CdE - O Barbudo, a Princesa e o Amuleto escrita por Flamethrower


Capítulo 8
Capitulo VII - Xarope de mel com hortelã




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Eu estava deitado de barriga pra cima, com as pernas dianteiras e traseiras encolhidas. Sentia frio. Observei que ao lado dela, havia um pote com algum tipo de alimento nele, e uma colher flutuando no ar dentro de uma áurea mágica — a do papai Star Swirl, pra ser exato. Ela fora a pônei mais linda que tinha visto em toda minha vida. Seus olhos azuis-mar penetrantes, olhavam para mim com tom adocicado. Sua crina era um pouco bagunçada, mas eram azuis com detalhes em ciano. Seu corpo peludo era um branco desviado para o beje. Seus cascos estavam no meu peito. A sua parte inferior, estava sentada acima de minhas pernas traseiras e abaixo de minha barriga. Parecia que ela estava me imobilizando por muito tempo. Ela me deu sorriso. Estava atordoado demais para dizer algo. Ela pegou com a boca a colher, e um punhado da comida que estava no pote de barro.

— Avra ah bocah — ela tinha dito.

— O quê?

Então enquanto eu falava ela me deu a papinha. Tinha um gosto de mel com hortelã.

— O que é isso?

Ela botou a colher no pote, e respondeu.

— Um xarope de mel com hortelã.

Obviamente eu tinha acertado! Sua voz era uma mistura gentil de sotaque caipira e de gente da realeza. Notei que a perna traseira direita dela estava enfaixada, mas a atadura parecia um pouco velha, então não era do incêndio. Meu medo é que ela tenha se machucado na floresta.

— Por que você está fazendo isso? — Assim que perguntei senti um solavanco, entramos em movimento. Notei que eu estava numa carroça, onde quem puxavam eram dois garanhões de roupas amarelas e chapéu de palha. Star Swirl caminhava ao lado deles, parece que a carroça não tinha lugar para dois pôneis feridos e um velho sábio

Ela me fitou, com um olhar em angustia.

— Você salvou minha vida — Ela me disse — O mínimo que eu poderia fazer era prestar meus serviços até que você se recupere.

“Até que você se recupere”

Eu estava com dor de cabeça desde aquele ato na floresta. O Sol estava se pondo.

— Quanto tempo eu fiquei apagado?

Ela olhou para o crepúsculo. Então ela moveu seus lábios dizendo

“Um dia e meio”

Fantástico. A esse ponto devemos estar próximos a Maneh...

— Estamos quase chegando na próxima cidade — Avisou Star Swirl — O Vale da Neve.

— Conseguimos essa carona em Manehattan hoje de manhã — Avisou a camponesa — Não podíamos transportar você flutuando por ai nessas condições. Seu mentor estava ficando cansado.

Perdi mais uma chance de ver aquela pacata cidadezinha. Manehattan era um lugar legal. Eu fiquei curioso, eu olhei para a camponesa, e ela olhou para mim. Então eu notei de novo que ela ainda estava em cima de mim, e eu estava numa posição desconfortável. Ela olhou para meu corpo e entendeu o que eu quis dizer. Agora com seu rosto vermelho de vergonha, ela saiu com delicadeza de cima de mim e deitou de barriga no outro lado da carroça. Me virei e fiz o mesmo.

Eu olhei para ela, mas seu olhar estava perdido no horizonte. Lá, haviam montanhas tão altas capazes de tocarem o céu. A neve em cima se espalhava por baixo. Por fim, tomei coragem.

— Camponesa, posso pelo menos saber o nome de quem eu salvei? — Perguntei ironicamente.

Ela me fitou como se tentasse adivinhar o meu.

— Meu nome é Caspienne — sussurrou ela em um tom melancólico.

Me senti mal, ela parecia triste. Não a conhecia. Quis perguntar o porque dela estar assim. Ela continuava olhando para mim.

— Posso saber o nome de meu herói? — ela perguntou, dando um meio-sorriso

— É uma longa história — sussurrei — Eu não tenho um nome.

Ela olhou para mim, e vi que tinha entendido que não queria falar sobre aquilo.

— Com qual nome devo chamar meu herói?

— Esse desordeiro?! — gritou Star Swirl — Chame ele de Pesadelo Ruivo. Pois é isso que ele é!

Então ela olhou para o velho. Ela estava se segurando para não rir. Mas no final, demos uma boa gargalhada. Caspie [Já tinha dado um apelido] era uma boa moça. Talvez um pouco solitária, mas era uma boa moça.

— Caspie, se você me contar como foi parar morando na floresta, eu conto como cheguei até você — barganhei — e até você descubra o porque de eu não ter um nome.


Ela assentiu, e então começou a contar a sua história.


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