Acordei e já passava do meio dia, eu estava jogado em um canto em um beco. Thalia estava encostada na parede a alguns metros e Nico não estava ali.

– Olha o dorminhoco acordou! Que milagre!

– Muito engraçadinha Thalia. – Respondo me levantando. – Onde está Nico?

– Já deve estar de volta ela saiu antes de eu acordar.

Ficamos horas parados esperando, até que me canso e vou comprar alguma coisa para beber. Quando volto Thalia apenas olha para garrafa de vodca em minha mãe e para mim novamente balançando a cabeça.

– O que foi? – Pergunto.

– Já a essa hora, são três da tarde, Percy! Você não comeu absolutamente nada o dia inteiro e já vai beber? – Repreende. Tento não em irritar, essa era meu jeito, eu já era assim quando nos conhecemos, ela já deveria estar acostumada.

– Eu sou assim.

– Percy, você é alcoólatra.

– Não preciso de alguém para me dizer isso, eu já sei. – Respondo.

– Se já sabe por que não para? – Pergunta Thalia.

– E seu vício no jogo? Eu falo alguma coisa? – Me irrito e disparo esta.

– Não, mas eu não vou morrer por causa dele.

– Ah, não? Você acha que um dia não vão cansar de você dar calotes?

– Isso é totalmente diferente.

– Não, não é Thalia. Eu admito posso ter problemas com o álcool, mas você tem problemas com o jogo. Da na mesma.

Thalia iria responder algo, mas Nico chega bem na hora.

– Temos uma casa para morar! – Anuncia ele.

– Como? – Perguntamos Thalia e eu ao mesmo tempo.

***********

Uma hora depois estávamos um galpão abandonado, meio escondido.

O lugar era bem legal, mas como Nico encontrou esse lugar e como ele tinha certeza que não nos tirariam dali? Então ele começa a explicar.

– Eu fui na lojinha ali e ouvi o cara dizendo que está abandonado a anos, ninguém liga para cá, antes era alojamento de quem trabalhava em uma tal empresa, mas abandonaram. Acho que pode servir por um tempo.

– Isso explica o fato de ter um jogo de cozinha aqui. – Disse eu.

– Não custa tentar. – Concorda Thalia.

Foi tão de repente, mas era assim se você mora na rua, não tem tempo para nada. Logo estávamos atrás de camas para botar no local, deu sorte. Encontramos 2 camas, o cara que deu disse que ia vender em um móveis usados, mas se pode nos ajudar ele deu para nós, e conseguimos comprar um sofá roubando a carteira de um cara em um restaurante caro.

Foi meio difícil levar isso em um nosso antigo carro (Sim, nós não temos casa, mas temos carro) Mas no fim do dia estava tudo certo. Eu dirmiria no sofá, Thalia e Nico nas camas (que por sinal o homem nos deu também 3 colchões) Isso tá parecendo o dia da caridade.

E novamente de noite fomos para o mesmo bar.

Mas nessa noite eu não esperava conhecer esta pessoa.

Como sempre eu estava bebendo e Thalia jogando. Nico como sempre também ficava apenas lá, como se já fizesse parte do cenário.

Luke logo chegou com sua corja. Mas até ai tudo bem.

Tudo iria mudar quando uma garota entrou no bar. Todo mundo olhou para ela. Até aí tudo bem, o único problema era que a garota paracia um típica patricinha. Seu cabelo loiro era bem arrumado e macio, seus olhos eram lindos, cinzentos. Mas seu rosto estava escondido por baixo de uma camada de maquiagem. Sua roupa era típica de uma filhinha de papai riquinha, sapatos de salto, saia, bolsa, tudo de grife.

A garota ficou espantada em ver o lugar, parecia que esperava outra coisa. Tenho certeza que nunca a vi ali, não seria difícil lembrar-se de uma garota tão bonita.

Foi indo e a atenção foi se desviando dela, e todos voltaram ao que estavam fazendo, ninguém se importava se ela estava no lugar errado ali era cada um por si.

Horas pareceram se passar quando ao chama minha atenção se volta para algo no fundo do bar. Luke segurava a garota pelo braço e tentava a empurrar para dentro de uma sala, todos sabiam o que acontecia dentro daquela sala.

– Me larga! – Disse a garota sem parar.

– Larga a garota aí Castellan! – Grito para ele de onde estou.

– Fica na sua Jackson! – Grita ele de volta.

Mas ele insiste em arrastar a garota mesmo ela tentando resistir.

Então me levanto tomado por uma fúria inexplicável, eu não conhecia a garota, não sabia o que estava fazendo, mas me dirijo até Luke. Ninguém se metia no que eu ou Luke fazíamos, mas isso não era certo.

– Larga ela Luke.

A menina me olhava como se eu fosse a sua única salvação. Nico estava atrás de mim como sempre, quando eu me meti em briga ele sempre estava comigo.

– Eu faço o que eu quiser. E você não tem nada haver com isso.

– Não está vendo? Ela não quer. Larga ela. – Repito.

– Você não manda em minha Jackson. – Fale ele.

– Ah é? – Falo antes de dar um soco nele, com isso ela solta a garota, logo Thalia está lá e a tira pelos fundos.

Enquanto isso Luke revida o soco, mas Thalia Chega por trás dele e quebra uma cadeira em sua cabeça, ela deve ter levado a garota até lá fora e voltado.

– Você nunca mais fará isso com nenhuma garota está entendo Castellan? – Fala Thalia para um Luke desacordado no chão.

Saímos o mais rápido possível antes Ethan apareça.

A garota estava do lado de fora, parecia assustada e com medo. E principalmente com frio. Tiro minha jaqueta e ponho nela.

– Obrigada, por tudo. – Responde ela.

– Não foi nada, você é...

– Annabeth Chase.

– Sou Percy Jackson e estes são Nico di Angelo e Thalia Grace. – Apresento.

– Olá. – Cumprimenta timidamente.

– Você veio de carro? – Pergunto.

– Não, minha mãe me deixou aqui perto. – Responde ela.

– Posso levar você. – Ofereço, onde eu estava com a cabeça ela era uma patricinha.

– Minha mãe me ensinou a nunca pegar carona com estranhos. – Recusa ela.

– Eu te livre de Luke, acha que vou fazer o que? – Pergunto com falsa indignação.

– Aceita que é o máximo que vai conseguir aqui essa hora. – Incentiva Thalia.

– Acho que tudo bem. – Responde por fim.

– Vocês podem ir indo para casa. – Falo para Thalia e Nico. – Vou levar ela e depois vou para lá.

– Casa. – Disse Thalia revirando os olhos, mas eu sabia que ela gostava disso.

– Quer que a gente vá de a pé? – Pergunta Nico.

– Vocês tem duas pernas, podem muito bem ir de a pé. Ou preferem que eu leve Annabeth nas minhas costas?

– Vem, Nico. – Chama Thalia já pegando um atalho.

Atravessamos a rua e entramos no carro.

– Onde você mora? – Pergunta Annabeth.

– Onde você mora? – Repito.

– É longe. – Disse ela e começa explicar o caminho.

– Mas sério onde vocês moram? Você mora com eles? – Pergunta ela depois de algum tempo.

– Sim, moro com eles, mas você não entenderia.

– Porque não? – Pergunta ela.

– É difícil de entender.

– Pelo menos fale.

– Eu nem te conheço direito, melhor não. – Falo tentando me livrar, ela não entenderia que até essa manhã eu não tinha eu lugar para chamar de casa, ela não entenderia que o que chama de casa agora pode ser temporário.

– Tudo bem, se não quer contar não conta. – Disse ela emburrada.

Finalmente chagamos em sua casa, bem não era uma casa e sim uma mansão. Era enorme.

– Até mais, aparece lá amanhã. – Como isso foi sair da minha boca?

– Você está de brincadeira? – Pergunta ela.

– Não serio, eu posso te proteger de Luke.

– Sei que pode. – Ela disse apenas isso antes de sair do carro e ir em direção a porta.