Precisa ser você! escrita por DuddIn


Capítulo 1
Capítulo 1


Notas iniciais do capítulo

Essa é minha primeira fanfic! ^^
Espero que gostem ♥



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Precisa ser você – Capítulo 1.

Seja homem, Lucy!

Quando meus olhos pousaram no rapaz de madeixas rebeldes e rosadas, meu coração disparou e eu realmente achei que estivesse tendo um ataque cardíaco no meio da aula de álgebra. Segurei-me fortemente na mesa e tentei recuperar o fôlego perdido. Céus! Ele era uma pintura?

O rapaz sorriu gentilmente para turma. Pareceu deixar a vergonha de lado e apresentou-se, Natsu Dragneel. Esse era seu nome.

Natsu era extremamente lindo e sorridente. Estava sempre fazendo piadinhas e alegrando todos. Era óbvio que ele ia se tornar mais um dos garotos populares da instituição, dito e feito! Em poucas semanas, Natsu já havia conquistado (quase) todo mundo.

Todas, exatamente todas as garotas queriam ele. Aquilo me aborrecia muito. Elas eram apenas um bando de oferecidas! Não entendiam que ele me pertencia. Okay, Natsu não me pertence (ainda), mas eu juro que vai!

Sentei-me em um dos bancos azuis que havia no pátio e fitei os garotos que corriam pelo campo atrás da bola. Passei os olhos por todos os rostos masculinos, até encontrar aquele de madeixas rosadas. Sorri abertamente.

—É sério Lu-chan, está me assustando! –A azulada ajeitou seus óculos vermelhos de leitura e fez uma careta estranha.

—Não me olhe assim! Não percebe que o Natsu é simplesmente perfeito? –Soltei um suspiro típico daquelas garotas apaixonadas. Voltei minha atenção para o rosado que estava prestes a pegar a bola.

—Lu-chan, ele é só mais um dos garotos populares da escola. –Bufou revoltada e passou as pequenas e delicadas mãos pelos fios azuis vivos de seu cabelo. - Ouviu a palavra “popular”? Isso é inalcançável para nós! –Soltei um suspiro tristonho. Preciso me lembrar de agradecer a Levy por destruir todos os meus sonhos. E o pior era: Levy estava certíssima.

Odiava quando a baixinha resmungona tinha razão (e olha, ela quase sempre tem razão). Levy McGarden, minha melhor amiga e quase uma irmã; baixinha da turma, rata de biblioteca, pervertida, psicótica e mais uma lista enorme de coisas.

Sabia que era impossível para eu ficar com Natsu Drangeel, e não era por motivos de beleza ou popularidade. Acontece que o rosado era do grupo dos populares e eu, bem, eu era do grupo dos “antipopulares”. Nosso grupo se dava bem com quase todo mundo daquele colégio, menos com os garotos do time. Para resumir toda a minha infelicidade: Meus “queridos” amigos, não curtem o garoto que eu morro de amores.

—Algum dia ele vai me notar e nós vamos nos apaixonar, vamos ter filhos e morar numa mansão! –Sorri abertamente ao imaginar aquela cena. Imagina! Vários mini-Natsus correndo pela casa. Soltei um gritinho tosco de emoção.

Levy riu debochada e quase se afogou com a saliva, seu rosto ficou vermelho e ela teve se que abanar com o livro para poder voltar a respirar. Revirei os olhos e lhe dei um tapa na cabeça.

—Não ria da minha meta de vida! –Bufei.

—Essa é sua meta de vida? –Soltou outra risada. - Por Kami-sama! Eu achei que você quisesse ser uma escritora famosa ou qualquer coisa do tipo! –Estralou a língua e revirou os olhos. - Estou decepcionada com a sua meta de vida. Revoltante!

—Eu quero ser uma escritora famosa!–Mordi o lábio inferior e passei meus olhos lentamente pelo corpo malhado do rosado que parecia bastante concentrado no jogo. –Mas, também quero aquele rosado pra mim!

—Kami-sama! –Tirou os óculos de leitura. –Não comece a ficar igual à Juvia! Não quero ver você correndo atrás do Natsu e gritando. –Tentou imitar minha voz (tentativa fracassada). –Natsu-sama! Natsu-sama!

—Levy, me deixa! –Só pude ouvir a baixinha resmungando “Só arranjo amigas malucas!”.

...

“Lucy, não posso te ajudar hoje. Estou super ocupada com os assuntos do conselho.

Perdoe-me. Erza. “

Soltei um longo suspiro e me enrolei nas cobertas quentinhas, era incrível como aqueles retalhos de tecidos conseguiam me aquecer.

Ótimo! Eu precisava ter amigas tão ocupadas? Erza estava lotada de coisas para fazer no grêmio estudantil; Levy estava trabalhando na livraria da escola e estudando para algumas provas (deveria estar estudando também, mas a preguiça não deixou); Juvia estava nos treinos de natação (ou dando uma de stalker no Facebook do Gray); Yukimo estava sumida e não dava mais sinais de vida e eu, não tinha mais nenhuma garota “confiável” para me ajudar. Chamar o Gray estava fora de cogitação.

Joguei meu celular antigo em qualquer lugar. Praguejei inúmeras vezes, até escutar minha mãe chamando todos para jantar. Dei um pulo da cama e saltitei até a porta do quarto. Antes de resolver meus problemas com o amor, precisava resolver meus problemas com a fome.

Desci as escadas correndo e quase enfiei meu pé dentro do buraco enorme que havia na ponta da escada. Nós éramos pobres – não pobres de não ter o que comer, só não dava para esbanjar nosso dinheiro. Desviei de outro buraco que havia no paviflex desbotado e adentrei a cozinha. Meu irmão mais velho e a mamãe já estavam comendo.

Laxus estava comendo feito um animal. Não, até um animal consegue comer sem fazer tanta sujeira. Mamãe apenas sorria e murmurava “A comida não vai acabar, coma mais devagar!”.Laxus parou de comer e começou a contar de como foi seu dia lamentável no emprego de eletricista. Apenas me desliguei e me concentrei em comer o risoto.

Minha rotina era sempre a mesma: Acordar às seis da manhã, ir pra escola, ficar observando o meu rosado –que não era tão meu assim. Depois tinha as atividades extras - Clube de leitura e ajudar Levy com algumas coisas na biblioteca. Voltar pra casa, me lamentar por não ter me declarado para o rosado, jantar escutando meu querido irmão reclamar da vida e dormir sonhando com o meu rosado.

—Lucy, você esta calada demais hoje, aconteceu algo? –Mamãe abriu um sorriso doce e tomou um gole de seu suco. Não, eu realmente não queria ter aquela conversa com ela.

—Não mamãe. –Menti na cara de pau. –Só estudei muito hoje. –Outra mentira linda. –Vou me deitar, boa noite! –Lhe dei um beijo na bochecha. Corri até meu quarto e quase cai no mesmo buraco (mentira, eu cai mesmo.). Praguejei e marchei revoltada até o pequeno banheiro, fiz minha higiene e me joguei na cama.

Parece que vou ter que adiar minha declaração de amor por mais um dia.

—Boa noite, Natsu! – Sorri para a foto do rosado que estava em minha cômoda e fechei os olhos. Dormi rapidamente.

...

E na manhã seguinte, já comecei meu dia recebendo uma "ótima".

—COMO ASSIM? –Gritei indignada. Alguém me segura, eu vou matar essa mulher!

A albina apenas riu e cumprimentou alguns garotos, enquanto me ignorada totalmente. Que absurdo!

—YUKINO! –Peguei seus braços e “chacoalhei” a garota.

—Lucy, você é barulhenta! –Revirou os olhos.

—Yuki-chan, você vem aqui e diz que o MEU rosado está ficando com a Lisanna, como acha que eu estou? –Puxei meus cabelos. – Eu vou morrer! Vou morrer! –Fiz um drama básico.

—Primeiro: Natsu não é seu. –Contou nos dedos. - Segundo: Não sei se é verdade, mas ela também quer se declarar para ele! –Riu. –Vou procurar a Ju-chan, preciso falar com ela. Se acalma e boa aula! –Me jogou um beijo e começou a andar até a biblioteca.

—Mas, ele é meu! –Soltei um muxoxo de lamentação e me arrastei até a sala de aula. Droga! Lisanna tinha muito mais chances de ser aceita por Natsu; Eles eram do mesmo grupo e pareciam ser melhores amigos, fora que a albina era realmente bonita com aqueles grandes olhos azuis e os cabelos brancos como a neve, era quase uma boneca.

Sentei-me na carteira e comecei a roer o canto das unhas. A classe estava uma bagunça total, até o professor Macao adentrar a sala com uma cara emburrada.

—Isso é uma pequena revisão, prestem atenção! –Falou o professor e virou-se, escrevendo algumas palavras no quadro.

Peguei minha caneta e comecei a escrever, tentando (inutilmente) prestar atenção na aula, porém, minha cabeça não estava cooperando e eu não conseguia tirar Natsu e Lisanna da cabeça.

“Acho que chegou a hora de tomar coragem e ir me declarar!”

Após várias aulas que se arrastaram para passar, quase pulei de alegria ao escutar o sinal tocando. Corri até a cantina para conseguir comprar um lanche e sorri ao avistar meus amigos sentados em uma das mesas que havia ali.

—Oi gente! –Sorri animada.

Levy me lançou um olhar de reprovação (Acho que ela notou que eu não prestei atenção as aulas.),A garota de longos cabelos ruivos, mais conhecida como Erza Scarlet (Ou demônio, como os garotos a apelidaram “carinhosamente”) estava entretida demais com seu precioso bolo de morango. Ela nem se deu ao trabalho de me cumprimentar. O moreno de olhos cinzentos, Gray Fullbuster, estava mordiscando uma coxinha de frango e também não me cumprimentou. Cadê a educação dessa gente?

—Lucy Maria da Silva, já mandei você tirar o Natsu da cabeça! –Levy quase jogou um talher na minha cabeça. –Preste atenção nas aulas! –Ralhou, enquanto marcava a página de seu livro e me lançava um olhar negativo.

—Ainda apaixonada por aquele gay? Poxa Lucy, tenho dó de você!–Gray riu e quase lhe empurrei da cadeira.

—Eu gosto dele, parem com isso! –Bufei. - Natsu é o amor da minha vida! –Falei com os olhos brilhando. –Eu amo ele e ele me ama! –Soltei um gritinho tosto e me sentei ao lado do moreno.

—Amor da sua vida? – Levy riu e o moreno acompanhou.

—Está rindo porque Gray? O único gay aqui é você! –Falei emburrada e mordi meu pãozinho com queijo.

—Gay eu? Não me faça rir! – Mordeu a coxinha. –Todo mundo sabe que eu sou macho!

—A Lucy está certa, você é gay. – Levy concordou.

—Um motivo! Quero apenas um motivo! –Gray virou-se para mim.

—A Juvia vive mostrando que te ama e você só a despreza, esse é o motivo. –Dessa vez foi Erza que se envolveu no assunto.

Gray bufou e se calou. Ah, acho que ele tem vergonha (ou é orgulhoso demais) para admitir seus sentimentos pela garota maluca e azulada.

—Lucy, me conte o que está te incomodando. –A ruiva sorriu para mim. Erza, a única que se importa comigo!

Mordi o lábio inferior com força e abaixei meu olhar para os pãezinhos que estavam na minha bandeja. O que estava me incomodando? Céus! Tudo estava me incomodando! Até o barulho dos alunos estava me incomodando.

—Estou com dor de cabeça. –Falei e engoli mais um pãozinho.

—Quer que eu mande todo mundo calar a boca? –Erza sorriu e bateu as mãos com força na mesa. Não! Ela vai fazer todo mundo me odiar!

—NÃO! – Gritei e acabei chamando atenção de alguns estudantes que estavam próximos de nós. Corei e voltei a falar dessa vez, bem baixinho. -Lisanna vai se declarar para o Natsu! –Fiz um biquinho. –Ela é linda e ele também, ela é popular, ele também...- Comecei a listar as milhares de coisas que eles tinham em comum.

Todos ficaram calados, era óbvio que eu nunca iria conseguir competir com uma líder de torcida. Eu não nutria nenhum tipo de raiva pela albina, ela era até divertida e gentil. Mas, apenas não gostava de ver ela perto do meu rosado, eles eram tão próximos que já pareciam até namorados. Isso é tão injusto!

—Lucy está ficando pior que a Juvia, daqui a pouco vai começar a roubar as cuecas dele! –Levy resmungou e roubou uma das coxinhas do moreno, Gray xingou a mesma que fingiu não escutar. –Ou pior, vai achar que todas as garotas são suas “rivais do amor”!

Corei até a alma. Que tipo de pervertida ela pensava que eu era? É claro que não iria roubar as cuecas do Natsu... Okay, se eu achasse uma cueca dele por aí, eu deixaria guardada na minha mochila.

—Juvia roubou minhas cuecas? –Fez uma cara de idiota. -É por isso que não acho minhas cuecas novas? –Gray é muito inteligente minha gente, merece até palmas!

Bati na minha própria testa. Existe em todo mundo, alguém mais imbecil e pateta que Gray Fullbaster? Eu garanto que não.

1# Lista de pessoas mais imbecis.

1- Gray Fullbaster.

2- Gajeel Redfox.

3- Ainda não definido.

—Gray, deixe de ser lerdo. –Erza murmurou e virou-se para mim, sorrindo abertamente. –Okay Lucy, eu vou te ajudar a conquistar o coração de Natsu Dragneel, mas saiba que sou totalmente contra isso!

—Vai mesmo? –Meus olhos brilharam de empolgação. Agarrei a mão da ruiva e sorri. – Já disse que te amo? Erzinha na minha vida!

—Lu-chan é tão interesseira! –Levy bufou.

—Está com ciúmes? –Ri. - Eu também te amo. -Apertei suas bochechas que adquiriram um tom rosado. 

Rimos juntos e ficamos conversando até o sinal bater. Passei rapidinho no banheiro e levei a ruiva até a sala do Grêmio estudantil. Erza era bastante atarefada, estava sempre resolvendo problemas e ajudando os outros alunos. Mas era estressada demais.

—Tenho que conversar com o diretor Makarov agora, na hora da saída eu te encontro! –Sorriu e entrou na sala.

Sorri e corri até a minha sala, por sorte a professora de álgebra ainda não havia chegado. Sentei-me na classe e fiquei rabiscando no caderno até a professora entrar na sala e começar a passar as lições.

...

Assim que o sinal bateu, enfiei tudo dentro no meu armário e corri até a saída. Por sorte, Lisanna teve que sair mais cedo hoje. Acho que ela comeu algo estragado na cantina e teve uma dor de barriga. Eu juro juradinho que não fiz nenhum tipo de macumba pra ela!

Quando botei os pés no pátio, avistei Erza dando uma bronca em um garoto que estava correndo e acabou esbarrando nela. Senti pena do coitado.

—Oi, ruiva linda! –Sorri.

—Oi, loira interesseira. –Me mostrou a língua.

—Opa! Não sou não, você sabe que eu te amo!

—É claro que sei. –A ruiva riu, convencida. – Todo mundo, gosta de mim.

Preciso começar a organizar minha lista de pessoas mais convencidas.

—Convencida voc... –Não tive tempo de terminar minha frase. Erza puxou minha mão e praticamente me arrastou. Eu não sabia onde estávamos indo, só sabia que Erza era muito forte e estava quase arrancando meu braço fora.

—ONDE ESTAMOS INDO? –Gritei.

Erza parou do nada, me fazendo cair de cara no chão.

—Essa é a fase número um no meu plano para conquistar o Natsu! –Me olhou. –Mas, antes você precisa aprender a correr e não cair de cara no chão! –Riu debochada.

Ignorei a ruiva e fitei o prédio de coloração rosada, havia flores enfeitando a fachada e uma placa enorme com as escritas “Sweet Pink” em dourado. Erza me levou na loja mais cara de Magnólia, ela quer acabar comigo!

“Ai meu deus! Lá se vão todas as minhas economias!”


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Notas finais do capítulo

Capítulo editado.