Amores De Uma Vida escrita por Sany


Capítulo 4
Carlinhos.




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Quando Molly descobriu estar grávida pela segunda vez, confesso que  foi uma daquelas surpresas esperadas, não planejávamos ter mais um filho naquele momento, mas jamais tínhamos pensado em ter apenas um filho. Embora tivesse apenas dois irmãos tinha uma família grande e cheia de primos e tios e sempre desejei o mesmo para meus filhos. Molly por sua vez estava tão radiante com a noticia de um segundo filho que nada poderia tirar nossa alegria. Nem mesmo os tempo difíceis que nosso mundo estava passando.

Dessa vez estávamos mais preparados para gestação, sabíamos o que  esperar embora ainda tivéssemos nossas surpresas. E quando recebi uma coruja no mistério não pensei duas vezes antes de ir o mais rápido possível para casa. Diferente do nascimento do nosso do Gui, dessa vez fiquei horas andando pela pequena sala de casa esperando por noticias, e foi somente no final daquela noite de dezembro que pude entrar e ver Molly com seu sorriso radiante segurando nosso segundo filho.

Assim que me aproximei pude ver os poucos cabelos ruivos, ele era maior e mais forte do que quando Gui nasceu, mas não deixava de parecer tão frágil quanto o irmão era. Assim que o segurei senti aquela felicidade que espanta todo e qualquer sentimento, a mesma alegria que senti quando Gui nasceu.

Carlos Weasley sempre foi um bebê agitado, não era mimado como Gui que precisou do dobro de nossa atenção com o nascimento do irmão, Carlinhos como passamos a chama-lo era agitado, mas ficava a maior parte do tempo acordado no berço mexendo os bracinhos e perninhas gordinhas enquanto observava o mobílie de corujinhas em seu berço.

Carlinhos não necessitava tanto da mãe quanto o irmão, mas tinha uma ligação tão forte com ela quanto o mais velho. Com o decorrer dos anos surgiu entre os dois irmãos uma amizade única era como uma ligação entre eles, uma amizade acima de qualquer outra, pude ver o ciúmes de Gui ser deixado de lado para passar horas brincando com o irmão mais novo e foi através de Carlinhos que Gui se tornou tão zeloso em relação aos outros irmãos.

Não estava presente para ver os primeiros passinhos assim como não ouvi ele dizer mamãe pela primeira vez, mas pude ver quando ele disse Gui e quando tentou dizer coruja apontando os bracinhos para Errol. Claro que senti muito ciúmes por meu pequeno estar falando tantas coisas antes de dizer papai, mas a verdade era que quanto mais eu esperava por essas palavras mais elas demoravam a vir. Passava horas tentando fazer com que ele fala-se, acredito que passei todo meu tempo vago tentando faze-lo dizer papai, mas nada, Molly por sua vez apenas ria e dizia:

— Tudo ao seu tempo Arthur, quando ele tiver pronto ele ira dizer. – interiormente eu ficava pensando o que ela diria se a situação fosse o contrario, mas jamais disse isso a ela.

Foi em uma tarde de domingo que Carlinhos disse papai pela primeira vez estávamos na sala, Gui sentado ao meu lado e Carlinhos no meu colo enquanto eu lia algo para eles como costumávamos fazer quase todos os domingos, ele apontou para Errol na janela e disse:

— Papai coruja. – ou algo parecido a única coisa que eu ouvi foi o papai naquela voz infantil, e lá estava aquela sensação maravilhosa de ouvir aquele ser tão pequeno chamar por mim.

Com o passar dos anos Carlinhos foi se tornando cada vez mais fascinado por animais não importava se era bruxo ou trouxa se dependesse dele traríamos todos para casa.  Ele costumava ler sobre eles, e fazia planos de um dia viajar pelo mundo conhecendo cada um. Lembro-me perfeitamente do dia em que Carlinhos leu sobre dragões pela primeira vez, mesmo sabendo que eram animais perigosos ele os achou fascinante, nunca pensei que fosse tão difícil explicar para uma criança apaixonada por animais que ela não poderia ganhar um filhote de dragão de natal.

Outra paixão esta compartilhada com Gui foi o quadribol, quando ele era pequeno perdi a conta dos times que ele torceu, era como se cada dia ao chegar em casa ele me conta-se que estava torcendo para um time novo, claro que esta paixão pelo esporte não ficou apenas na torcida e não foi nenhuma surpresa quando no segundo ano em Hogwarts ele virou apanhador do time de quadribol da Grifinória e não foi surpresa nenhuma quando se tornou capitão do time anos depois.

Algo que sempre soube era que Carlinhos poderia seguir diversas carreiras, assim como Gui ele sempre nos orgulhou com suas notas, foi monitor logo no quinto ano e nunca tivemos muitas reclamações sobre seu comportamento, embora tenha aprontado das suas.

— Pai podemos conversar? - a pergunta me pegou de surpresa Carlinhos havia se formado em Hogwarts a poucos dias e desde que voltou da escola andava pensativo pela casa.

— Claro! Aconteceu alguma coisa?

— Não. Só andei pensado no que fazer agora e bem por conta das minhas notas eu recebi uma boa proposta do ministério e até de um time de quadribol. – aquilo não me surpreendeu sabia que ele era ótimo em varias coisas. – E são ótimas propostas com futuros promissores.

— Mas... – eu sabia que tinha algo mais.

— Eu também recebi uma proposta para estudar dragões na Romênia, é um trabalho perigoso e não é tão promissor como os outros e eu não sei o que fazer. Quer dizer a mamãe ficou tão contente com minhas notas e com a possibilidade que eu entre para o ministério, e com o Gui no trabalhando no Gringotes que é um trabalho e tanto... Bom ela ficou tão feliz e não sei se ela vai ficar tão animada com a possibilidade de eu ir estudar dragões.

Olhá-lo ali na minha frente com duvida sobre a possibilidade de ir estudar dragões em outro país ou ficar e seguir uma carreira promissora me fez recordar a duvida que tive naquela idade quando decidi trabalhar no Controle do Mau Uso dos Artefatos dos Trouxas, a duvida entre fazer algo que se gosta ou algo que esperam de você.

— Sabe filho a parte mais difícil de se formar e escolher o caminho a seguir, o mais importante é você saber que não importa o que os outros pensem e sim o que você quer fazer, não vale apena ter uma carreira promissora atrás de uma mesa no ministério se não é lá que você deseja estar.

— Mesmo se eu decepcionar você e a mamãe? – ele nunca tinha sido o tipo de pessoa que se importa com a opinião dos outros, mas eu sabia o quanto a opinião dos pais pesa em nossas vidas.

— Não importa se você vai estudar dragões ou vai ficar atrás de uma mesa no ministério filho se você estiver feliz, nós estaremos felizes também. Sempre nos orgulhamos de você filho e garanto que iremos nos orgulhar cada vez mais.

— Obrigado pai vou pensar um pouco mais.

Não foi nenhuma surpresa quando ele foi para Romênia, eu sabia que Molly ficaria mais feliz se ele tivesse ficado no ministério mais perto dela em uma profissão mais segura, mas eu sabia que ela também sentia orgulho do nosso filho. Por que assim como ela eu sentiria falta dele, mas o sorriso que ele deu antes de seguir para Romênia me fez lembrar aquele garotinho que na maior inocência pediu um dragão de natal.


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Notas finais do capítulo

Bom espero que vocês tenham gostado, se tudo der certo amanhã posto o capitulo do Percy, comentem digam o que acharam se ficou melhor ou não. Beijos