Precisa ser você! escrita por DuddIn


Capítulo 2
Capítulo 2


Notas iniciais do capítulo

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Capítulo 2

 Lésbica? Meu deus, vou...morri!

—Droga. É impossível sair com você sem gastar! –reclamei pela milésima vez.

A ruiva simplesmente me arrastava pelas lojas da cidade. Era divertido fazer compras com ela, mas Erza precisava entrar (e comprar) em todas as lojas que avistava na rua, não importava se eram lojas de roupas, comida, sapatos, acessórios, eletrônicos e bazar. Erza entrava e deixava a loja quase vazia.

—Pare de reclamar, agora você tem várias roupas lindas! –Erza sorriu e adentrou uma padaria. O local era repleto de doces, tortas, pães e outras coisas que pareciam ser uma delícia.

—Erza, você percebeu que eu quase nunca saio de casa? Não vou usar todas essas roupas! –Apontei para as várias sacolas que tinha em mãos.

A ruiva revirou os olhos e abriu um enorme sorriso ao avistar um bolo de morango cheio de merengue. Erza correu até o bolo e seus olhos brilharam. Meu deus. Ela come uns quatro bolos enormes de morango por dia e não engorda, isso é tão injusto!

—Acho que vou indo para casa, já está ficando tarde e eu não avisei a mamãe que ia sair, ela deve estar preocupada.- Fitei o relógio que havia na parede do local e arregalei os olhos. Céus! Passei o dia inteiro batendo perna com a Erza nas ruas (e esbanjando dinheiro. Dinheiro que eu não tenho).

—Tudo bem, me ligue depois! –Erza me entregou mais algumas sacolas e virou-se para a atendente, pedindo o bolo inteiro de morango.

Sai correndo da padaria. Estávamos no centro e minha casa ficava bastante longe, tive que gastar mais dinheiro com o táxi.

Sentei-me no banco do táxi e quase deixei uma lágrima escapar ao ver que minha carteira se encontrava vazia. Depois de longos minutos -e um trânsito infernal - finalmente o carro havia parado em minha rua.

—Moça,já chegamos! –O taxista parecia bem impaciente -e mal educado-. Tentei evitar bufar e lhe entreguei o dinheiro, pulando do carro logo em seguida e correndo até a entrada da minha humilde residência.

Assim que adentrei a cozinha, senti alguém me puxando com força, logo em seguida estava sento esmagada pelo abraço de urso da minha mãe.

—Lucy, graças a Kami-sama. –Fungou. - Fiquei preocupada! –Sorri para mamãe e lhe dei um beijo na bochecha.

—Eu estava fazendo compras com a Erza! -Layla franziu as sobrancelhas e fez uma careta. Foi tão rápido que só pude sentir o impacto da colher de madeira na minha cabeça. Soltei um gritinho de dor e levei as mãos até o local da batida – Desculpe! Desculpe! Isso doeu!

—NÃO TINHA CELULAR PRA AVISAR? EU QUASE MORRI DE PREOCUPAÇÃO! – Bufou. –ERA PRA DOER. NUNCA MAIS ME DEIXE PREOCUPADA!

Concordei com a cabeça e corri até meu quarto. Mamãe podia ser bem maldosa quando queria.

Assim que adentrei o quarto, sorri abertamente e joguei todas as sacolas na cama. Amanhã Natsu! Amanhã eu vou me declarar!

. . .

—Estou tão nervosa, tão nervosa! – Suspirei e fitei meu reflexo pela milésima vez.

Ótimo. Havia gastado todo o meu dinheiro com roupas e esqueci que não posso ir para escola sem o uniforme. Como sou inteligente, mereço até palmas!

Deixei os cabelos dourados e longos soltos. Apenas fiz uma chapinha e prendi a franja com uma presilha de corações. Botei o uniforme de sempre - Camisa branca de botões e uma saia excessivamente curta. Optei por colocar minha melhor sapatilha e passei um batom rosado nos lábios.

—Acho que está bom. –Mordi o lábio inferior. Estava quase desistindo.

—LUCY, ESTÁ ATRASADA! –Mamãe berrou.

Fitei o relógio de pulso e quase me engasguei. Peguei minha mochila e desci feito o Flash -Tranquei o pé dentro do buraco maldito que havia no paviflex-. Nem me despedi, apenas corri como se o mundo fosse acabar. Se não conseguisse chegar a tempo na escola, ia acabar mesmo.

Cheguei encima da hora. Por sorte (ou azar)o zelador Taurus - conhecido como: Boi Pervertido (?) - estava fechando os portões. Fitei o homem enorme e musculoso que tinha uma estranha argola no nariz.

—Taurus-sama, me deixe entrar! –Supliquei. - Por favor!

O homem abaixou o olhar para os meus peitos e sorriu malicioso. PERVERTIDO! – Claro melões, que dizer... Lucy! –Sacudiu a cabeça várias vezes. - Entre rápido!

Tentei sorrir, mesmo sabendo que tinha uma estranha careta no rosto e voltei a correr feito uma condenada até as salas. Atravessei todo o pátio e parei ofegante enfrente a porta da minha sala. Meu peito ardia, parecia que iria explodir.

Assim que recuperei todo o ar, bati timidamente na porta. Depois de alguns segundos, Ultear-sensei abriu a porta. Seus cabelos negros e longos estavam presos em um coque e seus olhos brilhavam de raiva. Tremi de medo.

—Desculpe Ultear-sensei, me atrasei!- A professora de albegra, Ultear, era o demônio em pessoa. Ninguém podia sequer respirar nas aulas dela.

—Heartphilia, entre rápido. –Resmungou. - Não converse com ninguém e de preferência, não respire!

Concordei com a cabeça e entrei rapidamente na sala. Senti todos os olhares voltados para mim. Estremeci de vergonha. Parem de olhar! Seus catadeiros! Sentei-me na carteira e me encolhi. Estava tentando inutilmente desaparecer.

. . .

A resposta da questão ‘b’ é -458 e a resposta da... Não consegui terminar meu exercício. Levy chutou minha cadeira e jogou um pequeno pedaço de papel em minha classe.

“Lu-chan, chegou atrasada na aula de álgebra (que azar :P)

Por que se atrasou? ah, você esta linda.”

Sorri. Pelo menos estava bonita. Peguei uma caneta colorida e fui responder.

“Levy-chan, eu sei que você está rindo de mim, não sou cega!

Quero me declarar hoje para o Natsu, tive que me arrumar. Estou? Graças a deus! (Quase morri para pentear minha juba de leão está manhã.) ><’”

Dei uma espiada na professora. Ela estava de costas para a turma, escrevendo algo no quadro. Joguei meu bilhetinho que caiu na mesa da azulada. Voltei a fazer meus exercícios, mas fui impedida novamente.

“Juro que não estou rindo (talvez um pouquinho) Teve que deixar o Taurus apertar seus melões para entrar no colégio? :P haha

Mesmo? Achei que você iria desistir, como sempre. Não fale de cabelos armados comigo! Já viu o meu cabelo? Uso um pote de creme toda manhã :( “

“Nem me fale, aquele cara é casado? Meu deus, ele nem sequer tentar disfarçar.

Eu nunca desisti, apenas adiei! Mas hoje é o dia, eu vou conseguir! o/ Torça por mim.

Seus cabelos são lindos el...”

Não pude terminar de escrever, apenas senti duas mãos femininas baterem com força na minha mesa. Engoli em seco e levantei a cabeça, fitando o professor.

—Para direção, agora!

Eu juro que tentei argumentar com a professora, mas fui praticamente jogada para fora da sala. E o pior: Levy deu uma desculpa muito sem noção e foi perdoada. Que absurdo!

Agora estou aqui, fitando a parede branca com vários troféus que ficava na frente da sala do diretor. Sentei-me num banco e suspirei. Estava ferrada!

—Oi!

Alevantei a cabeça e dei de cara com uma garota de cabelos prateados e olhos mais azuis que o céu no verão. Lisanna Strauss.

—Oi.-respondi rapidamente e desviei meu olhar daqueles grandes olhos azuis.

Ela mordeu o lábio inferior e me fitou. Acho que queria de sentar ao meu lado -Certo, eu estava quase jogada nos bancos, ocupando os dois-. Ajeitei-me e apontei para o banco. –Quer se sentar?

—Claro! –Lisanna sorriu e sentou-se.

Não falamos mais nada. Eu também não estava com a mínima vontade de puxar assunto. Não me misturo com o inimigo! Mas parece que a albina queria mesmo conversar comigo.

Etto... Lucy...Você gosta de mim?- Estranhei a pergunta e franzi as sobrancelhas, fazendo uma careta estranha. Obvio... que não!

—Não tenho nada contra você. –Falei rapidamente. Eu sei que isso pode ser mentira. Ela gosta do meu Natsu!–Nunca nos falamos e não somos intimas. Não costumo odiar as pessoas se conhecer antes.

Eu te odeio porque você gosta do meu Natsu.

Fitei a albina.

— Porque essa pergunta?

Lisanna abaixou a cabeça e fitou seus longos dedos pálidos.

—Parece que você não gosta... -Me olhou atentamente. -Eu gostaria de ser sua amiga, sabe.

—Ah, eu não sou boa em puxar assunto... - Realmente não sabia o que dizer naquele momento. Optei por fitar minhas unhas. Preciso me lembrar de pintar, estavam horríveis!

—Você gosta do Natsu, não é? -Falou rapidamente. Arregalei os olhos.

Como ela sabia? Será que alguém havia contado? Não! Impossível! Meus amigos não iriam contar nada para ela -até por que eles sabiam que ela era uma espécie de rival pra mim.

Não sei o que dizer, posso fingir que desmaiei?

Puxei todo ar que meus pulmões aguentaram e fitei a albina. Lisanna estava com os olhos grudados em mim, havia um leve rubor em suas bochechas (não me pergunte o motivo) e ela parecia bastante nervosa.

—Claro que não! –Exclamei.

Lisanna negou com a cabeça e riu. Puxou uma mecha de cabelo prateado que estava caído sobre seu rosto.

—Lucy, não mente. Todo mundo sabe que você gosta dele!

—TODO MUNDO? –Gritei, dando um pulo do banco.

—Calma,calma! –Revirou os olhos. - Você deixa bem visível que gosta dele, principalmente quando fica fitando ele nas aulas. –Mordeu o lábio inferior e riu.

Abaixei a cabeça. Estava completamente envergonhada. Não acredito que deixei a mostra meus sentimentos pelo rosado. Lucy sua besta!

Sentei-me novamente, fitando minhas unhas. Não tinha o que dizer. Ela vai simplesmente rir da minha cara e falar que tem mais chances com ele.

—Vai rir de mim? –Estava quase chorando.

—Rir? Rir por quê? –Ela parecia confusa. Ficou calada alguns segundos até a ficha cair. – Oh, meu deus! Você acha que eu gosto no Nat?

Nat? Que tipo de intimidade era aquela? Como ela ousa chamar ele assim? É carinhoso demais para amigos.

—Você gosta dele! –Acusei.

—Claro que não! –Gargalhou. -Natsu é apenas meu amigo!

—Eu não acho isso. –Bufei.- Todo mundo está falando que você vai se declarar pra ele. Todo mundo sabe que você também gosta dele!

Lisanna revirou os olhos. Ficou completamente séria e me olhou com uma careta.

— Você é cega?

—Hã? Não entendi! — Estou mais perdida que cego em tiroteio.

—Vou te dar uma dica: Natsu não faz meu tipo. Pra falar a verdade, nenhum garoto faz meu tipo. –Ela riu da minha cara - Eu gosto de garotas loiras.

Meu queixo caiu lá no chão... Isso foi uma indireta?

. . .

Não tive oportunidade de continuar minha conversa com a albina. O diretor Makarov me deu uma bronca e falou que minhas médias estão caindo. Não pensei que estava tão ruim na escola. Socorro! Mamãe vai arrancar meu coro.

Eu ainda não conseguia acreditar que a albina era lésbica. Aquilo era uma brincadeira dela. Não é?

Bati com a cabeça na mesa e fechei os olhos. Tudo está me acontecendo hoje!

—Lucy, é por isso que o palito de fósforo não fala com você. Quem vai querer uma menina que bate com a cabeça nas mesas?! –Gray riu.

Não falei nada. Não tinha forças para revirar. Apenas concordei com a cabeça e peguei meu celular. Havia uma mensagem.

“Lucy, já achou o Natsu? Já se declarou? Estou lotada de coisas aqui na sala do conselho. Droga de alunos baderneiros! Quero estar ai para te ajudar. Força Loira!

Agarre seu rosado! 

Erza. “

Suspirei. Não posso desistir agora!

Tomei fôlego e me alevantei. Precisava esquecer a Lisanna. Precisava tomar coragem e ir atrás do rosado.

—Levy, pergunta pro Gajeel onde está o Natsu?

A azulada quase se afogou com o suco de uva. Revirei os olhos e dei duas batidinhas nas costas dela.

—Por que eu? Não tenho nada a ver com aquele brutamontes! –Fez drama.

Gray revirou os olhos e eu o acompanhei. Todo mundo sabia que a baixinha nutria algo pelo metaleiro revoltado. Todo mundo sabia que eles faziam safadezas na biblioteca depois das aulas.

—Gray, pede pra Juvia perguntar pro Gajeel? -Dessa vez foi o moreno que se engasgou.

—Eu? Juvia é sua amiga, pede você! - Bufei Indignada e marchei até o pátio. Avistei um garoto alto e musculoso deitado debaixo de uma arvore. Ele tinha longos cabelos pretos e rebeldes. Sorri e corri até lá.

—Gajeel! –Chamei.

O garoto virou-se e me fitou. Abriu um sorriso malvado, me fazendo dar uma leve tremida. Se ele não fosse minha ultima opção de ajuda eu já teria desistido.

Bunny, o que você quer?

Gajeel e eu éramos amigos (eu acho), andávamos juntos na primeira série. Mas depois ele se tornou um dos jogadores do time, deixou o cabelo crescer, começou a se encher de piercings e mudou totalmente. Gajeel era grosso. Mas no fundo era legal. Bem, bem lá no fundo. 

Na terceira série, fizemos uma peça de teatro. Era uma peça totalmente ridícula. Um cara encantava os coelhos que queriam comer todos os legumes da cidade. Gajeel era o encantador de coelhos eu era a coelha. Desde então ele têm a terrível mania de me chamar de BunnyGirl na frente de todo mundo.

—P-Pode dizer onde está o N-Natsu? - O moreno soltou uma risada bem escrota e sorriu malicioso. Alerta vermelho! Lá vem mais uma daquelas piadinhas tocas.

—A bunny quer o Salamander? Ge Hehe! -Revire os olhos.

Natsu era conhecido como Salamander. Não me pergunte da onde nasceu este apelido estranho. Minhas habilidades de Stalker não foram suficientes para descobrir.

Corei até a alma e lhe atirei minha caixinha de suco na cabeça. Droga. Não devia ter perguntado pra ele.

—P-para Gajeel! -Maldita língua. Desde quando eu gaguejo feito uma criancinha assustada?

—Talvez ele esteja perto dos bebedouros, já que sempre passa o intervalo por lá.

Murmurei um “obrigado” e corri até a área dos bebedouros. O local estava praticamente vazio - apenas dois casais conversando e se pegando— . Passei meus olhos pelo local, até encontrar uma cabeleira rosada.

É agora, vai lá Lucy!

Andei devagar até o gramado. Natsu estava de costas, debaixo de uma enorme macieira. Parei atrás do rosado e aspirei todo ar que pude.

—N-Natsu-sama?

O rosado se virou. Não havia nenhum rastro de sorrisos em seus lábios.

Socorro. Eu vou enfartar!


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Notas finais do capítulo

Capítulo editado.



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