Love Story escrita por AnnieJoseph


Capítulo 4
Gabriela, isso é real ?




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– Eu sei querida – Ela me fez um cafuné – Está tudo bem.

– Mesmo ? – Perguntei com um certo medo. Isso implicaria em talvez ser expulsa daqui na próxima vez ? Ah não ! não teria próxima vez !

– Sim, Está tudo bem. Só preciso resolver algumas coisas com Lena. Ela está do lado de Patty. – Ela disse pensativa. Encarou o teto por um momento e voltou a me olhar.

– Eu já sabia disso. Você acha que ela ficaria do lado de uma garota humilde e ainda por cima com uma bolsa de estudos ? Até parece. – Eu revirei os olhos, lembrando da fajuta desculpa de Lena.

– É... Pode ir Annie. Amanhã agente se vê. Olhe eu quero te pedir uma coisa... Tente não responder eles ok ? Isso vai passar, tudo vai mudar depois . – Ela falava com um brilho no olhar, que eu fiquei tão curiosa e decidi perguntar.

– Como assim ? – Semicerrei os olhos.

– Hm... É uma coisa muito boa, Annie. Mas isso eu te conto outro dia . – Ela parecia lutar pra não dizer algo.

– Ah, Gabriela ! Por favor ! você está me deixando muito curiosa ! – eu implorei fanhosa.

– Hm... Olhe... – Ela hesitou – Tenho uma oportunidade pra você... – Ela sorriu

Eu sorri também .

– Fale ! – falei entusiasmada.

– Tem uma oportunidade muito boa pra você, como disse. Dependendo de algumas coisas, você fará um teste pra isso, e juntando com suas notas daqui, será selecionada pra uma coisa muito especial. Você já poderá trabalhar se quiser. A Music Center já te formaria uma pianista inicial. Mas você terá que estudar mais pra se tornar melhor, não se esqueça disso. – Ela dizia com calma, decifrando minha reação

Meus olhos se arregalaram. Eu não me atrevi falar algo, a voz não sairia.
Depois de alguns segundos olhando pra ela, eu disse.

– Isso é verdade ? – Eu já chorava, as lágrimas rolavam pelo meu rosto palido.

– Sim querida. – Ela sorriu largamente. Parecia feliz.

– Mas pra quem eu vou tocar ?! Quer dizer, pra que eu posso ir tocar ? – Eu falava com tanta pressa que chegava a tropeçar nas palavras.

– Isso eu ainda não posso revelar. Mas é uma pessoa que creio que vai gostar. Agora vá Annie. Preciso fazer algumas coisas... Prometo que amanhã conversamos mais um pouco sobre isso.

– Promete mesmo ? Muito muito obrigada ! Até amanhã Gabriela ! – Eu a abracei rápido e sai correndo pelo  corredor em que dava na recepção com um sorriso estampado no rosto.

Parei de correr assim que escutei Serena me chamando. Ela estava no topo da escada, e desceu correndo assim que me viu.

– Hey Annie ! – Ela me observou. – Que felicidade é essa amiga ? – Ela sorriu ao me ver sorrindo.

– Ah amiga ! Parece que eu tenho uma oportunidade de emprego como tecladista ! Estou me matando de tanta felicidade ! Nem parece que a pouco eu estava chorando... – Eu refleti

– Que ótimo ! Hãm ? O que ? Você estava chorando ? Por que ? – Ela parecia preocupada confusa.

– É. Uma discussão na sala. Sobre o meu cabelo... Depois eu te conto, estou muito feliz pra falar disso agora ! – Eu sorri de novo, tinha fechado o sorriso quando lembrei da injustiça.

– Ah, Ok ! Mas você já sabe de quem é ? Isso é muito bom Annie ! Estou muito feliz por você – Ela me abraçou, ainda sorrindo.

Eu a abracei, e pulei com ela nos braços.

– Ah Serena ! Eu não sei quem é, mas ela me disse que é uma pessoa importante. Eu não ligo, eu quero mesmo é tocar ! Eu quero uma oportunidade de emprego como essa, coisa que nunca pensei que faria de verdade ! – Voltei a olhar ela, enquanto falava rápido.

Algumas pessoas já olhavam pra gente assustados. Estávamos alegrinhas demais pra a luxuosa L.A Music Center. 

– Parabéns morena ! – Nós duas rimos alto. Esse era um novo apelido sarcástico que ela colocou em homenagem ao meu novo cabelo.

Eu gesticulei silencio, percebendo a recepcionista quase vim até nós.

– Você tem que ir.Está na hora da sua aula. Hoje eu não vou pra aula, estou liberada. Depois passa lá em casa ? – Eu disse amuada.

– Ah Annie ! Eu tenho um compromisso com minha mãe hoje... Deixa pra manhã tá amiga ? Mas eu vou te ligar depois das 09 tá ? – Ela falou tristonha.

– Tudo bem... Bem, estou indo. Preciso passar no mercado. Hoje tenho folga na Mcfood ! Beijo. – Abracei ela e deu tchauzinho, caminhando pra fora da Music Center.

No caminho até o mercado do shopping, eu não parava de sorrir.
Estava tão distraída que de 2 em 2 metros eu tropeçava ou esbarrava em alguém. E olha que da Music Center até o mercado só precisava subir a escada rolante e andar um pouquinho que se chega lá. Eu estava assim tão distraída não era pra menos, eu não tenho palavras pra dizer o que sinto no exato momento. É tão... Surreal ! Eu posso trabalhar com uma coisa que eu sempre quis fazer! Isso é incrível ! Mas eu precisava pensar em andar, por exemplo, e saber que eu estou num shopping super movimentado.

Olhei no meu relógio de pulso e ainda era 11:30 quando eu finalmente consegui chegar na porta do super mercado.
Como sempre, ele estava razoavelmente cheio, pessoas pegavam frutas e coisas frescas que só se tem de manhã e outras compravam bobeiras, como biscoito. Sim, isso acontecia aqui também. Os refinados só dominam depois das  14 hrs.

Eu só não poderia demorar, hoje iria fazer a comida em casa. Minha mãe andava meia doente, e precisava se alimentar bem – coisa que sustente, por favor, nada de tofu – e eu sabia fazer isso direito. Macarronada com queijo, ninguém a fazia como eu.
Lindsay fingia não gostar, mas já peguei ela se matando de comer no seu quarto. Ela pensa que me engana.

 Até parece !

Peguei uma pequena cestinha vermelha e caminhei para a sessão de massas.
Um macarrão “parafuso” foi direto pra minha cesta após olhar a marca na embalagem. Andei mais um pouco semicerrando os olhos pra grande prateleira cheia de marcas e tipos de macarrões.
Eu sorri quando observei as cores estranhas que alguns tinham.
Me abaixei e alcancei um pacote com macarrões em forma de concha, e o coloquei no carrinho. Seria bom fazer dois tipos de uma vez.

Me levantei, procurando a massa de tomate. Isso foi rápido. Peguei uma de que costumava comprar, e coloquei dois vidrinhos na cesta.
Depois de achar um temperos, refrigerante e um pote de sorte de chocolate pra sobremesa, eu caminhei meia apressada até o caixa.

A fila estava meio grande, esperei impaciente batendo um pé contra o chão. Eu não queria ter tempo pra pensar na oportunidade que poderia ter como tecladista, isso seria muito mal agora. Se eu pensasse, jogaria essa cesta pro ar e começaria a gritar como uma louca. Seria o passaporte pra uma prisão.

Enfim chegou a minha vez, e a moça do caixa pareceu perceber a minha pressa quando repassava os mantimentos pra ela. Ela apenas me olhava com um pequeno sorriso e logo eu estava fora do mercado.
Confesso que eu corri pelos corredores do shopping, e alguns guardas ficaram me olhando. Isso foi hilário, pensei que viriam atrás de mim. Mas consegui escapar.

Os carros passavam correndo pela pista, o sol forte me deixava com calor. Los Angeles estava insuportavelmente quente agora, eu podia sentir o calor que a calçada passava aos meus sapatos. Demoraria um pouco pra mim chegar em casa. Avistei uma pequena lanchonete e correndo, fui comprar uma garrafa D’água.
Dei uma golada enquanto observava o transito lento, e sorri assim que vi um quarteirão com sombra na calçada. Grandes árvores lindas faziam suas folhas esvoaçarem com o vento refrescante e eu rapidamente me pus debaixo delas.


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