Os olhos do coração escrita por Natasha Cabral


Capítulo 13
Não foi por querer




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Jully mexeu um dedo, e eu já levantei... fui até o interfone do quarto e chamei uma enfermeira.. ela estava despertando depois de 3 dias em total inconsciência.

Ela não falava nada, apenas olhara para todos os cantos do quarto hospitalar. Era duro para eu ver ela naquele estado.. eu poderia ter evitado, se eu tivesse acompanhado ela aquele dia no shopping.. me arrependo tanto.

Eu pagaria para estar nessa cama, ao invés de ela ali. Eu me culpo tanto..

– Michael? – ela falou em sussurro, ela deveria ter visto meu rosto de agonia ao ver ela assim. – Não seu culpe.. foi .. foi .. – ela relutava em falar o nome de alguém.

– Quem meu amor? – meu rosto clareou – tente falar, e eu mandarei Deus e todo mundo atrás dele ou dela..

– Foi, Carrie.. – ela respirou mais forte – e Alex.

– O que? – meu tom de voz saiu um pouco mais alto do que o esperado - Obrigado meu amor!

E eu a deixei com a enfermeira e sai do hospital, eu ia ir atrás desse desgraçado, filho de uma égua. Entrei no carro e dirigi para casa, Jully não sabia, mas eu tenho uma arma em casa.. tenho permissão e tudo mais.

Peguei a arma e coloquei no cós da calça.

Quando eu tinha 8 anos, meu amigo Billy foi assassinado, com dois tiros em seu peito, ele tinha só 12 anos, os jornais diziam que ele havia brincado com uma arma, mas eu fui testemunha... foi uma execução, pois Billy, ou Bolinha como todos chamavam, era filho do pior traficante de todos os tempos, Billy não tinha nada a ver. O pai dele, Jack, não pagou a divida.. e o resultado foi ... a morte dele.. depois daquele dia, pedi para Joseph, meu pai.. me ensinar a usar armas, ele não aceitou, e então eu tive que procurar ajuda sozinho, com 14 anos eu já sabia atirar em caso de emergência, mas detestava armas.. eu tinha por que precisava de segurança..

Mas voltando ao assunto.. entrei no carro e fui até o endereço da casa de Alex, ou pelo menos o que constava na ficha de emprego dele..

Toquei a campainha duas vezes e nada, na terceira ele abriu e estava justo com Carrie.. vadia!

– Seu filho de uma égua, fez tudo aquilo com a Jully, e acha que não vai pagar? Pois se engana você meu querido, pois eu quero que você apodreça, na cadeia.. vai mofar muito naquele lugar.. – eu disse e já virei socos nele

– Eu não fiz nada – ele tentou se defender

– A não ? Desculpe foi engano, só que não

– E quem vai acreditar em você? Seu gay! – ele falou tentando me ofender

E então a porrada toda começou, era socos para lá e para cá.. mas uma hora eu perdi a cabeça e levantei tirando a arma do cós da calça..

– E agora? – eu falei apontando, mas.. eu estava completamente louco.

– Não faça nada precipitado..

– Socooooooorro – gritou Carrie.

– Cala boca miserável – mas eu fui burro, demorei demais. Ele se levantou e pegou a arma.. e então nós começamos uma nova briga para tirar a arma um do outro. Mas ouve um erro.. eu e Alex pusemos as mãos no gatilho, não foi por querer.. e ela disparou.. pegando de cheio em Carrie.. Alex não ligou, sabia que ela era passatempo.. mas ela era humana como todos nós e quando eu consegui tirar a arma dele, dei uma cotovelada em seu peito, fazendo cair desmaiado..

Fui até a garota, de apenas 21 anos.. ela já estava empalidecendo.. tentei seus batimentos cardíacos.. ela já não estava mais entre nós. Fiz o sinal da cruz e liguei para a policia.

Quando eles chegaram, prenderam Alex e levaram Carrie para o necrotério.

– Como foi que aconteceu isso? – falou o policial numero um

– Bom.. eu e Alex brigamos pela posse da arma.. pois se ele a pegasse.. iria matar a mim.. mas por um descuido a arma já estava destravada.. e na briga Alex acabou puxando o gatilho.. e aconteceu essa fatalidade.. – eu falei – Alex era chefe de minha noiva, ele tentou abusar sexualmente dela.. e nós brigamos em meu escritório.. então ele seqüestrou minha menina e a levou para um lugar distante.. chutaram ela quase até a morte.. Ela está lá no hospital.. em uma cama, com uma costela quebrada.

– Bom, Fred, podemos libera-lo por agora – falou o policial dois para o policial um, chamado Fred. – mas não deverá sair da cidade.. você tem que fazer queixa na delegacia e aguardar o julgamento.. por que mesmo você não tendo assassinado a Carrie.. você é testemunha, e é dono da arma do crime.

– Obrigado – eu falei. Eu estava decepcionado comigo mesmo.. como fui fazer isso?

E então lembrei de Jully, e voltei ao hospital. Quando cheguei ela estava acompanhada de Karina, Caroline e Vanessa..

– Jully, você é forte, logo, logo já ta andando que nem maluca por ai de novo – falou Karina.

– E além do mais, temos que ir naquela loja gigaaaante de M&M’s lembra? – falou Caroline com cara de criança

– Ai Caroline, só você para pensar em chocolate em uma hora dessas – xingou Vanessa.

– Comer é vida, e além do mais, Jully.. você tem que marcar o casamento – Caroline falou.

– Caroline, você nasceu loira né? Fala a verdade.. não vê que eu to deitada e com dor? – falou Jully

– Ei sua vaca, eu sei só que você tem que melhorar logo, e o que há de melhor para se pensar, senão em seu casamento?

– Ta bom sua china.. mas eu to com dor.

E então resolvi atrapalhar a conversa. E bati na porta.

– Licença garotas.. e como vai meu anjo? – eu falei me referindo a Jully.

– Eu to um pouco melhor Michael.. onde você foi ?

– Fui resolver um problema.. mas quando você tiver alta.. nós falaremos sobre isso.. – falei sorrindo.

– Bom, nós vamos embora, olha só a hora.. – falou Vanessa

– Voltem mais vezes. Por favor – falou a Jully

– Claro sua boba – falou Karina e as 3 saíram..

– Desembucha Michael – falou ela me cobrando

– O que? – me fiz de santo

– Onde você foi?

– Você me conhece tão bem.. mas não é hora para se falar disso.. peço que você.. que você me conte sobre as garotas..

– Você não me engana.. e se você não me contar.. vou chamar a enfermeira e proibir sua entrada.

– Sério? – falei

– Seriíssimo

– Fui até a casa de Alex..

– E? – ela continuou me cobrando

– Jully.. Carrie foi morta.. pela minha arma, mas eu te juro que não fui eu.. foi Alex, quando a gente estava brigando.. desculpa..

– Carrie foi morta.. pela sua arma? – falou ela incrédula, e sei que se fosse Karina no lugar de Jully.. já estaria no chão.

– Sim.. Jully..

– Xiu.. olha.. eu preciso raciocinar quanto a isso.. tente achar Vanessa.. e peça para que ela passe a noite aqui comigo.. e você vai para casa..

– Não, por favor.

– Agora!

– Está bem, mas saiba.. eu te amo..

– Eu também Michael..

Eu desci até o Hall e chamei Vanessa que estava quase saindo.

– Sim Mike? – falou ela

– Jully quer que você passe a noite aqui..

– Está bem..

Ela subiu para o quarto e eu fui para o meu carro, eu não iria conseguir dormir, não sem aquela mulher do meu lado.

Era tão desconfortável a casa, sem ela.. parecia tão sem vida.


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