Disturbia escrita por Flávia Rolim, Ana


Capítulo 5
V - O Passado Pode Ser Insistente


Notas iniciais do capítulo

Boa madrugada amores!
Estou passando rapidinho para atualizar a fic. Obrigada a Acklesdede2014 e bem vinda, garota!!! Espero que goste da nossa história...

Enfim, vamos ao que interessa???? (Tá, eu sei que estamos fazendo o Dean sofrer, mas ele merece... vocês vão entender talvez nos dois capítulos seguintes, vamos ver o que sai da nossa mente, né?... Shuashahsuashua)

Observação: Escrevi esse capítulo ao som de Lana Del Rey... quem quiser ouvir a música, é só copiar o link ai, okay????

Gods & Monsters - https://www.youtube.com/watch?v=oD2XV_Ri800



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Salvation – Iowa - 1998

O impala preto, do ano de 1967, parou em frente ao antigo ferro velho. Um homem, aparentando não ter muita idade, desceu do carro acompanhado de seus dois filhos.

O mais velho vestia uma jaqueta de couro muito maior do que ele, por cima de uma camisa verde musgo e de uma blusa preta. Uma calça Jeans surrada e sapatos pretos.

O mais novo usava um casaco laranja escuro, por cima de uma camisa marrom e trazia consigo uma mochila nas costas.

– Bobby vai ficar com vocês esses três meses. – falou o homem entregando a bolsa, que havia acabado de tirar do porta-malas, para o filho mais velho.

– Eu já sou adulto pai, não preciso de babá. Ainda mais uma cheirando a livros antigos. Eu quero ir com o senhor.

– Já conversamos sobre isso, Dean. Você ainda é muito jovem para arriscar a sua vida em uma caçada. Só eu sei o desespero que eu senti. – encarou o filho seriamente. – Não fique chateado. Eu sei que nem você e nem o Sam precisam de babá, mas eu vou me sentir melhor se vocês ficarem aqui. – John entregou outra bolsa para Sam. - Eu saberei que não estão correndo perigo.

– Tudo bem, pai. – disse o loiro e começou a seguir em direção a casa.

– Ei Dean! Já sabe o que conversamos.

– Proteger o Sammy. – respondeu o rapaz. – Eu nunca esqueci.

– Exatamente. – concluiu John e sorriu. Passou a mão nos cabelos do mais novo.

– Não gosto de ficar com o Bobby, ele nos obriga a ler. – falou Sam.

– Você gosta de ler, não gosta? – perguntou o pai.

– Não em grego antigo.

– Isso um dia pode ser útil. – John fechou o porta-malas enquanto respondia. Passou a mão no ombro do garoto e o forçou a seguir o irmão, que já estava na porta da casa. Bobby atendeu, abraçou os rapazes e acenou para John que já se precipitava para dentro do carro. Não demorou muito para que o caçador desse a volta e saísse rápido pelos portões.

– Que bom que chegaram, garotos. – falou o mais velho e pegou as bolsas dos rapazes, colocando-as em um canto qualquer da casa. Em seguida foi para o quintal. – Estamos tendo aula de latim.

– Estamos? – perguntou Dean. – Você e quem mais? – Assim que se calou, o rapaz viu uma jovem loira, andando de um lado a outro, com um livro de latim nas mãos e repetindo o que lia. Havia também um rapaz sentado na cadeira e debruçando na mesa, escrevendo alguma coisa.

Assim que a garota viu Bobby, começou a falar com ele. Estava curiosa para saber em que circunstância o latim era usado. O rapaz respondeu que era mais usado na igreja católica, como exorcismo, e pediu para que o velho caçador confirmasse se era verdade ou não. Bobby disse que sim e que eles estavam indo muito bem. Tudo isso em latim.

Ela voltou a sua atenção para o caderno em suas mãos e só reparou nos dois rapazes ao fundo, quando Sam esbarrou em Dean e levou um puxão. Eles ficaram tão espantados com o domínio da língua, por parte dos dois garotos que estavam no quintal, que nem perceberam a proximidade. Até esbarrarem um no outro.

– Meninos, estes são filhos de um amigo meu. – Bobby colocou os dois diante dos seus sobrinhos. – Este é o Sam e este é o Dean.

– Olá. – respondeu o loiro.

– Olá. – respondeu a garota ficando rubra imediatamente. Tinha vergonha de falar Latim com outras pessoas, que não fosse seu irmão e seu tio.

– Bem-vindos. – falou o rapaz de cabelos escuros. Aproximou-se dos Winchester e apertou a mão dos dois. – Eu sou o Ted e aquela é a minha irmãzinha, Sarah. – ele sorriu. – Somos sobrinhos do Bobby.

– Eu não sabia que você tinha sobrinhos, Bobby. – falou Dean.

– Tem muita coisa que não sabe sobre mim, garoto. – respondeu o homem.

– E acho que prefiro ficar sem saber. – respondeu Dean e sorriu. Olhou para os outros dois jovens à sua frente. - Vocês são caçadores também? – perguntou e Bobby deu uma puxada em sua camisa. O rapaz o encarou e o homem sussurrou a palavra "civil", sem que os sobrinhos percebessem.

– Caçadores? – perguntou Ted.

– É! Nosso pai está caçando ursos nas montanhas. – desconversou o mais velho dos meninos. – Por isso deixou a gente aqui com o Bobby.

– Isso é maldade. – disse Sarah. – Deixem os pobres coitados viverem em paz.

– É o que eu digo sempre. – mentiu o loiro.

– Garotos, tenho que terminar o jantar, mas está faltando algumas coisas para concluir. Ted, poderia dar um pulo lá no mercado para mim?

– Claro, tio. – falou o jovem e pegou os cadernos.

– Posso ir com você? – perguntou Dean.

– Claro. – respondeu e entrou na casa. Bobby e Dean foram atrás. Somente Sam e Sarah ficaram do lado de fora.

– Você fala Latim muito bem. – Sam elogiou a garota.

– Obrigada. – agradeceu ela, ficando mais vermelha do que antes, se é que aquilo era possível. – você fala também?

– Sim, Bobby me ensinou. – Sarah sorriu com a resposta e começou a guardar seus livros em sua mochila. – Ei, quer ver um lugar legal? Eu descobri no verão, quando vim para cá.

– Claro. – respondeu a jovem e colocou a sua mochila dentro de casa. – Vamos?

– Vamos. – respondeu o menino e os dois saíram correndo por um campo que dava acesso a uma floresta.

Dias atuais:

Sam seguia retirando alguns galhos baixos que insistiam em impedir a sua passagem até aquele celeiro abandonado. Ele e Sarah costumavam passar a tarde naquele lugar, nos meses em que ficaram na casa do Bobby.

Depois de muito esforço, chegou ao lugar. Sorriu ao pensar que naquela época ele parecia muito maior. Abriu as portas e tentou livrar-se um pouco da água que o ensopara. Jogou os cabelos molhados para trás e subiu pesadamente uma escada de madeira. Quando finalmente chegou a parte superior do celeiro, encontrou a mulher loira deitada no chão, apoiando a cabeça em uma saca de areia e olhando a chuva pela fresta da madeira.

– Sarah! – chamou o moreno e a mulher se virou. O encarou por um segundo e se sentou.

– Como soube que eu estava aqui? – perguntou seriamente. Não chorava naquele momento, mas era aparente a tristeza em seu rosto.

– Aqui era o lugar para onde a gente vinha quando estávamos tristes. – falou o homem terminando de subir as escadas. Aproximou-se da loira e sentou-se ao seu lado.

– Quem lhe disse que estou triste?

– A tempestade torrencial. – respondeu Sam e Sarah o encarou, sorrindo em seguida. Sentiu falta dele. Os dois ficaram encarando a parede à frente. Os indícios de que estiveram ali, ainda estava presente em papeis, anotações e enfeites. – Onze anos...

– Onze anos. – concluiu a jovem. – Tanta coisa mudou de lá para cá.

– Nós crescemos. – falou Sam.

– Não, você cresceu. – Sarah começou a rir. – Eu era maior que você.

– Pior que era mesmo. – O moreno sorriu com a jovem e depois ficou sério. – Não se preocupe com nada, Sarah. Não é uma coisa má você ser uma bruxa, vamos saber lidar com isso. Somos bons com desafios. – encarou a garota por um tempo até que ela se aproximou e o abraçou. – vai ficar tudo bem.

– Eu acredito em você. – respondeu ainda com a cabeça debruçada no ombro de Sam. Imediatamente a chuva parou.

...~...

Sam e Sarah chegaram na casa de Bobby gargalhando. O mais velho dos caçadores e o loiro estranharam. Há muito tempo Sam não gargalhava daquele jeito.

– Você caiu. – falou Sarah apontando para o moreno.

– Okay, pode expor a minha vergonha ao público. – respondeu sorrindo e analisando a calça Jeans completamente lambuzada de lama.

– Foi fofo, vai. Não precisa ficar com vergonha. – a loira limpou uma parte do rosto do rapaz que estava suja.

– Fofo? Eu dei um giro parecendo que estava dançando o lago dos cisnes. – Sarah gargalhou ainda mais, quase faltando o fôlego.

– E só não caiu de bunda, graças a mim. – falou ela.

– Antes ou depois de você escorregar também?

– Antes. – respondeu a loira.

– Vocês caíram nas poças de lama? – perguntou Dean sorrindo e se aproximando. Queria saber como foi.

– Não é de sua conta. – respondeu a mulher ficando séria. Dean respirou fundo e o sorriso sumiu de seu rosto.

– Filha... – falou Bobby como se pedisse que Sarah maneirasse.

– Eu não consigo, tio. – falou ela e sorriu para Sam. – Eu vou tomar um banho e volto para fazer o jantar para a gente.

– Está bem. – respondeu Sam e devolveu o sorriso. A mulher passou séria pelo loiro, pegou a mochila e subiu para o andar de cima.

– Isso está ficando cada vez pior. – Dean respirou de modo profundo. – Era divertido e desafiador quando eu não sabia quem ela era. Agora, o remorso não deixa eu me divertir com as provocações.

– Já tentou pedir desculpas? – falou Sam. – Quem sabe não amansa a fera?

– A fera vai me devorar antes que eu possa dizer alguma coisa.

– Eu sinto muito irmão. Se quiser, eu posso tentar falar com ela, para maneirar.

– Não, deixa que ela coloque a raiva para fora. Eu mereço. – falou Dean e bateu no ombro do irmão. – Vou aproveitar a idéia dela e tomar um banho também. Estou cansado da viagem.

– Usa o meu banheiro, Dean. – falou Bobby. O loiro balançou a cabeça afirmativamente, pegou a sua bolsa e subiu as escadas. – Está certo que o que aconteceu há onze anos foi grave, mas daí ela guardar essa magoa por todo esse tempo, é até prejudicial.

– Sarah tem suas razões, Bobby. Como o Dean disse, deixa que ela descarregue tudo o que tem para descarregar nele. – Sam sorriu sem vontade. – Quem sabe essa rincha acaba, não é?

– Se ainda conheço a minha sobrinha, ela vai morrer odiando o Dean. – Bobby tocou nas costas do moreno e seguiu para o andar de cima, atrás dos dois jovens. Sam se olhou por um tempo e finalmente se deu conta que os dois banheiros da casa estavam ocupados e ele continuava completamente melado de lama.

...~...

Sarah já estava na cozinha, cortando alguns legumes para fazer uma sopa quando Sam desceu as escadas. Como foi o último a tomar banho, resolveu se demorar mais, até porque tinha lama em todas as partes de seu corpo.

– Quer ajuda? – perguntou o rapaz.

– Não, eu estou bem, obrigada. – respondeu ela sorrindo.

– Sarah, eu posso falar seriamente com você?

– Você sabe que pode falar o que quiser comigo. – a loira voltou a cortar os legumes.

– Porque não perdoa o Dean? – perguntou ele e Sarah, sem querer, cortou o dedo com a faca.

– Droga Sammy, olha o que você fez? – disse colocando a mão embaixo da água corrente da torneira.

– Me deixa ver? – o moreno pegou o pano de prato. Sarah esticou a mão para ele que pressionou o corte, fazendo o sangue parar de correr. – Dá uma chance a ele.

– Eu já tentei. – falou séria, porém tentava sorrir. Era visível o esforço que ela fazia para colocar aquele sorriso ali. – mas eu não consigo.

– O que te impede?

– Eu fiquei em coma por seis meses, Sam. Por causa dele. Eu tive que fazer fisioterapia por mais outros seis meses porque eu não conseguia andar. Eu perdi momentos importantes com a minha família. Os últimos momentos deles, porque justamente no verão do outro ano, eles morreram. – Ela encarou o caçador. Os olhos se encheram de lágrimas, mas não chorou. Ela não era mulher de chorar. – Vai ser complicado perdoar a babaquice do Dean.

– Ele era um garoto, Sarah.

– Não, ele era um homem, Sammy. – respondeu e percebeu que Dean entrou na cozinha. – Eu e você éramos os garotos.

Sam percebendo que aquilo não levaria a lugar nenhum, assentiu com a cabeça e liberou a mão da mulher. O sangue havia estancado e ela voltou a cortar as verduras.

Sam sussurrou um "me desculpe" para Dean que nada disse, apenas abaixou a cabeça ao pegar uma garrafa de cerveja na geladeira.


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Notas finais do capítulo

É isso gente linda!
Inté o próximo (quando eu não sei, isso vai depender da minha cabeça...rsrsrs)

Beijinhos ternos de suas Deangirls...
Flávia Rolim e Karol.