Era uma vez no Oeste escrita por nina


Capítulo 14
Nathan


Notas iniciais do capítulo

Oi geeente
Estou muuuuito feliz hoje!!!! Entrei aqui no nyah como quem não quer nada e me deparei com duas recomendações incríveissss =) Isso fez meu dia, tanto que eu corri aqui para escrever um pouco mais da fic!!! estou realmente muito inspirada hj hahaha
OMG estou eufórica também, como vocês podem perceber...
Enfim, eu queria dedicar esse capítulo e agradecer de coração as duas lindas leitoras, ANNAMARTINELLI e BIBILOPES!!! Meninas thankss, eu ameeeu e esse capítulo é para vocês =)
Esse cap explica mttt coisa, então eu acho que vocês vão gostar =)
Espero que gostem e boa leitura



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Capítulo 14 - Nathan

Eu acordei com uma enorme dor de cabeça. Então senti algo repuxando meu braço que ardia, lembranças me invadiram.

Adrian e eu conversando, índios nos atacando e levando meu cavalo, Dimitri e Sr. Nagy cuidando do meu ferimento e por fim a febre me fazendo desmaiar. Havia uma garrafa de água ao meu lado, que eu prontamente bebi, sentindo minha garganta arranhar com o líquido descendo.

Eu ainda estava na barraca do Dimitri, seu casaco de couro estava dobrado no canto e seu cheiro masculino tomava conta do lugar. Eu examinei meu braço para constatar que ali havia um curativo amarrado. Meu vestido de manga tinha sido rasgado e estava todo amassado.

Ainda parecia ser madrugada e o acampamento estava silencioso. Eu me levantei, me sentindo meio grogue e fui em direção à saída da lona.

Como eu suspeitava ainda estávamos no meio da noite, a fogueira brilhava fracamente e os cavalos estavam dormindo, assim como todos os homens. Eu me perguntava onde Dimitri estava já que eu tinha tomado seu lugar.

– Você deveria estar descansando. – eu pulei e minha mão foi para o meu coração. Como Dimitri podia se mover tão silenciosamente com aquele tamanho todo sempre seria um mistério.

– Eu perdi o sono. – dei de ombros.

– Ainda temos algumas horas antes do amanhecer e precisamos viajar o dia todo, então é melhor aproveitar para descansar. – ele disse enquanto virava as costas e se sentada em um tronco ao lado da fogueira.

Eu o segui, ficando ao seu lado. Um silêncio se seguiu.

– Você vai ficar a noite toda aqui? – perguntei sem olha-lo.

– Minha guarda começou há pouco tempo. Aqui não é seguro durante a noite, eu não ficaria feliz se roubassem os cavalos. – então ele olhou para o meu curativo. – Como está seu braço?

– Novo em folha. Eu sempre tive um problema com esse braço, não me lembro de quantas vezes eu quase o quebrei andando a cavalo quando pequena. Lissa sempre dizia que vaso ruim não quebra, eu fiquei indignada, eu não sou um vaso ruim, pelo menos não na maioria das vezes. Isso se você considerar... – eu parei constrangida. Eu estava tagarelando por conta do seu olhar em mim, algo totalmente novo. Eu era conhecida por ser espertinha e sempre ter uma resposta mal criada na ponta da língua. O desgraçado riu, mas isso serviu para espantar a tensão. Logo nós dois estávamos rindo alto.

– Tem certeza de que todo o veneno saiu do seu sistema? – ele me olhava divertido.

– Camarada você é quem deveria me responder, afinal, você não fez um bom trabalho em me manter acordada.

– Peço desculpas senhorita Mazur, se você quisesse ficar acordada a noite toda era só ter me avisado. – então o cowboy mulherengo estava de volta?

Eu estava andando impaciente em volta da fogueira e de repente fui puxada por ele bruscamente, quase me sentando no seu colo. Rapidamente eu me afastei e o olhei com desgosto.

– Oh, não! Você não. – eu assobiei. – Eu me recuso a ser um dos seus brinquedos de amor. Dessa vez você não vai me pegar de surpresa.

Um sorriso torto e brilhante apareceu no seu rosto.

– Não se iluda senhorita Mazur. Eu apenas a puxei porque seu vestido estava prestes a se incendiar com a brasa da fogueira.

Eu olhei para ele, me sentindo humilhada.

– Bem, eu não esperaria menos de você, seu mulherengo. – isso o fez rir alto.

– Além do mais, você já não é mais minha próxima vítima.

– Sim! – eu joguei os braços para sim em comemoração. – Finalmente uma boa notícia.

– Você pode negar o quanto quiser senhorita Mazur, mas eu sei que você queria que eu tivesse te beijado por mais tempo. – eu ri alto.

– A única coisa que eu sinto por você é pena.

– Então temos alguma coisa, você sabe, isso pode evoluir. – ele me olhava divertido por debaixo do chapéu.

– Isso é muito improvável. Em dois dias eu vou estar livre dessa sua cara feia e se eu tiver sorte não toparei com você nunca mais.

Ele se levantou vindo à minha direção. Minha vontade era de dar um passo para trás, mas eu não faria isso, então eu ergui o queixo para encara-lo.

– Você estará me fazendo um favor. – ele me olhou por cima. – Até porque, eu prefiro as loiras a morenas. – ele então virou as costas, sumindo na escuridão.

...

A manhã seguinte foi leve e eu me lembraria dela até o dia que eu morresse. Mas eu estava quase subindo os cânions de tanta raiva.

Tudo começou com Dimitri me acordando com um banho de água gelada. Então enquanto eu ainda tentava me recuperar, ele me jogou pelo seu ombro dizendo que estava com fome e que eu deveria preparar seus ovos. Eu gritei e o estapeei de raiva, em seguida, me recusei a fazer seu café. Eu ajudei a servir ovos para todos os cowboys, menos para aquele mulherengo inconveniente.

Então ele me fez desmontar sua barraca, dizendo que eu a usei e era minha responsabilidade. Eu a joguei de qualquer jeito na carroça, rezando para que ela tivesse furado e que durante a noite deixasse vários insetos entrar por ali e picá-lo onde mais doía.

– Você parece com sono querida. – Sr. Nagy disse. Era depois do almoço, o sol forte brilhava sobre os nossos chapéus e a comitiva seguia rumo a Santa Helena. Eu podia ver os cavalos bem próximos a nós, dessa vez íamos juntos já que não tínhamos pressa.

– Eu não dormi muito durante a noite.

– Eu diria isso. Eu acordei quando ouvi risadas vindas da fogueira. – ele me olhou de lado e estava divertido.

– Eu sei, não se pode ter um momento em paz. Aquele mulherengo ainda insisti em me encontrar.

– Então isso quer dizer que vocês fizeram as pazes? – ele parecia esperançoso. – eu pensei isso, vocês dois estavam bem próximos essa manhã.

– Nem perto disso. – eu gemi. – Na verdade, eu não vejo a hora de chegar até Santa Helena e me ver livre dele. – Sr. Nagy riu.

– Depois que vocês dormiram na mesma barraca eu achei que estivessem bem.

– O que? – eu ia mata-lo.

– Oh! – Sr. Nagy parecia sem graça, como se tivesse dito algo que não deveria. – Depois que você tomou o antídoto para o veneno é comum ter febre alta, Dimitri ficou com você, usando panos úmidos para abaixar a febre. Ele até mesmo pulou o jantar e se negou a sair do seu lado até que você estivesse bem.

Eu fiquei sem falar nada. Ele deveria estar se sentindo culpado e não queria enfrentar a fúria do meu pai. E agora eu entendia porque ele tinha tanta fome essa manhã.

Eu ia responder, mas então ouvi um estalo alto. Os bois se assustaram, fazendo a carroça balançar, eu caí para trás e bati a cabeça. Sr. Nagy se arrastou ao meu lado com a pistola na mão.

– Continue abaixada. – ele murmurou.

Então eu vi o caus. Os cowboys começaram a gritar e a tirar as pistolas dos seus quadris, atirando. Olhando novamente eu vi um bando de homens a cavalo andando na nossa direção. Todos tinham chapéus e bandanas cobrindo seu rosto e estavam atirando contra nossa comitiva.

Meus olhos vagaram para onde Dimitri estava. Ele puxou a pistola e mais rápido do que eu achei possível acertou um dos desconhecidos em cheio. Ele atirou em mais dois, mas esses estavam apenas feridos. Sua habilidade me surpreendeu, agora eu entendia porque o chamavam de Tiro Certeiro.

O tiroteio só parou quando um dos desconhecidos levantou o braço e os seus homens pararam de atirar. Eddie e outro cowboy estavam feridos, mas não parecia ser nada grave. Sr. Nagy se colocou ao meu lado para me proteger.

Um silêncio se seguiu enquanto a fumaça cheirando pólvora subiu no ar. O desconhecido que rompeu com o tiroteio desmontou do cavalo. Ele usava roupas bem passadas e limpas demais para um ambiente desses, ele tirou a bandava vermelha antes de falar, olhando por cima do chapéu preto.

– Bem, bem, bem. Se não é Dimitri Belikov. – minha respiração ficou presa na garganta. Eu achei que fosse a única que sabia seu nome. Dimitri desmontou também.

– Nathan. – ele disse com a voz firme, tocando a aba do chapéu em saudação.

Eu senti Sr. Nagy tenso, assim como todos os homens do nosso grupo. Mas acima de tudo eu me senti tensa. Nathan. Esse era o lendário pistoleiro que amedrontava todo o Texas? Eu esperava encontrar um homem velho, com corcunda e mãos gordurosas, mas na minha frente estava um homem de boa postura, quase tão alto quanto o Dimitri. Ele tinha boas roupas, mais limpas até que as minhas próprias. Seu cabelo loiro estava amarrado por uma correia e seus olhos azuis encaram Dimitri em desafio e eu diria que ele tinha pouco mais de trinta anos.

– Dimitri...Dimitri. – Nathan voltou a falar, balançando a cabeça em desaprovação. – Você não faz nada do que eu te ensinei não é?

– Eu não me esqueci de nada Nathan. – ele rosnou. – Só fique fora do caminho.

Com um suspiro, Nathan tirou a pistola da cintura e deu três tiros para cima.

– Tudo bem. Tudo mundo fora dos seus cavalos. E você. – ele apontou a pistola para Sr. Nagy. – Fora dessa carroça com quem mais você estiver.

Todos imediatamente obedeceram. Mason e Eddie tinham os olhos arregalados, eles já tinham provado morrer de medo do homem de frente a eles. Sr. Nagy estava relutando em me levar com ele, então ele me colocou atrás do seu corpo. O que não passou despercebido pelo bandido, que estalou a língua.

– Uma mulher? – então ele olhou para Dimitri com diversão. – parece que você realmente não se esqueceu de tudo o que eu te ensinei. – ele me olhou de cima a baixo e parecia gostar do que via.

– Eu sigo minha própria vida agora Nathan. – Dimitri estava furioso e tinha as mãos fechadas na pistola.

Nathan bateu palmas ironicamente.

– Vejo que o menino sem família se tornou um homem de bem. – ele balançou a cabeça, rodando a pistola entre seus dedos. – isso é um desperdício. Eu te ensinei meus melhores truques e você agora é um cowboy. – seus homens riram.

– Acho melhor você sair daqui Nathan. – Dimitri advertiu. Qualquer homem em sã consciência teria feito exatamente isso.

– Tanto talento desperdiçado. É isso mesmo, eu Nathan e o meu falecido pai, demos casa e comida para esse mal agradecido. Eu o ensinei tudo, ele seria um bandido muito bem sucedido. – seu sorriso era de zombaria e ele tinha uma mania irritante de estalar a língua em desaprovação. – Quantos anos você deve ter agora? 24?

– Eu sigo minhas próprias regras agora, suma daqui Nathan. – Dimitri estava tomando respirações fundas para se acalmar.

– Eu o coloquei dentro da minha própria casa e como sou recompensado? Você joga tudo pela janela para se tornar um herói.

– Não temos nada de valor aqui, além dos cavalos. E eu não estou disposto a perdê-los. – Dimitri segurava a pistola firmemente. Os dois homens se encaravam e pareciam dobrar de tamanhos. Era surreal a quantidade de tensão no ar.

– Eu não quero abalar a nossa amizade caro Dimitri. – eu odiava o sorriso zombeteiro dessa tal Nathan. – Por isso não pretendo roubá-lo, ainda tenho a esperança de que você volte para seu devido lugar.

– Se você já acabou...

– Oh, ainda não. – ele cortou Dimitri e seu olhar foi para mim. – Não vai me apresentar a linda senhorita?

Dimitri me olhou e seu olhar ficou mortal quando o homem loiro caminhou na minha direção.

– É um prazer senhorita... – ele disse beijando a minha mão.

Eu não disse meu nome e puxei minha mão longe, com desgosto, ele me olhou divertido.

– Me diga, como você conseguiu domar essa, Dimitri? Ela parece arisca, mas nem por isso menos bonita. Você não é daqui eu presumo.

Ele não podia saber quem eu era ainda. E eu também sabia que Dimitri me impediria de fazer algo maluco, como segui-los ou exigir que deixem meu pai em paz. Então eu cuspi no seu pé e cruzei os braços.

– É uma pena que não possamos nos conhecer melhor, eu sou um homem ocupado e o dever me chama. – eu me esquivei quando ele tentou pegar a minha mão novamente.

Ele sorriu lascivamente e voltou para seu cavalo. Dimitri seguia cada passo dele com o olhar.

Eu respirei aliviada quando vi que ele estava saindo. Mas antes disso, ele olhou para o corpo morto do seu capanga. Ele revirou os olhos para o céu.

– Eu queria que você não tivesse feito isso Dimitri. – ele suspirou. – mas vou corrigir isso eu mesmo.

Antes que alguém pudesse sequer pensar ele retirou a arma da cintura, deu um tiro na minha direção, partindo. Eu fechei os olhos e esperei pela dor, meu coração batia descontrolável no meu peito.

Sr. Nagy caiu ao meu lado no chão e eu gritei. Dimitri veio correndo, nós dois nos ajoelhamos ao lado do homem sangrando. Lágrimas já inundavam minha visão.

– O que aconteceu Dimitri? - eu chorava e minha voz estava frenética. Mas eu sabia a resposta, Sr. Nagy tinha se jogado na minha frente. Eu só não queria acreditar.


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Notas finais do capítulo

Estou chorosa T.T



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