Amores De Uma Vida escrita por Sany


Capítulo 3
Gui.




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O nascimento do primeiro filho pode ser descrito de diversas formas, mas nunca como fácil. Porém posso afirmar que nada poderá ser mais grandioso em sua vida do que a sensação de ser pai pela primeira vez isso. Quando Molly em meio a toda aquela loucura que estava acontecendo por conta de Você-Sabe-Quem, contou estar grávida era como se eu tivesse sido atingido por um Petrificus Totalus, pela primeira vez eu não consegui reagir, conseguia ouvi-la chamando meu nome, mas não conseguia mexer um único músculo do corpo. Eu tinha vinte anos e ela apenas dezoito, havíamos nos casado recentemente sem contar que estarmos em guerra, era como se um milhões de sentimentos passassem pela minha cabeça em frações de segundos. Porém quando o choque inicial passou e eu pude ver claramente os olhos de Molly olhando para mim esperando que eu reagisse tudo fez sentido para mim.

Nada mais importava tínhamos um ao outro e agora teríamos um bebê, abracei minha mulher com toda delicadeza que pude, porém tentando mostrar a ela que estava feliz, e eu realmente estava, uma felicidade sem limite, naquele momento mesmo sem entender ao certo meus sentimentos eu senti a primeira fagulha do imenso amor que já sentia por alguém que nem conhecia ainda.

A gestação de Molly foi conturbada, tudo era novo não sabíamos o que era melhor ou o que era normal, os rumores sobre a guerra ficavam cada vez mais evidentes, mas em meio a tudo que estava acontecendo em nosso mundo não havia momento melhor do que quando deitava ao lado da mulher que amava e sentia nosso bebê mexer, era como se tivéssemos uma ligação única, como se ele reconhecesse minha voz ou meu toque não havia momento melhor, do que quando sentia os chutes do meu primogênito ainda na barriga da mulher da minha vida.

Foi em um fim de tarde de novembro que recebi uma coruja de tia Muriel dizendo que Molly estava em trabalho de parto e pela segunda vez me senti petrificado, sabia que a partir daquele momento minha vida iria mudar para sempre e a verdade e que ainda hoje não sei quanto tempo fiquei lá parado com carta em minhas mãos antes de aparatar em casa. Corri em direção ao nosso quarto e lá estava ela, a única mulher que eu amei segurando um montinho de cobertas azuis, me aproximei devagar parando em uma distancia segura da cama, então eu vi um montinho de cabelos ruivos. Olhei para Molly e mesmo cansada ela sorriu eu jamais tinha visto aquele sorriso antes era o mais brilhante e o mais radiante de todos os sorrisos.

— Você não quer conhecer seu filho? – a resposta para aquela pergunta era fácil demais, porque eu queria como nada mais no mundo, foi ai que eu me aproximei e o vi pela primeira vez. Tão pequeno e frágil, um amontoado de cabelos ruivos em um corpinho pequeno.

Molly logo o estendeu para mim e segura-lo pela primeira vez foi um momento único, era uma mistura de medo e felicidade impossível de descrever. Mas eu sabia que em nenhum momento da minha vida eu sentiria felicidade maior do que aquela, igual sim mais jamais maior.

Guilherme Arthur Weasley foi minha primeira benção, embora ser pai de primeira viagem não tenha sido fácil, ainda mais por Gui ter sido mimado por todos os lados da família, um grande exemplo foi como meu pequeno conseguiu entrar no coração de Muriel, não havia nada que esta negasse para o meu pequeno.

Os primeiros meses foram os mais difíceis, principalmente para Molly e embora algumas vezes eu acorda-se durante a noite ou fica-se com ele durante um tempo era sempre o colo da mãe que Gui queria, manhas a parte meu filho não dormia se não fosse no colo, ou não parava de chorar se não fosse tirado do berço e quando maiorzinho não comia com ninguém que não fosse a mãe.

A verdade é que sentia certo ciúmes da Molly, ciúmes por ela ser tão necessária para o nosso filho, não que ele não gosta-se de mim, mas eu queria mais do que apenas segurá-lo um pouco e fazê-lo rir, eu queria ser necessário, queria que meu colo basta-se a noite para que ele parece de chorar, queria um pouco daqueles momentos que ela tinha com ele.

E embora eu tenha tentado estar presente na maior parte do tempo não consegui ver os primeiros passos, mas pude ouvi-los detalhadamente por Molly. Estive presente quando Gui disse a primeira palavra que não foi surpresa nenhuma ser mamãe embora não parecesse tanto ao meu ver, Molly chorou por vários minutos emocionada e embora eu tenta-se entender o porque das lagrimas. Só pude compreender algumas semanas depois quando ele virou pra mim e disse papai ou algo parecido foi um marco e era como se ele soubesse disso, pois ele sorriu em seguida um sorriso que eu já amava ver assim como o de Molly.

Com o decorrer dos anos Gui foi se tornando mais tranquilo e responsável, além de muito inteligente, Gui era sem duvida uma criança bonita, embora tivesse seus momentos de rebeldia jamais deixou de nos orgulhar. Claro que foi Molly que ele abraçou forte antes de sair de casa para sua primeira viagem no trem para Hogwarts e era para ela que ele mandava a maioria das cartas, foi para minha esposa que ele mostrou primeiro o distintivo de monitor e posteriormente o de monitor chefe, mas foi comigo que ele veio falar sobre a primeira garota que ele achava estar gostando. Ele contou para mim primeiro sobre se mudar para o Egito, e foi comigo que conversou sobre a mãe não estar aceitando seu noivado com Fleur.

— Todos acham que estou fazendo uma grande besteira não é? – estávamos nos jardins da Toca, Molly e Fleur tinham discutido durante o jantar mais uma vez.

— Você acha que esta fazendo besteira? - assim como Molly eu também pensei muitas coisas sobre aquele casamento, mas eu não iria julga-lo, havia jurado assim que soube que seria pai que aceitaria as escolhas do meu filho e estaria ao lado dele mesmo não concordando com elas.

— Eu a amo pai, não tenho a menor duvida disso, mas a mamãe acha que é um erro e não para de falar sobre isso. – estava evidente o quanto aquilo o magoava.

— Sua mãe te ama demais Gui, e não quer que se magoe, você e Fleur são bem diferentes um do outro, mas o mais importante é vocês saberem que casamento não é brincadeira meu filho.

— O senhor era mais jovem do que eu quando se casou com a mamãe, você se arrepende pai? – aquela era uma pergunta justa, muitos tentaram me fazer mudar de ideia sobre meu casamento precoce.

— Não foi fácil me casar tão cedo, muitos nos julgaram e hoje tenho que assumir que alguns estavam certos em dizer que não seria fácil, mas se eu pudesse voltar no tempo faria tudo igual. Porque eu amei sua mãe todos os dias desde que nos casamos e nada poderia mudar isso, então se você ama Fleur e acha que esta preparado eu só posso desejar que em trinta anos você ainda a ame como a ama hoje e que vocês sejam felizes independente do que os outros acham.

Naquele momento eu me vi em Gui. Eu sabia que a ultima coisa que ele precisava era de mais alguém para julgá-lo, não importava se o casamento deles daria certo ou não, eles eram dois jovens apaixonados que mereciam viver isso e a única coisa que eu pude desejar era que eles fossem felizes.

Hoje quando vejo a família que eles construíram sei que eles são felizes e que o amor dos dois é tão forte quanto o meu e de Molly. E quando Vick nasceu Gui me disse:

— Sei que não se passaram trinta anos pai, mas eu faria tudo igual.

Foram nesses momentos em que eu percebi que não importava o quanto Molly era necessária para ele ou o quanto ele fosse ligado a ela, Gui também era uma parte de mim, e eu sempre me orgulharia disso.


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