Disturbia escrita por Flávia Rolim, Ana


Capítulo 6
VI - Eu Fiz Porque Eu Te Amava


Notas iniciais do capítulo

Olá meus amolindos!!!
Eu consegui concluir esse capítulo hoje. Como eu havia prometido que postaria assim que eu tivesse um capítulo pronto, aqui está (promessa é dívida).

Enfim, espero que gostem das explicações da Sarah e o Flashback do que realmente aconteceu, eu ainda vou colocar aqui, okay? Por enquanto é só explicação... história contada....

Obrigada a todos que favoritaram e que estão companhando... espero que estejam gostando da história e da nossa bruxinha!
Obrigada também a Miss Hunter, My Name Is Death e Acklesdede2014 que estão comentando... vocês são demais!!!!

Enfim, vamos ao que interesa, né?


Obs.: Houve uma mudança nas atrizes escolhidas para serem a Ifrit (demônio) e a Muriel (personagem ainda em andamento), escolhemos agora a Deborah Ann Woll para ser a nossa nova vilã, e a Karen Gillan para ser a Muriel. Espero que gostem!!!



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Dean respirou fundo ao subir os últimos degraus da escada da casa de Bobby. Seguiu devagar até o quarto no final do corredor. Era onde Sarah costumava ficar quando ia à casa do tio e era onde ela estava hospedada agora. A porta estava entreaberta e ele hesitou entrar, por pelo menos duas vezes.

A memória do que aconteceu passava como um filme na cabeça do loiro e ele odiava aquela sensação. Foi a primeira pessoa que se machucou com ele a frente de um caso. Se ela tivesse morrido, ele teria ficado arrasado e tudo porque ele queria mostrar que conseguia ser tão bom caçador quanto o seu pai. Uma coisa ínfima que poderia ter custado a vida de Sarah.

Salvation – Iowa - 1998

O prazo que John havia dado aos rapazes estava se esgotando. Faltava agora somente duas semanas para que ele retornasse e os levasse dali. Para Dean, foram os piores três meses da sua vida. Para Sam, nunca havia se sentindo tão bem.

Sarah havia se tornado uma amiga e tanto para ele e todos os dias, eles saiam a tarde, por volta das três, para ir ao seu lugar secreto. Um celeiro abandonado de uma fazenda falida, cerca de dois quilômetros da casa de Bobby. Eles seguiam caminhando pelas estradas e parecia que o tempo voava. Sarah seguia na frente, sorrindo e Sam vinha logo atrás. Adorava estar com ela e quando pensava que teria que entrar no impala e deixá-la para trás, o seu coração doía demais.

Nem bem andaram alguns minutos, Sarah puxou o braço do moreno.

– Samuel, olha. – falou a jovem, apontando para um cervo que apareceu na mata. – Não existem cervos em Salvation.

– Parece que um deles se perdeu. Devemos fazer alguma coisa? – Sam perguntou confuso.

– Ele parece bem. – a loira sorriu.

– É, ele parece bem. – concordou o rapaz. – É melhor deixarmos ele onde está. – Voltaram a encarar o animal, até que Sarah ouviu alguma coisa na mata. Sam virou-se para olhar o que era e percebeu o vulto de um homem passar correndo na direção do cervo. Usava uma grande capa preta. Quando voltou a encarar o animal, ele estava no chão e a coisa em cima dele. – Sarah, volta.

– Voltar? Para onde? – perguntou a garota. Assustou-se com a atitude do moreno em passar em sua frente, protegendo-a.

– Corre para casa.

– Eu não vou deixar você aqui. – puxou-lhe o braço e segurou em sua mão.

– Eu estou bem atrás de você. – falou ele. – Corra como nunca correu na sua vida.

– Sammy, você está me assustando.

– Corre, Sarah. – pediu a última vez quando o homem levantou de onde estava o cervo e o encarou. – Agora.

A loira saiu em direção a clareira que dava acesso a uma estrada de barro, por onde eles voltariam para a casa de Bobby. Vez ou outra olhava para trás para ter certeza que Sammy estaria ali, embora o rapaz tivesse bem atrás dela. Como ele mesmo havia dito.

Os dois cruzaram a pista de barro e alcançaram a estrada, chegando minutos depois no deposito de ferro velho. Sarah foi a primeira a entrar em casa e Sam veio logo atrás. A loira fechou a porta quando o moreno passou correndo.

– Eu estou com falta de ar. – a menina resmungou, encostou-se a uma parede. Sam se aproximou e segurou o rosto da jovem. Mesmo também tendo dificuldades para respirar, tentou acalmá-la.

– Inspira... Devagar. – falou e respirou fundo, fazendo com que ela o acompanhasse.

– O que aconteceu? – perguntou Bobby vindo do andar de cima. Ouviu as passadas rápidas e o barulho da porta batendo. Dean e Ted, que jogavam vídeo game, se levantaram e vieram para a entrada da casa.

– Está melhor? – perguntou Sam e Sarah concordou com a cabeça. Abraçou a garota que começou a chorar.

– O que aconteceu, Sammy? – perguntou Dean seriamente. O moreno apenas levantou a cabeça e encarou os dois caçadores. Olhou rápido para Ted, como se dissesse que não poderia falar por causa dos "civis" ali. Mesmo que Sarah tivesse visto a criatura também.

– Sean, pode levar Sarah para cima e colocá-la na cama? – pediu Bobby.

– Claro, tio. – respondeu o rapaz. – Vem Sarah.

A jovem pegou na mão do irmão e os dois subiram as escadas em direção ao segundo andar.

– Okay garoto, agora que estamos sozinhos, o que aconteceu? – perguntou Bobby.

– Tem alguma coisa na floresta, alguma coisa maligna. – respondeu o rapaz.

– Como assim? – foi a vez de Dean perguntar, enquanto arregalava os olhos verdes.

– Eu e Sarah seguíamos na direção da velha fazenda Wood e, para chegarmos mais rápido, cortamos caminho pela floresta. Vimos um alce.

– Não tem alce em Salvation. – comentou Bobby.

– Foi o que Sarah disse e começamos a discutir sobre o que fazer com ele, porque provavelmente ele havia se perdido ou coisa do gênero. Resolvemos deixá-lo lá, já que certamente ficaria bem. Foi aí que vimos a sombra preta se aproximar e matar o animal. Estava sugando o sangue dele.

– Vampiro? – perguntou Dean.

– Muito estranho um vampiro sugar sangue de animal, não é do feitio deles. – falou o mais velho.

– Mas pode acontecer? – Sam encarava o velho caçador com o cenho franzido. Queria saber mesmo o que foi aquilo que havia na mata.

– Pode acontecer. – respondeu Bobby. – Olha garoto, eu não quero mais que você e Sarah sigam por aquelas bandas, entendeu?

– Sim Bobby. – concluiu Sam.

– Vocês poderiam ter sido mortos hoje. Você sabe as coisas que tem aí fora e, no entanto, colocou a minha sobrinha em risco.

– Eu a protegeria.

– É, eu sei que protegeria. – o homem tocou no ombro do menino. – Faltam duas semanas para que o pai de vocês venha buscá-los. Vamos manter as coisas como estão.

– Como assim manter as coisas como estão? – perguntou Dean seriamente. – Bobby, temos um vampiro à solta. – a palavra "vampiro" o loiro quase sussurrou.

– Até o momento não houve ataque a humanos, Dean.

– E como você nomeia isso que ocorreu com o Sam e a Sarah?

– Eles só estavam no lugar errado e na hora errada. – respondeu o caçador. – Eu não vou permitir que vocês corram perigo. John me mata se souber que você ou o seu irmão estão caçando um vampiro naquela mata fechada.

– Ele não precisa saber. – disse o loiro

– O Bobby tem razão, Dean. Deixa as coisas como estão. Se o vampiro começar a atacar as pessoas, outros caçadores virão para dar cabo dele.

– Se ele tivesse matado a sua namorada, o que você faria?

– Sarah não é a minha namorada. – Sam assumiu uma postura séria e triste, ao mesmo tempo. – E ele não a matou.

– Dean Winchester, eu não quero ouvir você falar mais nesse vampiro, ou seja lá o que for. Entendeu?

– Bobby...

– Entendeu, garoto, ou vou ter que ligar para o seu pai? – O homem encarava Dean seriamente, até que o jovem respirou fundo.

– Entendi.

– Bom garoto. – falou ele. – Agora eu vou ver como está a Sarah e criar uma história que explique o que ela viu.

Bobby deixou a sala e subiu as escadas em busca dos sobrinhos, deixando os dois garotos no andar de baixo da casa.

– Você tá bem? – perguntou o loiro para o irmão.

– É, eu estou bem. – respondeu Sam.

Dias atuais:

– Ei, eu posso entrar? – Dean pediu enquanto empurrava a porta do quarto. Sarah estava deitada na cama, com dor de cabeça.

– Eu não estou bem para brigar com você, por isso, sai daqui. – mandou ela encarando o homem.

– Ótimo, porque eu não quero brigar com você. – o loiro entrou no quarto e encostou-se à parede. Sarah pegou um travesseiro e o arremessou em sua direção. O homem segurou o objeto antes que pudesse alcançá-lo.

– Sai daqui. – falou ela.

– Me perdoe. – despejou Dean e Sarah paralisou. – Eu queria ter te dito isso naquele dia, mas...

– Mas eu fiquei em coma. – respondeu seriamente.

– Eu fui te ver no hospital, levei um murro do seu irmão, meu irmão passou a me odiar e Bobby ficou seis meses sem falar comigo por causa daquilo. Além do fato de meu pai ficar furioso e passar um bom tempo sem confiar em mim. – confessou respirando fundo. – Não acha que eu já paguei tudo o que eu devia?

– Não, isso foi muito pouco para o que você merecia. – respondeu a jovem seriamente, enquanto Dean se aproximava da cama.

– Não faça isso, Sarah. – cruzou os braços. – Não ponha toda a maldita culpa em minhas costas. Eu me lembro de ter mandado você voltar, eu me lembro.

– Eu não podia te deixar lá sozinho. – gritou a mulher e levantou-se. – Você foi um cretino quando não pensou em Sam ou nos outros. – Ela falava alteradamente. – O que seria do Sammy se você morresse? – aproximou-se e empurrou Dean para trás. – O que seria do Bobby, ou do seu pai, ou de mim? – cada pessoa que citava, seguia empurrando Dean ainda mais para trás. Quando citou a si mesma, o homem segurou em seu punho. Imobilizando-a.

– Você? – perguntou sério. – O que você tinha a ver com isso?

– Nada. – respondeu a mulher e virou-se, mas Dean não largou o seu punho.

– O que você tinha a ver com isso? – repetiu a pergunta e Sarah o encarou seriamente.

– Eu te amava. – respondeu e puxou o braço, aproveitando que Dean ficou perplexo com a revelação e parou de apertá-la. – Eu fiz porque eu te amava e não ia deixar você ficar sozinho, enfrentando o que quer que fosse aquela droga.

– Você me amava? – perguntou ele.

– Você é surdo? – Sarah aproximou-se outra vez.

– Porque você não me contou?

–Porque eu não te contei? Vai se fuder, Dean. Eu tinha um amor platônico por um cara cinco anos mais velho que eu e que só queria estar em bares ao lado de meu irmão. Usando uma carteira de identidade falsa para dizer que já tinha vinte um e poder beber álcool. Sumir durante a noite e aparecer bêbado e fedendo a perfume de mulher barato pela manhã. – a raiva estampava o rosto de Sarah. – Oh claro, me lembro agora que era isso que eu queria para mim. Deveria ter dito que te amava, não acha?

– Sarah...

– Saia daqui. – mandou a mulher respirado fundo e tentando se controlar.

– Me desculpe. – Dean aproximou-se da jovem e pegou em seu braço, mas Sarah foi para cima dele. Empurrou Dean até uma parede. Puxou uma faca, que ela andava na bota, e colocou no pescoço dele.

– Se você tocar em mim outra vez, eu juro que vai estar engasgando com o seu sangue antes que possa se arrepender de tê-lo feito. – O liberou da parede e se virou. – Dê o fora daqui e eu não vou mandar outra vez.

O homem não disse mais nada, porque não havia mais nada a ser dito. Ele começou a entender a razão da magoa da garota e percebeu que não foi só o acidente que a deixou amargurada. Seguiu para fora do quarto e assim que saiu, Sarah empurrou a porta com toda a força que tinha.

Quando levantou as vistas, o loiro deu de cara com Sam e com Bobby parados, estupefatos, no inicio do corredor. Apenas aguardavam para se intrometer na briga se a coisa ficasse pior do que já estava. Dean os olhou seriamente e balançou a cabeça. Desceu as escadas da casa, pegou a chave do impala e saiu em direção a um bar. Ficar bêbado era a única coisa que ele queria.

Sam olhou para o mais velho dos caçadores tristemente, porque não queria que aquele clima de hostilidade continuasse. Até porque Sarah, ele e Dean teriam que conviver juntos por um longo tempo. Foi só ai que percebeu que os objetos dos quartos, que estavam com as portas abertas, começaram a levitar.

Correu até o quarto de Sarah e abriu a porta com um chute.

– Sarah.

– Eu não consigo me controlar, Sammy. – explicou respirando fundo enquanto tudo a sua volta estava quase alcançando o teto.

– Ei, olhe para mim. – o moreno segurou o rosto de Sarah, entre as mãos. – respira fundo. – A mulher começou a acompanhar a respiração serena do homem até que as coisas caíram no chão. – Você não pode se aborrecer.

– É a droga do seu irmão que me deixa louca. – respondeu chateada, mas não chorosa.

– Vocês vão ter que se acertar um dia, Sarah. – começou a falar e a loira ameaçou se afastar. Sam a apertou em um abraço. Os músculos de Sarah, que estavam tensos, relaxaram imediatamente. Ela adorava o cheiro de Sam, uma das poucas coisas que a acalmava. – Mas tudo em seu devido tempo.


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Notas finais do capítulo

Um mega beijo para vocês e nos vemos no próximo capítulo!!!

Suas Deangirls,
Flávia Rolim e Karol.