*16 anos depois*

– Katherine! Não vou te chamar de novo, levanta dessa cama, vista seu uniforme e venha tomar café da manhã antes que se atrase pra aula!

Odeio escola, odeio escola, odeio escola, a única coisa que gosto na escola é do meu melhor amigo... há e claro único amigo Marllon , até hoje não descobri como que podemos ser amigo, ele é tipo aquele jogadores ridículos de futebol, todo forte, carinha de playboy ama pegar geral, eu... Bem todos dizem que é como se eu fosse uma alma em outro corpo, tenho cara de nerd, um olho azul e outro preto... o que é beeeem estranho! Porque os dois não podiam ser pretos, ou ser azul, mais não, um precisa ser de uma cor e outro de outra, às vezes uso lente em um dos olhos pra ver ser consigo parecer normal, mais nunca da certo, não encontro o tom de azul do meu olho em lugar nenhum, e quando coloco lente preta, de alguma forma não fica preto. Meu cabelo e uma juba castanho escuro ondulado que não sabe se fica liso ou cacheado, pra completar sou amarela, nem branca nem morena, a ma re la , querem saber de outro detalhe? Coisas estranhas acontecem comigo, como da vez que desejei que o professor se machucasse pra não ter prova, no outro dia fomos avisados que o professor havia quebrado o pé por isso não teria aula, ou da vez que estávamos no refeitório e imaginei uma loira metida escorregando e caindo, no mesmo instante ela virou o pé escorregou e caiu! Tá vendo? Quando se acha que não dá para piorar sempre nos surpreendemos.

A vida cruel porque não posso só dormir o resto da vida? Apesar de que dormir também não tem sido tão prazeroso com os sonhos sinistro que tenho tido. Em fim deixa eu ir para o meu inferno pessoal.

Levantei, prendi meu cabelo e fui tomar banho. Sabe a coisa boa de ser ter um banheiro só pra você? É que é só seu! Sabe a coisa ruim? É que como é seu você lava, e falando serio, lavar banheiro é horrivel². Tomei meu banho peguei a blusa personalizada do meu colégio, decidi ir de calca legging preta, e bota. Amarrei meu cabelo no alto, passei somente um rímel e blush bronze pra ver se destaca meu rosto peguei minha bolsa e desci para tomar café.

— Você realmente não acha que vai sem blusa de frio não é?

— Mãe não está tão frio assim, mais tarde com certeza vai está quente.

— uhum, com certeza não está frio para blusa de frio, mais esta frio pra bota.

Ela me olhou de em cima embaixo parando os olhos em minhas botas. Eu olhei pra cara dela, cerrei os olhos, mais não adiantava discutir, subi novamente peguei uma jaquetinha de couro preta e desci novamente Antes de acabar de tomar todo o café marllon buzinou em frente minha casa, virei o suco na boca de uma vez, minha mãe me olhou com reprovação, dei um beijo nela e sai correndo.

Marllon havia ganhado no aniversario de 18 anos um palio preto, sempre me questiono como tenho coragem de andar de carro com ele, mais prefiro isso do que ir de ônibus.

— Hey gata, bom dia!

Mostrei a língua, ele sabe que odeio que me chamem de linda, gata essas coisa, e ele sempre me chama, só pra me perturbar. Comprimento ele dando beijo no rosto. Ele esta com o radio ligado na 98fm, está tocando Wake Me Up do Avicii, a letra da musica fala algo como acorda quando tudo estiver acabado, sobre procurar a si mesmo. Por algum motivo essas frases fazem meu peito apertar, parece que o marllon percebeu, por que ele olha pra min com a testa franzida.

— Ei , você teve aqueles sonhos estranhos de novo?

Ele me pergunta:

— Sim... Novamente sonhei que estava nessa gruta, cheia de flores, eu levantava e tinha mulher, toda vez que ela tenta me falar algo eu acordo, e sempre estou com uma sensação estranha no peito, como se tivesse perdido algo e tivesse que encontrar , sabe como é?

— humm, não! Definitivamente não!

— Idiota! Respondo já saindo do carro, havíamos chegado ao colégio.

Marllon e eu estamos no mesmo ano, ou seja, 2° ano do ensino médio, ele havia entrado atrasado no colégio, e ainda tomou uma bomba. Somos também da mesma sala, ele senta no fundo da sala porque é a zona dos bads, eu sento lá atrás pra dormir.

Entro na sala sozinha, já que no meio do caminho o marllon encontrou uma menina ate bonitinha e ficou por lá; Vou para meu lugar, me sento e já abaixo a cabeça com o intuito de dormir.

— Oi!

—Oi.

Respondo sem levantar a cabeça, nem preciso, reconheci a voz da insuportável da Jully, essa garota é estranha, sempre tentou se aproximar, mais não consigo simplesmente manter amizade, principalmente com mulher, elas vez tem umas conversas tão frívolas que eu acabo dando mau resposta sem perceber.

— Então eu vou fazer uma festa na sexta a noite em minha casa, meus pais estão viajando, se você quiser ir, o marllon também esta convidado, vai ser bem divertido, sabe com musica eletrônica, bebidas e tal... Você vai?

Levanto a cabeça olhando para a cara dela, e percebo que ela esta de lente, uma verde e outro azul, ela deve ter reparado que eu estava encarando o rosto dela e ficou sem graça, porque ela desviou o olhar e disse.

— Ok, então, nos vemos na sexta.

E virou e se afastou de minha mesa, o marllon que estava entrando na sala veio e sentou na carteira ao meu lado, eu ainda estava encarando a Jully.

— Porque esse povo fica usando lente de uma cor e de outra? Qual o problema dessas pessoas?

— Bem eu sei que o problema da jully e metade da escola é querer ser você!

—Por quê? Eu nunca conversei nem com 1/3 da escola, sou estranha...

— ...Engraçada, dorme a aula toda e mesmo assim consegue tirar notas ótimas em matemática e física sem prestar atenção e sem fazer exercícios, é ótima em Jiu Jitsu, tem um cabelo invejável porque nunca penteia e está sempre bonito.

—Claro que penteio o cabelo! Olha só eu o penteei hoje pra sua informação!

— Porque hoje é segunda, você vai passar o resto da semana sem pentear.

Dizendo isso ele estendeu a mão e me deu um soco de leve, que eu fingi ter sentido dor fazendo cara feia. O professor de historia entrou na sala e eu deitei novamente a cabeça na mesa.

O mesmo sonho de novo, era eu, mais em outro corpo, nesse corpo eu realmente me sentia eu, estava com um vestido longo, branco, eu abria os olhos e estava em uma gruta cheia de flores roxas, uma mulher tentava se aproximar mais não conseguia, ela abria a boca pra dizer alguma coisa, parece que dessa vez ela vai conseguir...

— Senhorita Katherine!

Acordo assustada derrubando meu caderno e meus lápis no chão.

— O...Oi.. sim professor?

Reparo que do meu lado marllon esta rindo.

— Talvez queira compartilhar sobre o que e quem você gostaria que falasse.

—Oi? Na..não intendi...

— A senhorita esta gritando pedindo que falasse, sobre o que e quem você quer que fale?

—Tem certeza que eu estava gritando, o senhor não ouviu mal?

— A senhorita esta insinuando que tenho problema de audição?

— NÃO! Não professor de jeito nenhum!

— Então me responda minha pergunta senhorita!

Nesse ponto minha cara sempre amarela já estava queimando, o que significa que eu estava mais vermelha que pimentão.Minha sorte é que sempre encontro resposta , mesmo quando sou pega de surpresa.

—E..eu...eu gostaria.... Eu gostaria que o senhor falasse sobre a revolução francesa, sabe? Sempre achei esse assunto superinteressante e o senhor explica super bem.

Disse já retomando minha calma, mais ainda super constrangida, minha resposta fez a sala inteira gargalhar, todos sabiam que eu odiava historia e sempre dormia nessas aulas, assim como tambem ninguém, inclusive eu, nao gostava ou entendia o que o professor explicava.

— Não convém a min nem ao plano de estudo falar sobre esse assunto quando estamos falando sobre a 2° guerra mundial! Peço que melhore seus modos, ou vou retirar seus pontos de comportamento!

— Desculpa professor, vou melhor com certeza!

Olhei para lado e o marllon já estava totalmente vermelho de tanto rir, quando olhei pra frente todos ainda estava me encarando.

O sinal finalizando a ultima aula tocou, juntei meus materiais peguei minha bolsa, marllon saiu no 4° horário parece que tinha que resolver alguma coisa importante. Só observo as desculpas esfarrapadas, não é mais fácil assumir que foi encontrar com a Bianca? Não intendo porque fica me escondendo, a garota é gente boa, bonita, e eu nunca falaria nada de ruim pra ela, não propositalmente; Em fim por conta disso vou embora de ônibus! Odeio pegar ônibus!