A Origem da Energia - O Reino de Alucard escrita por OrigamiBR


Capítulo 6
Cidade dos caçadores


Notas iniciais do capítulo

Este foi o último capítulo que tinha escrito antes de dar uma pausa por causa da universidade. Por isso, algo deve estar fora do padrão escrito. Enfim, leiam e comentem sobre. Seu feedback é muito importante para que eu melhore a história ^^



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À medida que os garotos desciam um pequeno monte e saíam da floresta fechada, os raios da manhã iluminavam a vasta planície. Viam-se alguns guerreiros andando pelos caminhos, alguns em caravanas mercantes, outros em grupos de vários integrantes. A cidade de Uranos foi entrando em foco: uma cidade circular, com altos muros pintados de amarelo com tijolos grandes e aparentes. Não dava para ver a entrada da cidade, mas se via dois caminhos saindo de frente ao Porto Uranos, com pequenas embarcações que iam e voltavam constantemente para a ilha avistada anteriormente, de forma semicircular, lembrando uma restinga.

Dois guardas na entrada trajando um camisão e calça de malha metálica, botas de tecido e luvas médias de dedo cortado brandiram dois bastões de aço, bloqueando a entrada. Um terceiro guarda, trajado de mesma forma, com um livro de notas veio até eles, as adagas na cintura tintilando com o andar apressado.

– Jonas, verifique se a senhora Adler já saiu do barco. Se não, pode prendê-la: já é a quinta notificação.

Os garotos se mexeram desconfortáveis. Um dos dois guardas que estava bloqueando saiu, caminhando calmamente até o porto, girando o bastão entre os dedos com facilidade.

– E vocês, aventureiros? Qual o negócio de vocês em Uranos?

– Queremos um lugar para descansar da viagem e passar a noite – disse Claire.

– Certo – anotou algo apressado no livro – Vocês podem ficar até 4 dias sem problemas. Se pegarem algum contrato, precisar reportar ao Comitê da Lua Crescente e pagar a taxa de aceitação.

– Tudo bem. Obrigado e bom trabalho – disse Claire com um sorriso. O homem cumprimentou em resposta e saiu para outra parte do porto.

A cidade por dentro era bem diferente: ruas concêntricas com outras a cortando transversalmente. As construções eram em grande maioria branca, com algumas cinzas e outras em amarelo. As ruas de pedra negra eram bastante quentes, mas com as várias valas de exaustão por baixo do muro, disposição das ruas transversais na direção do vento e o monumento central, o “Toque do Céu”, que é uma esfera transparente flutuante numa base baixa brilhante e azul, fornecem uma ventilação constante e fresca que dissipa o calor durante o dia.

Caminhavam pelas ruas apinhadas de gente, com lojas de madeira e de tapete ao chão, vendendo principalmente iguarias locais, como o conhecido espeto de Lula-Tigre e o exótico ensopado de Lobo-Artrópode. As lojas feitas de alvenaria passavam em grande parte equipamentos para caça e luta contra feras e animais da Lua Crescente.

Uranos é conhecida em toda Ryokun como o polo de colonização da Ilha. Alucard quer o controle pela posição vantajosa contra invasores e recrutamento da organização da ilha vizinha. Esta tem nome oficial de Lua Marinha, mas todos a chamam de Ilha dos Assassinos da Floresta. Não se conhece quase nada destes, apenas que eles entram em contato com poucos e que matam alguém depois de um tempo.

Após uma descansada rápida na pousada, os garotos foram até uma das lojas de armas.

– Quanto fica o reparo dessas armaduras? – perguntou Vergil, apontando para o grupo.

– Vejamos... – disse pensativo o homem de cabelo preto, ondulado e caído por trás do balcão. Analisou atentamente as rachaduras do aço, os cortes no couro e as deformações nas lâminas.

– Seria 100 Stips por arma e 200 por armadura, mas estão muito avariadas. É melhor vocês comprarem novas.

– Mas não podemos pagar por equipamentos novos. Estamos sem dinheiro.

– Vocês podem pegar algum contrato para conseguir dinheiro e materiais.

– Certo, mas não há forma nenhuma de ajeitá-las?

– Eu posso dar um reparo básico, mas não vai fazê-las durar muito mais.

– Pode ser; quanto fica?

– Dá pra fazer... Mil por tudo.

– Fechado – e Vergil apertou a mão do homem, entregando o saco repleto de moedas de níquel e aço, com a gravação de todo o continente de Ryokun num dos lados e no outro o número do valor.

– Em meio dia estarão prontas.

– Certo. Obrigado.

Após a entrega o grupo foi até o Comitê na primeira rua concêntrica. A edificação era alta, com janelas em madeira e outras em pequenos quadrados, paredes azuis e lisas, e uma escadinha na entrada. Entrando no aposento, se depararam com paredes brancas e rugosas, uma escrivaninha de ipê, dois corredores laterais e dois transversais. No meio, estava um homem barbudo, um pouco gordo, com um chapéu largo e uma pena em cima. Conversava com dois guerreiros pesados de armadura, de lanças nas costas. Logo após eles, duas pessoas, que pareciam irmãos, chegaram ao balcão e perguntaram algo que o homem respondeu logo. Por fim, os garotos conseguiram sua vez de perguntar.

– Pois não?

– Queremos um contrato. – disse Cole.

– Hm... Para um grupo desse tamanho eu só tenho missões perigosas. – respondeu meio hesitante.

– Não há problema. Quais são os que você tem? – falou Cole imediatamente.

– Há o resgate de um grupo que não deu notícia depois de uma semana.

– Qual o pagamento? – disse Cole, cada vez mais incisivo.

– É-É... 500 Stips por pessoa mais um bônus pelo resgate com vida.

– Faça por mil e temos um acordo.

– M-Mas... Eu não posso fazer isso.

– Claro que pode.

A conversa dos dois ficava cada vez mais alta, cobrindo e cessando as outras na sala. Enquanto via-se Cole apresentando argumentos lógicos para o aumento da recompensa pelo resgate, o homem postulava sobre não poder aumentar o preço mais do que tinha no contrato. A argumentação se prolongou tanto que após conseguir 800 Stips por pessoa, alguns dos que estavam lá cumprimentaram Cole.

Saindo da bem-sucedida tentativa, os garotos passaram o resto da tarde caminhando pela cidade e conhecendo as rotas de fuga, o próprio reconhecimento deles com as pessoas e os rumores correntes. Pelo visto, a fama de explodir chãos e soldados juntos, matar um caçador de recompensas truculento e derrotar uma forte Serpente de Anima não chegaram até o meio do continente. Aliviados, voltaram para a pousada, para esperar a hora do contrato, as armas e definir o próximo passo.

– Em resumo, o que conseguimos sobre esse contrato? – disse Vergil, junto do grupo na sala comum. Poltronas de tecido cinza bem confortáveis, um sofá um pouco mais escuro e tapetes grossos feitos a mão com imagens de cavernas e florestas. Ele estava sentado no tapete.

– Nós vamos conseguir 800 Stips cada um. – comentou Cole, satisfeito.

– Depois de resgatarmos o grupo na Lua. – disse Jane, repreendendo-o.

– O que sabemos dele? – perguntou Claire.

– São três pessoas: um deles é um curandeiro – disse Kenneth, olhando um papel saindo de seu livro. – A outra é uma especialista e o último é um furioso.

– Como é que eles conseguiram se perder com um furioso? – indagou Jane.

– Eu não faço a mínima ideia.

– O grupo foi visto junto? – disse Suzan, franzindo a testa.

– O que temos é que o grupo não deu notícia por uma semana; daí os familiares, preocupados, emitiram o contrato. – respondeu Vergil.

– Há pelo menos alguma pista?

– Só o último local onde foram vistos. – disse Jane.

– Ótimo. Já é um começo.

– É só nosso grupo que vai, não é? – perguntou Cole.

– No contrato, avisa que teremos mais quatro pessoas se juntando a nós – disse Kenneth, consultando mais uma vez.

– Pra que precisamos de um grupo tão grande?

– Desconfio que estejamos prestes a enfrentar um perigo maior que a Serpente.

A temida questão entrou em foco novamente. Não tinha certeza se essa era a provação ou o momento de acontecer o que havia na Profecia, mas só a menção da palavra “Serpente”, eles se inquietaram.

– Depois daqui, vamos para onde?

– Digamos que em dois dias a gente volte para Uranos inteiros – disse Jane um tanto irônica – Daqui, temos apenas chão livre até chegar ao castelo de Alucard.

– Espera... – ponderou Claire – Chão livre? Isso quer dizer que não teremos nenhuma estratégia para aproximar do castelo!

– Ops...

– Como não vimos isso antes?!

– Calma Claire – disse Cole – Vai nos deixar babando se não segurar suas emoções.

– Desculpa. Mas não podemos deixar de relevar isso.

– Nós vamos conseguir – disse Vergil – Nem que tenhamos que nos perder na Lua Crescente para treinar com nossas vidas em risco, nós vamos conseguir! Se não há infiltração, que seja na destruição!

– Isso! – concordou Cole, ambos batendo o punho.

– Só você mesmo, hein? – disse Suzan, dando um sorriso escondido.

– Vamos nos preparar para amanhã. Boa noite! – disse Kenneth.

– Boa noite! – responderam os outros e foram para seus respectivos quartos.

A faixa de terra visível foi ficando maior e maior com a aproximação do barco de transporte. Não se via nenhuma doca para desembarque, construção praieira ou qualquer coisa que indicasse moradia por lá. No máximo, se viam pedaços de madeira de barcos e alguns objetos enferrujados na costa. As quatro pessoas a mais iam num barco junto de Vergil, enquanto o resto de seu grupo ia em outro.

John era um adolescente de 15 anos. Era muito alto, passando da altura já avantajada de Kenneth. Moreno, porte físico mediano, com um pouco de barba e usando óculos, ele detinha o poder de criar chamas e rochas para fortalecer suas habilidades de combate com uma alabarda de ponta larga. Trajava uma armadura de metal que cobria todo o peitoral, com uma camisa de anéis por baixo. Usava uma calça de couro coberta com poucas placas de metal, sem impedir muito os movimentos. Tinha uma presença forte, mas não era ameaçadora. Já um dos outros, chamado Lúcio, era amigável e inteligente, mas era perceptível que sempre escondia alguma intenção, como se sempre estivesse sempre tramando um plano para algum fim. Suas vestes, ao contrário de John, eram bem mais pesadas, com proteções prateadas nos ombros e braços, uma grande placa metálica cobrindo o peito e as costas, descendo até a cintura e uma máscara macabra com capuz. Perneiras e calças de metal articulado, com joelheiras protuberantes finalizavam a armadura completa de batalha que ele usava. A arma em suas costas era uma lança em ponta de seta, com penas azuis rajadas de preto e vermelho.

Aproximaram-se lentamente da costa, circundando um pouco a área. A penúltima pessoa, que conduzia o barco, era chamada de Daniel. Como Lúcio e John, possuía 15 anos. Seus cabelos loiros e um pouco longos esvoaçaram quando uma brisa passou por eles, balançando um pouco a besta de mão detalhada em suas costas. No braço esquerdo, usava uma braçadeira de metal com uma luva também de metal, e por cima havia uma lâmina que poderia ser projetada para frente. Usava apenas uma camisa e calça pretas com padrões de camuflagem verde. Era o menor dos três homens, mas possuía a mesma presença dos três, apesar de que às vezes mesmo olhando diretamente, ele parecia não estar lá. A capitã pediu para desacelerarem e desembarcar.

Lillian Ares ou, como era conhecida, a Solar, era uma mulher que aparentava ter seus 27 anos. Com porte físico altamente atlético, a mulher que vestia uma armadura de couro liso trabalhado sacou uma espada peculiar da cintura: possuía uma lâmina plana normal, afiada nos dois gumes e estreita na ponta, mas, após a empunhadura, bem na base, possuía um prolongamento em forma de seta, como se fosse uma lança ou flecha. Seus cabelos de cor laranja com um pequeno rabo de cavalo estavam revoando com mais uma forte ventania que passou assim que desceram.

– Muito bem! Quero que nos movamos rápidos e silenciosos! O grupo que se perdeu não tem muito tempo! – ditava Lillian.

As dez pessoas se embrenharam na mata: o cheiro de folhas em decomposição invadiu suas narinas enquanto pisavam de leve, fazendo pequenos estalos nos galhos finos das árvores. A mata não era tão fechada, possuindo um caminho estéril por onde a maioria dos grupos adentrava. Assim que chegaram ao último local que o grupo havia sido visto, encontraram alguns tocos de árvores quebradas e muitos sinais de batalha, como monstros grandes que rolaram, flechas pregadas nos troncos e muitos cipós soltos pelo chão. Lillian parou um pouco e chamou Vergil com um sinal.

– Há alguém de Percepção com você?

– Sim – disse Vergil – Claire e Jane – com a capitã esperando uma explicação, o lutador continuou – A especialista e a guerreira.

– Ok. Chame-as para ajudar Lúcio.

O lutador chegou perto das meninas e explicou a situação. As duas confirmaram e foram junto de Lúcio, que havia se sentado num dos troncos caídos esperando uma ordem. Levantou-se e os três foram até um ponto qualquer do lugar, onde ficaram parados e concentrados. Imediatamente, a concentração de Energia ao redor deles aumentou e ouviram-se os sussurros deles:

Cogitatus Praeterita... – disse Claire, saindo um pulso azul de sua cabeça que se expandiu rapidamente.

Aqua Inquiro... – disse Jane, colocando a mão no chão e vários filetes de água saíram dela, correndo rápidos como serpentes.

Revelare Evidentiam... – disse Lúcio, levantando a mão esquerda. Uma pequena esfera azul escura foi se formando à medida que vários filetes visíveis de Energia também azul voaram em direção a esta. Momentos depois, a água que Jane liberou retornou a sua mão, Claire parou de emitir pulsos e Lúcio fechou a mão com a Energia azul, liberando um pouco de vapor.

– O que descobriram? – perguntou Lillian.

– Há evidências que o grupo não está muito longe de nós. As assinaturas de calor que encontrei indicam que eles estiveram aqui esta madrugada – respondeu Lúcio.

– As trilhas de pegada estão muito irregulares. Eles lutaram e fugiram às pressas de alguma coisa. Até onde consegui seguir, eles foram em direção à lagoa mais a frente – disse Jane.

– A Energia está bem densa por aqui. Como Jane disse, houve uma luta, e pela quantidade, foi uma difícil. O curandeiro quase não usou Energia: ele deve ser do tipo que leva poções. A especialista liberou muita, e do tipo neutro. Por ironia, o furioso foi o que se manteve mais controlado. Deve ser ele quem está mantendo os outros vivos.

– Certo. Vamos com cuidado.

Todo o grupo começou a se mover mais silenciosamente. Pisavam com a ponta do pé antes de encostá-lo todo no chão. O farfalhar das armaduras e roupas era mínimo quando chegaram perto da falada lagoa: uma abertura pequena na mata dava nesta massa de águas turvas. Um forte cheiro de lodo subiu pelas narinas enquanto pisavam na lama da margem. Não havia nenhuma pessoa ou animal por perto. O local parecia abandonado, como se nenhuma expedição houvesse parado por aqui nem por acidente. De repente, objetos disformes começaram a brotar do charco e da água lodosa. Esses objetos esverdeados começaram a tomar formas humanoides, reconstruindo toda a estrutura de um ser humano, com os pedaços de ossos se juntando, recriando os tendões e deles os músculos, subindo e se aglomerando o tecido conjuntivo para depois a pele surgir acinzentada. Pedaços de trapos se juntaram para cobrir os vários Reflexos Vazios que agora os olhavam sem as órbitas oculares.

Só a visão deles se reconstruindo foi o suficiente para deixar Vergil e Jane abalados. Cole e John se perturbaram um pouco, mas Kenneth, Suzan, Claire e Lillian não esboçaram nenhuma reação. Daniel ficou surpreso, e até um tanto curioso. Lúcio deu uma risada leve, como se achasse a montagem de um cadáver envolto em Energia verde engraçado. Havia cerca de dois Reflexos para cada pessoa ali. Lillian colocou um pé a frente do grupo e gritou:

– Não deixem eles se juntarem!

Pouco depois de ela falar, dois deles flutuaram contra eles mesmos e se fundiram num duas vezes maior. O grupo se dispersou, uns circundando a lagoa, outros adentrando a floresta com vários no encalço deles. Jane perfurava com as adagas freneticamente, desviando quando a criatura preparava um golpe maior, defendendo dos outros. Cole lançava vários impactos de ar com estocadas fortes da varinha, retardando um pouco os acelerados golpes que as duas que lhe atacavam executavam. Vergil eletrificou as pernas, chutando com velocidade no inimigo e nos ataques dele também, apesar de estar se cansando bastante no processo. Kenneth criou um escudo esférico luminoso em seu corpo, e investiu enquanto um deles tentava o acertar com socos poderosos.

Os golpes de espada de Suzan e Lillian reboavam como se colidissem em metal quando acertavam alguma parte do corpo deles. Enquanto isso, eles socavam e tentavam mordê-las com velozes investidas e saltos. Claire e John ficavam costas a costas, um deles bloqueando o avanço sedento com o machado e o outro tentando causar algum dano girando o máximo possível a alabarda. Lúcio estocava colocando todo o peso do corpo em cada ataque, enquanto Daniel dava golpes com a besta, disparando a queima-roupa assim que a afastou com um soco.

– Aqua Irrumpo! – gritou Jane, logo após levar um soco no abdômen. Caída ao chão, levantou a adaga para a criatura ser atingida com um jato de água poderoso, lançando-a para longe. Kenneth, ao vê-la caída, correu em seu auxílio, mas seu escudo despedaçou com um dos golpes do monstro, que saltou em seu braço e o mordeu. Dando um grito de dor, ele colocou a outra mão perto da cabeça dele e urrou:

LUMEN... SERA! – uma luz branca brilhou da palma de sua mão, emitindo um cegante raio de luz que mandou a criatura para longe fumegando um pouco na cabeça e ombros. A marca dos dentes apareceu na manga rasgada de sua veste, e a sensação era que tinham lhe arrancado uma parte de sua Energia, sentindo-se cansado na mesma hora. – Jane, você está bem?

– Estou, mas.... Aquela coisa parece que arrancou minha Energia no momento que me tocou.

– Tive a mesma sensa-- Cuidado! – disse, enquanto puxou seu livro e defendeu de mais um golpe. O Reflexo ficou um pouco atordoado. Isso abriu para Jane o perfurar no peitoral enquanto cortava sua garganta com a outra adaga. Ele caiu, mas suas feridas se regeneraram logo depois, se levantando quase tão subitamente quando caiu. Mais três haviam chegado aos dois no meio-tempo, deixando a situação não muito agradável.

– Não... dá – disse Vergil, com seus músculos reclamando do intenso assalto dado contra os três que lhe atacavam. Recuou cansado, mas mesmo assim preparou um ataque: concentrava Energia do seu corpo em seus pés. Deu um grande salto com o corpo rodopiando e gritou “Fulgetra Ensis Duo”: no ar, disparou dois chutes circulares em direção às duas. De cada pé brotou uma lâmina curva do tamanho de uma espada longa que voaram instantaneamente até atingir os alvos. Porém, ao descer para o chão, dois Reflexos lhe abduziram e socaram fortemente em seus braços. Eles ficaram paralisados, e Vergil teve a sensação novamente de que lhe arrancaram um pedaço do corpo. Saltou para trás e começou a correr, tentando despistar as criaturas que estavam querendo lhe matar.

Ventus Virga! – disse Cole antes de cortar o ar com sua varinha, produzindo uma lufada de vento com tanta pressão que cortava a grama pela qual atravessava. Daniel, que estava perto, ouviu o barulho e saltou a tempo de ver a criatura que o estava atacando ser impactada para trás com violência. Ele olhou feio para Cole, que deu um sorriso sem graça até ficar surpreso ao ver o tiro de besta passar pelo largo direito de sua cabeça e atingir um Reflexo que estava prestes a lhe morder. Com uma expressão de “Bem feito”, Daniel se virou e recarregou a arma, recolocando nas costas e partindo para atacar o que Cole havia derrubado. Já este levantou a manga para lançar uma técnica nele, mas foi interrompido por um que pulou e o derrubou.

Repulsio!– lançou a criatura para cima, e com uma estocada o enviou para perto de Lillian, que cortava e perfurava os quatro que lhe circulavam. Desviava de todos os fortes socos e os súbitos saltos com maestria. A ponta de seta de sua espada disparou contra o que Cole havia jogado perto, perfurou seu abdômen e com um puxão, ela o arremessou em dois que estavam se recuperando, retornando a seta com a corrente para a empunhadura. Mas mesmo ela parecia cansada, pelo suor que corria seu rosto e a necessidade de segurar a espada com as duas mãos.

– Recuar! Para a praia! – gritou após apoiar a mão em um deles e uma explosão mandar as duas metades do Reflexo para lados opostos. Quando a criatura se regenerou novamente, nenhum deles estavam mais por lá.


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Notas finais do capítulo

Vou ver se posto até o 9, não sei se ainda hoje (08/02). Mas como o interesse está aumentando, vou continuar o capítulo 10 e se possível terminá-lo em alguns dias.