Amores De Uma Vida escrita por Sany


Capítulo 5
Percy.


Notas iniciais do capítulo

Espero que gostem ...



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Quase três anos após o nascimento do Carlinhos, Molly me surpreendeu com a noticia da sua terceira gestação, ainda estávamos em guerra e muitos achavam não ser uma boa época para ter filhos, mas a verdade é que embora eu me preocupa-se cada dia mais com minha família não poderia deixar de ficar feliz com a noticia de que seria pai mais uma vez.

A terceira gestação de Molly foi bem mais tranquila do que as outras, o que foi um alivio já que tínhamos dois pequenos em casa que necessitavam constantemente da nossa atenção. Confesso que senti certo nervoso enquanto esperava naquela manhã de agosto o mais novo Weasley nascer, mas todo nervosismo passou assim que o segurei nos meus braços pela primeira vezes.

Percival Inácio Weasley nasceu tão ruivo quanto os irmãos, porém com um temperamento bem diferente, Percy era um bebê calmo e tranquilo, quase nunca o ouvíamos chorar ele costumava dormir a noite inteira se deixássemos. E diferente dos meus outros filhos Percy pareceu me esperar para fazer seus grandes feitos de infância. Pude ver seus primeiros passos e ouvir sua primeira palavra que para minha imensa felicidade foi algo parecido com papai, e nada poderia ser tão maravilhoso.

Sei que como pai não devo ter favoritismo por um filho, mas Percy sempre foi o mais apegado a mim, lembro-me das horas em que passávamos juntos quando ele era pequeno sempre por perto quando eu estava em casa fosse no sofá enquanto lia em minha poltrona ou me pedindo para ler algo para ele. E embora não corresse ao meu encontro quando voltava do trabalho como a maioria dos seus irmãos ele sempre abria um largo sorriso ao me ver.

Percy nunca foi muito de brincadeiras o que preocupou Molly inicialmente, embora ficasse atrás dos irmãos mais velhos, não gostava de brincadeiras ou de quadribol como os outros, muitas vezes preferia ler enquanto os irmãos brincavam no quintal e tinha em seu quarto um pequeno refugio. Ele tinha uma dedicação às coisas que fazia e uma determinação que sempre me orgulhou.

Para ele eu era um herói, quando pequeno ele idolatrava a maioria das coisas que fazia e sempre perguntava se ele seria assim quando cresce-se, aos três anos ele dizia que queria ser forte como o papai, aos quatro queria ser alto como papai e aos cinco ser inteligente como o papai. Essas pequenas palavras que ele dizia com o decorrer do tempo só me deixavam mais feliz.

Aos seis anos quando Você-Sabe-Quem havia sido derrotado, levei Percy ao ministério pela primeira vez era um dia tranquilo no trabalho e como ele sempre quis saber sobre meu emprego o levei ate lá, Ainda lembro-me de como seu rosto se iluminou ao entrar no saguão e ver tanta magia junta, ele sorria a cada nova descoberta e naquela época a minha minúscula sala pareceu incrível aos olhos dele, ele se encantava a cada memorando saindo pela porta e fazia tantas perguntas sem nem ao menos esperar resposta. E no final daquele dia ele me perguntou se eu poderia leva-lo outras vezes.

Naquela noite quando o coloquei na cama para dormir ele me disse:

— Pai! Quando eu crescer quero ser igual a você, trabalhar no ministério e ter uma sala legal como a sua.

Naquele momento meu peito se encheu de alegria, sabia que ele ainda era pequeno demais para escolher seu futuro, mas uma pontinha de mim desejava que ele continua-se pensando assim.

E embora eu soube-se que ser o herói de um filho não é algo que dure para sempre, já eles crescem e passam a ter outros heróis e pessoas a idolatrar e ter passado por isso com Gui e Carlinhos ver Percy crescer e deixar de me ver como um herói foi bem mais difícil do que com meus outros filhos. Confesso que deixou um pequeno vazio era como se eu soube-se que um dia eu seria um herói esquecido para ele, um verdadeiro nada.

Aos onze anos quando foi para Hogwarts Percy já era determinado, inteligente e acima de tudo ambicioso. Assim como os irmãos sempre teve ótimas notas, costumávamos receber cartas dele contando sobre os diversos elogios que os professores lhe faziam, nunca recebemos nenhuma carta de mau comportamento dele. De todos os meus filhos Percy foi o único a ter o histórico escolar impecável ao ponto de não ter uma única detenção e não foi nenhuma surpresa quando ele se tornou monitor e depois monitor chefe.

Para minha surpresa e orgulho mesmo no ultimo ano ele ainda continuava com a intenção de trabalhar no ministério e assim que se formou conseguiu um bom emprego como assistente pessoal de Bartô Crouch. Ver um filho realizar um sonho e algo indescritível e onze anos depois de entrar com ele naquele mesmo saguão pude ver o mesmo brilho em seus olhos.

Percy se dedicou ao trabalho mais do que qualquer funcionário se dedicaria, mas infelizmente toda a dedicação dele foi suficiente, depois de toda a confusão causada por Você-Sabe-Quem no torneio tribruxo. Realmente esperava ver meu filho voltar para casa decepcionado com uma demissão, grande foi minha surpresa ao vê-lo anunciar sua promoção.

Claro que logo notei os planos do ministro, mas Percy não acreditou, existem coisas que nenhum pai deseja ouvir de um filho e naquele momento ouvi o pior do meu. Naquele momento de discussão vi meu menino me acusar de ser um nada, um ninguém, e embora soubesse que nunca foi fácil para meus filhos nossa condição financeira e o fato deles não terem tido tudo que desejaram na infância, sempre acreditei que o amor e dedicação que eu e Molly demos a eles supriria a constante falta de dinheiro de nossa família.

— Percy você não vê o que Fudge quer? – perguntei assim que meu filho contou sobre sua promoção.

— É claro que vejo.  Ele vê o quanto posso ser grande naquele lugar.

— Não! Ele quer saber o que se passa na nossa casa, não seja tolo meu filho, você realmente acha que depois de todo inquérito por causa do Crouch você seria promovido? Fudge sabe que conhecemos Dumbledore é isso que ele quer. Ele quer saber se vamos nos aliar a ele, saber o que esta acontecendo.

— Eu sou tolo agora? Você não acredita no meu potencial não é, acha que vou ser como você?

— Como assim como eu?

— Você acha que é fácil ser um Weasley naquele ministério? Não é, agora eu entendo o porque Gui e Carlinhos seguiram carreira fora, foi para não passar o que eu estou passando ou você acha que é fácil enfrentar a péssima reputação que você tem lá?

— Péssima reputação?

— Sim péssima reputação, desde que entrei lá vejo as pessoas rirem de você o tempo todo, a paixão por trouxas o trabalho medíocre.

— TRABALHO MEDÍOCRE QUE SEMPRE TROUXE COMIDA PARA ESSA CASA. – pela primeira vez me vi gritando com ele.

—O QUE NÃO FAZ DELE MENOS MEDÍOCRE, NINGUÉM LÁ SE IMPORTA COM SEU SETOR. NINGUÉM, O QUE VOCÊ GANHA ENTÃO É UMA PIADA, MAS VOCÊ NUNCA NOTOU NÃO É? QUE SUA FALTA DE AMBIÇÃO FEZ DA NOSSA FAMÍLIA UMA MISÉRIA, EU E MEUS IRMÃOS PASSAMOS NOSSA INFÂNCIA E JUVENTUDE NA POBREZA E A CULPA É SUA.

— Percy não fala assim com seu pai. – Molly tentou acalmar a situação.

— Deixa Molly, O QUE MAIS VOCÊ PENSA PERCY? – perguntei, mesmo sabendo que iria doer ainda mais eu precisava saber.

— Eu acho que você é um idiota por andar com Dumbledore, você não vê a encrenca que ele esta se metendo e esta indo junto e quer saber  não quero que me julguem pelos seus erros. Não mais, eu já suportei demais isso, não quero mais ser apontado como o filho do Weasley.

— IMPOSSÍVEL JÁ QUE VOCÊ É MEU FILHO.

— A PARTIR DE AGORA APENAS NO PAPEL, NÃO QUERO MAIS SER VISTO COM VOCÊS, PORQUE SOU ESPERTO SUFICIENTE PARA SABER A QUEM SER LEAL, E FAÇO QUESTÃO DE MOSTRAR QUE SOU LEAL AO MINISTÉRIO E SAIR DESSA CASA POR QUE QUANDO VOCÊS CAÍREM EU NÃO VOU CAIR COM VOCÊS.

Naquela noite muito mais foi falado, até mesmo o Harry foi citado por meu filho de forma rude, naquele dia Percy saiu de casa, e por muito tempo fiquei sem poder ouvir o nome do meu próprio filho sem que a dor e a raiva me fizessem quebrar o que quer que estivesse segurando, Molly chorava todas as noites e sempre que ouvia o nome dele.

Foram três anos sem falar com Percy. E embora tenha em vão tentado passar forças para Molly não consegui porque eu mesmo estava arrasado, todos os dias via ele pelos corredores do ministério sem ao menos olhar para mim, e quando a guerra estourou pensei que ele voltaria e tudo ficaria bem, mas não foi o que aconteceu. Mas as coisas tendem a acontecer na hora certa e Percy voltou para nossa família no dia da batalha de Hogwarts quando nossa família ainda estava inteira e no fim é isso é o que importa.


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