Apenas um olhar escrita por Eubha


Capítulo 132
Capítulo 132:




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Um ambiente de pura felicidade, era isso que Anita e Ben haviam criado ali, não existia nada mais que importasse ou mesmo os atormentasse, os dois estavam um com o outro e não havia nada que estragasse isto. A alegria de estarem juntos... E de pertencerem um ao outro.

 A chuva imponente que caía no Grajaú naquele momento, era um perfeito contraste para  todo silêncio de suas almas, onde seus corpos mergulhados num repouso absoluto aproveitavam a paz que sentiam.

— O que foi. - Anita indagou o fitando séria, como se quisesse conter  o sorriso radiante que emanava de seus lábios. Entre o silêncio calmo com que ele lhe olhava, deitado ao seu lado.

— Nada.  - o rapaz garante com um sorriso e um tom óbvio.

— Eu acho que eu queria que o tempo parasse. - ela afirma querendo manter para sempre aquele instante, se houvesse uma maneira de eternizar o que estava sentindo, com certeza Anita não iria pensar duas vezes.  Ela iria querer ficar mergulhada naquela atmosfera de amor com uma trilha sonora de chuva ininterrupta.

—  E se eu dissesse que eu sei exatamente como fazer isso. - argumentou Ben arrancando um selinho demorado dela, que sorriu não muito confiante.

— Ah e como, posso saber. - Anita brincou alegre, não vendo como isso fosse possível, por mais que ela quisesse muito acreditar que Ben conseguiria obter hesito em tal empreitada, seria confiar um pouco demais na ilusão.

— Hum deixa eu ver . - disse ele com ar pensativo. - Fecha os olhos. - pediu Ben a encarando com encanto.

— Hum e pra que. - Anita acatou sorrindo com descrença, mais achando graça de toda situação. Ben a encarou silencioso, observando detalhista cada traço do semblante sereno dela. Para ele o tempo estava mesmo prestes a parar, só pra poder ficar olhando para ela.

 - Imagina  um dia lindo, de sol iluminado, um céu azul da cor do mar, uma brisa fresca batendo pertinho da areia onde você tá, aquele cheiro de mar que vem junto com as gotas de água que bate em você toda vez que uma onda gigante toca forte a areia... – disse ele a olhando. Havia tanta alegria ali que jamais os dois saberiam explicar. -  Um beijo...

— Beijo. – repetiu Anita em um tom de evidente confusão.

— É, esse aqui óh... – afirmou Ben juntado as bocas dos dois em um beijo lento e carinhoso, que não foi evitado nem mesmo, diante do jeito confuso e aéreo de Anita que tentava imaginar ou mesmo entender do que de fato Ben falava, o rapaz sorriu iluminado, ele sorria com imensa alegria  que há muito tempo não via instalada em si... Era um momento de grandiosa felicidade, o garoto pensava enquanto a admirava, sua Anita, linda, leve e com um sorriso contagiante no rosto... Então ele apenas a beijou, com toda alegria e imenso amor que sentia por ela, e precisava com todo seu querer, que ela também soubesse desse enorme sentimento que o unia a ela. E seria para sempre, nada os impediria agora de viver aquele amor...

— Então era só truque. – Anita prendeu o riso provocativo nos lábios, o encarando audaciosa após ser surpreendida com um beijo apaixonado, em meio a toda aquela fuga de realidade que ele propusera.

— Foi mais forte que o resto, eu juro. – Ben alegou sorrindo, roubando dessa vez um selinho terno  dela, que só sorriu. Era tudo mais maravilhoso do que ela poderia sonhar ou mesmo imaginar, era  a felicidade que ela sempre desejou em todos os momentos difíceis deixados para trás.

— Sabia que eu não to achando tão ruim essa chuva toda não. – ela admitiu radiante, perante a possibilidade de passar um tempo com ele, sem que nada pudesse atrapalhar.

— Melhor chuva de todos os tempos. – Ben deitou ao lado dela concordando. – Inclusive podia continuar chovendo sei lá até amanhã, mais uma semana... – ele sugeriu arrancando risos dela. Na verdade nunca esteve falando tão sério em toda sua vida...

— Tá querendo demais não. – retrucou ela o fitando em estado de leveza ao seu lado.

— E eu te amo, te amo muito menina... – declarou ele  com empolgação.

— Também te amo muito. – Anita respondeu de volta, entendendo que mais nada além  de um beijo apaixonado repleto de intensidade poderia  caber naquele momento. Eram apenas os dois, um silêncio repleto de paz, com um som de chuva como trilha sonora. Nada estaria mais perfeito...

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— Ah pena que essa noite foi tão passageira, parece até que eu to sonhando... – Ben dizia com felicidade, enquanto os dois desfrutavam da companhia um do outro durante as primeiras horas do dia. Tudo parecia tão radiante, que jamais conseguiria lidar com a hipótese de nada daquilo ser verdadeiro, ele não poderia negar que os momentos de tristeza lhe trouxeram certo medo de revivê-la novamente, jamais queria pensar naquilo. – Dá até medo de acordar e perceber que você não tá, que ainda está longe de mim. – declarou ele, Anita soltou a xícara a sorrir inundada por alegria.

— Não é um sonho, isso eu te garanto.  – a garota afirmou com precisão, se dependesse de suas certezas os dois nunca mais se afastariam, estariam prontos para lutarem por sua felicidade lado a lado, e mais nada os impediria de conquista-la. – Mais também você sabe que eu tenho...

— Que mais café. – Ben lhe interrompeu brincalhão.

— Não, o que é, hein... – Anita riu desajustada, ao vislumbrar a forma abrupta com que ele a interrompia. – Você tá querendo que eu engorde todos os quilos, que eu supostamente perdi esses dias, de uma vez só é. – a moça sorriu diante dele mudando de assunto.

— Serve também, mais eu queria mesmo que você ficasse aqui né. – ele fala forçando um semblante de insatisfação.

— Mais eu vou ter que ir, há essa hora eles já estão achando que eu abusei da trégua que me deram. – Anita argumentou pacientemente. . Usando de racionalidade, por mais que não quisesse escutá-la,  fazer esforço para isso poderia nem ser suficiente de fato.

— Eu sei. – Ben garante compreender. – Mais é que por mim, você não iria embora tão cedo, ficava aqui, pra eu poder te paparicar, te beijar, te abraçar, cuidar de você um pouquinho. – disse ele puxando a cadeira para perto dela aos sorrisos.

— Eu volto prometo, mais assim se isso demorar pra acontecer você pode ir lá me visitar. – afirmou ela, com uma pontinha de melancolia por ter que contrariar sua vontade e retornar ao casarão.

— É... – É, quem sabe. – o garoto se divertiu com a situação, encanando um ar de desdém, se aproximando para beijá-la.

— Seu besta. – Anita fugiu com o rosto para o lado implicando pelo tom esnobe dele, mas não teve coragem de o manter por muito tempo, o beijando carinhosamente em seguida.

Ben interrompeu a rir com empolgação. - Você quer que eu vá até o casarão com você. – perguntou Ben.

— Não precisa sério. – Anita garantiu levantando a caminhar pelo cômodo. – E pode ficar despreocupadíssimo que eu devolvo tua camisa, lavada e passadinha, e também sem nenhum ressentimento pelo desastre tá.  – brincou Anita alegremente.

— É né até porque se tem alguém que pode ficar bravo aqui sou eu, eu sempre fui a maior vitima dos teus desastres viu. – ele deu risada com implicância. – E quanto à camisa não tem pressa alguma, mais se isso for uma desculpa pra você voltar logo, também acho válido. – ele disse a lhe puxar pela cintura.

— Posso pensar. – Anita retrucou sorridente, uma sensação de felicidade plena lhe dominando por dentro, com certeza há muito tempo não vivia tal harmonia, sua mente a coração numa incrível sintonia, tudo era mágico... E depois de muitos e longos momentos, ruins agora não precisaria forçar uma alegria que não existia, não precisaria viver de manipulações e aparências, ou mesmo sob as chantagens de ninguém, poderia finalmente pensar em poder retomar o controle de suas vidas.

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— Oi filha, senta pra tomar café com a gente. – Vera a cumprimentou animadamente, quando a viu entrar sem muita pressa pela porta de casa.

— Bom dia. – Anita respondeu em meio a um fio de apreensão a respeito do que ouvira de volta, a mesa do café estava bastante silenciosa para uma manhã, somente o padrasto, Pedro e sua mãe, que a essa altura parecia dispensar o excesso de cordialidade demonstrado anteriormente quando a viu chegar. E a encarava fixamente de maneira avassaladora, Vera já não conseguia esconder de si mesma que ansiava por saber o que Anita pensava naquele segundo.  – Obrigada, mais eu vou subir. - a moça completou notando certa curiosidade no olhar da mãe, enquanto ela apontava para a escada que dava para o andar de cima. Talvez Vera quisesse perguntar muito mais do que ela própria imaginava em sua cabeça naquele momento, a mulher iria querer explicações claras a respeito de onde ela estava por toda noite anterior, e as criticas também viriam impiedosas na certa.

— Claro, vou guardar um pedaço do bolo pra você. – justificou Vera sorrindo fraco, no fundo escondendo que estava extremamente tensa com o jeito arredio de Anita, e o fato da filha ter sumido na noite anterior só culminou em um desapontamento e perguntas sem respostas, ainda mais corrosivas e perturbadoras dentro dela, a boleira já não sabia mais o que fazer, por isso mesmo que decidiu aceitar a sugestão de Ronaldo, que lhe suplicou que não pressionasse ou mesmo brigasse com Anita pelo fato.

— Tchau. – Anita se dirigiu a escada pensativa, mas bem como a mãe, guardou para si seus reais sentimentos.

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— Você tem alguma dúvida de que a gente vai se amar pra sempre...

As palavras e lembranças de Ben, regiam todos os sentidos de Anita, tudo era unicamente felicidade transbordando.  Seu sorriso brilhante ao olhar de relance em direção ao espelho, era a prova mais que verdadeira disso. Ela caminhou pelo quarto mal acreditando nos últimos acontecimentos.

— Anita... – a voz serena de Julia surgiu à porta. Quebrando o isolamento de seus pensamentos.

— Oi Julia entra. – a garota comtemplou o sorriso doce da amiga em sua direção.

— Eu ti liguei ontem, mais você não atendeu, ai achei melhor passar aqui pra saber como você tava. – a morena justificou calmamente, se aproximando da poltrona no centro do local pensando em se sentar. Certamente a conversa seria longa, toda reclusa de Anita podia tão somente significar um sentimento mais angustiante cobrindo os pensamentos de sua melhor amiga, Anita definitivamente não vivia em bom momento, porém Julia estava disposta a fazer tudo que pudesse para ajudar.

— É, eu nem sei onde tá meu celular. – Anita foi verdadeira,  havia espaço para muitos pensamentos em sua cabeça nas últimas horas, mas nenhum deles deixaria de envolver ela e Ben, a conversa que tiveram, os bons momentos, e a certeza de que alguma coisa muito boa ainda podia estar reservado a eles. Ela até se perdeu naquele fio de esperança que enchia seu peito de alegria, de bons sentimentos, e acima de tudo de muito amor. – Desculpa não ter retornado. – pediu Anita com um meio sorriso quase sem querer ou mesmo perceber. Indo sentar de frente para a amiga como forma das duas conversarem melhor.

— Mais fala o que você quer. – Anita indagou um pouco dispersa, no fundo tinha que reconhecer que estava muito aérea para se quer poder imaginar o que Julia poderia querer falar tão urgentemente consigo, estava mergulhada demais  em si mesma pra prestar atenção em qualquer coisa que não fossem os bons sentimentos que a dominavam. A moça sorriu serena desviando o olhar da amiga, soltou a camisa de Ben com certa descrição atrás do travesseiro, havia com certeza ali também um  perfume que lhe lembrava  bastante  o aroma de pura felicidade da noite anterior.

— Como assim, que você me diga onde tava ontem né.  – Julia repetiu a pergunta feita quando chegou com um semblante de quem queria desvendar tudo a respeito do que havia se passado com a amiga de infância. – Serguei me disse que tua mãe ligou pra ele querendo muito saber de você, vai Anita desembucha, fiquei preocupada já. – a morena praticamente quis obriga-la, se remexendo seriamente inquieta na cadeira onde estava.

— Ou muito curiosa. – Anita sorriu tentando contornar toda excesso de preocupação da garota, bom talvez fosse válido, era não deveria ter sumido sem avisos, mais há tempos não fazia algo que a deixasse tão feliz por estar onde estava, sentia que no fundo necessitava daquela reclusa.

— Anita, não. – Julia ainda fez esforço para se justificar racionalmente. – É impressão minha ou... – Você. – Julia parou para observar minuciosa sua amiga e notou certa mudança brusca no comportamento da outra. Analisando com toda cautela Anita não parecia nem um pouco com a garota dos dias anteriores, Julia tinha quase certeza de que não estava enganada, tinha mesmo um brilho diferente na amiga.  – Você tá toda feliz. – interceptou ela com rapidez.

— Um pouquinho, mais do que nos outro dias, confesso. – Anita desistiu de conter o largo sorriso que preenchia todo seu estado de espirito, apenas o deixou se fazer presente.

— Fala vai, o que aconteceu e, por favor, não me esconde não é justo. – obrigou a morena se remexendo na cadeira sem parar, agora já nem conseguiria parar sentada caso Anita não começasse a contar a verdade de uma vez.

— Nada de mais, eu não ganhei na lotaria, nem me descobri à perfeição em pessoa, eu só to feliz, só isso. – Anita afirma com ar de mistério entre sorrisos.

— E por que. – pressionou Julia quase pulando em cima da outra pra ver se ela lhe contava algo conclusivo.

— Tá eu, conversei com o Ben. – admitiu Anita, não deixando passar batido o olhar sabido de Julia para ela.

— Ótimo né, muito que vocês iam de segurar por muito tempo, aliás, isso seria o lado estranho, vocês longe um do outro né amiga, tá na cara que vocês ainda se amam. – Julia alegou abrindo um sorriso contente que Anita preferiu ignorar um pouco evitando excesso de deboche da garota. – Então tudo explicado, vocês lá né morrendo de saudades, podendo estarem sozinhos, pra que lembrar de qualquer coisa, a não ser ficarem bem juntinhos. – Julia ria sem querer, mal podendo recriminar a amiga.

— Pode parar a imaginação a mil, falei que a gente conversou e pra mim já foi motivo de um alivio enorme, essa distância toda entre  a gente já tava me deixando muito mal. – responde Anita não conseguindo ficar imune as brincadeiras da amiga, rir foi inevitável . – To tentando acreditar que isso foi só um começo pra mim ter a minha vida de volta, to querendo muito ser otimista, apesar de toda receio e angustia que eu ainda to sentindo sabe, quem sabe com paciência né, eu não possa me ver tocando minha vida de novo, apesar de que tem muita coisa pendente ainda né Ju. – completou Anita esperançosa.

— Claro que vai, eu já não te disse isso, e agora você vai ter o incentivo de uma pessoa que te ama muito pra isso. – Julia abraçou a amiga com alegria ao levantar-se. – Você tá toda apaixonada, nem consegue esconder. – fala ela observando Anita a sua frente.

— Meninas eu fiz um lanche pro Pedro, vocês não querem participar também. – Vera surgiu com batidas cordiais a porta, atrapalhando o silêncio entre sorrisos das duas garotas.

— Eu ia adorar. – Julia sorriu agradecida.

— Claro, eu vou s terminar de pentear meu cabelo aqui e a gente ta indo então. – Anita respondeu com certa educação a mãe.

— Ok filha. – Vera fala com tranquilidade virando as costas em seguida.

— Outro assunto muito mal acabado. – Anita expõe com um suspiro extremamente pesado que pairava pelo quarto.

— Vocês ainda não conversaram. – Julia rebateu percebendo o porque da aflição da garota.

— Como minha mãe fingi que nada aconteceu, que eu não quase morri, que ela não me insultou muito pelas minhas atitudes, e muito menos onde isso tudo acabou. – Anita desabafou o que vinha sentindo.

— Vai ver ela também tá sem saber como lidar não é. – Julia supõe com uma pontada de tensão.

— Pois é, eu já pensei nisso. – confirma Anita,  não tirando toda razão da morena perante a situação.


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