebidas. Mas Snow já se desculpou, não preciso mais dessa vingança.

Fiz Will deixar os copos na mesa, quase gritei para Ever não mexer em seu copo e puxei o Will para a cozinha.

Ficamos discutindo sobre a vingança. É claro que ele queria continuar com isso, afinal era o Will, mas então disse para continuar sozinho.

Quando voltamos, encontramos uma Ever ruborizada, soluçando e rindo. Olhei para o meu copo estava vazio. Após cheirá-lo, percebi.

Everlyn tinha tomado o meu conhaque.

Isso não era bom.

William Kenwitch

Pensa num homem desesperado, era o Edmund. Ele começou a gritar falando algo sobre Tristan matá-lo.

— Jesus me salve!! Tristan vai me matar! Ele vai acabar com a minha raça...

Aí você se pergunta, mas você não ia tomar milk-shake? É claro que não. Eu queria tomar meu lindo conhaque com Ed comemorando a cara de horror da Little Rainbow.

Mas aí ela tinha tomado o copo do Ed cheio de conhaque.

Meu Deus, como alguém pode ficar bêbada com um simples copo de conhaque? Essa menina tem uma capacidade muito grande. E outra, como ela não percebeu que o copo tinha conhaque?

Eu perguntei isso pro Ed.

— Talvez seja porque ela nunca bebeu algo alcoólico.

Liguei os pontos da festa. Ela não estava bebendo só por causa de Tristan. Era porque ela nunca tinha bebido. Tudo bem, mas agora eu tinha outras preocupações. Everlyn começou a “andar” (parecia mais cambalear) pra tentar chegar ao vídeo game.

Ed pegou ela e correu pro chuveiro. Ele não se importou em tirar as roupas dela nem nada. Simplesmente jogou ela na banheira e ligou o chuveiro.

Ever começou a gritar e a bater no Ed com um pote de condicionador. Enquanto ele afagava a própria cabeça para parar a dor, Little Rainbow saiu correndo pelo banheiro, pulou os poucos degraus da escada, e saiu pro jardim, rindo como uma criança feliz.

Ed me olhou desesperado. Eu e ele ficamos uns cinco minutos tentando pegar a Little Rainbow, mas quem iria imaginar que aquela garota corria tanto??

Depois de alguns vasos quebrados, sofás desarrumados, comidas e bebidas jogadas e espalhadas, Ed desistiu e foi ligar pro Tristan. Ele murmurou algo para eu continuar tentando.

Quando Little Rainbow ia passar por mim, eu agarrei seu pulso e a carreguei para seu quarto como se ela fosse um saco de batatas em meu ombro.

Ela começou a espernear sobre como eu era chato. Quando cheguei em seu quarto, tranquei a porta (para ela nem pensar em fugir), fechei a janela para impedir a luz de passar, e fui eu dar o banho nela.

Quer dizer, eu não dei o banho nela, eu fiz como o Ed, taquei ela dentro do banheiro, falei que se ela não terminasse em dez minutos eu ia entrar no banheiro e ela não ia gostar nada e coloquei um conjunto de pijamas na pia do banheiro e fechei a porta.

Eu estava encostado na porta enquanto ela tomava banho. Ela canta algo como lá, lá, lá. Era até fofo.

Desci as escadas, e preparei um leite com waffles para ela. Quando subi as escadas, Little Rainbow estava arrumando as cobertas para dormir (sim, mesmo estando calor ela dorme de edredom).

Eu dei a comida para ela e a ajeitei para dormir. Ela segurou minha manga e me pediu para esperar ela dormir.

Meu Deus!! Se ela se tornasse fofa assim toda vez que bebesse, eu daria um copo de gin para ela por dia.

Eu sentei ao seu lado na cama (que por sinal era bem espaçosa, afinal era de casal) e esperei ela dormir. Ela ficou segurando minha manga como se isso fizesse ela se sentir protegida, e eu dei um beijo em sua testa.

Ela começou a dar risada e virou-se para mim.

— Você realmente é uma boa pessoa.

E sussurrando isso, ela me deu um selinho. E voltou a dormir. Aquilo me pegou totalmente desprevenido, seus lábios eram quentes e macios. Fiquei em transe por um momento.

Percebendo que ela já estava dormindo, saí do quarto e rumei para a sala ouvindo os gritos de Tristan dirigidos ao Ed, mas nada fazia eu me focar direito em alguma coisa.

Toquei meus lábios outra vez, lembrando da sensação dos da Little Rainbow, e eu não pude deixar de pensar que eu queria sentí-los novamente...