Almas Acorrentadas escrita por Camila


Capítulo 10
Final de tudo, ou Começo?


Notas iniciais do capítulo

Finalmente chegamos ao final, vai deixar saudade. Bom pessoal, finais são complicados de escrever...Então espero ter agradado a quem acompanhou. E muito obrigado de coração por lerem. bjos bye bye



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Ela não parava de sorrir, mas sabia que ela queria novamente o que eu havia dito, mas com tanta gente em nossa volta, toda vez que abria a boca, minha voz falhava. Eu sei, eu sei. Cadê o garoto sem noção que você conhece... Acho que ele me abandonou assim que a conheci. Mas ela teria sua vida toda, para ouvir eu lhe dizer que a amava.

Ficava cada vez mais vermelho, isto estava me irritando de certa forma. Pigarreei e continuei:

“Bom, eu não fazia ideia, ate sua mãe ir lá me ver de novo, a primeiro momento pensei que ela ia lá, mandar me ficar longe de você, como se fosse possível sair dali... Mas ela disse que ia me tirar de lá, porque ela achou a coisa certa a se fazer. Então ela se corrigiu e falou que na verdade ela não ia me tirar de lá, ia ajudar alguém a me tirar de lá” acabei rindo.

“E afinal, quem era essa pessoa? E espere, mamãe que hora??”

“Na hora em que estava tomando banho...”.

“Oh, mas afinal, quem é essa pessoa que você ajudou mãe? E nova mãe sua Elliot?”

Eu ria da sua cara de confusa, mas queria acabar logo ali, ou não participaríamos da festa.

“Okay, okay. Minha nova mamãe, nada mais é do que...”

“Sou eu querida” disse Simone me cortando, e saindo de trás de uma moita que tinha próxima.

“Serio? Meu Deus, eu não acredito”, disse ela pulando de alegria, e indo abraça-la.

Minha nova mãe, sorria da felicidade de Lise, sua mãe o mesmo, e bom, não posso negar que eu também.

“E eu tenho outro presente para você” disse Simone pegando um cabine coberto com um tecido, cobrindo um vestido. “Digamos que eu não posso deixar você entrar ai com este vestido...”

“Ah tia Simone”, disse Lise dando outro abraço na costureira, “Eu queria muito aceitar, mas minha mãe teve muito trabalho para pegar esse vestido de volta...”, disse ela com uma cara triste

“Claro que não, foi muito fácil pegar esse vestido, eu estralei meus dedos e pronto. Só disse aquilo para você não suspeitar de nada...”

“Tenho que admitir, eu gosto mais de você do que um dia eu pensei que ia gostar, sogrinha”,disse colocando a mão na barriga de tanto que estava rindo.

“Okay, vocês podem param de fazer complô contra mim. Umm, não que eu ache ruim, mas meu parceiro entra descalço?”, falou Lise torcendo o nariz.

“Nova moda do verão, não sabia não?”, disse ainda rindo.

“Claro que não, né. Elisabeth, ele não teve tempo de se trocar, sua tia Simone trouxe algo. E Elliot, eu gostaria de pedir desculpas para você. Eu nunca gostei muito de Sonia. Ela era muito falsa e eu sabia que ela usava Lise e o que fazia lá dentro. Por isso sempre tentei fazer Lise se afastar dela, mas ela é teimosa, não escuta ninguém, você sabe como ela é...”.

“E como sei. Bom, o importante é que agora a gente vai dar jeito em tudo, vamos viver bem, e eu gosto muito do fato de você me apoiar, não precisa de desculpar, eu que sou eternamente grato a você... Bom, como sua mãe disse senhorita, eu tenho que me trocar e você também, ate daqui a pouco”, disse beijando sua bochecha.

Fui para onde Simone havia estacionado o carro, e peguei minha roupa. Fui a um banheiro mais próximo e me vesti. Acho que Simone havia exagerado demais, não parecia roupa de baile. Calça jeans escura, coturno preto, camiseta branca, que há dias atrás havia ficado colada, agora cabia dois de mim, e jaqueta de couro. Penteei meu cabelo, tentei colocado para trás certo, mas ele cismava em voltar para frente. Então deixei como estava. E fui encontrar Lise.

Ela estava simplesmente linda, se é que era possível ela ficar mais. O vestido preto, curto, com babados que desciam desde a cintura, que antes tinha o tecido junto ao corpo, e com as mangas caídas. O vestido era todo bordado com pedras douradas, que ficavam brilhado. Quando a vi iluminada pela luz da lua. Pude jurar que estava vendo uma estrela.

Ela sorria para mim, e nossa, que sorriso. Eu sabia por que havia me apaixonado por ela, sempre lembrava isso, eu sabia que as coisas não seriam tão fáceis como eu dizia, mas se eu tivesse aquele sorriso em minha vida, eu sentia que tudo ficaria bem...

“Vai ficar ai parado igual tonto, ou vai me convidar para entrar?”, disse Lise com um sorriso no rosto e erguendo a sobrancelha.

“Daria-me a honra de ficar aqui parado igual idiota, enquanto eu te olho senhorita?”, não consegui não rir. Ela me deu um soquinho no ombro, e colocou o braço dentro do meu, então peguei sua mão, e fomos em direção à entrada do baile.

Estava tudo decorado de lilás, e todas as pessoas estavam com roupas formais. Simone e Paula (minha sogra), entraram, atrás de nos. Elas sentaram em uma mesa no final do salão e ficaram nos observando de longe, enquanto colocavam o papo em dia.

Lise e eu dançamos a festa toda, cada musica que gostávamos ou odiávamos. Não importava se a musica era agitada ou não, todas as musicas eram lentas para-nos. Havia colocado o braço em sua cintura, e segurava sua mão. Ela encostou perto de meu corpo, e pude sentir o seu perfume doce. Nunca gostei muito de perfumes doces, mas seu cheiro, era o melhor do mundo. De vez em quando, sentia seu hálito quente em minha orelha, falando que nunca havia se divertido tanto, e eu não conseguia tirar o sorriso do rosto.

Ficamos assim ate de madrugada. Muita gente nos olhava, mas eu não percebia. Estávamos em um mundo particular nosso, nunca havia esperado tanto, por poder ficar com ela daquele jeito. E nunca mais queria sair de perto dela, ela era a coisa mais importante que eu tinha. Sabia que as coisas não seriam fáceis. A vida não é fácil afinal. Sabia que acabaríamos brigando uma hora ou outra. Sabia que nada durava para sempre. Que uma hora algum de nos dois iria morrer. Mas isso não importava agora, na verdade nunca iria importar, eu sabia desses fatos, mas eu podia fingir que não sabia.

Estávamos amarados, destinados, acorrentados. Eu me pegava pensando, se eu havia passado por tudo aquilo só para poder conhecê- la. E me perguntava, se não tivesse parado no manicômio, será que nos conheceríamos? Será que teria aquele par de olhos castanhos atrevidos só para mim? Será que ela me conheceria? Será que me amaria?

Bom, a resposta para mim é sim. Minha vida nunca teria sentido se ela não aparece se. Minha alma era dela, minha vida era dela. Eu a amava, e ela me amava, nossas vidas tinham que se cruzar. Nossas almas estavam acorrentadas.

Abraços Elliot, e adeus, não irei mais escrever em você. Como havia falado, escrevia para não ficar louco. Mas agora eu não tinha mais propósito. Todos meus dias são únicos e perfeitos, pois estou com ela. Mesmo que não tenha acontecido algo bom, ate o ultimo minuto do dia, ela faz algo para que eu não esqueça do quanto ela é especial para mim. Bom, adeus. Foi bom falar com você. Desculpe por ouvir toda aquela ladainha. Mas essa é minha estória.

De um garoto que será feliz para sempre. Ou pelo menos, vai fazer a felicidade com as próprias mãos. Pois a felicidade, esta bem na frente dos nossos olhos, é só você querer.

Adeus.


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