Apenas um olhar escrita por Eubha


Capítulo 110
Capítulo 110:


Notas iniciais do capítulo

Obrigada a todos por acompanharem...



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Continuação...

Enquanto Anita encarava a cena em choque, Julia voltava todas as suas atenções para ela também não sabendo o que fazer, se vendo ainda mais nervosa quando tentava imaginar inúmeras reações da amiga.

– Amiga antes de mais nada fica calma, de repente. – Julia iniciou um concelho que se quer Anita havia escutado, continuava estática e com os olhos em cima da cena lamentável a sua frente.

– Eu vou sair daqui, não sou obrigada a ver isso, não sou mesmo. – esbravejou a garota, movida pelo momento, só conseguindo sentir raiva do que via, ignorando a presença da amiga e saindo em disparada pelo corredor, até o banheiro, passando pelo suposto casal.

– Anita. – o gritou quase escandaloso de Julia, que ecoou pela extensão do corredor, numa reação inesperada ao temer o que de fato a garota pensava em fazer, quando saiu em disparada sem que ela tivesse tempo para impedir, soou como um alerta na cabeça de Ben, que depois de alguns segundos, ao ser pego de surpresa por Drica, finalmente conseguiu esboçar uma reação e afastar-se dela. Se punindo em pensamentos confusos, que ele realmente tinha entrado numa maré de azar que nunca mais acabará, só aumentava gradativamente para a pior, quando entendeu que o estardalhaço de alguém passando ao seu lado que quase o atropelou, havia vindo de Anita.

– Anita. – o rapaz repetiu o nome da garota, já nervoso ao constatar que mais uma confusão devastadora lhe atingiria. – Drica, olha só me desculpa, mais isso aqui não tem nada a ver, e na boa não faz mais isso. – Ben alegou nada calmo, esfregando as mãos contra o rosto.

– Ah e porque não, ah Anita. – rebateu a garota com um semblante de deboche. – Pelo que estão dizendo por aí, ela está noiva não está, aliás, rápida ela. – alfineta ela, ao compreender que a desculpa de Ben, poderia ter a ver com a passagem intempestiva da garota.

– Olha só não se mete no que você não sabe por que, isso não... – Ben desistiu de explicar, ao pressentir que poderia se complicar ainda mais, ao vê-lo encurralado Julia se aproximou com destreza.

– Eu vou atrás dela. – Ben proferiu taxativo, e mal se importando com o resto.

– Acho melhor você não fazer isso, você viu o jeito dela, vai acabar em morte Ben. – Julia quis impedi-lo, ao imaginar que uma provável conversa dos dois agora só se resumiria em uma briga pra lá de feia.

– Que seja. – ele não deu importância para a premonição de Julia e saiu em disparada pelo mesmo lugar que Anita.

Anita só olhava para sua própria imagem refletida ao espelho, escorada a bancada da pia, só pensando em uma forma de ir embora dali sem ter que olhar e nem falar com ninguém.

– Anita abre a porta, por favor, eu sei que você tá aí. – Anita se despertou em sobressalto, quando foi trazida para a realidade com bruscas batidas a porta e uma voz familiar a chamando.

– Vai embora, não tem ninguém. – ela gritou de volta decidida a não olhar para a cara de Ben, ou seria muito pior.

– Anita, para com isso, eu quero conversar com você. – Ben alegou em voz alta insistindo, enquanto uma Julia nervosa atrás de si, apenas escutando a troca de farpas dos dois, agradecia por haver outros banheiros espalhados pelo prédio do colégio, e o local não ter nenhum aluno ou professor passando naquele momento.

– Já disse que não tem ninguém, droga. – Anita se aproximou da porta se irritando com a insistência dele.

– Olha aqui, se você não abrir, eu juro que eu arrombo hein. – ele ameaça se negando a desistir. - Para de ser criança Anita. – acusou o garoto, tendo certeza que era só pirraça dela.

– Hahaha, faz isso sim, a sala da Raíssa vai ser teu próximo endereço. – Anita caçoou irônica, ao escutar Ben ainda insistindo em esmurrar a porta. Sem responder mais nada, a menina viu um silêncio se estabelecer nos dois locais, sentiu-se ainda mais irada, ao penar que toda insistência dele não passou de um segundo, para logo no outro instante lhe virar as costas.

– Anita. – ele a chamou mais uma vez, escorado a porta sem esperanças que ela ainda lhe atendesse.

– Melhor você ir, depois vocês se falam. – Julia quis amenizar a tensão que circulava no ar, prendia toda atenção de Ben na explicação que Anita se negava a escutar.

– Depois quando. – o garoto continuou imóvel onde estava e argumentou com certa revolta que prevaleceu em sua voz inconscientemente. Anita levou a mão ao trinque da porta, indecisa ainda a cerca do que fazia, entre suspiros discretos para recuperar a calma, ela girou a chave da porta sem ser notada pela dupla que se concentrava ao lado de fora.

– Entra, droga, mais não vem com desculpinha esfarrapada, porque nem o começo eu quero ouvir. - a garota esbravejou, escancarando a porta abrupta, desiquilibrando Ben, que pego de surpresa se vira para ela descompensado.

– Gente sem escândalo, não é. – Julia aconselha, observando fixamente a amiga e o garoto que apenas se olhavam mudos.

– Eu juro que eu não planejei. – foi à única coisa que Ben consegue explicar em meio ao turbilhão de coisas que rondavam sua mente.

– O que. – Anita o encara séria, e de leve vê Julia por de trás de Ben, sair discreta e voltar a fechar a porta. – Beijar a Drica, ou que eu pudesse ver. – a menina dissimula entre um sorriso de puro sarcasmo.

– Sim, quer dizer, não... – Ben se atrapalha nervoso, ao tentar dar uma resposta para as duas perguntas, enquanto vê Anita alargar o olhar em cima dele, transparecendo irritação. – Eu não planejei nada tá legal, você tem que acreditar. – alegou ele se corrigindo, ao aproximar-se dela, que recuava.

– Você não fez isso pra me punir, fez. – Anita indaga e o jeito inseguro se faz evidente.

– E por acaso eu tenho motivo Anita, hein me diz você. – ele acaba a confrontando, o olhar magoado em direção de Anita, soa dentro de si, como uma confissão de culpa evidente, que a garota não conseguiu esconder mesmo desviando o olhar impaciente pelas paredes do local.

– Me desculpa. – Anita não tenta se defender, ele estava certo, julgou dentro de si. – Eu faço tudo errado mesmo, pra ser mais verdadeira ainda, eu sou toda errada, desde que nasci, a Sofia vai ver é a única que sempre teve razão mesmo. – ela afirma com tristeza, escondendo com maestria a lágrima que se formava em seu olho e estava prestes a escapar. – Mais isso não justifica também o que você fez. – protestou a garota, voltando a olhar para ele a sua frente, fazendo força para esconder qualquer fio de tristeza, que pudesse haver em tal confissão, pela situação que vivia naquele momento.

– E o que você está fazendo? – perguntou Ben novamente. – Eu não estou nem falando de mim, mais de você, você tem ideia de onde você pode parar se continuar com isso. – ele diz severamente, fazendo uma última tentativa de trazer a menina um pouco de noção em relação ao perigo que corria que fosse.

– Ah Ben, não começa, arruma outro justificava pra você estar se agarrando com aquela idiota pro colégio inteiro ver. – Anita o crítica irritada, indo até o banco onde havia depositado sua bolsa e a apanhando exasperada, com o intuito de ir embora.

– Não, não, Anita. – Ben compartilha do jeito furioso dela, e se põe na frente a segurá-la pelos punhos, sem dar chance para que Anita se fosse. – Você sabe por que, se quer você tem coragem a realmente me exigir uma explicação, convincente o mínimo que seja. – ele profere indignado, e um olhar severo a ela. – Porque você me puniu primeiro, e pior sem nem se importar com a minha opinião, você tá pousando pra família toda de noiva do Antônio, e pior ninguém pensa que pode ter nada de errado, porque você convenceu eles muito bem disso. – o garoto a acusa com tristeza e mágoa. – A imagem daquele jantar, você do lado daquele cara, fica indo e voltando dentro da minha cabeça sem que eu consiga esquecer um segundo que seja, juro que eu ainda não sei, porque não fiz uma besteira até agora. – ele confessa, nervoso com toda raiva que lhe dominava, mal percebendo que confrontava Anita de perto, a presando contra a parede fria do ambiente.

– Tá quase fazendo, agora, por exemplo. – a garota balbucia, tensa e com a respiração curta, em parte assustada com a proximidade perigosa dos dois.

– Desculpa. – Ben argumentou a encarando confuso, livrando os braços dela, que antes eram interceptados por ele. Anita apenas lhe deu um olhar inquieto, não sabendo como agir.

– Ben, eu... – pronunciou ela desconexa.

– Desisti, acaba com esse tormento, por favor. – suplicou Ben, insistindo aflito. – Anita, por favor. – ele pede a olhando nos olhos, a deixando ainda mais descompensada.

– Não é tão simples assim, eu queria fosse... – retruca ela, angustiada com o pedido feito, o fitando confusa, enquanto ele ajeita uma mecha de seu cabelo atrás da orelha.

– Claro que é Anita, chega disso. – Ben discorda impaciente, e em total nervosismo com tudo que vivia ultimamente, deixando um beijo carinhoso ao rosto dela, e descansando a cabeça no ombro dela, consternado.

– Eu não sei. – Anita gaguejou tenebrosa, e abalada com o pedido que Ben lhe fazia.

– Me diz o que adianta, me fala, sinceramente, com toda convicção do mundo. – ele falou levantando o olhar para encará-la de novo, pausando suas mãos ao rosto dela de leve. - Se é pra passar o resto da vida, mais com essa espada em cima das nossas cabeças, não me adianta de nada que ela seja longa, se é assim, então que ela seja curta, mais que seja feliz. – declarou o garoto, e um olhar de extrema emoção pareceu prender os dois, um ao outro.

– Você não sabe o que tá dizendo, tá nervoso, irritado só isso. – Anita respondeu quando se despertava, com medo em sua voz. – Benjamim isso é loucura, melhor a gente parar. – disse ela se afastando, e temendo pelos dois, mesmo condicionada a ceder sem nem pensar o que ele lhe pedia, a um Ben que parecia se dar por vencido, e amenizava sua tensão, olhando para o chão à seus pés. Anestesiada e sem rumo algum, Anita foi saindo pelo corredor, totalmente atordoada com o episódio vivenciado.


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Notas finais do capítulo

Amanhã estarei postando um novo capítulo, até mais!!



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