Jardim, disseram a Annabeth. Diana estava a esperando no jardim, como se fosse pequeno o suficiente para achar alguém rápido. Quando finalmente a avistou, depois de andar bastante, foi até o canteiro de flores onde ela estava.

– Annabeth! Eu queria mesmo ver você. – Diana virou-se, com uma muda de rosa em sua mão.

– Aconteceu algo? – Annabeth perguntou. Estava doida para ir ao assunto.

– Não... Ainda não. – Diana sentou-se num pequeno banco branco, fazendo sinal para Annie sentar também. – Sabe, sou uma pessoa que se preocupa muito com aqueles que amo, e estou começando a me preocupar com Percy. -

– Ele está bem? – Annabeth por um momento assustou-se. Diana riu.

– Não me surpreende que você não saiba, já que agora só sabe ter tempo para o Theo... –

– Do que você está falando? Diana, o que aconteceu com o Percy? – Diana encarou-a.

– Nada. – Disse ela se levantando e pondo a muda na terra. – Annabeth estou tendo essa conversa apenas por que você é uma menina legal, assim como Percy. –

– Pode ir ao ponto, por favor? – Annabeth estava começando a se irritar.

– Está na cara que você e Theo estão tendo algo. – Annabeth quase engasgou com a própria saliva. Diana pegou uma pequena pazinha. – Sabe, eu acho que Percy merece mais do que isso. – Ela batia levemente na base da muda para enterra-la, e Annabeth se controlava para não bater na própria.

– Tá bom, espera aí... Você acha que eu estou com o Theo? – Annabeth precisava repetir isso para si. Era absurdo demais.

– E não devo ser a única! – Ela levantou-se e bateu as mãos no avental. – Mas eu não te culpo. Theo tem jeito, é verdade.

– Ok... Obrigada, ahn, pela conversa. – Diana provavelmente ia falar mais alguma coisa, mas Annabeth virou-se e começou a correr na direção do castelo, para procurar por Percy.

– Percy! – Annabeth chamou. Ele e Theo estavam abraçados, um quase derrubando o outro numa tentativa de dançar algo entre valsa, tango e hip hop. Annabeth até teria rido, mas estava irritada e desconcentrada.

– Oi! – Percy abriu um sorriso bobo e tropeçou no próprio pé. Dessa vez, Annabeth não conseguiu conter o riso.

– Theo, posso roubar o Percy rapidinho? – Annabeth avançou e pegou a mão de Percy, puxando-o para fora do salão.

– A vontade, madame. – Theo fez uma reverencia a Annabeth, que sorriu ao lembrar-se da história que interpretavam há um tempo.

Conseguiu achar uma sala na qual ela e Percy pudessem conversar com calma, sem serem interrompidos.

– Sabia que sua amiga foi ter uma conversa comigo? – Annabeth perguntou, parando ao lado de uma mesa. Aquilo parecia um escritório.

– Diana? O que ela falou? – Percy sentou-se num banco, tendo seu sorriso roubado pela tensão de Annabeth.

– Que eu devia te contar sobre o caso que estou tendo com o Theo! – Ela falou irritada.

– Ah... E você... Está? – Percy perguntou confuso, coçando a cabeça.

– Claro que não Percy! Você pirou? – Annabeth parecia prestes a estourar.

– Annabeth, calma! – Percy levantou-se, pegou as mãos de Annabeth e fez com que ela se sentasse na cadeira em frente à dele.

– Como calma Percy? Achei que você confiasse em mim! – Os olhos de Annabeth começavam a brilhar, enchendo d’agua.

– Ei Annie, olha para mim. – Ele acariciou o rosto de Annabeth. – Eu confio, ok? Me desculpa, eu... Eu só... Eu sinto sua falta Annie. Só isso. – Annabeth ficou sem palavras. Percy levantou, estava pronto para deixar a sala, quando Annabeth abraçou-o.

– Ai como eu odeio discutir com você. – Annabeth comentou com a cabeça apoiada no ombro de Percy, que riu.

– Eu vou tentar não te irritar mais. Tentar só, por que vai ser difícil. – Percy afogava-se nos cabelos de Annie. Fazia cocegas, e ela ria.

– Você não me irrita Percy... Nunca. – Ela separou-se um pouco do abraço para olhá-lo nos olhos.

– E você é uma mentirosa. – Eles riram. – Olha, mesmo o Theo sendo um ótimo professor, eu acho que você podia me ajudar. –

– Eu não sou muito melhor, pode apostar! – Annabeth riu, enquanto via Percy afastando as cadeiras e a pequena mesinha.

– Eu duvido. – Ele agarrou-a, trazendo para mais perto. Entrelaçou seus dedos nos dela, e os dois começaram a balançar para um lado e para o outro. O momento estava ótimo, até o celular de Annie tocar.

– Ah... É meu pai, eu tenho que atender. – Percy afirmou com a cabeça, e disse que encontraria com ela lá fora.

Annabeth: Alô? Pai?

Frederick: Minha filha! Como estão as coisas?

Annabeth: Tudo bem pai! E com você?

Frederick: Igualmente. Percy está bem? Estão se divertindo?

Annabeth: Mas é claro! E minha mãe?

Frederick: Melhorou muito querida!

Annabeth: Isso é ótimo pai!

Frederick: Estou aqui para avisar que você recebeu uma proposta de estudos Annie!

Annabeth: C-como assim?

Frederick: A carta chegou hoje, sua mãe achou melhor esperar, mas eu estava louco pra contar.

Annabeth: Pai, que proposta? Que carta?

Frederick: Nós vamos nos mudar para Austrália!

Annabeth: Nós? Como? Quando?

Frederick: Recebi uma ótima proposta de emprego, e você uma bolsa integral para ballet e arquitetura na melhor escola de lá! E tem faculdade, assim você poderá continuar a lecionar até se formar!

Annabeth parou para pensar. Ela não queria ir, mas o pai parecia tão empolgado... Austrália... Ela sabia de qual escola ele falava, ficava no centro de Sidney. Seu pai se daria bem melhor lá do que em Littleton, sua mãe poderia se recuperar muito melhor e trabalhar lá também, pois as oportunidades são bem melhores. Seus irmãos poderiam ter um crescimento muito melhor que o dela, mas ela sabe que eles não iriam se ela não fosse. Não tinha mais o que pensar ou decidir.

Annabeth: Quando vamos?

Frederick: Quando você voltar da Itália, suas malas já estarão pontas. Vamos nos encontrar no aeroporto de NY, para você poder se despedir de seus amigos.

Annabeth:... Ok. Obrigada pai!

Frederick: Annabeth, nós não precisamos ir, ok?

Annabeth: Não, que isso pai! Vai ser incrível. Estou ansiosa.

Frederick: Nós também minha filha. Será um grande recomeço.

Annabeth: Vai sim. Tenho que ir pai. Amo você, e minha mãe, e Laura e Matthew.

Frederick: Nós também te amamos querida. E sentimos muito sua falta.

Annabeth desligou. Sua única preocupação agora era: Como contar a grande novidade a Percy.