As lembranças do anjo de vestido carmesim escrita por Nahuel MDJ


Capítulo 3
Semelhanças


Notas iniciais do capítulo

Olá, aqui está mais um capítulo da história.
Estou pensando em fazer um mangá dela então sua opinião é muito importante. *0* Devo fazer??



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“Não consegui falar com ninguém depois do acontecido, a briga dos colegas desanimou qualquer um de dar boas vindas. Fiquei escrevendo no meu diário durante a primeira aula de português. Hinchan e Azura estão prestando atenção no professor, o tal de Ben está dormindo durante a aula, a menina que parece homem está ouvindo música e a estranha que ficou me olhando na porta está lendo um livro. Aqui a tolerância com os alunos é bem maior.”

Depois de algumas aulas pós-férias, o sinal tocou avisando a todos os alunos que era hora do intervalo. Rey desceu as escadas e caminhou para fora do prédio. O local era bem extenso, tinham várias árvores com bancos. Do outro lado tinha o enorme gramado com algumas árvores e plantas cuidados pelos próprios alunos como tarefa extra. Sem contar que muitos ficavam nas quadras e campos. Como ela não estava acostumada com o ar puro e grama, ela foi até a grama e sentou perto de um tronco. Ela abriu o pacote e pegou o pão para acabar com a fome que a perturbara por longos minutos durante a aula de história. Ela olhou para o pequeno murinho perto dali e encontrou Clarie, a única que não a confundiu com a tal Jill. Ela tinha um longo cabelo preto e pele bem morena. Seu olhos tão escuros quanto seus fios de cabelo estava atentos ao livro que não parara de ler desde que chegou na escola, ela tomava uma lata de refrigerante durante a leitura.

– Olá! – Rey se assustou com a presença da garota. Como ela não percebeu sua aproximação? A mesma que chegara sentou ao seu lado – Não me apresentei, meu nome é Azura.

– Eu ouvi seu nome na sala. Prazer, meu nome é Rey.

– Ah! É Rey. É mais legal te chamar assim do que de Jill não é – ela riu colocando a mão na boca. Rey queria mais que nunca entender tudo o que estava acontecendo.

– Você pode me explicar? Porque todo mundo está me chamando assim? – perguntou Rey virando-se de frente para a colega de classe.

– Jill era uma amiga nossa de infância. Sabe todos nós crescemos juntos por mais que não acredite – Azura deitou na grama olhando para as nuvens passando pelo claro céu azulado.

– Espera ai, quer dizer que você, o Hinchan, a Kate e o Benjamim cresceram juntos? – perguntou Rey sem acreditar, como amigos de infância brigam daquela forma? E o que isso tem haver com ela?

– Sim, a Jill e a Claire também. Crescemos todos juntos e fomos amigos até um ano atrás – Azura fechou os olhos, mas não conseguiu deixar uma lágrima escorrer de seus olhos – Era tudo tão perfeito. Éramos tão unidos.

– O que houve?

– A Jill morreu num acidente depois de uma reunião que nós fizemos sobre um assunto muito grave. Ela era o nosso porto seguro sabe? Ela que unia todo mundo, que fazia todos ficarem juntos. Depois daquele dia só vieram brigas atrás de brigas e nosso grupo se separou – Azura limpou o rosto com sua mão – Eu só converso como antes com Claire, mas mesmo assim ela foge do mundo real em seus livros e não liga mais para nada.

– Eu… Eu sou parecida com a Jill? – perguntou Rey esquecendo seu lanche por um momento, o vento passou pelo local e ela prendeu a respiração até ouvir a resposta.

– Sim, completamente igual. Se Jill tivesse uma irmã gêmea seria você – disse Azura pegando seu celular, ela mostrou-lhe a foto da garota que sempre mencionavam. Realmente era como se tivesse vendo sua própria foto com um cabelo mais cumprido e um laço preso nele. Então Azura se levantou dando, em seguida, uns giros no vento e parou diante de Rey – Desculpe por atrapalhar seu lanche. Agora vou procurar o meu porque estou com fome!

– Você não atrapalhou, obrigada por me explicar.

– Qualquer coisa pode falar comigo. Adoraria ser sua amiga! – Ela se afastou deixando Rey sozinha novamente.

Após alguns minutos comendo, Rey não conseguia pensar em outra coisa. Como ela podia ser tão parecida com a garota que morrera há um ano? Ela já não sabia mais se queria estar naquela escola, ela não sabia se queria continuar morando na cidade. A presença dela apenas traria mais lembranças tristes para os colegas e provavelmente mais conflitos entre eles. Rey levantou-se do gramado e começou a caminhada em direção ao prédio da escola. Porém uma voz fez parar sua caminhada.

– Hey! Impostora! – Rey localizou a origem da voz, era o Benjamim, o garoto que vivia dormindo. Ele não usava mais capuz deixando seu enorme cabelo enrolado amostra. Era preto e bagunçado, ele não se importava. Tinha a pele morena e um olhar triste que agora parecia determinado.

– Eu não sou uma impostora, eu…

– Cale-se – Ela foi interrompida pelo garoto. Sua voz era amedrontadora e suas palavras frias cobertas de autoridade. Nem parecia que era o mesmo garoto que fora jogado no chão em sala – Não importa quem você é. Porque você não faz um grande favor e desaparece? Só acho que você é desnecessário para nossas vidas e você pode acabar piorando as coisas.

– Mas Ben… – O garoto pulou de cima da árvore e caminhou em direção a garota apontando o dedo em seu peito.

– Cala a boca piranha! A sua voz minha irrita como a da Jill. Não quero mais viver no passado e você não ajuda em nada – ele respirou fundo e foi embora deixando Rey sozinha. Ela sentiu os olhos umidecerem, seu corpo esquentando e sua respiração começou a acelerar. A garota estava com muita raiva e já ia atrás de Ben quando foi impedida por alguém.

– Esquece isso, por favor – Ela virou e deu de cara com Himchan com o olhar sério – Ben sempre foi rude, parece que a frieza dele está voltando.

– Porque ele é desse jeito? Eu quase soquei a cara dele!

– Desculpe-o por isso. Desculpe por tudo. Você não tem que carregar um fardo que não é seu – disse Himchan soltando a garota – Não faça nada, estou te pedindo.

– Não farei – disse Rey arrumando o cabelo que novamente saira do lugar – Porque você se preocupa tanto com ele? Está na cara que ele te odeia.

– Eu me preocupo com todos os meus amigos, mesmo com a distancia, mesmo depois de tudo que aconteceu. Não guardo ressentimentos. Talvez só um pouco – Himchan olhou para as próprias mãos e mordeu uma delas – Você traz muitas lembranças, obrigado por voltar, quer dizer, por vir para essa cidade. Por mais que você não seja a Jill, eu sinto a presença dela em você.

– Não sei em o que dizer.

– Não precisa dizer nada. Só não sinta-se culpada pelos nossos problemas ok? – Himchan passou os dedos no queixo da colega – Espero que goste de estudar aqui. Vamos voltar para a sala juntos?

– Sim! Vamos! – Rey sorriu para o colega que devolveu o sorriso. Ele então estendeu sua mão esquerda. A garota olhou para o movimento e sentiu como se fosse familiar, como se aquilo já tivesse acontecido. De repente imagens surgem em sua cabeça.

– Hey! Jill! Vamos de mãos dadas para a casa? – perguntou Himchan estendendo a mão para a garota. Ele aparentava ter 6 à 7 anos de idade.

– Vamos! Assim não nos separaremos nunca! – respondeu Jill com animação.

– Ah! Para! Vocês sempre inventam essas coisas esquisitas! – disse Kate cruzando os braços fazendo um bico.

– Eu quero te dar a mão também, Him – disse Benjamim vermelho, ele era o menor do grupo.

– Vamos todos juntos como uma corrente! – disse Azura pegando a mão da Jill e da Claire.

– Ok! Mas só hoje. Vão ficar olhando pra gente – disse Kate.”

– Algum problema? – perguntou Himchan com a mão ainda estendida.

– Nada não! Só me veio à cabeça coisas que eu não me lembro ter feito – Rey então pegou na mão do colega – Vamos?

“Que lembranças foram essas? Eu nunca fiz nada disso, porque elas vieram na minha cabeça? Tudo está embolando na minha mente. Sinto como se tivesse quefazer algo. Que preciso uni-los novamente e é isso que vou fazer.“


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Notas finais do capítulo

Espero que tenham gostado, atéé o/



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