As lembranças do anjo de vestido carmesim escrita por Nahuel MDJ


Capítulo 4
Aproximação


Notas iniciais do capítulo

Hey Minna!! Mais um capítulo hoje. Espero que estejam gostando da história.

Esse capítulo revelará muita coisa. *o*



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Capítulo 4 – Aproximação

“Eu passei as duas últimas aulas inteiras pensando no que fazer. O clima não estava nada bom, Kate resolveu implicar com Claire e elas acabaram discutindo. Isso não pode continuar assim. Resolvi conversar com a tia Shee, ela deve saber o que fazer.“

Rey Voltou para casa correndo, coberta de pensamentos.

“Porque estaou me importando tanto? Porque estou preocupada? Eu os conheci hoje e já sinto uma ligação forte com eles.”

Eram perguntas sem resposta e mesmo se tivessem seria algo completamente estranho. Ela nunca correra tanto em sua vida. Ela só teve que pedir informação no mercadinho para encontrar a creche onde sua tia trabalhava. Não estava nem um dia na cidade e já estava correndo desesperada pelo local. Isso não daria uma boa visão, poderiam achar que ela era uma ladra ou uma maluca. Mas ela não se importava com nada. Ela tocou a campainha do local enquanto tentava controlar a sua respiração graças à corrida.

– Olá! O que deseja? – perguntou a mulher que atendera com o olhar atencioso.

– Vim falar com a Tia Shee, ela está ocupada?

– A Shiny? Ela está em horário de almoço, então pode vir. Entre por favor – A mulher abriu espaço para que ela pudesse adentrar no local. As paredes eram todas coloridas com as janelas. Haviam brinquedos espalhados por toda parte e grande parte das crianças estavam no parque. Ela encontrou a tia rapidamente apoiada em uma grade observando os alunos que não passavam de quatro anos.

– Tia Shee! Eu te achei.

– Querida o que faz aqui? Algum problema? – perguntou preocupada.

– Não. Queria te fazer uma pergunta – Rey arrumou o cabelo e voltou a olhar para a tia – Conhece a Azura ou o Himchan?

– Claro que conheço. Eu cuidava desses garotos quando ainda eram pequenininhos. Azura, Him, Claire, Kate, Ben e Jill – Shee começou a dar umas risadas com as lembranças que tinha – Eles eram as crianças mais unidas que conheci. Quando tinham uma ideia podia ter certeza que eles tentariam até não dar mais – Ela fechou os olhos e riu novamente – A casa abandonada que eles ficaram está de pé até hoje. Mas não falo com muita frequência com os meninos desde a morte da Jill. Apenas o Him vem me visitar de vez em quando, como agora.

– Oi tia Shiny! Fiz um almoço para você!

– Obrigado Him, você é um amor, mesmo com esses olhos pretos assustadores – ela pegou o pote de comida e foi em direção a uma mesa.

– Olá Rey. O que faz aqui?

– A Rey é minha sobrinha e vai morar comigo por uns tempos – respondeu a mulher cheirando a marmita – Espaguete! Você sabe bem como me agradar não é?

– Sempre tia Shiny.

– Him, posso te pedir um favor? – perguntou Rey ajeitando o cabelo – Quero que reúna o pessoal.

– Como assim? Que pessoal?

– Vocês cinco. Não aguento ver vocês brigados dessa forma.

– Acho que não é uma boa ideia. A última vez que fizemos isso, Kate bateu no Ben e depois em mim. Acho que uma reunião agora não seria bom – disse lembrando do que poderia ser o pior momento da sua vida.

– Por favor tenta!

– Se quiser juntá-los, tente você mesma. Eu cansei de me machucar com eles. Com licença – Him então foi embora da creche.

– O que está tentando fazer é muito lindo Rey – só agora a garota lembrou-se da presença de sua tia – Faz um favor pra mim? Dê tudo de si! Tenho certeza que eles não aguentam mais ficar dessa maneira.

– Tia Shee – Rey abaixou a cabeça enquanto tentava pensar em alguma coisa – Você sabe onde Azura mora?

Se passou uma semana desde a conversa com Himchan, ela pegou o endereço de todos eles. Seu plano tinha que dar certo, ela ia conversar com eles, um por um. Depois de uns minutos procurando, Rey finalmente encontrou a casa da garota. Da rua ela conseguia ouvir a música alta que Azura escutava. Ela torceu para que a colega ouvir a campainha tocar. A casa de Azura não tinha quintal e tinha apenas um andar, parecia morar sozinha pelo tamanho da casa, mas ela morava com sua mãe.

– Ah! Rey que surpresa! Não esperava sua visita! Entre! – Ela correu para a sala – Feche a porta por favor! – gritou após desligar o som. Os móveis do local estavam todos empurrados deixando um grande espaço no cômodo – Desculpe a bagunça, eu estava dançando. Quer beber alguma coisa?

– Não obrigada – Azura tratou de devolver o sofá para o seu lugar permitindo que Rey sentasse. A garota correu para o banheiro, ela deu uma rápida penteada no cabelo, lavou o rosto para tirar o suor e voltou.

– Então Rey, algum problema com a escola? Dificuldade em alguma matéria?

– Não, queria conversar. Falar de um assunto sério e espero que esteja disposta a dividir suas lembranças comigo – Rey nunca esteve tão nervosa ao falar com alguém.

– O que quer saber?

– Porque se afastou do pessoal? O que aconteceu entre vocês afinal de contas?

Todos estavam reunidos num cômodo escrito: “Casa dos Brodi” de vermelho em uma das paredes. O resto delas estava desenhada com algumas marcas de mãos. O assunto era sério, todos estavam tensos com o que estava acontecendo.

– Não há tratamento. O que podemos fazer é trabalhar e ganhar dinheiro… - Bem foi interrompido.

– Sabe quanto custa o transplante? É muito caro e pode demorar anos – disse Claire já irritada, ela socou a mesa – Nenhum de nós podemos fazer nada com essa idade. Nossos pais não vão ajudar. Não podemos fazer nada.

– Azura para de chorar! Assim não conseguimos pensar em nada! Que merda! – gritou Kate sem conseguir pensar em nada – Já chega de tudo isso. Não aguento mais.

– Kate! – gritou Jill ao ver a amiga sair da casa. Todos correram atrás da amiga no meio da rua escura. Kate sempre foi a mais rápida então estava difícil acompanhar, foi quando tudo aconteceu. Ela olhou para trás ao ouvir o som de vários tiros, era um tiroteio.

– JILL! CLAIRE! – Ela ouviu a voz de Azura no meio da rua, mas ela não estava vendo nada, apenas ouvindo o som dos tiros. Ela voltou correndo, mesmo que suas pernas estivessem doendo e a dificuldade de respirar a atrapalhasse. Ela encontrou a cena mais assustadora de toda a sua vida. Jill e Claire estavam sangrando muito enquanto Himchan e Azura tentavam afastá-los dos tiros.

– Cadê o Ben? – Ela não teve resposta, não ouviu mais nada. Alguma coisa atingiu sua cabeça e ela caiu no chão desmaiada.

Aconteceu um tiroteio entre a polícia e bandidos naquela noite. Eles pegaram o Ben e a Kate e usaram como escudo humano contra os policiais. A Jill morreu naquela noite, Claire por pouco não foi junto – disse Azura deixando as lágrimas escorrerem pelo rosto, lembrar aquilo era muito doloroso e a Rey não sabia mais se aquilo era certo – Nunca mais fomos os mesmos depois que nosso anjo morreu. A Jill era tão incrível sabe? Era paciente, bondosa, carinhosa e sempre estava conosco nos momentos difíceis.

– Desculpe te fazer lembrar disso.

– Sem problemas, desabafar é bom. O que mais queria saber mesmo? – perguntou Azura limpando os olhos.

– Tem certeza? – perguntou Rey preocupada.

– Absoluta. Como eu disse, vai ser bom desabafar.

– Porque se afastou do Himchan? – perguntou tentando ser a mais gentil possível.

– Essa é uma história longa e complicada. Me lembro como se fosse ontem de nossa discussão.

Se passaram 90 dias desde a morte de Jill, Azura estava olhando para o céu observando as estralas do alto de um monte onde os amigos costumavam ficar vendo o sol se pôr. Ao lado de uma árvore que gravaram suas iniciais. Tudo aquilo era tão nostálgico. Ela sentia falta de Ben e Kate, eles se afastaram do grupo um mês após o ocorrido. Ela sentiu alguém o abraçando por trás.

– Him, seus abraços são os melhores sabia? Me confortam tanto – disse com um sorriso no rosto de olhos fechados.

– Ainda bem que sente isso. Quero te falar uma coisa – disse sussurrando no seu ouvido – Eu te amo.

– Eu também te amo.

– Mas eu amo mais do que imagina, eu quero ser seu namorado, ficar apenas contigo.

– O que? – perguntou Azura se afastando assustada com o que acabara de ouvir – Enlouqueceu? Porque está dizendo isso?

– Porque é a verdade. Eu quero…

– VOCÊ NÃO QUER NADA – Azura gritou de forma que assustasse o garoto – O que você está fazendo? Você sabe que é como um irmão para mim. Nunca poderia fazer isso.

– Mas você é linda, é perfeita e eu gosto de você – disse segurando-se para não chorar.

– Não! Eu não sou nada disso! E você não gosta de mim! Você gosta do Ben! – Azura começou a chorar de repente – Faz três meses que a Jill morreu e faz dois que você e o Ben terminaram. Você acha que gosta de mim porque está sozinho e porque foi rejeitado por quem ama.

– Parece que está acontecendo novamente – disse Himchan deixando as lágrimas saírem de seus olhos – Estamos chorando juntos novamente.

– Ninguém quer uma merda como eu! Nunca mais diga isso! Nunca mais chegue perto de mim! – Azura então foi embora deixando o amigo sozinho.

– Sempre tive problemas com autoestima – disse Azura olhando para as mãos – Não podia acreditar naquilo. Ele estava iludido – ela deu uma risada – o engraçado é que ele me ouviu e levou a sério. Ele nunca mais chegou perto de mim.

– Então o Him e o Ben namoravam? – perguntou Rey mesmo sabendo a resposta.

– Sim, por dois anos. Ben simplesmente terminou, não explicou nada. Him sofreu muito por isso e a carência o fez pensar que gostava de mim – Azura então abraça Rey com força. Ela apenas retribuiu tentando confortá-la, deixando tudo melhor para as duas. Após alguns minutos de silencio Azura disse:

– Seu perfume… a Jill usava o mesmo perfume que o seu. Adorava o cheiro dela. Eu a amava tanto, você não sabe como – esta frase mexeu com Rey, ela ficou feliz de repente, como se tivessem dado uma boa notícia para ela.

– Tenho certeza que ela te amava também – disse Rey apertando ainda mais o abraço – Amanhã, quero que você fale com o Himchan. Pode fazer esse favor para mim?

– Posso, sempre tive vontade, mas nunca tive coragem.

– Acredite, vai ser bom para você – disse Rey com um beijo na testa da garota – Agora quero animar essa casa. Me ensina dançar?

– Eu não sei dançar muito bem e…

– Não! Não se diminua e me ensine a dançar – disse Rey de pé.

– Ok – Naquele momento Azura pensou “Como ela pode ser tão parecida com a Jill? Na aparência personalidade? Sinto que posso confiar nela. Então não vou me segurar.”

Me aproximei de Azura, acho que ela será uma forte aliada nesse plano. Kate e Ben serão os mais difíceis, mas eu conseguirei. Só queria entender o porquê me importo tanto com eles? O que é isso que incomoda meu coração toda vez que os vejo? O que é isso tudo que estou sentindo?”


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Notas finais do capítulo

E ai o que acharam?? Podem comentar a vontade.

Espero vocês nos próximo capítulos.



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