Blair alcançou sua escova de cabelos na penteadeira enquanto relembrava a noite, não poderia ter sido pior. Mas mesmo assim ela se sentia animada, uma animação que só sentia depois de sua filha chegar de alguma viagem com Eleanor ou Serena (que duravam no máximo uma semana.)

Uma animação chamada: matar saudades.

"- Sabe, nenhuma das garotas desse salão sabe dançar como você - Chuck sussurrou em seu ouvido enquanto a voz inconfundível de Celine Dion cantava My Heart Will Go On

– Aposto que experimentou cada uma delas... Não? - Blair revidou, sem saber ao certo de onde tirará coragens para enfrentar ele daquele jeito sem se entregar ou surtar. Ela tinha tanta certeza de que iria fazer o segundo quando o visse novamente, mas ele tinha feito o favor de ir para Londres logo após ela saber que estava grávida, um mês depois da fatidica noite no Empire.

– Hm... Tenho certeza que nenhuma seria igual você. Em nenhum sentido. - argumentou com a respiração sob o pescoço de Blair, fazendo a mesma reprimir um gemido.

– Não teria como você saber de qualquer forma - mentiu Blair.

– Na verdade tem. - ele confessou e Blair se retesou - Eu nunca esqueço das mulheres com quem durmo, e eu ainda lembro de você gemendo o meu nome Blair..."

Blair relembrou a conversa que tinha tido com Chuck cerca de duas horas antes.

Depois daquilo a música acabou e um politico acabou o puxando para uma conversa com outros empresários e politicos, Blair aproveitou a oportunidade e voltou pra casa sem se despedir nem de Serena, não tinha coragem pra tal.

Estranhou a falta de barulho na casa, já que Amanda era muito agitada e quando olhou no quarto ela e Jenny dormiam tranquilamente, a loira que um exemplar de "A Bela e a Fera" em mãos, sentada pendida pro lado na poltrona e com uma manta no colo. Já Amanda na sua cama agarrada a um ursinho.

Blair decidiu deixar como estava, e apenas reviver a noite um tanto quanto confusa e ir para seu quarto, onde agora penteava os cabelos imaginando o rosto de Chuck naquela noite, tão lindo quanto anos antes. E ela se culpava, se culpava por não ter tido coragem de o enfrentar anos antes e ainda mais por não ter o enfrentado naquela noite.

– Blair? - ela sorriu ao ver a voz conhecida de Serena no seu quarto.

– Acho que sou eu - fez graça e Serena revirou os olhos.

– Porque veio tão cedo pra casa? E quem era o gostosão com quem você dançou agarrada? - Serena perguntou se sentando na cama junto de Blair.

– Bem que eu vi a senhorita com o Nate... - tentou desviar do assunto, primeiro erro de Blair Waldorf - Me diga que o Humphrey não tem mais chances, por favor, não aguento mais ele no seu pé S. ele não tem toda a classe como o Nate...

– Blair, para - Serena pediu quando Blair começou a falar de mais - Eu ainda não sei. E quero saber outra coisa... O cara que você estava dançando...

– Não era ninguém! - Blair falou muito defensiva, e Serena notou na hora que era mentira. Segundo erro de Blair Waldorf

– Ok, e nós também não ficavamos bebadas em todo sleepover anual seu né? - Serena arqueou a sobrancelha - Quero a história B! - Chuck Bass - Blair admitiu com um suspiro pesado e Serena arqueou a sobrancelha como se pedisse mais da história. - Meu Chuck Bass

– Oh, o pai da Amanda? - Blair apenas assentiu. - Ele não estava na Europa cuidando dos negócios do pai por lá?

– Pelo que eu sei ele voltou a pouco tempo pra cá, e com razões pessoais... Que eu não consigo imaginar quais. Mas ele é um canalha mesmo... Depois de eu ter mandado uma carta pra ele dizendo que eu estava grávida ele é capaz de fingir que não lembra de mim e depois dizer que sim, lembra de mim.

– Você nem tem certeza que ele recebeu a carta Blair - Serena a olhou séria.

– Claro que recebeu, eu entreguei para uma das empregadas da casa dele. - Blair fez sinal de descaso - Então porque ele fingiu que não sabia? Uma filha é algo importante... Ele deveria se importar.

– Blair, repito: e se ele não recebeu a carta? - Serena arqueou a sobrancelha.

– Se ele não recebeu... Já é tarde de mais - admitiu com um suspiro. - Tarde de mais pra reconstruir o que nunca sequer começou.

* * *

Amanda caminhava pelas ruas que levavam a mansão Bass com muita calma, como se fosse adulta e Jenny uma criança assustada já que andava olhando pra tudo que é lado pra ver se havia alguém conhecido. Era domingo e Amanda havia insistido que ela a levasse pra passear, e Blair não havia achado um problema.

Agora lá estavam elas, indo até a mansão do pai de Amanda.

– Eu sabia que mamãe tinha escolhido um bom papai pra mim - Amanda sorriu - Rico e muito elegante! - a menina bateu palminhas fazendo Jenny revirar os olhos

– Nem todos tem essa sorte - ironizou

– Pare de reclamar por favor - a menina fez bico - Agora é só tocar a campainha... Por favor? - Amanda olhou sugestivamente pra Jenny

– Tudo bem - concordou indo até a porta e tocando a campainha, logo uma mulher vestindo uniforme de empregada apareceu na porta com um sorriso no rosto, Jenny e Amanda apenas reviraram os olhos para o sorriso forçado

– Chuck Bass está? - Amanda perguntou sem rodeios.

– Senhor Charles está trabalhando no escritório e...

A empregada nunca terminou aquela frase, Amanda entrou como um furacão na casa logo achando o lugar onde provavelmente ficava o escritório, enquanto isso Jenny envergonhada tentava se desculpar de todas as maneiras com a empregada.

Quando Amanda abriu a porta viu Chuck sentado na poltrona analisando alguns papéis, ela sorriu contente e por fim ele se deparou com a presença dela.

– Quem... é você? - Chuck perguntou confuso e surpreso ao mesmo tempo.

– Eu sou Amanda. Amanda Waldorf. Sua filha.