Apenas um olhar escrita por Eubha


Capítulo 109
Capítulo 109:




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Anita chegava em casa, depois que voltava do colégio, e encontrou uma figura nada agradável, de costas na sala do casarão.

– O que você está fazendo aqui, eu não disse que não era pra você aparecer sem me avisar. – Anita confrontou Antônio em extrema ira, quando o viu virar para encará-la.

– Você não me dá ordens, ao contrário, recebe já esqueceu. – Antônio dissimulou a olhando enigmático.

– O que você quer, fala logo que eu não estou com paciência. – Anita devolveu, temendo por dentro o que ele queria, aprendeu a conhecer Antônio e sabia que nada que o garoto fazia era em vão, sempre tinha um objetivo obscuro por trás. – E nem sou obrigada a ficar olhando pra essa tua cara cínica Antônio, que me dá nojo. – Anita esbravejou enojada da pessoa que era Antônio, e em como desde que ele entrou em sua vida, tudo parecia dar errado, porque o garoto insistia em lhe perseguir e acabar com sua felicidade.

– Hum eu fico feliz em saber o quanto você me estima. – Antônio se aproximou um pouco mais dela, sorrindo de maneira dissimulada.

– Dá pra ser direto, to cheia de dever pra fazer. – Anita recuou para trás evitando que ele encostasse em si.

– Tá bom, ok, eu vou ser direto, assim como você quer. – o garoto parou onde estava com os braços cruzados, ficando a encarar Anita com um olhar de raiva, que sobrepôs o jeito debochado de antes, o que não passou despercebido para ela. – O que você fez hein Anita, pensei que tivesse entendido que não era pra se meter na minha vida sob hipótese alguma. – ele a indaga deixando sua ira transparecer na voz.

– Eu não sei do que você tá falando. – garantiu Anita sustentando que não entendia do que ele falava.

– Anita, ah Anita, não faz de desentendida não. – Antônio se aproxima como se quisesse a devorar com um único olhar, por toda raiva de pensar que ela estava lhe enganando, o que fez a menina entrar em pânico de imediato. – Foi você não foi, foi você, que desenterrou o babaca do psicólogo lá da instituição não foi, eu tinha dado um jeito de me livrar daquele idiota, mais aí de repente ele bate na minha porta, e me enchendo de perguntas, atazanando minha vida. – revela Antônio, se enfurecendo.

– É de praxe Antônio, você sabia que teria que continuar se encontrando com ele, não entendi você afirmar que não. – Anita sustenta sua falta de culpa para as acusações dele mentirosa.

– Você tá tentando me enganar, é isso. – Antônio riu da pretensão da garota. – Põe uma coisa nessa tua cabecinha, Anita. – ele quis lhe aterrorizar a encarando destemido, Anita só conseguiu arregalar os olhos, temendo estar sozinha com alguém louco, que ela sabia que era capaz de qualquer coisa. – Antes de você fazer qualquer coisa contra mim, eu acabo com você. – ele ameaçou com raiva. – Eu sei que foi você, melhor confessar de uma vez. – pressionou o garoto, querendo que ela confessasse.

– Chega Antônio. – Anita gritou transformando todo seu medo em raiva, estava cansada de viver com a sombra daquele psicótico, que ela odiava com todas as forças sempre ao seu lado. – Eu já disse que eu não fiz nada, eu não tenho culpa se você explodiu uma bomba numa praça, só pra encontrar um pai que nunca te quis, e burro achou que não teria consequência alguma. – ela disse exasperada e em extremo ódio por se ver presa naquela teia arquitetada pelo garoto, e se quer se importando com o que ele faria.

– Para de brincar comigo entendeu, você não sabe do que eu sou capaz. – Antônio chegou perto dela, a segurando com força em seu braço.

– Vai fazer o que? – provocou Anita sem ligar. – Me bater, bate então, mais bate muito pra deixar uma marca bem visível, porque eu faço um escândalo agora mesmo, e vou na primeira delegacia e te denuncio, aí eu vou ter prova do louco que você é, você não tá dizendo que esse cara aí da instituição tá no teu pé de novo, então... Qualquer um vai acreditar em mim. – ela o desafiou, mesmo medrosa, se debatendo para que ele a soltasse imediatamente, deixando Antônio ainda mais irado.

– Eu vou embora. – o rapaz desistiu de insistir. – Mais não pense você, é melhor mesmo que você não tenha nada a ver com isso, porque se eu descobrir que sim, acabou acordo Anita, eu vou por meu plano inicial todo em prática. – Antônio falou em um tom ameaçador, saindo pela porta, deixando Anita em choque e gélida dos pés a cabeça.

– Ah ai, meu deus. – a menina sentou-se no sofá completamente desolada, e suplicando mesmo que ele tivesse se convencido com sua explicação.

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– Oh Tia, posso te perguntar uma coisa. – Anita puxa uma cadeira e senta na mesa de jantar onde Luciana devorava um bolo impacientemente.

– Ai se for pra dizer que eu não devia de atacar num bolo que é de toda a casa, foi mau mina, é que eu sempre fui só tá ligado, nunca me acostumei a dividir nada. – a moça responde falastrona.

– Não, não é isso. – ri Anita por um segundo. – É outro dia, eu encontrei querer com um garoto aí na rua, e ele me disse que te conhecia, que você era amiga da mãe dele, Rafael... – Acho que era esse o nome dele. – Anita tentou sondar, mas disfarçando qualquer interesse evidente.

– É, eu conheço sim. – Luciana confirmou, mas encarou a sobrinha intrigada. – Cara se meteu na maior roubada, foi até parar no xadrez, por causa do canalha do padrasto, é mano não é qualquer um que tem a sorte de ter um padrasto responsa assim como o cunha. – disse ela.

– O Ronaldo é um cara incrível mesmo. – concordou Anita. – Mais e ele, o Rafael, ele é mau caráter, ou você acha mesmo que foi só um azar do destino. – insistiu Anita em indagar.

– Não, olha pelo que a mãe dele fala, e pelo que eu percebo, ele é honesto mesmo, e eu sou ligada nessas paradas né mina, conheço um truta mau caráter de longe. – diz Luciana. – Tipo teu noivo assim. – solta Luciana não se preocupando em causar qualquer constrangimento.

– Ah o Antônio. – Anita até se perdia em ser apontada como noiva do garoto, isso soava tão patético, que lhe dava raiva. – Ah valeu tia, pela conversa, mais eu sei me cuidar tá, e não precisar comentar com ninguém isso que eu te perguntei por favor. – ela lhe fez um pedido, forçando um sorriso para disfarçar.

– Eu sei guardar segredo, certeza, quer um exemplo, nunca contei pra ninguém que tu vivia de amasso com o Ben por essa casa inteirinha aqui, eu sempre soube desde que eu cheguei aqui. – Luciana afirmou não poupando constrangimentos para Anita.

– Ok, tia Lu. – Anita riu por um momento, esquecendo seus anseios e foi em direção as escadas.

– Onde eu botei, minha agenda. – Anita perguntou a si mesma, quando chegou ao quarto, remexendo em algumas gavetas, e pilhas de caderno sob a mesa de estudos que havia no local. – Achei, tá aqui. – ela disse sentando sob a cama com o objeto em mãos, e focalizando na página, onde o garoto misterioso, que segundo Luciana não tinha em nada a ver com Antônio, havia deixado seu número de telefone. – Rafael, será que dá mesmo pra confiar em você, um estranho, bom o Antônio chegou aqui tendo boas referências, e me saiu um belo de um maluco. – ela fita o papel pensando se estava mesmo agindo certo. – E eu não tenho mais nada a perder, estou quase deixando essa história me engolir mesmo. – Anita constatou ansiosa apanhando o telefone para digitar os números e ligar para o garoto desconhecido.

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No dia seguinte...

Os raios de sol, que ficavam mais fortes, indicando que mais um dia nascia e começava, como de costume em todos os dias até ali, Anita foi a última a se despertar e sair da cama, parecia que dormindo e sem ter que lidar com nada que dizia a respeito a aquela história, era o único momento que ela podia ficar tranquila e achar que nada daquilo estava a abalando, como a menina tinha certeza toda vez que via mais um dia começar e ela tinha que lidar com seus afazeres. Ela se viu obrigada há começar seu dia, quando o sol que iluminava lá fora, mesmo sem ser convidado ultrapassava a janela e invadia o quarto, anunciando que era hora de começar mais um dia. Desanimada a garota se levantou lentamente, apanhou uma roupa qualquer para vestir, e saiu de casa em rumo ao colégio.

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– Antônio. – Bruna se surpreendeu com a presença do garoto na porta de sua casa. – Achei que você não me quisesse mais, não tá noivo, da nojenta da Anita. – Bruna o cobra enraivada e ainda sob efeito do que havia descoberto.

– Nem tudo é o que parece Bruna. – ele alegou lhe dando um sorriso. – Você me ama, então me prova. – ele afirmou, a lançando um olhar sedutor.

– Como assim? – Bruna se viu ainda mais confusa do que de costume.

– Eu vou te explicar, prometo. – ele respondeu satisfeito.

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Já na escola...

– Anita você é louca né, você sabe disso não é. – Julia dá uma dura na amiga depois do que ela lhe contava. – Procurar um estranho, e se ele for um doido igual ao Antônio hein. – a morena afirma.

– Pois é Julia, só que eu continuo perto desse louco, ele não me deixa em paz. – Anita não liga para as preocupações da amiga. – E o Rafael , não me pareceu ser nenhum louco não, ao contrário, se ele me ajudar de alguma forma, quem sabe, a única coisa que eu sei nesse momento Julia, é que eu tenho que me livrar do Antônio, eu não to mais aguentando isso. – taxou Anita, ficando com raiva só de lembrar de sua situação, que parecia nunca acabar.

– Você só pode ter ficado doida. – Julia continuou a repreendê-la.

– Ben! – Do com uma dúvida tremenda na matéria, você podia me ajudar não é. – Drica quase o atropela no corredor quando surge na frente da garoto.

– Desculpa, mais eu to com pressa, tenho que ir pro trabalho agora. – o garoto alega atarefado, e querendo correr.

– Eu sei, na quinta eu sou tua aluna não é, esqueceu. – Drica afirmou insistente se opondo no caminho dele. – Você não acha que você anda muito estressado não, precisando descansar os pensamentos, por um único segundo que seja. – ela afirmou atrevida ao aproximar-se.

– Ah e eu continuo com pressa Drica. – Ben arrumou um jeito de se esquivar ao desconfiar das intenções da garota.

– Tudo bem, eu acho que eu também. – ela respondeu com um sorriso de deboche, se atirando em cima dele e o beijando de surpresa sem dar chance do garoto reagir.

– Ju, não se preocupa vai eu... – Anita virava o corredor tentando tranquilizar a amiga, quando ficou sem reação diante da cena que seus olhos vislumbravam. – Eu não acredito que isso tá acontecendo Julia. – a menina disse, já vendo suas forças lhe traírem e uma forte agonia dominar todos seus sentidos.

– continua...


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