Era uma vez no Oeste escrita por nina


Capítulo 15
Pai


Notas iniciais do capítulo

Oi geeeente
Mil perdões!!! Eu sei que eu demorei para postar... Mas eu não consegui tirar um tempo essa semana para sentar e escrever. Vamos combinar assim, eu vou postar todo fds, essa é a regra por enquanto. Caso haja recomendação ou um tempo extra na minha agenda eu posto mais vezes, ok? Eu não gosto disso tanto quanto vocês, mas eu quero entrar no vestibular esse ano, então tenho que ralar galera

Agora sobre o capítulo, bem, esse foi um dos capítulos mais difíceis que eu já escrevi! Ele envolve muitos sentimentos e eu pessoalmente acho super difícil passar exatamente as emoções que eu imaginei para o papel, mas espero que tenho ficado bom o suficiente. Então por favor, me contem o que vocês acharam?? eu dei um duro danado aqui hahaha
Boa leitura a todas

PS: obrigada as meninas que favoritaram =)



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Capítulo 15 – Pai

Sr. Nagy tinha a respiração ofegante e curta enquanto eu segurava as suas mãos geladas, lágrimas caiam no meu rosto.

Dimitri rasgou a camisa ensanguentada para examinar a ferida ao lado do peito, eu me recusei a desviar o olhar.

– Eddie, Christian, montem uma tenda. Mason faça uma fogueira e esquente a água. – Dimitri já estava dando ordens. Ele viu que eu estava relutante em me afastar do meu amigo caído.

– Roza. – ele buscou meu olhar. – Nós vamos tentar salvá-lo.

Um cowboy de aparência acabada, chamado Diego, se juntou ao Dimitri para levar o homem baleado até a barraca recém-montada.

– Não deixe que ela veja isso kaluanã. – Sr. Nagy pediu, sem ao menos me olhar. Dimitri assentiu.

Poderiam ter se passado horas ou minutos, eu não saberia dizer. Sr. Nagy, Dimitri e Mason estavam dentro da tenda tentando ajudar meu pobre amigo. Eu não tinha permissão para entrar e isso já estava me frustrando. Toda vez que eu tentava passar pela entrada da lona, Adrian me parava e com a ajuda de mais alguns cowboys me puxavam de volta, mesmo sobre meus gritos de protesto. No final eu me sentei junto aos outros homens, roendo as unhas e torcendo o cabelo de nervoso.

De vez em quanto ouvíamos um grito, e então Mason saia e pedia por mais uísque. Manter-me aqui era crueldade, eu deveria estar lá dentro segurando a mão dele.

Depois do que pareceu ser uma eternidade, Mason saiu da tenda, lavando a mão ensanguentada. Eu corri para o seu lado.

– Como ele está? – perguntei apressada. Como resposta Mason me deu um olhar triste e balançou a cabeça.

Uma lágrima correu pelo meu rosto. Eu tentei correr para a tenda, mas fui retida.

– Ainda não Rose. – ele me puxou de volta, quando eu tentei avançar mais uma vez. – Ele está falando com Tiro Certeiro em primeiro lugar.

Eu parei de me debater e assenti relutante. Mas eu estava desesperada, eles não viam isso? E por que Dimitri falaria com ele em primeiro lugar? Ele nem tinha cuidado do homem desde que deixamos El Passo, pelo contrário, ele o teria deixado sozinho naquela carroça. Eu é quem fiz companhia e o amei como se fosse um pai. Mas Dimitri sempre seria um mistério para mim.

Finalmente eu fui chamada para ir para dentro, eu ignorei o cheiro forte de sangue, álcool e a quantidade de bacias e tecidos ensanguentados espalhados pelo chão. Eu me ajoelhei ao lado do Sr. Nagy que estava deitado sobre alguns lençóis.

– Princesa. – ele me deu um sorriso fraco e segurou a minha mão. Lagrimas nublaram a minha visão e eu soltei um soluço abafado antes de me jogar nos seus braços.

– Minha princesa, não chore. – ele disse com a voz rouca.

– Desculpe-me. – eu disse ainda abraçada ao seu corpo. – Eu não posso evitar chorar. – um novo soluço me fez abaixar a cabeça no seu ombro, enquanto ele acariciava meu cabelo.

– Me prometa uma coisa...

– Não fale assim, você vai ficar bom... – minha voz embargada estava desesperada. – Você precisa ficar bom...

– Apenas me prometa. – eu assenti, limpando meu rosto, apenas para dar lugar a mais lágrimas.

– Confie no Dimitri, ele vai protegê-la. E parem de brigar, vocês precisarão um do outro.

– Eu prometo. – eu chorei, afundando a cabeça em minhas mãos. – Mas você não pode me deixar, como eu vou continuar sem ter você cantando ao meu lado ou se culpando pelas minhas artes na cozinha? Quem mais vai me chamar de princesa ou me abraçar quando eu mais precisar? Por favor, não me deixe aqui sozinha... – o restante da frase saiu com um soluço.

Seus olhos se encheram de lágrima ele acariciou o lado do meu rosto.

– Você foi tão boa para mim Rose...eu vou te enviar um anjo. – meu coração doía ao ouvi-lo falar assim.

Então ele olhou para Dimitri que estava atrás de mim.

– Dimitri, cuide da minha menina. – Dimitri deve ter balançado a cabeça porque ele continuou. – E não deixe seu passado interferir nas suas decisões futuras, lembre-se do que eu falei.

– Eu sei. – eu ouvi a voz grossa do Dimitri.

– Ótimo, então agora eu posso descansar em paz. – meu peito se apertou. – Princesa, me conte sobre o paraíso?

Eu tentei engolir minhas lágrimas. Dimitri ainda estava parado na saída, silencioso e pensativo.

– É um lugar maravilhoso, lindo. Com muitos anjos e... e as pessoas que você ama estão lá em cima também.

– Marie e Loren vão estar lá? – eu franzi a testa e olhei para o Dimitri, ele acenou com a cabeça para eu continuar. Sr. Nagy deveria estar falando da sua esposa e filha falecidas.

– Sim. – eu disse. – elas estarão lá e vocês vão se reencontrar um dia, para sempre dessa vez.

– Será que eu sou bom o suficiente para ir para o céu? Eu tenho certeza de que elas estão lá. – uma grossa lágrima voltou a atrapalhar minha visão.

– É claro Sr. Nagy, você tem sido muito bom. Para todos nós. – isso pareceu alivia-lo. Ele sorriu e fechou os olhos.

– Conte-me mais princesa.

...

Sr. Nagy morreu na manhã seguinte. Era visível a tristeza nos rosto de todos. A alma mais bondosa que eu já conheci agora descansava ao lado das mulheres da sua vida. Isso apenas me confortava, a dor ainda estava lá, e doía. Doía demais.

Quando eu percebi que seu peito não mais de mexia eu chorei em desespero e corri para fora da tenda. Eu me sentei em uma pedra no meio da pradaria. O sol agora se punha e minhas lágrimas já haviam acabado nesse ponto.

Dimitri me encontrou ali um pouco mais tarde. Ele tinha tentado falar comigo, mas eu estava abalada demais naquele momento.

Eu girava o colar de rosa que tinha sido um presente do Sr. Nagy na minha mão, essa seria a única lembrança que eu teria dele. Pelo pelos, a única física e concreta.

Dimitri se apoiou na pedra ao meu lado, mas não disse nada.

– Eu não tive a chance de dar nada em troca para ele...para agradecer...por tudo o que ele fez por mim. – eu queria chorar, mas as lágrimas não vinham.

Dimitri colocou a mão sobre a minha.

– Não Roza, você fez mais por ele do que você imagina.

– Não foi o suficiente. – ele pegou minhas duas mãos, me fazendo ficar de frente para ele.

– Roza eu não via um sorriso no rosto dele há muito tempo. Desde que sua família morreu para ser mais exato. Isso mudou quando você chegou. Ele amou você e isso foi o suficiente, você trouxe a paz e a alegria de espírito para ele. Não diga que o que você fez não foi o suficiente.

Um soluço rompeu a minha garganta.

– Eu sei como você se sente Roza.

– Você não sabe como eu me sinto. Ninguém jamais vai saber como eu me sinto. – eu protestei com minha voz se elevando. – Eu o amei com um pai.

Dimitri me olhou tristemente e tomou uma respiração profunda.

– Sr. Nagy foi um pai para mim também. E ao contrário de você, o único que eu já tive Roza. Então eu acho que eu sei o que você está sentindo.

Eu olhei para ele, pronta para quebrar a qualquer instante.

– Eu nunca conheci a minha família e tenho poucas lembranças da minha vida na Rússia, na verdade eu me lembro de uma mulher com doces olhos castanhos, acho que era a minha mãe. Mas eu me lembro bem de chegar à América em um navio quando eu tinha apenas dez anos, eu fui trazido para cá para trabalhar nas lavouras de algodão do leste, mas eu consegui fugir. Nathan e o pai dele me encontraram no meu desespero, enquanto eu tentava roubar uma maçã no quintal deles depois de dias sem comer. Eu achei que eles fossem me matar no início, mas algo em mim os fez me adotar como um filho, ou mais como um investimento futuro a meu ver. Nathan já tinha uns 19 anos na época e me passou tudo o que seu pai o ensinou. Como andar, atirar, roubar, ganhar em jogos de azar e até mesmo a beber e aproveitar as mulheres. Essa foi todo a influencia que eu tive e queria agradar meu único pai, no final eu descobri que eles eram pessoas más. – ele parou por um momento, olhando o horizonte.

– De qualquer maneira eu tinha dezessete anos até perceber isso, então eu fugi mais uma vez, eu os abandei para seguir minha própria vida. Mudei-me para El Passo e comecei com o negócio de gado. Nessa época eu já conhecia o Ivan, que eventualmente se tornou meu melhor amigo, nós dois saíamos por essas terras a fora, e gostávamos de nos chamar de heróis. – eu sorri, buscando seu olhar, mas ele estava perdido em lembranças. – O pai do Nathan morreu nesse meio tempo e ele ficou furioso, me culpando. Ele já era influente e muito temido e queria se vingar por eu os ter abandonado depois de tudo. Ele me encontrou e queria que eu me juntasse ao seu grupo, quando eu me neguei ele matou a filha do Sr. Nagy que era a namorada do Ivan. Era uma forma de me punir e manter sua fama.

Eu me lembrei da história que o Sr. Nagy contou. Dimitri tinha salvado a moça uma vez da morte, mas não havia sido o suficiente. Ele deveria se sentir culpado por tudo isso. Dimitri abaixou a cabeça antes de continuar.

– Logo depois que o Sr. Nagy perdeu a esposa também, eu percebi que ficar naquele lugar deveria ser doloroso para ele, então eu o chamei para se juntar a minha comitiva. Depois disso ele se tornou um pai para mim e para o Ivan, meu primeiro pai de verdade. Ele nunca me mimou ou me chamou de princesa como fazia com você. – ele me deu um sorriso fraco. – mas foi ele quem me incentivou a tentar ser uma pessoa melhor do que meu antigo “pai” tinha sido. Ele foi um dos poucos que sabia meu verdadeiro nome. Isso também foi coisa do Nathan, ele dizia que o apelido certo me faria ainda mais temível.

Eu não sabia o que dizer. Fiquei surpresa com tudo o que ouvi e não conseguia acreditar que o Dimitri tinha me dito tudo sobre os seu passado.

– E quanto ao Ivan? – perguntei relutante. Seu rosto se tornou sombrio mais uma vez.

– Há três anos Nathan o matou quando eu o impedi de assassinar uma família e acabar com seus negócios. Ele me persegue desde então e eu não posso deixar mais ninguém sair ferido por minha causa. Eu me tornei um mulherengo que não estava nem ai para a vida porque não queria me deixar amar mais ninguém. – ele me olhou profundamente. – Sr. Nagy é a última pessoa que o Nathan sabia que podia usar para me atingir, agora você sabe o porquê de eu estar me afastando de você.

Eu me sentia sozinha de repente e a vontade de chorar voltou com força. Sr. Nagy sempre seria um pai para nós dois, eu me perguntava por que homens tão bons tinham que ser levados para longe. Eu me abracei quando senti as lágrimas caindo.

Dimitri me observou com olhos tristes, em seguida, me puxou para seus braços protetoramente. Eu chorei no seu ombro, aceitando seu conforto.

– Shhhh... - ele me acalmou, acariciando meu cabelo. – Eu não vou deixar nada acontecer a você, eu prometi ao Sr. Nagy e prometo a você. – eu forcei um aceno e me agarrei ainda mais a ele, como se minha vida dependesse disso.

– O que nós vamos fazer sem ele?

Dimitri não respondeu. Talvez ele estivesse se perguntando a mesma coisa.


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Notas finais do capítulo

Geeente eu tenho que confessar que eu sou uma chorona assumida e completamente sensível !! eu sou daquelas que choram de balançar o ombro, principalmente em filmes T.T Então nem preciso dizer como eu me senti quando eu li "a culpa é das estrelas" ( para quem leu sabe do que eu estou falando). Então é óbvio que eu chorei mttt escrevendo isso, então tenham piedade de mim, pf!!
Qualquer erro ou caso tenham alguma sugestão não se acanhem em dizer, eu agradeço =)
beijos e até o próximo



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