E se ... escrita por lovejoshifer


Capítulo 33
Respira e inspira




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– Bom dia Sra. Lancaster, como se sente?

Como eu me sinto, como se tivesse nascido de novo gostaria de responder, sinto o ar entrando pelos meus pulmões sem uma canula atrapalhando, estou vivendo de novo.

– Estou ótima.

– Para quem dormiu por duas semanas- entra Dra. Maria no quarto.

– DUAS SEMANAS?- o ar faz cocegas nos meus pulmões, me sinto viva.

– Bom deveria me agradecer agora você tem dois pulmões funcionando, seu transplante foi um sucesso então esperamos seu corpo reagir e até agora nenhum problema.

– Mas era só um pulmão.

– Como não houve reação negativa, implantamos dois.

– DOIS?

– Dois Hazel, você vai precisar usar uma bombinha por um certo tempo, mas logo tudo será normal.

– NOSSA, NOSSA- meu coração acelera junto com a minha respiração, sentir o ar natural é muito maravilhoso.

– Se acalme, e não esqueça da bombinha e por um tempo te aconselho a continuar usando os aparelhos respiratórios.

– Tudo bem.

– Quer que ligue para o seu marido vir lhe buscar?

– Não precisa eu posso ir sozinha, só chame um taxi por favor.

Me olhe no espelho e vejo duas pequenas cicatrizes no centro do meu peito, a cada movimentação do meu respirar é como se elas sumissem.

– Lembranças do câncer.

Minha casa está organizada, mas na lata do lixo há varias caixas de fast food, penso “ ótimo pai Augustus”, no quarto de Anna e Sebastian há varias partituras espalhadas pelas escrivaninhas e uma delas dizia “ Hazel Song”, quase deixo uma lagrima escapar porem a seguro. Emma fez vários cartões com glitter dizendo fique bem mamãe ou você é lacradora mamãe, não contenho o riso e a emoção de ver os desenhos de Anna nos cartões e as legendas de baixo deles “ foi a Anna que fez só sei lutar, p.s: ganhei uma medalha no caratê”.

– Parece que alguém chegou mais cedo!- Gus me olha com os braços cruzados encostado nas portas- deixe me ver você acordada, já te contaram como você fica fantástica em coma induzido?

– Não, deixei essa honra pra você.

Ele me abraça, sinto seu cheiro de menta entrar pelos meus pulmões.

– Senti falta desse cheiro a chiclete- digo.

– Obrigada, Anna e Sebastian estão no ensaio e Emma na casa da sua mãe.

– Temos umas horas só pra nós?

– Temos, vamos testar esses pulmões- bato no peito dele- não quis soar tão ofensivo, desculpe.

– Não foi nada, só estou brincando.

Augustus me beija devagar e de um modo doce, nossos corpos parecem em perfeita sincronia, ele é gentil e ao mesmo tempo feroz, a saudade do contato um do outro é o que nos alimenta naquele momento intimo. Depois das horas apenas de silencio e de caricias me deito em seu peito que respira lentamente, aliviado.

– Como eu te amo Hazel Grace, você não sabe como.

– Eu imagino, preciso tomar um banho, bem longo.

– Com os sais – Gus vira os olhos e faz que esta passando creme hidratante- vai, você merece.

Emma chega em casa me enchendo de perguntas, abraços e beijos.

– MÃE NUNCA MAIS IREI COMER TACOS NA VIDA- ela bate suas mãozinhas na mesa em forma de protesto- SEBASTIAN E PAPAI SÓ QUERIAM COMER ISSO E VER FUTEBOL, NINGUEM NESSA CASA VIU MEU DVD DO KARATE.

– Nossa querida que péssimo- continuo cortando as cenoura- mas eu voltei, tudo ira voltar a rotina.

– Anna também ta me ensinando piano.

– Maravilhoso, vai virar uma grande pianista.

– Ou não- Emma volta para o livro dela.

– O que está lendo?

– Divergente.

– FINALMENTE- Augustus grita do escritório- ELA FEZ EU COMPRAR ESSES LIVROS PORQUE ERAM MARAVILHOSO- Augustus age como criança, fazendo nós duas rir- E DEPOIS DEU PRA ANNA, EU CONSEGUI UM AUTOGRAFO DA AUTORA.

– Papai tem que parar de ver As Branquelas, ta mexendo a cabeça que nem elas.

– ESTOU NÃO- reprende ele.

– Está sim- não consigo segurar uma risada, Emma é tão parecida com Augustus tanto na personalidade quanto na aparência, seu cabelo denso e acaju a faz especial.

– Vocês dois, saiam da minha cozinha.

Escuto o barulho da porta se abrir devagar e passos firmes: Sebastian e Anna.

– MÃE- Anna me abraça forte- mãe, MÃE VOCÊ TA RESPIRANDO- ela me abraça mais ainda.

– Eu já respirava mas tudo bem- limpo as lagrimas do rosto dela- está tudo bem minha pequena estrela.

– Você vai hoje ao teatro?- Sebastian me abraça e Anna volta me abraçando por trás.

– Sanduiche de mãe- Emma grita.

Algumas horas depois:

Augustus segura minha mão para entrarmos no teatro, Emma está linda com seu vestido preto de renda para 10 anos ela esta enorme. O locutor avisa que o espetáculo iria começar em breve, fazendo eu ficar mais nervosa, meus filhos mais velhos iriam se apresentar com a orquestra local uma honra gigantesca e mesmo que eles tentem não parecer nervosos eu sinto e sei que estão quase em um colapso nervoso.

As cortinas se abrem devagar e lá no meio do palco está a Anna, radiante mesmo com um sorriso fechado, e então a sua linda voz estoura pelo teatro.


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