CdE - O Barbudo, a Princesa e o Amuleto escrita por Flamethrower


Capítulo 6
Capitulo V - A caverna laranja




Este capítulo também está disponível no +Fiction: plusfiction.com/book/470736/chapter/6

Vou poupar vocês da visão que era lá de cima. Estávamos tão altos que tocávamos as nuvens. Infelizmente elas se desfaziam, pois não eramos pégasos para poder tocá-las.

Passamos por várias áreas de campos vazios. Até os senhores começarem a descer. Papai perguntou a eles onde estávamos, mas ele já sabia.

— Estamos nas Cordilheiras dos Potros, senhor. — respondeu um deles.

Meio caminho andado. Estávamos na área mais baixa da montanha, longe do topo frio mas não tão perto do solo rochoso. Havia uma caverna a direta da nossa planície de pouso. Enquanto o Sol se colocava no meio-dia, os pégasos descansavam da longa jornada. Star Swirl continuava na biga, estudando o mapa. Fazendo anotações.

Nunca tinha estado naquela montanha antes, então eu quis explorar. O que tinha sido meu maior erro.

Entrei na caverna escura e misteriosa. Já tinha estudado sobre criaturas noturnas e o quanto elas odeiam luz, então ao invés de acender uma luz, eu apliquei uma mágica em meus olhos de visão noturna. Enxergava tudo em alaranjado (como a aura de minha magia), mas era seguro assim.

Estalactites por toda a parte. Um pouco de terra caindo aqui e ali. O teto foi se abrindo cada vez mais, até que eu vi algumas jóias e metais em forma redonda. Não podia distinguir a cor de nada, mas era óbvio que eram moedas de ouro, prata e bronze.

Tinha um imenso rochedo afunilado em cima delas, com alguns espetos irregulares saindo do mesmo. Continuei a observar a caverna, infelizmente tinha deixado a mochila na biga, então não podia fazer anotações.

Morcegos e outras criaturas não listadas estavam de ponta cabeça no teto. Enquanto eu olhava para cima, tropecei e acabei caindo nas moedas. Aquele barulho metálico fez com que meus maiores pesadelos viessem a mente. Não demorou muito para a criatura guardiã se levantar do seu sono, para proteger seu ouro do invasor. Infelizmente, aquela rocha afunilada não era uma rocha, era uma calda. E infelizmente o invasor era EU.

Um terremoto fez com que metade da caverna ficasse parcialmente tampada. Um borrão laranja passou por cima de mim, tampando uma luz laranja que se projetava na caverna laranja. Mudei de campo. Tirei minha visão noturna e usei meu chifre para iluminar o local.

Morcegos se agitaram em cima da caverna, indo na direção do terrível monstro que tampara a única saída. Um dragão de aproximadamente oito metros, com escamas azuis e douradas. Seu olhos eram azuis como o oceano [Ei, igual os meus]. Suas asas eram azuis e o interior eram amareladas de um jeito caramelado. Tinha restos podres de carne e folhas em seus dentes. Suas garras dianteiras estavam ausentes, assim como suas garras das patas traseiras. Algo acontecera à aquele dragão, sua cicatriz vermelha e enorme na barriga dourada contava uma história horrível entre a vida e a morte.

O dragão olhou para mim, e viu que eu não estava com seu tesouro. Mantive a calma e tentei dialogar com o azulão.

— Muito bem senhor, eu estava apenas olhando esta úmida caverna, quando tropecei no seu ouro. Não tenho a intenção de levá-lo. A minha riqueza é o conhecimento.

O jovem dragão olhou para mim como se estivesse imaginando qual sabor eu teria. Então ele investiu contra mim.

Desviei de seu primeiro ataque, uma mordida que arrancaria minha perna dianteira. Forcei ao meu chifre iluminar a caverna com um flash, e isso fez com que o dragão ficasse atordoado por alguns instantes.

O brilho dourado pela sua barriga e garganta começou a aparecer, e então ele cuspiu fogo para todas as direções. Criei um escudo telecinético. O fogo era fraco, então não exigiu tanto de mim. Ele investiu de cabeça, fazendo meu escudo quebrar e me empurrando para a parede oposta a ele, quando o brilho surgiu de sua garganta e veio na direção de meu rosto.

Eu não sabia o que aconteceu. Meu chifre simplesmente brilhou e o fogo me respeitou, como se ele fosse um ser vivo que temesse a mim. Ordenei ao fogo que agora me circulava, para que se dissipasse, e foi o que ele fez. Como eu tinha feito aquilo? Eu não sei, mas se eu parasse mais tempo para pensar eu seria morto. O dragão abocanhou o que antes era eu, mas com um teletransporte, eu sai de sua direção e corri para a saída

— Desculpa amiguinho, a festa acabou.

Corri para fora da caverna, então um calor envolveu o meu corpo. Eu estava no meio das chamas, uma rajada que teria cozinhado e queimado qualquer um. E eu estava lá, vivo.

O fogo me respeitava, e eu queria saber o porquê.

Usei o teletransporte para ir para a Biga. Star Swirl percebeu o que estava acontecendo, então ele usou sua magia para mover algumas pedras e trancar a caverna. Os senhores pégasos já estavam em suas rédias, prontos para nos guiar até as Cataratas do Neigagra.

Ao comando do papai, saímos imediatamente de lá. Ouvia o rugido de indignação do dragão, e fiquei com pena. Ele parecia tão só, e agora, trancado com seu ouro e gemas.

— Não quero que saia do meu campo de vista — alertou o velho cinza.

Eu assenti. Não queria correr um risco desse de novo.

Voamos por mais algum tempo. Star Swirl, meu pai adotivo estava lendo um livro num idioma antigo.

— Que língua é essa? — perguntei a ele

— Essa é uma língua muito antiga, é uma língua de magia — respondeu — Ela foi criada no tempo em que as tribos dos unicórnios controlavam o Sol e a Lua.

— Por que você nunca me ensinou a ler nesta linguagem?

— Pequeno, uma magia conjurada desse jeito tem poderes muito grandes. Os Unicórnios da época que eram responsáveis pelo Sol e pela Lua eram fracos, comparado às Princesas. Eles se sacrificavam para que os astros pudessem se mover, e todas as tribos poderem viver, apesar de não serem amigas.

Ele me olhou com uma cara triste.

— Esse tipo de magia é capaz de transformar pôneis em alicórnios?

Ele assentiu, ainda de cara triste.

— Poucos sabem ler em esse idioma. Você um dia vai aprender, pois não vai usar de má fé. — ponderou — Dias difíceis estão por vir, e você precisará ser sábio.

Ele tinha me falado de uns sonhos que ele estava tendo. Ultimamente ele tem recebido visões do futuro. Ele não me contava, apenas mencionava. Fitei o caderno escrito com aqueles símbolos estranhos então eu dei uma espiada no solo.


E-eu vi uma floresta fechada. E em seguida, notei uma grande montanha com uma quantidade colossal de água caindo. Os pégasos estavam a toda velocidade, eram incrível como percorremos uma grande distância em pouco tempo. Então havíamos chegado em território aéreo nas Cataratas do Neigagra.


Não quer ver anúncios?

Com uma contribuição de R$29,90 você deixa de ver anúncios no Nyah e em seu sucessor, o +Fiction, durante 1 ano!

Seu apoio é fundamental. Torne-se um herói!




Hey! Que tal deixar um comentário na história?
Por não receberem novos comentários em suas histórias, muitos autores desanimam e param de postar. Não deixe a história "CdE - O Barbudo, a Princesa e o Amuleto" morrer!
Para comentar e incentivar o autor, cadastre-se ou entre em sua conta.