Disturbia escrita por Flávia Rolim, Ana


Capítulo 10
X - Em Busca de um Contrafeitiço


Notas iniciais do capítulo

Olá amores!!
Como estão vocês?? Eu estou aqui, no tédio de domingo, assistindo "João e Maria - Caçadores de Bruxas" e escrevendo uma história sobre bruxas... kkkkkkkkkkkkkkkkkk... que coisa, não? Enfim, espero que gostem do novo capítulo (ficou maior do que eu esperava... sorry)...

Gente, vocês não imaginam a felicidade que eu fiquei ao ver uma recomendação na minha história. Meu coração quase saiu do peito. Minha cunhada estava aqui em minha casa quando eu vi e eu falei para ela que tinha recebido uma recomendação linda e ela olhou para mim e perguntou: "Você está chorando?"... é, eu chorei!

Acklesdede2014.... obrigadaaaaaaaaaaaaaaaaaaaaaaaaaaaa pela maravilhosa recomendação, sua linda!!! Amei mesmo, de todo o coração. Chorei parecendo um bebê, é sério. Eu sou uma manteiga derretida... u.u.. Obrigada mesmo viu? Você é demais... Não sabe como é bom saber o quanto gosta da nossa histórinha (tá, eu estou chorando agora... :'D).. uma vez mais, obrigada!!!

Então meu povo, vamos ao nosso enorme capítulo...

Observação: Gente, no gif é o Dean (Jensen novinho) e a atriz que escolhi para ser a Monique (Grace Phipps)... A Yvonne é a atriz Mädchen Amick, linda e morena... adooorooo!



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Depois de cerca de mais de doze horas de pesquisas, os ânimos das quatro pessoas estavam começando a piorar. Sam e Sarah ainda continuavam pesquisando incessantemente, porem Dean já havia desistido da busca uma hora antes. Estava sentado no sofá, apreciando uma grade de cerveja que Sarah havia comprado no dia anterior.

– Isso é o líquido dos deuses. – ele deu um gole e olhou o rotulo da cerveja. – Você é boa em comprar cerveja.

– Obrigada, mas se importa de parar de beber e começar a ler? – perguntou a jovem.

– É, eu me importo. – respondeu Dean e Sarah revirou os olhos. Ele estava mais parecido com o Dean de antigamente.

Foi nesse momento que Bobby retornou para a biblioteca. Ele estava falando ao telefone com alguns amigos, tentando encontrar alguém que pudesse ajudá-lo, mas sem dizer a eles que a sua sobrinha, que até o momento acreditavam estar morta, havia lançado o feitiço em Dean.

– Eu acabei de falar com Charlie e ele me disse que existe um grupo de bruxas em Ashton, Iowa. Elas são bruxas brancas, ou seja, Wiccas. – Bobby colocou o telefone na base e então se virou para os três jovens. – Ele disse que talvez, essas bruxas possam ajudar com esse feitiço.

– Nós já seguimos um feitiço poderoso que encontramos nos livros e ele continua assim.- Sarah apontou para Dean e ele lhe ergueu a garrafa de cerveja. – Quem garante que elas vão realmente ajudar?

– Não custa nada tentar. – falou Sam e deixou o livro em cima da mesa. – É melhor a gente sair logo. Daqui para Ashton são dezessete horas e o Dean não pode dormir.

– Eu estou sem sono. – falou o loiro.

– Mas pela quantidade de cerveja que você tomou, não vai permanecer assim. – falou Sarah e deu uma tapa na nuca do rapaz.

– Isso doeu. – gritou ele.

– Se fosse para não doer, eu lhe beijaria. Idiota. – concluiu a mulher. Pegou a bolsa, puxou Dean pelo braço e os três jovens seguiram na direção do impala. Bobby passou o endereço do lugar para Sarah e disse que logo os alcançariam. Já que tinha que pegar alguns livros e alguns ingredientes para que Sarah estivesse munida de tudo o que fosse usar, mesmo que ele não tivesse a mínima idéia do que ela poderia precisar.

Sam seria o motorista da vez, mesmo tendo Dean brigando feio porque dizia que ninguém poderia pegar em seu baby sem a sua autorização. Sarah lançou um olhar ameaçador na direção do loiro que se encolheu no banco de trás do impala.

E assim eles seguiram pela velha estrada entre as carcaças de carros e pegaram a rua que dava acesso a avenida principal. Deixando ferro velho de Salvation para trás.

...~...

Depois de seis horas de viagem, ou seja, lá pelas quatro da manhã, Sarah não conseguia mais manter seus olhos nos livros, que levou consigo, e acabou dormindo enquanto lia. Sam também estava com muito sono, não o suficiente para dormir ao volante, mas o bastante para fazer a mente dele se afastar do foco principal que era manter seu irmão acordado.

Ele só percebeu que esteve desatento quando a arma de Dean pousou em sua nuca e o loiro engatilhou.

– Pare o carro, imediatamente. – falou ele e Sam o olhou pelo retrovisor. Não era mais o Dean de vinte e seis ou o de trinta, era um mais jovem e pelas contas do feitiço, tinha agora vinte e dois anos.

– Tudo bem, Dean. – falou Sam e Sarah se mexeu na cadeira.

– Saia do carro, agora. – falou o jovem e Sam obedeceu. – dê à volta e acorde a garota. – O moreno encarou o irmão e obedeceu.

– Sarah, acorde. – falou Sam e passou a mão no rosto da mulher. – Ei, Dean dormiu.

– Você o deixou dormir? – falou ela e encarou o loiro que apontava a arma para ela e para o irmão dele, pelo retrovisor.

– Sem movimentos bruscos, gatinha. – falou Dean e Sarah saiu do carro com as mãos para cima. Sam também ergueu as mãos. – Venham para cá. – continuou o rapaz a falar e os outros dois não tiveram opção a não ser fazer o que ele mandava. – Certo, eu estou disposto a ouvi-los antes de atirar. Agora, quem são vocês e porque estão usando o carro do meu pai?

– Dean, eu sou o Sam. – falou o moreno e o jovem sorriu.

– Você está de brincadeira comigo? Sammy tem dezoito anos, nem pêlo no rosto começou a nascer. – falou o loiro e Sam lançou um olhar para Sarah que sorriu discretamente. – Você tem até costeletas.

– Okay! Escuta bem, Dean, porque estamos perdendo tempo conversando aqui. – falou o moreno. – Você foi enfeitiçado por uma bruxa poderosa e estamos indo descobrir uma forma de te trazer de volta.

– Obrigada pelo “poderosa”. – sussurrou Sarah e ficou vermelha de vergonha.

– Eu me sinto ótimo.

– Mas não está. – Falou Sarah.

– E quem é essa daí?

– Essa é a Sarah Singer.

– Sarah Singer? – Dean já havia relaxado com relação aos outros dois, mas ao ouvir aquele nome, ele voltou a apontar a arma firmemente. – Ela está morta.

– Não, eu estou bem viva. – Sarah passou na frente de Sam e começou a dar passos na direção de Dean.

– Para trás ou juro que atiro.

– Droga! Atira então, Dean. – gritou Sarah.

– Sarah, não. – falou Sam e o loiro disparou. Sarah parou a bala ainda no ar e com um aceno de mão, tirou a arma da mão de Dean e a fez voar até Sam. – Eu sou a bruxa que lhe enfeitiçou e estamos tentando fazê-lo voltar ao normal.

– Normal? Que feitiço foi que você lançou em mim?

– Você rejuvenesce quatro anos cada vez que dorme.

– Okay, então quanto anos eu tenho, na realidade?

– Trinta. – respondeu Sam.

– Vocês querem realmente que eu acredite nisso? – falou o loiro e nesse momento, um carro velho e bastante barulhento se aproximou deles. Parou há alguns metros de distancia e um homem saiu.

– O que diabos vocês ainda estão fazendo aqui? – perguntou Bobby. Só então percebeu Dean mais a frente na estrada. – Idiotas! Vocês o deixaram dormir?

– Bobby? – perguntou Dean.

– Ei garoto. – falou o homem. – O que está havendo aqui?

– Eles estão dizendo que são o Sammy e a sua sobrinha morta.

– E são mesmo. – respondeu Bobby. – e a Sarah está bem viva. – o mais velho tocou no ombro do jovem de vinte e dois anos. – Eles devem ter te contado sobre o feitiço.

– Então é verdade. – falou Dean e se aproximou de Sam que sorriu. – Se eu tenho trinta, você tem vinte e seis. – ele sorriu. – E se eu estou rejuvenescendo quatro anos, isso significa que eu sou o irmão mais novo agora.

– Ai meu Deus. – falou Sarah cansada de tentar entender o que se passava na cabeça do rapaz. Ela resolveu então, voltar ao impala. – dá para vocês entrarem logo, ainda faltam onze horas até Ashton.

– Sarah tem razão. – falou Bobby e voltou para o seu carro. Dean e Sam entraram no impala e a viagem prosseguiu, tendo um Dean hiper curioso querendo saber o que aconteceu com ele nesses oito anos que perdeu.

...~...

A placa que dizia “Bem vindo a Ashton” havia acabado de ficar para trás e a cidade já começava a se impor enquanto o impala seguia firme na estrada, sendo seguido pela minivan de Bobby. Dean não parava de falar e Sam e Sarah apenas queriam dormir por horas a fio. Os mais velhos estavam com duas bolsas enormes embaixo dos olhos.

– Minha nossa. – falou o loiro. – Então quer dizer que já morri e fui para o inferno?

– É! – concluiu Sarah. – Castiel te tirou de lá.

– Castiel, eu gostei desse nome. – falou Dean. – Então, não o bastante, conseguimos impedir o apocalipse?

– É bem por ai, Dean. – falou o moreno e virou em uma esquina, direto no endereço que Bobby dissera. – Chegamos.

– Graças a Deus. – falou Sarah.

Os três jovens saíram do carro e Bobby chegou segundos depois. Sarah respirou fundo e seguiu até a porta, tocou a campainha e aguardou. Uma jovem menina de cabelos cumpridos e negros atendeu a porta.

– Olá. – falou Bobby tomando a frente do grupo. – Eu me chamo Bobby Singer e um amigo nos mandou aqui a procura de Yvonne.

– Mãe, tem umas pessoas procurando pela senhora. – falou a menina. Dean a observava sorridente, o que fez a menina ficar mais vermelha do que um tomate. A mulher se aproximou e tomou o lugar da mais nova. Olhou Sarah de cima a baixo.

– Podem entrar, Charlie me avisou que vocês viriam. – falou ela dando espaço para que todos entrassem. – Eu me chamo Yvonne e minha casa é a sua casa. – Um a um foi entrando no lugar.

– Eu sou Bobby Singer, esses são Sam e Dean Winchester e essa é a minha sobrinha, Sarah. – falou o mais velho ali e a mulher segurou na mão da loira.

– É uma honra conhecê-la. – Ela abaixou a cabeça em sinal de respeito e Sarah ficou completamente sem reação. - Eu nunca pensei que a receberia em minha casa algum dia. Finalmente conheci a bruxa de Endor.

– Como sabe o que ela é? – falou Sam desconfiado.

– Em nosso mundo, a Bruxa de Endor é uma figura extremamente importante e quase inconfundível. – respondeu ela. – Eu consigo ver aura dessa jovem e medir o tamanho do poder que emana dela. – Yvonne tocou nos cabelos de Sarah. – Só a bruxa mais forte de todos os tempos, é capaz de emanar uma energia tão forte e tão dominadora quanto esta que eu estou sentindo.

– Obrigada, eu acho. – respondeu Sarah forçando um sorriso. – mas eu não sou tão forte.

– Ainda não é porque não tem treino, mas garanto que em um ou dois anos, ninguém poderá lhe deter.

– Okay, isso me deixou assustada.

– Yvonne, o motivo pelo qual estamos aqui, Charlie lhe contou? – perguntou Bobby.

– Sim, o jovem que foi enfeitiçado. – falou ela se aproximando de Dean e segurando em seu rosto. Olhou as orelhas, os olhos e pediu para que Dean abrisse a boca e mostrasse a língua. – O feitiço de regressão. – Ela olhou para Sarah. – é a sua assinatura, não é?

– É, mas foi sem querer.

– Muitos dos nossos feitiços, á principio, são sem querer e quase sempre eles são fatais. – Ela sorriu e Sarah arregalou os olhos. – Ainda bem que lançaste o feitiço de regressão, pior seria se tivesse lançado o de explosão. – ela largou Dean e se virou para a loira. – Eu fiz isso com um namorado, um pouco antes de descobrir que eu era uma bruxa. Tivemos uma discussão séria e eu desejei que ele explodisse... – ela fez uma pausa dramática. -... E assim aconteceu. Ele explodiu. – Ela fez um gesto como se pedisse para que os quatro a seguisse e os levou até uma sala onde havia dois sofás. Ela apontou um e eles se sentaram. – Você tem que entender Sarah que o que para os outros é inofensivo falar, para você, basta apenas estar um pouco fora do seu humor comum, para se tornar uma arma letal. A bruxaria é uma coisa muito séria e o bruxo, é uma figura extremamente poderosa, sendo assim, tenha muito cuidado com o que você deseja. Seja esse desejo feito em sua mente ou proferido de sua boca. – Ela se levantou e deu uma volta entorno do sofá onde a jovem estava. - Pense muito bem antes de falar e não deixe ser guiada pelos sentimentos. A razão é o seu guia. Nunca se esqueça disso.

– Obrigada pelo conselho. – falou Sarah.

– Enfim, você saberia uma forma de reverter isso? – perguntou Sam e a mulher se aproximou dele.

– Infelizmente não. – falou ela. – somente a bruxa que conjurou o feitiço é capaz de desfazê-lo.

– Mas como eu posso desfazer o feitiço se eu não tenho a mínima idéia do que fazer?

– É para isso que vocês estão aqui, não é? – perguntou Yvonne e puxou Sarah pela mão. A colocando de pé. – Vamos pesquisar no grimório, algum feitiço que possa retardar ou anular esse que foi lançado anteriormente. – ela começou a conduzir Sarah para outra sala. – Monique, veja o que os nossos convidados desejam e instalem-nos nos quartos de hospedes. Tenho a ligeira impressão de que isso vai demorar muito.

...~...

Já havia se passado cerca de nove horas e Sarah estava sentada em uma área reservada, na biblioteca da casa de Yvonne e Monique. O enorme grimório estava aberto em cima da mesa e Sarah nem havia chegado próximo da metade, mas continuava lendo. Estava exausta, cansada a extremo, mas não desistiria até descobrir uma forma de trazer o Dean de volta.

Estava distraída começando a ler um feitiço de transfiguração, quando Sam entrou na sala.

– Novidade? – falou ele.

– Nada até o momento. – falou ela e olhou para o moreno.

– Meu Deus, Sarah você precisa dormir. – falou ele tocando no rosto da jovem.

– Eu descobri um feitiço que nos impede de ter sono, mas não consegue camuflar a aparência, ou seja, não estou com sono, mas meu corpo e minhas olheiras dizem que eu estou.

– Seria então uma boa lançar esse feitiço no Dean. – falou Sam. – Assim evitaria que ele dormisse.

– Infelizmente só funciona nos bruxos, porque exige a utilização da magia como ponto de apoio.

– É uma pena. – falou o rapaz.

– Droga, Sammy. – falou Sarah e encarou o rapaz. – olha só para isso. Olha só o tanto que eu ainda vou ter que ler. Dean não vai aguentar ficar acordado por mais tempo. Ele já esta acordado há vinte horas, ele vai precisar dormir, eventualmente. – Ela tocou na mão de Sam. – E você também precisa dormir. Está assim desde quando descobrimos sobre esse feitiço.

– Sarah, Dean é o meu irmão e eu não posso simplesmente dormir enquanto isso tudo não acabar.

– Você não é um robô, Samuel! Se você ficar doente por privação de sono, eu nem sei o que faria. – a jovem ficou chateada com o rapaz e só relaxou quando Sam lhe acariciou o rosto.

– Eu vou ficar bem. – falou ele.

– Não. – Sarah se aproximou de Sam e o encarou nos olhos. As pupilas da garota dilataram e automaticamente as do moreno também. – Você vai subir, vai se deitar e vai dormir até quando o seu corpo estiver completamente descansado.

– Eu vou subir, vou me deitar e vou dormir até o meu corpo estar completamente descansado. – falou o rapaz e Sarah piscou. Levou a suas vistas até o livro e Sam balançou a cabeça, bocejando. – É, acho que você tem razão. Eu vou dormir um pouco.

– Ótima ideia. – falou a jovem sorrindo.

– Qualquer coisa, me chama. – falou ele e deu um beijo na bochecha de Sarah.

– Pode deixar. – falou ela sorrindo. Sam deixou a sala e Sarah virou a folha do livro, colocando na pagina anterior onde se dizia “hipnotismo”. – Obrigada, grimório.

...~...

Dean estava lendo um livro que Bobby havia entregado a ele e de seu campo de visão periférico, dava para ver perfeitamente onde Sarah estava e onde há pouco Sam conversava com a garota. Ele não sabia o porquê, mas ficou tão chateado com aquela cena que simplesmente não conseguiu mais se concentrar no livro.

– Está tudo bem? – perguntou Monique se aproximando. – Sua aura está preta e não é por causa do feitiço.

– Eu não sei o que está acontecendo comigo. – falou o rapaz. – Meu irmão, o Sam, disse que eu estou rejuvenescendo toda vez que eu durmo, mas eu não me sinto jovem, na verdade, eu nem sei o que sinto.

– Eu acho que toda essa cor negra ao seu redor, tem a ver com aquela garota. – falou ela e olhou para Sarah que permanecia compenetrada no livro. – Ela é a sua namorada?

– Eu não sei. Não me lembro de nada. – falou Dean. – Só lembro-me da minha vida até agora.

– Qual é a sua idade? A verdadeira.

– Segundo Sam, trinta anos. – respondeu o loiro. – mas na aparência, tenho vinte e dois.

– Sabe, eu consigo ver um pouco de ciúmes em você e ao mesmo tempo, raiva.

– É só que eu não sei por que, mas ela desperta isso em mim.

– Porque você não vai lá falar com ela?

– Falar o que? Que eu sinto raiva quando ela está com o meu irmão?

– Vai descobrir se ela é realmente sua namorada ou não. – falou Monique. – quem sabe isso não ajuda com essa idéia de ciúmes?

– E se ela não for? – perguntou o loiro.

– Ai você me procura no meu quarto. – falou ela e se levantou. Piscou para o rapaz e subiu as escadas. Dean respirou fundo e seguiu até onde Sarah estava.

– Oi. – falou ele.

– Oi, Dean. – respondeu ela sem tirar a atenção do livro.

– Você está bem? – perguntou ele e Sarah o encarou. – Parece muito cansada.

– E eu estou, mas eu vou ficar bem. – ela sorriu. – E você, como anda com o sono?

– Eu não vou mentir para você. – Dean puxou uma cadeira e sentou-se. – Já tomei duas jarras de café e dois comprimidos para impedir que eu durma, mas estou levando numa boa.

– Desculpa por isso.

– Não se preocupe. – respondeu o loiro. – Eu só não consegui entender o porquê de você me enfeitiçar.

– Foi sem querer. – respondeu Sarah. – A gente tava discutindo e eu falei sem pensar. Também eu não sabia que eu tinha tanto poder assim.

– Discutindo por quê?

– Longa história.

– Eu gosto de histórias longas. – falou ele e puxou a cadeira para mais perto da jovem.

– O Sam estava me treinando e você, como sempre, enchendo minha paciência. – falou ela e sorriu. – Eu lhe desafiei para uma luta e... – antes que pudesse terminar, Dean a beijou. Segurou a jovem pelo pescoço e a beijou com bastante vontade. Sarah o empurrou. – Não faça isso, nunca.

– Desculpa, eu pensei que você fosse minha namorada.

– Sua namorada? – ela se levantou e pegou o grimório. – Eu jamais seria sua namorada, Dean e você sabe o por que.

– Ainda o que aconteceu há três anos? – falou ele sem se dar conta de que já havia se passado onze anos, mas para ele ainda era algo recente. – Me desculpe. Eu achei que pelo fato de você está tão preocupada em desfazer isso, havia me perdoado.

– Eu só quero desfazer isso porque eu não quero que o Sam fiquei chateado comigo, em saber que eu fui a responsável por matar o irmão dele. – falou ela rapidamente. Só ai se deu conta do que acabara de dizer e tentou consertar o que dissera. – E o meu tio também. Ele não me perdoaria.

– Sammy, não é? – falou ele passou a mão no cabelo. Deu uma tapa em um arranjo que estava em cima da mesa e encarou novamente a jovem. – Sendo assim, não se preocupe em tentar me salvar. – Ele deu as costas para Sarah e saiu da sala rapidamente. Sarah colocou o grimório novamente em cima da mesa e se abaixou para recolher o arranjo que havia se chocado contra a parede e se quebrado em vários pedaços.

Reficere. – falou ela em latim, a palavra que significa “reparação”. Imediatamente os cacos começaram a se unir e o arranjo estava inteiro outra vez.

...~...

Sarah voltou a ler o grimório e já havia quase chegado ao meio do livro quando Yvonne apareceu na sala, ao lado de Bobby.

– Achamos. – falou a mulher e sorriu.

– Graças a Deus. – falou Sarah e se levantou. Correu até onde a mulher estava e pegou o papiro de sua mão.

– É um feitiço bem simples e não requer muita experiência. – falou ela. – Basta ler o que está ai, na presença de Dean e ele vai voltar a ser o que era.

– Tem certeza disso, Yvonne? Quero dizer, nós já tentamos outro feitiço e não deu certo.

– Sarah, entenda uma coisa, feitiços tem as suas restrições. Bobby me mostrou qual havia sido o feitiço e ele funciona, mas a pessoa enfeitiçada, não poderia ter sido afetada.

– Não entendi.

– Ele não poderia ter dormido, antes de você usar aquele feitiço nele. – ela falou e respirou fundo. – Da mesma forma que esse feitiço só funciona se ele não tiver dormido a terceira vez.

– Por falar em Dean, onde ele está? – perguntou Bobby. – E Sam?

– Eu mandei o Sam dormir um pouco e o Dean, eu não sei onde ele está. – respondeu Sarah. – Nós discutimos e ele saiu daqui. Faz duas horas que não o vejo. – Bobby encarou a sobrinha seriamente e subiu as escadas chamando o loiro. Abriu a porta do quarto onde ele havia sido posto e nem sinal dele. Seguiu até o quarto de Sam e apenas havia o moreno dormindo tal qual uma criança.

– Dean! – gritou Bobby no corredor e a porta do quarto de Monique se abriu.

– Que gritaria é essa? – falou a menina.

– Você viu o Dean, Monique? – perguntou Yvonne e a jovem balançou a cabeça afirmativamente. Saiu da frente da porta e deu espaço para que os outros vissem o loiro deitado na cama dela. Dormindo.

Sarah se irou de tal forma que empurrou Monique para um lado e entrou no quarto furiosa. Acordou Dean na base da tapa.

– Você é um filho da mãe, desgraçado. – ela gritava e batia em Dean que segurou os punhos dela.

– Você está louca? Eu nem te conheço. – falou ele seriamente. Usava apenas uma cueca Box e tinha o tronco descoberto.

– Todo mundo tentando salvar a sua vida e você... ai que ódio de você. – gritou ela e se afastou. – Eu me lancei um feitiço de sono para que eu pudesse continuar pesquisando uma forma de te trazer de volta e, no entanto, você nem se preocupa. – ela respirou fundo. – Para mim chega, Dean. Eu não me importo mais com você e não vou mais me esforçar para te trazer de volta.

– Sarah... – falou Bobby. Sam se aproximou segundo depois, estava ainda sonolento, mas não conseguiu mais permanecer na cama. Desde o dia em que voltou a estrada com o irmão, bastava duas ou três horas de sono para deixá-lo novo em folha.

– Não tio! – falou ela. – Para mim já deu. – Sarah passou pelas pessoas em pé na porta, se desvencilhou de Sam, que tentou segurá-la e desceu as escadas correndo. Pegou o casaco, colocou nas costas e deixou a casa, imediatamente. Precisava andar um pouco, para esfriar a cabeça.

– Você só faz besteira, não é Dean? – falou Sam e seguiu atrás da jovem.

– Alguém dá para explicar o que aconteceu? – falou o Dean de dezoito anos, sentado na cama de Monique.

– É uma longa história, mas saiba apenas que você estragou a única chance de consertar as coisas. – falou Bobby. – Levante-se, temos que continuar pesquisando uma forma de te manter vivo.

...~...

Sam seguia pelas ruas da cidade em busca de Sarah. Não poderia deixar a jovem andar sozinha, as duas horas da manhã. Mesmo que ela tivesse poder suficiente para fazer alguém explodir, se tentasse alguma coisa contra ela. Chegou ao parque e a encontrou, sentada em um banco de frente para o lago.

– Ei garota, eu posso te fazer companhia, nessa noite fria e assustadora? – falou ele e a mulher o encarou. Ela estava triste e chateada, mas não chorava.

– Claro que pode, sabe disso. – respondeu ela e sorriu. Sam sentou-se ao lado dela. Tirou o casaco das costas e depositou no ombro da loira. – Obrigada, gentil cavalheiro.

– Devemos manter as damas aquecidas. – falou ele. – Eu aprendi assim.

– Aprendeu certo. – ela respondeu e sorriu.

– Não fique chateada com o Dean, Sarah.

– Não fale nele. – reclamou a mulher e encarou o rapaz. Fazendo o sorriso se desfazer. – eu não quero me aborrecer com você.

– Eu posso então fazer a minha mágica, para fazê-la sorrir? – perguntou o moreno.

– Claro que pode. – falou ela e sorriu. – Eu já fico feliz pelo simples fato de você estar perto. – Sam também sorriu e ergueu a mão direita, colocando uma mecha de cabelo de Sarah atrás da orelha. Deslizou a mão até o pescoço dela e se aproximou, beijando-a em seguida. Sarah fechou os olhos automaticamente ao sentir como se uma corrente elétrica passasse pelo seu corpo. Sam beijava a garota diferente da forma com que Dean a beijava. O loiro tinha algo mais rude, como se aquilo fosse extremamente necessário. Já com o moreno, era doce, gentil, amoroso. Sam mordeu-lhe o lábio inferior e ela não conseguiu prender um gemido. Ele a pressionou mais contra seu lábios até que ela se afastou. – Não. Não você.

– Me desculpe Sarah, eu não sei o que deu em mim. – falou ele. Um segundo depois, quatro homens apareceram ao redor do casal, sem que eles percebessem. Quando Sam viu o primeiro, reparou nos olhos negros dele, mas nem sequer teve a chance de avisar para Sarah sobre o demônio, porque um deles lhe deu um murro forte no rosto, que o derrubou na hora.

– Olá docinho. – falou o demônio de olhos azuis.

– Derek. – falou a jovem antes que também levasse um murro e desmaiasse.


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Notas finais do capítulo

É isso, lindos de eu!!!
Inté a próxima...

Flávia Rolim e Karol.



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