Hobgoblins - O Esquadrão Doze e 1/4. escrita por Maxine Evelin


Capítulo 5
Tomo Um - V


Notas iniciais do capítulo

E a história volta para o Grande Tora em sua ação no Bar.
Se gostou, por favor, deixe seu review.

Seria ótimo para saber sua opinião sobre o conto.
Obrigado :)



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5-
Era uma completa bagunça, uma cacofonia anárquica que parecia que nunca chegaria a um fim. Pessoas de todas as etinias e raças brotavam de todos os cantos para encontrar os punhos de Tora. Um suor pesaado escorria de sua testa acinzentada, sua respiração profunda demonstrava indícios de um cansaço prematuro. Mas mesmo assim mantinha o mesmo sorriso no rosto de quem iniciou todo aquele caos ali.

Na verdade momento é tão caotico e bagunçado que é melhor começar a descreve-lo do começo. Senão iremos perder a melhor parte.

– É Peleja! - Gritou alguém no bar, que na verdade era a voz característica de Risca-Faísca, um notório brigão e reincidente das masmorras de Dell. Conhecido pelo seu temperamento de pavio curto e sempre aceso.

Foi quase de imediato que o acordo de paz foi quebrado*, um pequeno anão virou-se e aproveitando da situação, vendo seu colega ser arremessado pela janela igual um projétil balístico, socou o rosto do rosto de um homem que tomava sua cerveja alheio da situação que acontecia.

*Existe um certo acordo em bares e estalagens Riven-Dellianas, onde a paz reina e todas as diferenças são colocadas de lado, exceto que ela é medida pelo tanto de tédio e o quanto de bebida as pessoas possuem em seus organismos. O que geralmente é muito.


– Porque você fez isso? - Disse o homem inocentemente, olhando para sua armadura de couro agora molhada de cerveja desamanteigada.

– Ahn... Porque tem uma briga acontecendo? - Disse o anão - E... Como estamos no meio dela, bem, temos que brigar, certo?

– Ah! Disseram Peleja?! - Perguntou o homem vendo um Bugbear encarando um guerreiro que brandia sua espada bastarda como um troféu. Alguns homens começando a brandir suas armas e assumirem suas poses de batalha.

– S-sim. Disseram. - Respondeu o anão atônito com a atitude calma do homem.

– Oh! Me desculpe. Eu não ouvi. Me perdoe. - respondeu o Homem da armadura de couro com um tom piedoso.

– Ahn... Não tem probl... - Foi a última coisa que o anão se lembra antes de receber uma porretada na cabeça vinda do homem a sua frente.

Do outro lado do salão, Tora rugia, uma fúria contida por todas aquelas palavras que pareciam amarrar seu instinto e prende-lo a um cadeado forte da racionalidade. Mas mesmo estando naquele momento pronto para brigar, aquele Tora que estava começando uma briga, era apenas uma sombra do que era o antigo Tora.


O antigo Tora já teria se atirado ao oponente, guiado por uma fúria cega e violenta. O Tora de agora aguardava, por algum motivo observava as feições das pessoas ao seu redor, observava seu espanto, seus temores por sua figura gigantesca e principalmente a latente antecipação das pessoas que estavam naquele ambiente, como se esperassem para que aquele momento ocorresse. Esperando por um Tora que libertasse seus brigãos interiores.

Observou mais atentamente o guerreiro que brandia sua espada como um brinquedo do que uma arma, suas poucas vestimentas do povo Bárbaro do Noroeste davam destaque a suas cicatrizes de batalha. Era como ver um general ostentando suas medalhas, enquanto não lembrava mais como usar uma espada. Tora agiu rápido e preciso para um Bugbear, pegando o guerreiro desprevenido em suas duas mãos, girou o corpo da esquerda para a direita, levantando os braços gigantescos e grossos como troncos de árvore e desceu-os batendo o guerreiro contra a mesa.
Tora sorriu por um momento pensando no momento em que bolou essa pequena estratégia e quando voltou a si, três Elfos das Planícies* estocavam suas panturrilhas com espadas finas de quebrar malhas.

*Pelo fato de viverem mais perto de cidades e fazendas, são mais conhecidos como Elfos do Capim, por serem marginalizados pelos outros Elfos que moram em florestas. E pelo fato de serem meio ruminantes, enquanto se alimentam, mas isso não vem ao caso.


Tora pegou as duas metades da mesa que partira ao bater o guerreiro bárbaro e puxou os braços para trás como se desse uma larga remada. Levou com a mesa os elfos, junto a outras pessoas que brigavam suas lutas pessoais mano-a-mano. Todas elas jogadas com força para trás e empurradas na multidão.

Existe uma regra nas brigas de Bar Dellianas que Tora não estava muito bem ciente de sua existência. A primeira era do tamanho, quanto maior a pessoa, mais fácil de virar um alvo dentro de um bar. A segunda era nunca interromper o mano-a-mano de alguém, espere sua vez da porrada. A Terceira e última era quebre essas duas e você é o alvo da noite.

Bem, essa Tora aprendeu na marra.

Pessoas de todas as etnias e raças, brotavam de todos cantos. De repente Tora tornou-se o centro das atenções, sua resistência e habilidade logo demonstrava ser uma característica que fazia as pessoas interessadas em tentar derrotar o gigante cinzento.*

* Ou ganhar uma fratura para evitar ter que trabalhar no dia seguinte, aí você escolhe o que deve ser mais importante.


Seus punhos já estavam sangrando, longas fissuras e cortes espalhavam-se sobre a pele grossa. Uma pilha de pessoas estavam espalhados ao redor de seu corpo grande, algumas pessoas se entreolhavam desistindo de seguir em frente, algumas pessoas faziam as contas e saíam dali correndo, o barman antes sentado calmamente tomando seu drinque, agora parecia um boneco de cera, branco e imóvel.


Deveria ter mais de sessenta pessoas caídas ali, era a cena mais fantástica que havia presenciado até então.*

*Fora o dia do nascimento de sua filha, aquilo também foi fantástico.

Tora respirou fundo, sentindo o suor escorrendo pelo corpo como uma torrente, os inúmeros ferimentos queimavam em brasa, ácido lático formava em seus músculos titânicos. Apoiou-se no que restava de um pilar de sustentação da plataforma do segundo andar.*

* Que foi uma das primeiras coisas a cair quando Tora arrancou dois pilares para tacar na multidão que o cercava. É, doeu. E muito.

– Mas que bagunça! Foi você o responsável? - Disse uma figura encapuzada que chegava ao bar e pisava nas pessoas empilhadas.

Tora desencostou do restante do pilar. Suspirou, deixando um vapor quente sair de sua boca como um bufar de touro, e, com sua mente ainda imersa em adrenalina, saltou para frente esticando os punhos em um soco duplicado.

A figura encapuzada pareceu sorrir e apoiando-se na bainha de sua espada, em um movimento reativo rápido, deu um impulso contra o sentido do golpe do Bugbear. Saltou para cima, usando a bainha como plataforma e dando um rodopio no ar, aterrissou no antebraço do gigante, girou o pé esquerdo fixando o salto na carne do gigante e desferiu um chute com o peito do pé na tempora de Tora.

Uma onda de choque espalhou-se pelo rosto de Tora, uma energia cinética que fazia seu rosto atordoar na hora, a figura pequena gritava, e naquele instante a racionalidade de Tora parecia voltar com uma sensação horrenda de medo. A pessoa voltou a chutar, seu pé estalando mais alto, em um baque mais violentos.*

*Francis Pélvis, era um ladrão de segunda, e naquele dia estava fadado a roubar um bar e aproveitando a algazarra que um Bugbear havia feito, resolveu escalar as paredes para roubar algo dos andares acima. Ele parou para assistir a luta entre o encapuzado e o Bugbear e ao ver a violência do chute, desmaiou. Mais tarde ao acordar num beco, percebeu que tinha sido assaltado. Hoje virou pescador. Riven-Dell é um lugar de redenção também, embora tenha cheiro de mofo e geralmente custe algumas moedas para isso.

No terceiro chute Tora sentiu as pernas cederem, seu corpo inclinou e tombou contra o balcão do bar. A figura saltou e devagar pegou sua bainha, abaixou o capuz e soltou os cabelos loiros e longos da fita que os prendiam.

– Você está preso, pela Guarda Riven-Delliana e em nome da Matriarca. Tudo que você disser não vai mudar minha opinião sobre o que acho disso tudo. E minha opinião é a que conta Bugbear! - Disse a figura que virava e apontava sua rapieira em direção ao gigante.

Tora já tinha visto aquela pessoa antes, e as palavras em sua mente gritavam histéricas o seu nome. Tenente Amell Dente-de-Leão *

* É mais um titulo do que um sobrenome em si. Seu cabelo é de uma tonalidade amarelada forte e seu perfume é o mesmo da flor. Mesmo assim, Riven-dellianos ainda imaginam que ela tenha presas fortes como o felino.

A mulher sorriu, mostrando arcada branca e saudável, seus olhos azuis eram profundos, que pareciam tragar sua alma para dentro deles. Sardas leves espalhavam-se pelo seu rosto arredondado. Impossível imaginar um rosto daquele capaz de fazer tal ato brutal. Era quase como ver um anjo de batalha, mas sem asas.*

*O que as vezes acontece, quando se brinca com armas.

Tora sentiu o corpo estremecer e voltando a raciocinar, observou a bagunça que tinha feito e um arrependimento tomou conta de si. Abaixou a cabeça e disse em um tom de pesaroso

– Me desculpe, eu me rendo, pode me prender. *

* Neste momento três pessoas que assistiam a briga torcendo para o gigante ganhar, jogaram suas coiaas para o alto e foram embora porque haviam perdido em suas apostas.

– Oh? - A Tenente olhou para o Bugbear que se rendia de forma surpreendente, e levantou dois dedos - Entrem, está tudo livre.

A sala encheu-se de soldados que começaram a carregar os feridos para carroças*, enquanto cocheiros revisavam quem imitaria uma sirene pelos próximos minutos.

* O serviço de saúde da Região Dell, era pelo menos de se orgulhar, rápido e preciso. Afinal o crime não pode parar por causa de algumas fraturas. Certo?

– Levante-se Bugbear, temos muito que conversar na masmorra. - Disse Amell, amarrando cordas nos punhos de Tora. Ela sabia que se quisesse, o gigante poderia se soltar a qualquer momento, mas seu instinto lhe dizia que não iria fazer isso.

– Tora, meu nome é Tora. Não Bugbear. Esta seria minha raça, e creio que você não quer manchar sua reputação passando-se por preconceituosa, certo? Então ao invés de me chamar desta forma com desdém, me chame pelo nome. Ou prefere que te chame por humano? - Uma frieza calculista passava pela voz de Tora, uma marca de como sua personalidade mudava quando as palavras formavam-ae em sua cabeça.

A Tenente olhou para o rosto de Tora e sorriu.

Tinha conseguido encontrar aquilo que queria.


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