POV´s Annie

– Último dia! – Grita Kelly no meio do corredor. – Amanhã é o último dia!

– Parece que ganhou na loteria. – Falo rindo de seus pulos esquisitos.

– Último dia, Annabeth Chase, você está me ouvindo? Amanhã é o último dia nesse inferno! – Fala ela apertando meu braço.

– Grita mais alto, acho que os cangurus na Austrália ainda não ouviram.

– AMANHÃ É O ÚLTIMO DIA! – Praticamente berra ela fazendo mais pessoas olharem para gente.

– Não era para levar a sério.

– Mas eu levei.

Vamos para o nosso quarto arrumar nossas malas. Bem, eu tinha conseguido convencer Kelly a ir viajar para Nova York comigo, então isso quer dizer que eu teria as melhores férias do mundo.

– Olha, eu já estou avisando Annie, se você ficar em Nova York eu também fico, não vou voltar para esse inferno sozinha.

– Se minha mãe me obrigar a voltar eu fujo de casa.

– Isso, vamos morar embaixo da ponte, deve ser mais legal do que aqui.

– Com certeza.

Nesse momento alguém bate na porta.

Abro a porta e dou de cara com Brody.

– Espera Annabeth, eu quero falar com você. – Fala ele segurando a porta quando vou fecha-la.

– Pode falar.

– Ahn, em particular. – Diz ele olhando para Kelly.

– Já entendi. – Fala ela passando por mim e saindo do quarto.

– Pode entrar. – Falo eu.

Ele entra e se senta em minha cama.

– Desculpe Annie, eu fui um idiota.

– Era só isso que você queria falar? Já pode ir embora.

– Não, bem, eu vou para Nova York amanhã também, não queria que você ainda estivesse brava, eu não conheço ninguém lá.

– Você quer uma amiga ou uma guia turística?

– Uma namorada. – Fala ele se levantando e vindo em minha direção.

– Ok, então fale com Lauren. – Falo eu apontando para porta.

– Eu quero você.

– Querer não é poder. – Falo eu dando um paço pra trás.

– Então seja minha amiga, com o tempo você pode pensar em algo mais.

– Tudo bem Brody, apenas amigos, não sou de guardar mágoas. – Falo eu abrindo a porta. – Agora já pode ir, até amanhã.

– Até amanhã, minha amiga. – Diz ele enquanto lança um sorrisinho.

***

Acordo com mais disposição, afinal hoje era o último dia.

Ok... o que era isso?

Eu não acordei, eu fui acordada por uma mini pessoa pulando em cima de mim.

– Último dia, hoje é o último dia, eu estou livre. – Kelly pulava em minha barriga sem parar.

Realmente, hoje era último dia, mas não poderia faltar uma coisa: A última pegadinha com as rainhas.

– Está tudo pronto? – Pergunto quando Kelly se acalma.

– O que? As minhas malas? Claro.

– Estou falando da pegadinha das rainhas.

– Ah, isso. – Fala ela se levantando e pegando um balão d´ água. – Claro. – Responde ela com um sorrisinho maligno.

***

E bem, elas caíram direitinho.

No final da aula estávamos todas as alunas reunidas no terraço do dormitório, exceto as rainhas. Elas estavam lá em baixo, a procura de Brody, que supostamente me pediu para entregar um bilhete dizendo para encontra-lo no final da aula na entrada do dormitório.

– Um, dois... JÁ! – Grita Kelly jogando o primeiro balão que atinge Lauren.

Logo em seguida uma chuva de balões d´água atingi as rainhas fazendo elas gritarem.

Esse foi realmente a melhor maneira de encerrar o ano letivo.

POV´s Percy

– Eu só tenho uma semana, Calipso! – Falo irritado apontando o revólver para ela.

– Então me mate. – Fala ela olhando diretamente para mim. – Agora.

Suspiro e abaixo a arma.

– Eu sabia, você não consegue fazer isso. – Fala ela com um sorrisinho debochado. – Você não é mais o mesmo Percy Jackson que eu conheci, aquele matava sem escrúpulos, que pensava apenas em si mesmo.

– Culpe Annabeth por isso.

– É, ela realmente mudou você, só não sei se é pra melhor ou pior. – Fala ela se sentando no sofá e acendendo um cigarro.

– Você não é tão certinha como todos pensam.

– Bem, eu tenho que manter as aparências.

– Eu só queria entender pra que você precisa de tanto dinheiro.

– Talvez um dia, se eu sobreviver a próxima semana eu te conte.

Já fazia três semanas que eu vivia esse dilema. Eu não queria matar Calipso.

Além disso minha cabeça rodava só de pensar que Annie e ela eram amigas, era muita coincidência, e pior de tudo: Elas viriam passar férias juntas em Nova York. Eu queria tanto reencontrar Annie, mas se ela contou as coisas que fiz, eu com certeza não teria nenhuma chance com Annie.

Fora tudo isso tinha Walter me ameaçando indiretamente.

Ok, eu estava muito ferrado.

Minha vida é uma merda e eu continuo insistindo em deixar ela pior ainda.

– Não sei se você vai sobreviver a próxima semana.

– Ok, você vai deixar para o último dia né?

– Não sei.

– Claro que sabe, e ainda não vai ter coragem para me matar.

– Eu tenho que te matar. – Falo eu me sentando ao seu lado no sofá. – Se eu fosse você já estaria muito longe.

– Daria muita bandeira. – Fala ela dando de ombros. – Como eu disse, tenho que manter as aparecias, e para o resto do mundo eu sou uma garota comum, que tem uma vida normal.

– Você tem uma vida comum.

– Você não me conhece, ninguém me conhece.

– Nem seu namorado? – Pergunto lembrando do garoto magrelo.

– Ele é última pessoa que desconfia, é melhor para ele. – Fala ela. – E por falar em Leo, tenho que pensar em uma ótima desculpa para ter entrado no carro de um estranho mal encarado.

– Eu não sou mal encarado. – Falo eu. – Você não confia nem em seu namorado.

– Ah, com certeza você é mal encarado. – Fala ela rindo. – Eu não confio em ninguém.

– Tudo bem. – Digo eu.

Ficamos em silêncio, até ela falar sobre algo que já martelava em minha cabeça.

– Annie e ela chegam hoje.

– Eu deveria ficar feliz por Annie estar voltando, mas agora não faz mais sentido, ela deve me odiar.

– Você gosta mesmo dela, né?

– Sim.

– Deveria falar com ela.

– Não quero ver ela me xingar, agora ela sabe que eu não valho nada. – Falo eu. – E além do mais hoje eu vou tocar.

– E eu vou.

– E se Walter estiver lá?

– Não me importo, eu gosto da sua banda.

– Temos nossa primeira fã?

– Talvez. – Fala ela sorrindo.

Ela pega sua bolsa e se levanta.

– Até de noite, Percy.

Quando ela vai saindo Nico vai chegando.

– Achei que você já estaria morta. – Fala ele.

– Vaso ruim não quebra. – Fala ela piscando para mim.

Calipso sai e Nico fecha a porta.

– Cara, você tem que matar ela.

– Eu sei.

– Então porque não mata? – Pergunta Nico como se fosse a coisa mais óbvia do mundo.

– Não sei... Na verdade eu não sei mais nada, não sei nem quem eu sou.

– Sabe sim, você é Percy Jackson, nada de crise existencial. – Fala ele. – Você sabe, ou Calipso ou você.

Nico estava certo, era eu ou ela. E eu já tinha matado para sobreviver, não seria diferente.

Tudo era coincidência demais, Calipso voltar do passado, ela e Annie serem amigas, Thalia e Jason irmãos.